Sunshine escrita por bellafurtado


Capítulo 11
Livro I: Capítulo 9 - Voltando...


Notas iniciais do capítulo

Ótima notícia para as leitoras de Sunshine: eu voltei! E agora, com mais força do que nunca! Já tenho o Livro I TODO pronto, gente! Então, só façam a parte de vocês mandando reviews e eu vou postando, que tal? E, por favor, recomendem! Poxa, mó galera dizendo que a fic tá ótima e talz e só recebi a recomendação da minha amiga diva, a Gaby O’Shea... aliás, valeu, Gaby! Enfim, estamos de volta /eu e sunshine e eu espero que vocês amem o Livro II. E sim, vocês podem colocar o link da fic aonde quiserem! Qualquer tipo de recomendação é bem-vindo!!! Obrigada por tudo!

Aliás, a capa de hoje foi feita pela Gaby O'Shea, valeu amiga!



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Livro I: Capítulo 9 – Voltando...

 

                Eu já estava em meu novo corpo. Estava aguardando as memórias que surgiriam sobre meu novo hospedeiro – provavelmente um golfinho -, mas elas não apareciam. Tudo de que eu conseguia me lembrar era Kyle. Bem, eu também lembrava de toda a minha vida humana, mas Kyle tinha um destaque especial.

                Eu sempre imaginei que, quando mudasse de hospedeiro, aquela seria minha vida mais memorável. Mas não tanto assim, a ponto de não surgirem as lembranças de um novo corpo. Eu tentava encontrar novas memórias, pois aquelas estavam me deixando muito triste.

                Achava que os golfinhos não tivessem emoções tão fortes quanto às dos humanos. Eu realmente achava. Mas parecia que a tristeza me perseguiria aonde quer que eu fosse. Senti meu coração se descompassar ao lembrar que Kyle agora estaria morto. Não, não...

                E então surgiram novas lembranças. Elas não tinham imagens, só sons. Eram lembranças de um corpo em coma, um corpo sem vida. Um corpo que tudo ouvia, mas nada entendia. E meu coração quase saiu pela boca ao perceber que aquelas lembranças eram de Jodi. Eram Peg, Ian e Kyle tentando trazê-la de volta à vida, o que me deu a certeza de que aconteceu depois de minha saída da terra.

                Mas então como eu via essas lembranças? Oh, céus... será que eu... será que eu...? Não, não pode ser. Kyle queria Jodi, nada mais. Não me traria de volta. E eu lhes desejava muita felicidade. Mas... como? Como essas lembranças ainda estavam comigo? Como?

                Lentamente, abri os olhos. Não havia muita claridade ali, mas havia quantidade suficiente para me deixar com os olhos entreabertos. Quando eles finalmente se acostumaram, novamente vi aquele misto de cores nas rochas... mas nada de água, como deveria haver no planeta dos golfinhos. Meu corpo doía muito, como se estivesse parado há muito, muito tempo. Eu não sentia meu corpo diferente, não o sentia como o de um peixe. E, quando olhei para baixo, vi o porquê: era um corpo humano.

                Mas não um corpo humano comum: era o corpo de Jodi. E, se esse é o corpo dela...

                —Bem vinda de volta, Sunny – ouvi uma voz familiar ao meu lado. Meu coração deu um salto, meu estômago se revirou e meus olhos ficaram marejados quando reconheci a voz. Olhei para o lado e me deparei com Kyle me olhando.

                —Você... você me trouxe de volta? – perguntei emocionada.

                —Jodi não reagiu. É como se estivesse num coma eterno. Mas ainda tenho esperanças. E por que não te deixar conosco mais um tempo até nós a encontrarmos?

                Eu sorri.

                —Oh, Kyle, muito obrigada!!! Eu prometo, prometo mesmo que vou tentar encontrá-la o máximo possível! Estou tão feliz... – olhei em volta. Ali estávamos só eu, Kyle, Jeb e Doc. Eles pareciam meio tensos. – Onde... onde está Peg? E Ian, e Jared e Mel e Jamie?

                —Peg... Peg foi tirada de ar, Sunny – Jeb disse hesitante, como se estivesse tentando conter as lágrimas. Eu gostava de Jeb. Me senti emocionada ao ver como ele gostava e se importava com Peg. Os sentimentos humanos ainda eram muito fortes em mim, tomavam o controle do meu corpo, então as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. – Ian está arrasado. Mas conseguimos pegar o corpo dela antes que Doc a enterrasse.

                —Por... por quê? Por que, Doc? O que ela fez para você? – eu estava histérica. Como ele podia ser tão mau.

                —Sunny, eu não queria enterrá-la – Doc explicou pesaroso. - Mas eu prometi.

                —Então por que não cumpriu a promessa?

                —Digamos que fui muito bem persuadido... – ao ver meu olhar de dúvida, ele continuou: - Jared apontou uma faca no meu pescoço.

                Meu coração saltou pela boca. Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, Kyle bufou e caçoou:

                —Ahã, e Jared mataria nosso único médico. Por favor, Doc, você sabia que ele não iria fazer nada. Você cedeu porque não queria que Peg morresse. Admito que nem eu queria. Eu... digamos que eu passei a gostar dela.

                —Pensei que Jared era namorado da hospedeira da Peg – murmurei. – Por que ele a colocaria de volta?

                —Oh, eles não vão. Mel viveu, está bem.

                —Mas do que vai adiantar o corpo de alma da Peg se não houver um hospedeiro? Ela não vai sobreviver para sempre, nem num criotanque.

                —Mas ela não vai ficar num criotanque.

                Olhei em volta. Não haviam criotanques ocupados ali. Só os vazios. Onde estava Peg?

                —Aonde está o tanque dela?

                —Ian não deixa mais ninguém o segurar – Jeb explicou. – Melanie queria, Jamie, Doc, eu, Jared... mas ele não deixou. Francamente, só faltava rugir quando alguém chega perto.

                —Onde estão Melanie, Jared e Jamie? – tornei a perguntar.

                —Procurando um corpo para Peg – Doc respondeu. – De preferência um que foi sempre habitado por um parasi... uma alma. Você sabe, para ela não se sentir mau.

                Assenti.

                —Mas porque Ian não foi?

                —Ian é apaixonado por Peg, não pelo corpo que ela irá ocupar. Eles querem escolher um corpo para ela. Ian diz que isso não faz diferença, o que realmente o interessa está com ele: a alma dela.

                —Ian é meio gay – afirmou Kyle. Com toda a coragem que pude reunir, lancei um olhar de reprovação para Kyle. Ele corou.

                Ficamos em silêncio por um curto perigo de tempo. Jeb parecia inquieto. Eu também estava, mesmo que não aparentasse. Eu havia realmente gostado de Peg. Queria vê-la logo. Ela era a que mais me daria força e me ajudaria ali.

                —Ahn... Sunny? – Jeb chamou. Olhei para ele. – Você deve estar com fome. Vamos ao refeitório?

                Só aí eu notei o quanto estava faminta. Me levantei da cama sem dizer nada e nós saímos dali, em direção ao refeitório. No caminho, vimos Ian. O rosto dele estava sem cor, seus olhos azuis estavam sem vida. Ele estava agarrado a uma caixa de metal – o criotanque de Peg. Olhei para ele compadecida e dei um meio sorriso, tentando convencê-lo de que tudo iria ficar bem. Acho que não funcionou, mas eu sabia que não adiantaria tentar convencê-lo do contrário.

                Continuamos andando. Quando chegamos ao refeitório, pegamos nossa comida e nos sentamos em uma das mesas. Nela estava uma garota baixinha.

                —Olá, Lily – Kyle e Jeb cumprimentaram.

                Ela levantou o rosto para nos olhar e eu arquejei. Seu rosto estava magro, pálido e abatido. Debaixo dos olhos haviam bolsas e olheiras profundas.

                —Oi – ela disse tentando ser simpática. Ela me encarou curiosa. – Quem é você?

                —Essa é Sunny – Jeb respondeu. – Ela está no antigo corpo de Jodi. Você sabe, a namorada do Kyle – nem eu e nem Kyle nos sentimos à vontade com isso.

                —Ah – Lily respondeu. Ela deu uma garfada no macarrão e deixou o prato cheio sobre a mesa. – Kyle, você pode terminar isso para mim? Não seria legal desperdiçar.

                Kyle assentiu.

                —Claro, Lily. Melhoras.

                Ela assentiu e saiu andando. Olhei de Jeb para Kyle, e vice-versa, sem entender nada.

                —O que houve com ela? – perguntei.

                —O namorado morreu – Jeb falou. – Foi assassinado pela buscadora da Peg.

                Eu resfoleguei e reprimi um grito. Meu garfo caiu. Uma alma tentou matar uma pessoa. Mas, o pior de tudo: ela conseguiu. Fiquei em silêncio e voltei a comer, sem saber o que mais poderia fazer.

 


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