Sunshine escrita por bellafurtado


Capítulo 8
Livro I: Capítulo 6 - Chorando...


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpem a demora meeeeeeeesmo! Bem, o capítulo de Sunshine demorou, mas eu espero que valha à pena. Já estou até mesmo fazendo o próximo para compensar a demora e provavelmente postarei hoje também Espero que gostem



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                Eu pude ver parcialmente, por trás do corpo de Kyle,  Jeb vir abrindo caminho para a mulher que havia acabado de chegar. Kyle a chamou de... Peg. Será que estão juntos? Não, se estivessem, ele nunca teria ido atrás de mim... quero dizer, de Jodi. Jeb apontava aquela arma terrível para as pessoas à medida que passava, como se fosse um pastor em meio às suas ovelhas.

                -Já chega! – ele rosnou coberto de raiva e me olhando de esguelha por uma fração de segundo. Santo Deus, ele vai me matar com aquela arma. Apertei um pouco o tronco de Kyle ante à hipótese de morrer antes mesmo de conhecê-lo bem.

                -Calma – Kyle sussurrou de maneira que só eu o ouvisse. – A Peg vai nos ajudar... ela também é diferente.

                -Vocês vão poder dar uma bronca nele depois – Jeb continuou rosnando para que todos se calassem. À medida que os ruídos foram cessando, pude perceber as duas ruivas se retirando para o fundo da caverna, como se não tivessem gostado que a ordem e a paz estavam finalmente voltando. – Nós todos vamos poder. Mas vamos resolver isso primeiro, tá? Deixem-me passar.

                Jeb e a tal Peg estavam quase na nossa frente. Ele empurrou Ian e Jared e Peg encostou suas mãos no braço de cada um deles, como se tentasse acalmá-los. Eles finalmente chegaram à nossa frente e Jeb encarou Kyle de uma maneira ameaçadora.

                -Certo Kyle – ele disse batendo na arma de forma ameaçadora.  – Nem tente se desculpar, pois não há desculpa. Estou dividido entre botar você para fora imediatamente ou lhe dar um tiro já.

                Esquivei meu rosto do cotovelo de Kyle para poder encarar o rosto de Jeb e ver se sua expressão era verdadeira. Eu estava boquiaberta, meus olhos negros arregalados pelo terror. Como podiam pensar em matá-lo só porque foi me procurar? Aliás, como podiam pensar em matar qualquer um por qualquer motivo? A morte nunca é solução de nada... foi por isso que disseram que tínhamos que “domesticar” esse planeta.

                -Mas agora tratem todos de se acalmar – me sobressaltei ao ouvir Jeb retomar a palavra. Ele se virou de costas para nós e de frente para a multidão, ainda segurando sua arma. Mas agora era diferente... ele estava me protegendo. Isso é loucura, ele é um humano, nunca me viu antes e... o que está acontecendo aqui? – Kyle trouxe uma hóspede e vocês estão apavorando a infeliz, gente! Acho que podem arranjar modos melhores do que esses. Agora, todos vocês dêem o fora e vão trabalhar em algo útil. Os meus melões-cantalupo estão morrendo. Alguém tem de fazer alguma coisa, estão entendendo?

                Jeb não deu nem mais uma única palavra enquanto a multidão de humanos raivosos estava por ali. Esperou que todos saíssem e então olhou os que restaram: Jared, Ian, Peg e o garoto que me defendeu.

                Todos se agarraram à Peg de alguma forma, como se quisessem se manter ali. Jeb revirou os olhos e ficou novamente de frente para eu e Kyle.

                -Obrigada, Jeb – Kyle murmurou.

                -Cale a droga dessa boca, Kyle. Trate de ficar com essa sua boca gorda fechada. Eu estou falando sério sobre matar você, seu verme inútil.

                Dei um gemido de pânico e murmurei esganiçada:

                -Não, por favor.

                Tive certeza de que ninguém havia entendido minha lamúria.

                -Tudo bem, Jeb. Mas dá para deixar as ameaças de morte para quando estivermos sozinhos? Ela já está bastante desesperada. Você se lembra de como esse tipo de coisa arrasou a Peg. – Kyle sorriu para ela. Ela fez uma careta de confusão que teria sido muito engraçada se o momento fosse outro. – Está vendo Sunny? – ele me perguntou. – Esta é a Peg, de quem lhe falei. Ela vai nos ajudar; não vai deixar ninguém machucar você, como eu também não vou.

                Meu coração se apertou de felicidade. Talvez ele gostasse de mim, nem que fosse só um pouquinho. Olhei para Peg com os olhos ainda arregalados; pois mesmo que a tensão maior já tenha passado, eu ainda estava em estado de choque para voltar à minha expressão normal.

                Dei um mínimo passo à frente e Kyle agarrou minha cintura. Deixei-me levar por ele e me agarrei em seu tronco de lado, como se ele fosse meu porto-seguro (o que ele de fato era).

                Peg olhou para mim compadecida e disse:

                -Kyle está certo. Não vou deixar ninguém machucar você. Seu nome é Sunny? – ela perguntou delicadamente, uma delicadeza que só as almas poderiam ter. Então como ela conseguiu?

                Ergui meus olhos para Kyle, como que para saber se eu devia dizer para Peg a verdade.

                -Está tudo bem – ele me tranqüilizou. – Você não precisa ter medo da Peg. Ela é igualzinha a você. – então era daí que vinha a delicadeza que só os seres da minha espécie poderiam ter! Peg era uma alma! Kyle virou-se para ela e respondeu a pergunta que era para mim: - O nome verdadeiro dela era mais comprido... alguma coisa a ver com gelo.

                -Luz do Sol Através do Gelo – sussurrei respondendo à pergunta.

                -Mas ela não se importa em ser chamada só de Sunny. Disse que estava tudo bem – Kyle disse como se quisesse se defender ou garantir que estava falando a verdade.

                Assenti enquanto encarava o rosto de Peg e o do Kyle. Como eles conseguiam viver em meio a todos os humanos raivosos? Olhei para os homens que estavam ali junto conosco e percebi que não queriam fazer nada contra mim. Devo admitir que me acalmei um pouco com isso.

                -Eu também já fui urso, Sunny – ela falou calmamente com um sorriso amarelado nos lábios. – Eles me chamavam de Vida nas Estrelas então. De Peregrina, aqui.

                Então é daí que veio o Peg... de Peregrina! Mas então a frase dela voltou à minha mente e eu me lembrei de onde eu já tinha ouvido falar de Vida nas Estrelas. Arregalei ainda mais meus olhos e sussurrei admirada:

                -Vida nas Estrelas... Cavaleira da Besta.

                Pude ver que ela se sentiu um tanto desconfortável com meu comentário e me repreendi mentalmente pela grosseria.

                -Você viveu na segunda cidade de cristal, suponho – ela disse ainda desconfortável.

                -Vivi sim, ouvi a história tantas vezes...

                Oh, céus; eu fiz de novo!

                -Você gostou de ser urso, Sunny? – ela perguntou rapidamente, mudando completamente de assusnto. – Era feliz quando estava lá?

                Encarei-a com tristeza. Sim, eu gostava dos ursos, mas eu amava Kyle, amava as cores, as emoções... tudo de encantador que esse planeta tinha a me oferecer! Olhei para o rosto de Kyle novamente e senti as lágrimas escorrendo pelo meu rosto por todos os lados possíveis.

                -Sinto muito – ela disse se sentindo ainda pior do que eu me senti quando toquei no assunto da Cavaleira da Besta. Peg olhou para o Kyle como se lhe perguntasse algo.

                Senti um tapinha de leve em meu braço e logo depois a voz grave de Kyle dizendo num tom suave:

                -Não tenha medo. Ninguém vai machucar você. Prometo.

                Sim, não iam me machucar... mas não me manteriam aqui. Por quê? Olhei para Kyle com as lágrimas ainda transbordando e sussurrei para que só ele ouvisse:

                -Mas eu gosto daqui. Quero ficar.

                -Eu sei, Sunny. Eu sei. – ele pôs sua mão em minha nuca e recostou minha cabeça em seu peito delicadamente. As lágrimas escorriam de todas as maneiras possíveis em meio aos soluços.

                Ouvi um pigarro e me encolhi temendo os humanos raivosos de volta. Estremeci.

                -Desculpe-me, Sunny – Jeb disse amável. – Eu não quis assustá-la. Mas é que talvez a gente devesse sair daqui – ele encarou dois únicos humanos que se demoravam ali, fingindo que nem ligavam para a nossa conversa. – A gente devia dar um pulinho até o Doc. – Ele suspirou.

                Jeb passou andar lentamente à nossa frente, como se estivesse nos esperando.

                -Certo – disse Kyle puxando-me de encontro a ele com mais força e me guiando por um dos túneis da caverna.

                Pude ouvir os passos dos outros vindo atrás de nós dois. Jeb parou, fazendo todos ficarem estáticos também. Ele deu um passo para trás e cutucou o garoto cujo nome eu não sabia, dizendo-lhe:

                -Você não tem escola, garoto?

                O garoto o olhou suplicante quando praticamente lhe implorou:

                -Pô, tio Jeb, por favor. Por favor. Não quero perder...

                -Chispa daqui, menino – Jeb interrompeu-o apontando para o canto oposto ao que andávamos.

                Ele olhou para Peg suplicante. Mas ela apenas negou com a cabeça, lhe fazendo um pedido logo depois:

                -Você pode aproveitar para chamar a Trudy? O Doc precisa dela.

                Jamie pareceu arrasado com o que Peg fez. Ele largou a mão dela e ficou um tanto cabisbaixo quando reclamou:

                -Eu fico por fora de tudo.

                Ele virou-se no sentido contrário e foi andando por outro túnel.

                -Obrigada, Jeb – pude ouvir Peg sussurrar.

                -Tudo bem – ele respondeu.

                Meu corpo estremecia à medida que eu notava o quão escuro tudo estava ficando.

                -Está tudo bem – Kyle murmurou em meus cabelos. – Nada vai machucar você, e eu estou aqui.

                Eu acreditei nele. Pude ouvir outras vozes tagarelando mas me focava nas palavras que Kyle havia me dito agora. Logo pude ouvir Peg dizer:

                -Está desorientada, entretanto, e muito assustada. Não consegue se lembrar do nome. O Doc está tratando dela. Ela vai ficar ainda mais assustada quando vir todos vocês. Tentem ficar em silêncio e andar devagar, tudo bem?

                -Certo – todos sussurraram.

                Vasculhei tudo o que havia ouvido (mesmo que não tivesse prestado atenção) e percebi que estavam falando de uma Curandeira.

                -E Jeb – Peg continuou. – Você acha que pode largar a arma por um instante? Ela ainda está com um pouco de medo de humanos.

                -Hum...tá bom – respondeu Jeb.

                -Com medo de humanos? – Kyle murmurou confuso.

                -Nós somos os bandidos – Ian falou com uma pontada de brincadeira na voz.

                Andamos por mais um instante e decidi finalmente tirar minhas dúvidas com Kyle. Talvez se eu falasse mais calmamente ele me deixasse ficar...

                -Kyle? – perguntei tímida.

                -Sim? – ele perguntou atencioso.

                Lambi meus lábios à procura das palavras certas, já sentindo meus olhos se enchendo de lágrimas de novo.

                -Eu não quero voltar para os Ursos – eu disse por fim.

                -Você não é obrigada – ele disse delicadamente. – Pode ir para algum outro lugar.

                -Mas não posso ficar aqui? – perguntei com certa hesitação; temendo a resposta que viria a seguir:

                -Não. Sinto muito, Sunny.

                Minha respiração falhou e eu senti as lágrimas descendo pelo meu rosto.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Cadê os reviews e as recomendações então, hein? uahsuahs', sintam-se à vontade para comentar, sério. E não esqueçam de mandarem capas, nunca mais recebi nenhuma! Gente, pode ser uma montagem das imagens lado a lado, mas é importante que vocês mandem. A Sunny é a Ellen Page e o Kyle é o Tom Welling.

beeijos:*
bellafurtado



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