ORDO DEORUM - O Legado Divino escrita por luniwrites


Capítulo 5
Capítulo V - Luciano


Notas iniciais do capítulo

Oi galerinha, como vocês estão? Espero que estejam bem!
Aí vai um capítulo fresquinho para vocês! Espero que gostem ;)



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— Venham, é por aqui.

Luciano chamou o grupo e ao ver que todos o seguiam passou a caminhar na frente deles, em meio a floresta espessa.

Aquela era uma floresta como toda outra floresta tropical, o que significava que era sombria, úmida e assustadora.

Diversas árvores de espécies diferentes se estendiam em direção ao céu de ambos os lados do grupo. Haviam folhas secas e raízes tortas que ameaçavam derrubá-los a qualquer instante, e vez ou outra algum animal emitia um som, assustando os novatos.

Luciano balançou a cabeça e voltou a caminhar. Era assim toda vez que trazia um grupo novo, eles sempre se amedrontavam nos primeiros cinco minutos de caminhada pela floresta.

Logo as árvores começaram a ficar mais distantes umas das outras, e uma trilha surgiu em frente ao grupo. Luciano ouviu Fernando suspirar atrás de si.

— Já estamos quase chegando, fiquem tranquilos. — Ele falou, virando-se para o grupo atrás de si.

Eles continuaram caminhando, e a cada passo a floresta parecia se abrir ainda mais, com as árvores adquirindo certa distância umas das outras e os raios de sol passando pelas copas e iluminando o caminho.

Quando Luciano avistou uma árvore torta, num formato que lembrava a letra N, ele sorriu. Assim que passaram por ela, o garoto se virou para o grupo e olhou na direção de Tristan.

— As honras são suas.

Tristan abriu um sorriso e correu para a frente do grupo, onde fez uma reverência e apontou para trás de si.

— Bem vindos, meus caros, à Ordo Deorum, o melhor acampamento semideus que existe no mundo.

— Há controvérsias. — Erin ergueu as sobrancelhas, cruzando os braços.

— As vezes eu esqueço que a nossa ruivinha aqui é gringa e passou uns anos no acampamento de Long Island. Mas Erin, minha querida, será que eles têm um Tristan por lá? Acho que não, então você foi refutada, a Ordo é sim o melhor acampamento semideus.

Luciano revirou os olhos, mas não pôde deixar de sorrir consigo mesmo diante do comportamento de Tristan. Afinal de contas, a auto estima do garoto era invejável.

— Continuando. — Tristan voltou a falar, com um sorriso no rosto. — Sejam bem vindos ao nosso singelo, porém incrível lar. Agora, me sigam.

Ele começou a caminhar e Luciano seguiu logo atrás junto com o resto do grupo, e após passarem pela árvore torta conseguiram ter uma visão ampla do acampamento.

Alguns metros adiante da árvore se encontrava um pequeno declive, e dentro desse declive estava o acampamento. Luciano olhou para os rostos dos recém chegados, e observou a surpresa em seus rostos. Ele voltou a olhar para o acampamento, se lembrando da primeira vez que o viu, há quase seis anos atrás.

O lugar era gigantesco. Diante deles estava uma grande planície, com pouquíssimas árvores. À direita do grupo haviam construções grandes, que Luciano sabia serem os galpões de treinamento, que eles usavam em dias chuvosos ou frios demais para treinar ao ar livre. A esquerda, mais distante da entrada, estava uma casa de paredes cinzentas. Nela vivia o diretor do acampamento, assim como todos os adultos responsáveis pelo local. Mais a frente deles, bem no centro do acampamento, estava uma grande fogueira, colocada num local rebaixado, com vários bancos circulares dispostos ao seu redor de forma que lembravam um coliseu. E ao redor da fogueira estavam as cabines dos semideuses, cada uma decorada tendo em mente os semideuses que moravam nelas.

— Uau. — Beatrice falou. — Esse lugar é enorme.

— Uhum, e ainda tem um bocado de coisa que não dá pra ver daqui. — Tristan respondeu.

— E pensar que tudo isso tá dentro de uma árvore. — O garoto loiro disse, com as sobrancelhas franzidas.

— Não é bem isso. — Luciano respondeu, cruzando os braços. — A árvore pela qual nós entramos tem um portal escondido nela, e só descendentes dos deuses podem passar por ali.

— Como o Orpheu passou, então? — Beatrice perguntou e Luciano olhou para ela, confuso.

— Quem?

— Meu urutau. — A menina respondeu e levou a mão direita até o pássaro em seu ombro.

— A magia do portal permite que alguns animais passem de vez em quando. — Erin deu de ombros. — Deve ter sido isso.

— É, pode ser. — Tristan disse. — Mas voltando ao que interessa, ora do tour pelo acampamento!

Tristan começou a descer pelo declive rapidamente e o grupo voltou a seguí-lo, dessa vez Luciano ficou ao final dele, logo atrás do garoto loiro.

Luciano tentava não transparecer, mas havia algo nele que parecia estranho. O rapaz não conseguia parar de pensar no que o loiro devia estar fazendo ao garoto doente que encontraram contorcido no chão do hospital.

Ele tinha visto os papéis com os símbolos estranhos no chão. Tinha visto a mão do garoto brilhar, enquanto ele parecia sussurrar algo. Haviam poucos semideuses que Luciano conhecia e sabia que podiam usar magia, e nenhum deles passava confiança à ele.

Luciano decidiu ficar de olho no garoto dali em diante.

Enquanto caminhavam pelo acampamento Tristan os mostrava o lugar, descrevendo as construções e suas funções.

— Então é aqui que vocês treinam arco e flecha? — Beatrice perguntou, quando passavam diante de um galpão, o maior deles.

— Uhum. Treinamos aqui porque não é muito seguro treinar arco e flecha ao ar livre num lugar cheio de adolescentes que não param quietos por um minuto. — O “guia” riu.

— Treinamos aqui porque o Tristan quase acertou o Veríssimo na cabeça uma vez. — Luciano corrigiu, e os outros se viraram para ele.

Luciano cruzou os braços, desconfortável com a atenção repentina.

— Olha, não foi minha culpa que ele tava passando pelo campo de treinamento bem na hora! — O mais novo se defendeu, no que Erin riu.

— Ele tava a uns cinquenta metros do campo de treinamento, Tristan. — A ruiva enxugou uma lágrima do rosto enquanto ria.

O rosto de Tristan ficou vermelho enquanto ele abria e fechava a boca, parecendo ter ficado sem palavras pela primeira vez na vida.

— Veríssimo? — Fernando perguntou, olhando para Luciano.

— O senhor Veríssimo é o diretor do acampamento, ele que construiu esse lugar há uns vinte anos, junto com outros dois amigos semideuses. Ele manda por aqui, e se eu fosse vocês tentaria não tirar ele do sério, porque acreditem em mim, vocês não querem ver o Veríssimo irritado.

— Nem fala. — Erin tremeu. — Ele me dá medo quando fica bravo.

— O que, o velho? Ah, ele é gente boa, rapaziada, liga pra esses dois não. — Tristan sorriu. — Eles só querem assustar vocês.

Luciano balançou a cabeça, e assim que Tristan voltou a andar ele o seguiu com os outros.

— Aqui nós temos a floresta, nela nós costumamos fazer os treinos mais pesados e também jogamos capture a bandeira. — O rapaz parou e apontou na direção de uma densa floresta.

Dentro dela era praticamente impossível enxergar, ainda que o sol estivesse de pé. As árvores estavam muito juntas umas das outras, e suas copas altas bloqueavam qualquer luz solar que pudesse tentar iluminar o lugar.

— Lugar agradável. — Beatrice comentou, fazendo Tristan rir.

— Né? Bom, se me seguirem vão ver que lá no centro do acampamento nós temos essas pequenas casinhas agradáveis, conseguem ver daqui? Elas são nossas cabines, e cada uma delas está assinalada a um deus grego ou romano.

Tristan os guiou para o meio do acampamento e começou a apresentar cada cabine. Do lado direito da fogueira estavam os gregos, e do esquerdo os romanos.

Haviam diversas delas, e todas as cabines eram diminutas, tendo pouco mais de 7 metros quadrados cada uma, o que não passou despercebido pelos novatos.

— Quantas pessoas moram em cada uma delas? — O rapaz loiro perguntou.

— Ótima pergunta, e eu tenho uma resposta que pode confundir um pouco vocês. Mas em cada uma dessas cabines moram em média dez semideuses, umas têm mais outras menos.

— Dez? Mas não é apertado demais? — Fernando perguntou.

— Na verdade não, já que nós contamos com uma ajudinha mágica. Cada deus abençoou sua respectiva cabine, então todas elas são maiores por dentro do que realmente parecem. — Tristan sorriu.

— Legal. — Beatrice comentou, e de repente seu pássaro começou a cantar, mandando um arrepio pela espinha de Luciano.

O canto de Orpheu tinha algo de inquietante, e Luciano olhou confuso para Beatrice, que parecia preocupada.

— Ele é bem quietinho, não sei o que incomodou ele. Orpheu, tá tudo bem, eu to aqui, tá tudo bem. — Ela falou com o pássaro, acariciando suas penas, quando olhou para trás de Luciano com os olhos arregalados.

— O que foi?

— Cuidado! Tem algo vindo atrás de você! — Fernando gritou e Luciano se virou para trás, mas era tarde.

O garoto sentiu algo se chocar contra seu corpo e foi arremessado ao chão.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Não se esqueçam de me contar!
Vejo vocês no próximo capítulo!



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