Um Amor de Natal escrita por Mari Pattinson


Capítulo 6
Um Amor de Natal


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!

Voltei com o que deve ser o último capítulo dessa short!

Quero agradecer à: MelBlack, miss volturi, novacullen, Cristina Weber e Camila Amorim Ramos pelos comentários mais recentes!

Espero que gostem desse capítulo!

Nos vemos nas notas finais ♥



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11 de dezembro, 00:01h

─ O que te fez mudar de ideia? ─ Edward me perguntou enquanto acariciava meu couro cabeludo. Eu estava deitada em seu peito, sob várias cobertas, no sofá-cama de seu “quarto de descanso” depois de um dia agitado e emotivo.

Nós havíamos recebido bastantes felicitações depois de nosso momento na cozinha e não tivemos muito tempo para curtirmos um ao outro sem que milhares de perguntas despontassem de nossas famílias.

Ergui meu rosto para encarar seus orbes verdes perfeitos sob a meia luz do quarto e dei-lhe um pequeno sorriso:

─ O que não, quem ─ corrigi-o e ele mordeu o lábio inferior em confusão ─ Sua mãe! ─ revelei, o que o fez abrir um sorriso gigante para mim ─ Ela me contou a história dela... Disse para eu confiar em você e eu percebi que se você me quer mesmo, então... Então eu acho que posso ser suficiente.

Ele balançou a cabeça negativamente e suspirou, deitando-me no sofá e se posicionando de lado, usando o braço direito para sustentar o tronco.

─ Você é o suficiente. E é claro que te quero. Eu precisei do meu próprio tempo para entender que o carinho que eu tenho por você é diferente do sentimento que tive pelas outras garotas que passaram por essa casa ou pela ONG ─ confessou, fazendo carinhos em meu rosto, longe dos hematomas.

“Eu precisei desse tempo, porque jamais me perdoaria se te fizesse sentir menos do que realmente é e, que ironia! Te fiz se sentir exatamente assim” murmurou, cabisbaixo.

─ Não, não foi nada que você tenha feito ou dito ─ falei, tocando seu rosto carinhosamente e ele novamente olhou para mim, parecendo chateado consigo mesmo ─ Por favor, não pense dessa forma. Foi algo que surgiu dentro de mim naturalmente.

─ Não é natural pensar tão pouco sobre si mesma, Bella.

─ Sempre tive pouco em minha vida, Edward, e menos ainda nos últimos meses. Quando é que poderia sequer imaginar que eu teria o meu próprio Cozinheiro de macarronadas perfeitas?

─ Não sou seu príncipe sobre o cavalo branco?

─ Estamos na Idade Média e eu não fiquei sabendo? ─ brinquei, fazendo-nos rir. Ele abaixou um pouco a cabeça na direção da minha e meu coração já começou a acelerar ─ Você, hum... Quer me beijar de novo? ─ Foi o que deduzi pelo seu gesto e corei quando Edward concordou com a cabeça.

Levei minhas mãos ao seu pescoço e ele se inclinou um pouco mais, roçando o nariz no meu, provocando mais risadas em nós dois.

─ Não precisa ficar com vergonha, Bella ─ sussurrou ─ Se eu fosse uma garota linda e inteligente como você, eu não me preocuparia muito com isso; ou você acha que eu nasci sabendo beijar?

─ Não sabia que você era tão convencido! ─ Mostrei-lhe a língua e Edward simplesmente a lambeu ─ Argh, que nojo! ─ resmunguei, fazendo uma careta, e ele caiu na gargalhada.

─ O que você espera que aconteça durante um beijo, hein? ─ Ele moveu a língua de um lado para o outro e fiz mais uma careta ─ Prometo que é mais gostoso na prática ─ sussurrou bem pertinho de meu ouvido, a voz rouca enviando arrepios por minha coluna e estremeci ─ Isso mesmo. ─ Ele distribuiu beijos por meu pescoço enquanto sua mão esquerda fazia contato com minha cintura.

─ Você sabe que eu ainda não pronta pra isso, não sabe? ─ Segurei sua mão, meu coração acelerado e ele ergueu a cabeça para me encarar; estava aliviada de, mais uma vez, enxergar compreensão e carinho em seus olhos.

Porque pensar em qualquer tipo de intimidade me deixava muito nervosa; eu precisava urgentemente conversar com Alice sobre aquele assunto antes de avançar com Edward de um jeito mais físico.

Ele deu uma risadinha antes de esconder o rosto em meu pescoço novamente e respirar fundo, beijando mais uma vez a minha pele.

─ Bella, a gente não tem nem 5 horas de namoro, você acha mesmo que eu estou preocupado com sexo? ─ perguntou, olhando-me com ternura.

Eu sorri largo com sua constatação e mais ainda quando suas bochechas se tornaram adoravelmente vermelhas.

─ Então nós estamos namorando? ─ Abracei-o pelo pescoço.

─ Se você quiser, eu me caso com você amanhã mesmo ─ afirmou antes de me dar mais um beijinho de esquimó.

Sabia que ele estava brincando, mas não pude deixar de me emocionar com sua frase. Meu coração estava calmo, sereno, como se soubesse que algum dia, aquela ideia se tornaria real – e eu secretamente desejei que não demorasse tanto.


24 de dezembro, 13:00h, ONG Carlesme

─ Está ótimo, só não pare de mexer! ─ Edward piscou para mim e quis enterrar minha cara debaixo da terra quando Alice, ao meu lado, desatou a rir.

Estava terminando de fazer a cobertura do bolo de chocolate – que seria servido como uma das sobremesas – e Edward seguia me pentelhando para passar a noite na casa Cullen. Eu havia me mudado para a ONG no dia seguinte ao que começamos a namorar; queria fazer a coisa certa e não me sentir como se tivesse me aproveitando da bondade e gentileza dos Cullen – mesmo que, na prática, ainda fosse “sustentada” por eles através da ONG.

Estar em contato com outras pessoas como eu amenizava a sensação de que recebia mais do que podia dar. Tinha assistido a algumas aulas profissionalizantes para tentar achar algo que gostasse/me identificasse – e qual não foi a minha surpresa ao perceber que havia me identificado com as do “Professor (Edward) Cullen”.

Então, no próximo ano, eu estaria tendo aulas técnicas de informática dadas pelo meu próprio namorado.

─ Se eu queimar essa cobertura, vou fazer você engoli-la, está me ouvindo? Aqui nós não desperdiçamos ingredientes ─ falei, estreitando meus olhos pra ele, que apenas gargalhou de minha falsa “braveza”.

─ Oi, Bella, o “tio” tá te incomodando muito hoje? ─ Seth perguntou, abraçando-me pela perna direita. Ele era um serzinho de 6 anos, completamente adorável, e estava sempre me defendendo do professor “mais irritante” da ONG.

Edward bufou e foi a minha vez de gargalhar.

─ Ele até que está bonzinho hoje, acho que ele tá tentando ser um bom menino pra ganhar o presente dele ─ brinquei, piscando para Edward que arregalou os olhos para mim ─ E eu já te falei pra ficar longe do fogão, você não quer se queimar, né? ─ Afastei-o ligeiramente de mim, que fez um biquinho e tive que me concentrar para não puxá-lo para mais um abraço.

─ Que presente você vai dar pro tio Edward? ─ ele me perguntou, fitando-me com os olhos castanhos mais brilhantes e curiosos que eu já tinha visto em alguém.

Alice começou a rir e a cutuquei com meu cotovelo, alertando-a com o olhar para que não dissesse nada.

─ Essa eu quero ouvir ─ Edward falou, sorrindo-me malicioso e ignorei o rubor em minhas próprias bochechas.

─ É surpresa, Seth ─ respondi-o, vendo mais um biquinho se formar nos lábios dele, e ouvindo mais risadas de Alice e Edward.

Quis bater nos dois e mandá-los calarem a boca, mas não seria um exemplo muito bom para Seth – ou para as outras crianças que entravam e saiam da cozinha, mesmo que tentássemos mantê-las longe para evitar acidentes.


23:00h

─ E então, Edward... ─ Jasper se aproximou de onde eu e meu namorado estávamos. Nós dois servíamos o enorme bolo de chocolate para o pessoal da ONG ─ Bella, nós temos uma tarefa especial para vocês dois ─ disse ele, gesticulando para que o seguíssemos. O brilho levemente malicioso em seu olhar me dizia que estava tramando alguma coisa.

─ Bem, Jasper, caso não tenha notado, nós estamos ocupados ─ Edward resmungou.

─ Papai e Alice vão assumir essa parte, venham logo!

Estava tão curiosa com a “tarefa” especial”, que simplesmente segui Jasper, sabendo que Edward viria logo em seguida.

E eu estava certa.

Jasper nos conduziu até um dos dormitórios da ONG – o que eu ficava junto a outras mulheres – e quase caí para trás quando vi duas vestes vermelhas sobre a beliche em que eu dormia.

─ Você só pode estar brincando com a nossa cara! ─ Edward resmungou, tocando a barba branca (e falsa) com a ponta dos dedos e fazendo uma careta para os enchimentos.

Sobre a minha cama, duas fantasias: de Papai e Mamãe Noel.

─ O que? Ano passado eu passei essa vergonha, esse ano é a sua vez ─ disse Jasper ─ E já que arranjou uma companheira... ─ Piscou para mim.

Fiz uma careta, embora, por dentro, estivesse feliz com a ideia de alegrar as crianças.

─ Vamos lá, amor, é só por alguns minutos! É pelas crianças! ─ Cutuquei Edward e sua carranca suavizou quando olhou para mim.

─ Espero que meu presente valha a pena ─ murmurou e, claro, corei com sua insinuação.

─ Então, que bom que os dois concordaram, não é? ─ Jazz deu tapinhas em nossos ombros e acenou antes de sair do dormitório.

─ Não acredito que me convenceu! ─ Edward exclamou, puxando-me pela cintura e me sorrindo torto. Suspirei com tamanha beleza e seu sorriso aumentou de tamanho.

─ Eu nem disse nada! ─ Tentei não ficar muito pilhada quanto às suas expectativas para o tal presente. Sabia que ainda não estava pronta para o que ele queria e não o enganaria ─ Você sabe... Que sexo não é o seu presente, não sabe?

Ele riu baixinho e assentiu com a cabeça. Soltei um suspiro de alívio ao notar sua descontração e ele riu novamente, abraçando-me. Ele deitou a cabeça em meu ombro esquerdo e começou a distribuir beijos pelo meu pescoço. Arrepiei-me da cabeça aos pés e tive que me apoiar em seus braços quando minhas pernas se tornaram gelatina.

─ Mas aposto que vai ser tão bom quanto ─ sussurrou contra a minha pele ─ Não quero transar com você, Bella, eu quero te amar.

Edward ergueu seu rosto e sorri, envolvendo seu pescoço com meus braços, sentindo meu coração se acelerando, ansioso para que, no futuro, suas palavras se concretizassem.

─ Já estão prontos? ─ Jasper perguntou, batendo suavemente na porta.

─ Mais alguns minutos! ─ Edward respondeu.

Dei-lhe um selinho e afastei-me dele.

─ Você fique de costas e não ouse espiar ─ alertei-o, andando até o outro lado do beliche e sentando-me sobre o colchão. Edward gargalhou, mas acatou o meu pedido, também sentando-se.

Ainda vi, de relance, quando começou a erguer seu suéter, mas ele tinha o seu próprio requerimento:

─ Você está me espiando, não é? ─ provocou, como se tivesse um olho atrás da cabeça. Guinchei, voltando minha atenção para minhas próprias vestes e ele gargalhou novamente ─ Não estou reclamando, pode espiar o quanto quiser! ─ completou e eu ri, olhando por sobre o ombro e suspirando ao ver suas costas levemente musculosas completamente nuas.

Elas tinham várias pintinhas, o que lhes conferia um visual adorável e sedutor ao mesmo tempo. Não consegui me controlar e subi no colchão para ficar mais perto dele, assim pude tocar sua pele macia.

Sorri quando seus músculos se tensionaram e Edward estremeceu sob o meu toque.

─ Adorei suas pintinhas ─ murmurei, ainda acariciando sua pele e sentando-me sobre meus joelhos, ao lado dele. Ele me olhou com as bochechas coradas e sorri, beijando-as.

─ Você também tem pintinhas? ─ perguntou-me em tom baixo e assenti ─ Você não vai me mostrá-las agora, vai?

─ Ainda bem que você sabe ─ brinquei, inclinando-me para mais um selinho, mas Edward me puxou e, em segundos, eu estava deitada sobre ele enquanto aprofundávamos o beijo.

Suas mãos apertavam minha cintura e sua língua explorava a minha boca. Percorri minhas mãos por seu peito forte, feliz por senti-lo se arrepiar sob mim. A altura do beliche não nos permitia fazer muita coisa, mas foi o suficiente para um calor intenso se espalhar pelo meu corpo e se não fosse por mais uma batida na porta, Edward teria visto muito mais do que deveria.

─ É melhor a gente se apressar ─ murmurou, ofegante, seus olhos momentaneamente se focaram em meu peito que subia e descia tão apressado quanto o dele. Tentei não corar, mas foi impossível diante de tanta luxúria estampada em seus olhos esmeralda.

Edward me deu um pequeno sorriso e colocou a mão sobre meu peito; engasguei com minha própria saliva, surpresa com tamanha ousadia, mas relaxei quando percebi que ele apenas sentia as batidas do meu coração, não tinha sido um gesto exatamente sexual. Ele deu uma risadinha e inclinou o rosto para um beijinho de esquimó. Sorri, abraçando-o pelo pescoço e colei nossos lábios por mais uma vez.

As crianças podiam esperar mais um pouquinho.


23:57h

─ Presente especial para o Senhor Sveen! ─ exclamei, aproximando-me do senhorzinho gentil.

Ele sorriu para mim e imitei o gesto, entregando-lhe o saquinho de biscoitos de gengibre que eu e Alice havíamos feito para os adultos. Edward estava certo quando dissera que as doações de coisas para as crianças vinham em número muito maior, então nós improvisamos os biscoitos como presentes para as “crianças grandes”.

─ Obrigado, Mamãe Noel ─ murmurou ele, dando-me uma piscadinha depois de aceitar os biscoitos.

─ Não há de que! O Senhor está muito elegante hoje, até tirou o bigode!

Ele riu e suas bochechas pálidas se tingiram num adorável tom de vermelho.

─ Já fazia algum tempo que eu queria tirar ─ falou baixinho, como se me contasse um segredo ─ Agora pareço dez anos mais jovem, foi isso o que me disseram.

─ Com certeza parece! ─ Pisquei para ele, que riu mais uma vez.

O “Senhor Sveen”, segundo os Cullen, havia chegado à ONG há quase 18 anos; estava vagando pela cidade, desmemoriado, quando foi acolhido; de acordo com o que Edward me contara, ele nem mesmo se lembrava do próprio nome, então havia adotado um sobrenome que tinha visto numa loja de vestidos de noiva norueguesa no centro da cidade, pouco antes de ser encontrado.

Ele nunca conseguira recuperar a memória, mas era ótimo com trabalhos artesanais e, depois de se reerguer, havia voltado para a ONG para dar aulas de marcenaria. Lá, ele conhecera Sue, com quem se casou e teve Seth.

Outro casal com uma história completamente fora dos clichês.

─ Onde está Sue e os meninos? ─ ele me perguntou.

─ Sue e Leah estavam na cozinha com Alice, e Seth estava brincando com as outras crianças ─ respondi-lhe.

Leah era a primeira filha de Sue; ela tinha a minha idade e havia passado boa parte da infância na ONG. Pelo que pude testemunhar nos meus poucos dias ali, o fato de ser filha de apenas Sue não a impedira de criar laços fortes com o Senhor Sveen e a relação dos dois era algo bem bonito de ser ver.

─ Vou ver se elas precisam de ajuda. ─ Ele se levantou e já ia se afastando quando olhou em seu relógio de bolso e parou no lugar ─ Já é meia-noite! Feliz Natal, Bella!

Ele me fitou com seus olhinhos castanhos brilhantes e estranhamente familiares – era bastante esquisito que eu sentisse que já o conhecia há muito tempo, quando, obviamente, o vira pela primeira vez alguns dias antes – e se aproximou um pouco.

Nós nos abraçamos brevemente – ainda que a roupa com enchimento atrapalhasse um pouco – e aquela sensação de estar reencontrando-o (e não conhecendo-o) ficou ainda mais forte.

─ Feliz Natal, Senhor Sveen ─ murmurei, pulando de susto quando o barulho de fogos de artifício ressoou do lado de fora da ONG.

Ele deu mais uma risada e logo o pátio da ONG se encheu com crianças, adolescentes e adultos – acolhidos e da equipe –, que se abraçavam e comemoravam aquela data tão especial e bonita.

Notei uma bolota vermelha acenando para mim do outro lado do salão e murmurei um “Volto logo” para o Senhor Sveen, antes de caminhar até ela.

Edward sorriu para mim, conforme me aproximava e não pude deixar de rir ao novamente vê-lo com a barba longa e branca. Ele seria um velhinho muito charmoso, no futuro.

─ Feliz Natal, meu amor ─ disse-me, entrelaçando nossos dedos enluvados.

─ Feliz Natal, amor ─ falei, inclinando-me na direção dele para dar-lhe um selinho.

Nossos lábios estavam quase se encontrando quando um flash de luz se fez presente na altura de nossos rostos. Olhei para o lado e revirei os olhos quando vi Paul com uma câmera fotográfica em mãos, sorrindo-nos maliciosamente.

─ Vai ser uma linda recordação! ─ disse ele.

─ Já não tiraram fotos o suficiente na entrega dos presentes? ─ resmunguei e Edward concordou comigo.

─ Justamente, tiraram fotos da entrega dos presentes e não de vocês como um casal ─ Paul respondeu, fazendo um biquinho seguido de barulhos de beijos.

Revirei os olhos e sugeri a Edward que nos livrássemos daquelas roupas o mais rápido possível; ele concordou imediatamente para a tristeza dos fotógrafos da festa – porque Paul não era o único doido por registrar mais momentos constrangedores – e nós voltamos ao meu dormitório, onde nos trocamos rapidamente.


...

─ Feliz Natal, Edward! ─ Abri a primeira gaveta da mesinha de cabeceira do beliche e entreguei-lhe o pacote com o seu presente. Ele me sorriu antes de sentar-se na cama debaixo e abri-lo.

─ Obrigado, amor, feliz Natal! ─ Ele me deu um selinho e espiou para dentro do pacote, rindo ao tirar o tecido azul de dentro dele.

─ Eu espero que sirva. Usei Jasper de modelo, mas não sei se ele é exatamente do seu tamanho ─ falei.

Com a ajuda de Sue – que dava aulas de corte e costura –, eu havia costurado um avental de cozinha para Edward. Ele era de tom azul marinho e, na altura do peito, bordado em branco estava escrito “Chefe Cullen”.

─ Me ajude a colocar! ─ Ele colocou a parte de cima ao redor do pescoço, se levantou e permaneceu de costas para mim.

Posicionando-me atrás dele, peguei as duas tiras de tecido na lateral do avental e amarrei-as ao redor de sua cintura. Edward se virou, sorrindo para mim, e cruzou os braços embaixo de meu... Bumbum, erguendo-me do chão. Ele então grudou meu corpo suavemente contra a parede ao lado da porta e me beijou ternamente.

─ Ficou perfeito, meu amor, muito obrigado ─ murmurou contra os meus lábios ─ O fato de ter sido você quem o fez o torna muito mais especial!

Sorri, abraçando-o pelo pescoço, feliz em saber que ele tinha gostado. Sabia que não poderia lhe dar algo muito sofisticado, e estivera preocupada nos últimos dias, mas Edward era doce e educado demais; ele jamais me faria sentir inferior por um motivo daqueles.

─ O seu está em casa ─ disse ele, após me colocar de volta no chão e arqueei uma sobrancelha, fazendo-o gargalhar.

─ Isso é só para me fazer ir até lá, não é?

─ Não só ir... ─ Ele me sorriu malicioso ─ Ir e dormir.

Mostrei-lhe a língua e ele rapidamente se inclinou e me beijou de novo, mais intensamente, e não demorou muito para estarmos sobre minha cama; seu avental e suéter há muito esquecidos no chão. Edward desceu seus lábios para o meu pescoço e clavícula, abaixando um pouco o decote de minha blusa com a ponta dos dedos para ter um maior acesso à minha pele.

─ Edward... ─ sussurrei, sentindo o mesmo calor de quando havíamos ido nos vestir; ele estava mais intenso, porém, quase insuportável. Pulsava em lugares que nunca tinham sido despertados antes e uma umidade se concentrava entre minhas pernas.

Mas então bastou que Edward espalmasse a mão em minha coxa para que um alerta se ligasse em meu cérebro. De repente, não eram mais as mãos dele sobre o meu corpo e o pânico tomou conta de mim. Empurrei-o com todas as minhas forças, meu coração tão acelerado que achei que infartaria.

Quando abri os olhos, suspirei aliviada ao ver que era sim Edward quem estava comigo; ele me encarava, constrangido e senti-me culpada por ter sido tão bruta.

─ Me desculpe, Bella. Prometi que não faríamos nada e olha só... ─ Esfregou a mão esquerda no rosto ─ Não queria te deixar desconfortável. ─ Ele se deitou ao meu lado, um pouco ofegante.

─ Não foi culpa sua, amor ─ murmurei ─ Acho que... Meu corpo quer isso, mas só até certo ponto... ─ Como eu poderia explicar aquilo para ele?

Eu havia sentido todos os sinais de que meu corpo estava pronto para o sexo, mas... Não que os toques dele e daquele homem maldito fossem iguais, longe daquilo. Só que eu não sabia se minha mente já tinha entendido.

Edward me encarou, parecendo ler a minha mente e me puxou contra seu peito, carinhoso, compreensível e amoroso ao mesmo tempo. Ele acariciou meu couro cabeludo e me lembrei imediatamente da primeira madrugada do nosso namoro, de todas as confidências e sonhos que tínhamos trocado.

Nós fazíamos parte dos sonhos um do outro, de nossas expectativas para o futuro, mas sabia que ele tinha necessidades; eu precisava supri-las se quisesse continuar fazendo parte de seu futuro. Precisava de coragem, mas Dona Esme mesma tinha dito quão corajosa eu era. Não seria naquele momento que me acovardaria.

Levei minhas mãos ao botão de sua calça jeans e comecei a abri-la, mas Edward me parou, segurando meus punhos. Ele tinha um pequeno sorriso no rosto, enquanto eu estava muito confusa.

─ Você não quer? ─ perguntei, o coração acelerado com a ideia de que ele pudesse não me querer daquele jeito.

─ Claro que quero ─ afirmou; eu estava mais confusa ainda e ele riu antes de puxar minhas mãos para cima e beijar as duas palmas ─ Mas eu prometi que não faríamos nada hoje e não vamos fazer.

─ Mas, Edwa...

─ Sem “mas”, Bella ─ interrompeu-me, a voz levemente autoritária e suspirei frustrada. Precisava lhe provar que eu podia dar o que ele queria ─ Você é tudo o que eu quero e isso vai muito além do seu corpo ─ enfatizou, acariciando minhas mãos ─ Vamos com calma, pra quê correr se a gente pode caminhar?

─ Porque você... Eu sei que você quer e não quero te ver frustrado pelos cantos. Eu sou sua namorada e tenho que...

Edward balançou a cabeça negativamente.

─ Você não tem que nada ─ disse abruptamente, assustando-me um pouco. Ele suavizou um pouco a expressão e suspirou ─ Bella, por que cargas d’água você acha que só o que eu supostamente quero é o que importa em nosso relacionamento?

─ Eu só quero te fazer feliz ─ murmurei, desviando o olhar para seu peito desnudo e incrivelmente bonito ─ E quero continuar fazendo parte do seu futuro.

─ E por que sexo seria a chave para o nosso futuro juntos? ─ perguntou-me. Seu tom era meio incrédulo e suas carícias em minhas mãos me fizeram olhar para seu rosto novamente; Edward parecia bem curioso.

─ Porque você é homem e eu sei que você tem necessidades...

Estamos na Idade Média e eu não fiquei sabendo? ─ ele repetiu a frase que eu mesma havia dito, dias antes e eu ri, a tensão, aos poucos, deixando o meu corpo ─ Nós dois ditamos o que vai acontecer nesse relacionamento. É claro que vão ter momentos, como agora, que vamos discordar, e que um vai ter que ceder, mas pelo amor de Deus, essa desculpa do século passado não!

“Acha mesmo que vou passar por cima de tudo o que você já viveu, da sua hesitação, inclusive, por um momento de prazer?”.

─ Eu não estava hesitando ─ tentei convencê-lo, mas ele ergueu uma sobrancelha, indicando que não tinha acreditado.

Pior, não é? Você mesma querendo passar por cima de um acontecimento daqueles... ─ Eu estava grata por ele não ter entrado em mais detalhes ─ Porque acha que eu não posso lidar com um relacionamento sem sexo!

Arregalei meus olhos.

Sem sexo? Não é...

Por enquanto. E com isso, eu quero dizer, enquanto não se sentir confortável, enquanto você hesitar ou quiser parar, nós não vamos transar, nem fazer amor, ou ter qualquer intimidade física. Entendeu?

─ Uau, você parece até um ditador ─ resmunguei, mas, por dentro, a sua sensibilidade me fazia vontade de chorar. Ele arqueou a sobrancelha para mim e suspirei ─ Entendi.

─ Acho bom. ─ Falou de olhos fechados, totalmente convencido.

─ Mas a gente ainda pode ser beijar, não é? ─ sussurrei em seu ouvido e sorri ao notá-lo estremecendo sob meu corpo.

Rocei meus lábios nos dele, sem esperar por qualquer resposta, e ele envolveu meu corpo num abraço quentinho e apertado e ali, com o meu namorado super respeitador e carinhoso, passei um dos melhores Natais da minha vida.

Ter ido para as ruas e enfrentado o frio, a fome e as situações mais humilhantes tinham levado a minha vida não só a pessoas extraordinariamente boas que me encheram de comida, carinho e esperança, mas também ao rapaz, que com toda a paciência e carinho do mundo, me mostrava que eu valia a pena, que eu era o suficiente.

O meu passado havia me levado até ali, aos braços dele, que não só melhorara o meu final de ano, mas também renovara a esperança de um futuro completamente diferente do que eu teria se não tivesse sido acolhida. Estava cheia, pela primeira vez em muito tempo, não só de comida, mas de gratidão e amor e tinha a sensação de que, com Edward ao meu lado, continuaria com aquelas sensações por mais bastante tempo.

Ele havia transformado o meu Natal num amor ao me colocar em contato com pessoas tão parecidas e tão diferentes de mim ao mesmo tempo; pessoas com quem eu me identificava e que, com certeza, me ajudariam a me reerguer... Assim como o rapaz de olhos verdes mais amável que eu conhecia. Edward era muito mais do que simplesmente um amor de Natal, ele era a melhor coisa que me tinha acontecido em 18 anos. Ele era o homem que fazia meu coração saltar no peito enquanto falhava uma batida; ele quem fazia minha respiração acelerar e meu corpo todo se arrepiar.

Eu sabia que, enquanto o tivesse ao meu lado, estaria pronta para enfrentar qualquer percalço, qualquer dificuldade, que surgisse em meu caminho.


FIM?


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Notas finais do capítulo

Então, foi isso, gente! Eu espero que tenham gostado dessa short e só tenho a agradecer por essa semana divertida e cheia de emoções!

Quero lhes desejar um Feliz Ano Novo, que 2022 seja um ano cheio de saúde e paz na vida de vocês. Que Deus lhes abençoe e que vocês possam realizar seus sonhos e conquistar tudo o que vocês quiserem!

Muito obrigada pela companhia!

Beijos,
Mari.

PS: Eu estava pensando em fazer um bônus só pra deixar vocês sabendo qual foi o presente da Bella - e talvez um vislumbre do futuro dela e do Edward (e quem sabe de um certo alguém que apareceu nesse último capítulo?) - o que vocês acham?
Palpites sobre a identidade do Sr. Sveen?