25 de dezembro, 02:25h

─ Feliz Natal, amor da minha vida! ─ Edward falou, enquanto me guiava pelas escadas até o seu “quarto de descanso”. Ele mantinha um braço ao redor de minha cintura e com a mão livre, tapava meus olhos, de modo que eu não fazia ideia do que planejava.

─ Edward, se me deixar cair nós não teremos mais nenhum Natal juntos! ─ exclamei, segurando firme em seu suéter.

─ Quanta falta de confiança da minha namorada ─ brincou ele ─ Mais dois degraus ─ alertou-me, puxando-me levemente pela cintura ─ Pronto, agora sim, feliz Natal!

Ele tirou a mão de meus olhos e meu coração se acelerou quando vi o quarto totalmente escuro; as únicas luzes acesas vinham de lanternas, distribuídas pelos móveis, que iluminavam as paredes.

E nessas mesmas paredes, uma corda – que mais tarde percebi ser um varal – cheia de desenhos meus, como numa linha do tempo.

Os primeiros desenhos sempre me mostravam de costas ou com o cabelo mais jogado sobre o rosto e eu sabia que era uma forma de evitar mostrar os hematomas; estava emocionada com a beleza e a sensibilidade que meu namorado conseguia transmitir através daquelas obras de arte.

E então mais desenhos, eu com Alice, eu com Paul e Tyler, eu com os Cullen, eu comendo um grande prato de macarronada... E, claro, o meu preferido: eu e Edward deitados sobre seu tapete felpudo, iluminados pela luz das Estrelas – claramente vinda da claraboia – e olhando um para o outro.

Era incrível conseguir enxergar toda a emoção e paixão que aquelas duas figuras sentiam uma pela outra. Aquele era o último desenho e percebi algo escrito no rodapé dele. Aproximei-me mais para conseguir ler e não consegui conter as lágrimas: Naquela noite, eu não te beijei e preferi esconder os meus próprios medos... Tinha medo, principalmente, de te magoar, mas agora que sei o que sinto de verdade, tenho que te perguntar: Você aceita passar todos os Natais da sua vida comigo? Quer namorar comigo?

Virei-me, um pouco confusa – porque achei que nós já estávamos namorando – e então chorei ainda mais quando vi Edward ajoelhado diante de mim com uma caixinha de veludo em mãos.

Ele a abriu e vi um par de alianças de prata. Uma delas tinha pequenas pedrinhas azuis enquanto a outra era completamente lisa.

─ Acho que é um pouco cedo pra te pedir em casamento, mas eu jamais perderia a oportunidade de colocar um anel no seu dedo... ─ brincou, visivelmente emocionado ─ Então, hum... Você quer namorar comigo?

Ajoelhei-me também e toquei seu rosto carinhosamente, seus olhos brilhavam tanto quanto as pedras esmeraldas. Encostei nossas testas, sentindo-me cheia de amor, era isso o que eu sempre sentia quando estava perto de Edward. Ele era muito mais do que eu tinha imaginado.

─ Você ainda pergunta? ─ sussurrei depois de fungar algumas vezes.

Ele deu uma risadinha e segurou minha mão direita.

─ Sim ou não? ─ perguntou com um sorrisinho convencido no rosto.

─ Deixa eu pensar... ─ Fiz um pequeno suspense (totalmente desnecessário, porque nada poderia surpreendê-lo naquela situação) ─ Claro. Que. Quero ─ respondi entre selinhos.

Edward sorriu largo, tirou o anel com pedrinhas da caixinha e colocou-o em meu dedo anelar direito. Em seguida, repetiu o gesto em si mesmo com o outro anel.

─ Todos vão pensar que estamos noivos ─ murmurei, abraçando-o pelo pescoço ─ Nunca vi anel de namoro desse jeito.

─ Deixe que pensem, até porque, seu anel de noivado vai ser muito mais bonito ─ disse, como se fosse óbvio, e estreitei meus olhos para ele ─ O que? Vou te dar tudo o que você merece, nem um milímetro a menos ─ afirmou, olhando tão profundamente em meus olhos que eu jamais poderia duvidar de suas palavras; sabia que não eram promessas vazias.

─ Tem razão, deixe que pensem, até porque, eu vou comprar nosso anel de noivado ─ falei, erguendo o queixo para ele, um pouco orgulhosa. Se ele pensava que o deixaria pagar por tudo em nossa vida a dois, estava muito, mas muito enganado.

Edward me encarou com os olhos arregalados e negou com a cabeça.

─ Nada disso, desde quando é a mulher quem compra o anel de noivado?

─ Desde que nós não estamos mais na Idade Média ─ justifiquei e sorri quando ele bufou, meio contrariado, mas acatou meu pedido ─ Você pode ficar de fazer mais desenhos nossos, eu amei todos eles ─ murmurei, ganhando mais um sorriso largo ─ Ah, você fica muito mais lindo sorrindo desse jeitinho ─ brinquei.

Edward bufou novamente, mas logo sorria, hipnotizando-me como sempre fazia.

─ Obrigada por esse Natal, obrigada por ser você!

─ Eu quem agradeço, Bella, minha vida ficou muito melhor depois que você entrou nela. Você é tudo o que eu sempre quis!

Sorri, por entre mais lágrimas que insistiam em escorrer de meus olhos, e selei nossos lábios, fazendo uma pequena prece ao Menino Jesus e agradecendo-o por ter colocado um homem tão bom em meu caminho!