Um Reino de Monstros Vol. 1 escrita por Caliel Alves
O espaço em volta do quarteto começou a se contorcer como uma bandeira agitada pelo vento. As paredes desapareceram e o teto também.
Os invasores ficaram sobre o piso xadrez, organizado como se fosse uma arena, flutuavam no ar em meio a um escuro vazio. A porta de madeira continuava flutuando no mesmo local.
— Eu nunca faria isso com você... Velho amigo. A casa é sua.
No meio da plataforma, o corpo do avô de Tell se materializou.
— Taala de Lisliboux, é um prazer revê-lo, pena que seja pela última vez.
Sirius se colocou à frente do rei. O pelo estava arrepiado, presas à mostra.
— Ele usou um selo mágico para prender, o meu rei! Deixe-me matá-lo, Vossa Majestade.
— Coloque esse cachorro na coleira, Zarastu.
O lobisomem não aguentou a provocação de Taala e correu rapidamente para decepar a sua cabeça com as suas garras afiadas.
A rapidez de Taala foi maior do que a de Sirius. Mesmo sendo idoso e robusto, ele desviou-se. A cauda do lobisomem pegou a sua perna em pleno ar e o jogou no centro da plataforma.
— Os anos não foram gentis com você, Taala.
— Pior é você, Zarastu, que tem ódio correndo nas veias no lugar de sangue.
Com um estalar de dedos de Zarastu, o gorjala saltou e girando o tacape, desferiu um golpe tão forte que toda a estrutura tremeu. Taala evadiu e se pôs em defensiva.
O lobisomem aproveitou a oportunidade e tentou atacar com as suas garras, visando às costas do velho mago. Taala esquivou com algum esforço.
O bradador pôs as mãos na barriga, inflou o peito, o gorjala e Sirius se afastaram. Abrindo uma enorme boca, o bradador usou a magia divina Sonido.
Uma rajada sônica atingiu a Taala. Os tímpanos dele quase estouraram.
Eu tenho que aguentar, eu preciso ser forte por você, meu neto.
Ele colocou as duas mãos em defesa e tentou armar um escudo mágico, mas os anos consumiram a sua energia mágica, foi derrubado violentamente.
O corpo foi arrastado até a ponta da plataforma. Taala se segurou na pontinha. Zarastu caminhou devagar enquanto o outro tentava manter-se firme.
— O que acontece se você cair nesse espaço vazio?
Zarastu pisou numa das mãos que, devido à dor, logo soltou o piso. Com uma mão só, Taala se esforçava para não cair naquela escuridão profunda.
— Se me matar, aquela porta nunca vai se abrir. O seu único futuro será cair nessa treva junto comigo.
— Eu pagarei para ver.
— Mas antes de te dar um fim, eu tenho só mais uma pergunta, velho amigo.
— Você nunca vai pôr as mãos nele.
— Não tenha tanta certeza.
— Você nunca foi tão poderoso quanto o nosso mestre.
— Falou o aluno pródigo. Diga-me, aonde está o maldito livro?
— Está muito longe daqui agora. Você nunca vai pôr as mãos naquele tomo. E mesmo que eu não possa derrotar você e a Horda, surgirá alguém que possa.
— Belíssimas últimas palavras.
O pé de Zarastu se moveu para esmagar a outra mão do velho, mas a porta se abriu.
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