ORDO DEORUM - O Legado Divino escrita por luniwrites


Capítulo 3
Capítulo III - Erin


Notas iniciais do capítulo

Eae pessoal, ansiosos pro episódio de hoje? Eu só sei que tô morrendo de ansiedade já sksk
Mas enquanto isso, aproveitem o capítulo de hoje!



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Um sorriso se abriu no rosto de Erin no momento em que a garota viu sua adaga atingir o monstro.

A criatura urrou, olhando enfurecida na direção da ruiva, que apenas aumentou seu sorriso.

— Ora sua-

O ciclope não teve tempo de terminar o que ia dizer, pois no segundo seguinte Tristan o atingiu na barriga com sua espada.

Sangue dourado jorrou do buraco em seu estômago assim que o garoto puxou sua lâmina. A criatura gritou de dor mais uma vez enquanto retirava a adaga de Erin de seu peito.

— Vocês não sabem com quem estão se metendo! — Ele gritou, olhando para Tristan.

E então ele atacou.

Erin assistiu horrorizada enquanto o monstro atacava o seu melhor amigo com a sua própria adaga. Tristan pulou para o lado, desviando de um golpe que seria fatal, mas a criatura foi rápida e ajustou seu ataque, atingindo o garoto no ombro direito com a lâmina.

— Tristan! — Erin gritou, desesperada, e sacou uma granada de seu bolso.

Ela olhou para a pequena esfera em suas mãos, com um coração vermelho pintado em sua superfície. A garota estava prestes a arremessá-la na direção do ciclope quando olhou ao redor e percebeu que haviam muitas pessoas por perto que poderiam se ferir. Com um resmungo Erin guardou a granada no bolso.

A supernova teria que esperar mais um pouco.

Erin sacou sua outra adaga e estendeu sua mão direita. Ela observou conforme a lâmina que o ciclope segurava desaparecia em pleno ar e ressurgia em sua mão, confundindo o monstro.

— Eu odeio essas magias de filhotes de deuses. — O ciclope resmungou.

Erin sorriu e avançou contra ele.

A ruiva correu até o monstro, que assumiu uma postura de combate, esperando por seu ataque, mas ela foi rápida. No último minuto Erin escorregou por baixo das pernas da criatura, cortando a parte interna de suas pernas no caminho.

O ciclope gritou mais uma vez, e num movimento rápido se virou e segurou Erin pela cabeça.

A garota se contorceu no aperto do monstro. Ela fechou os olhos enquanto tentava se soltar e sentiu que seu crânio podia se partir a qualquer instante. Erin sentiu as lágrimas se acumularem sob seus olhos quando ouviu uma voz familiar.

— Solta a minha irmã, filho da puta! 

Alguma coisa passou raspando pela cabeça de Erin, que foi solta no chão. A dor agonizante ainda percorria sua cabeça quando sentiu alguém segurando seus ombros.

— Ei, você tá bem? — Uma voz masculina perguntou e ela abriu os olhos, dando de cara com um rapaz alto que a olhava preocupado.

Erin assentiu, mesmo sabendo que era mentira, e observou quando ele forçou um sorriso e olhou para o lado, fazendo o vento forte levantar seus dreads.

A garota se virou para onde ele olhava, e observou quando seu outro melhor amigo atacava a criatura com uma fúria inimaginável.

Luciano estava frente a frente com o monstro. Ele segurava uma das adagas de Erin na mão, enquanto sua lança se encontrava caída ao chão, junto ao braço direito do ciclope, que começava a se desfazer em uma poça gosmenta de sangue dourado.

— Lu! Que surpresa boa te ver por aqui! — Erin ficou de pé com um sorriso, mas sentiu o mundo girar. Por sorte, o rapaz ao seu lado a segurou bem a tempo.

— Fica parada aí, Erin! Eu mato esse desgraçado sozinho! 

— Que sozinho o que, ficou doido, mano? — Tristan reclamou, ainda que tivesse sangue escorrendo pelo ferimento do ombro direito e empunhou a espada com a mão esquerda. — A gente vai matar ele juntos!

Luciano sorriu, mas voltou a olhar na direção de Erin, sério.

— Fernando, segura ela! — Ele gritou e a ruiva olhou para o lado.

— Então você é o famoso Fernando? Prazer em te conhecer!

— Prazer. — Ele forçou um sorriso, logo voltando a olhar para a luta que se passava diante deles. — O que é aquela coisa?

Erin voltou a olhar na direção do ciclope, e viu quando Luciano tentou atingi-lo na barriga, mas errou.

— Aquilo é meio difícil de explicar, mas fica aqui, vou ajudar o Lu e depois a gente te explica. — A ruiva sorriu e se desvencilhou das mãos de Fernando.

Ela olhou para Luciano e viu que ele havia recuperado sua lança, então estendeu as mãos em sua frente, fazendo ressurgirem suas adagas. Erin as segurou e sorriu, vendo a oportunidade perfeita para atacar o monstro pelo flanco, quando algo aconteceu.

A criatura atirou Luciano contra a porta que dava para dentro do hospital, e se virou para um garoto loiro, que estava caído no chão, em completo choque. Erin imediatamente se lembrou que haviam outras pessoas na cena e sentiu o medo invadir seu peito.

A garota procurou pela menina de cabelos castanhos, que os havia ajudado a lidar com a harpia. Erin a encontrou ajoelhada ao lado de Tristan, tentando estancar o sangramento de seu ombro, enquanto Luciano tentava se levantar com a ajuda de Fernando.

Erin voltou a olhar para a direção do monstro e viu quando ele sorriu, olhando para o garoto de longos cabelos loiros caído ao chão. Ele estava com os braços abertos, protegendo um garoto pequeno, deitado no chão atrás de si. Erin percebeu que precisava ser rápida.

Ela sorriu e correu na direção do monstro, que agora estendia sua mão na direção do loiro. A ruiva correu o mais depressa que pôde, e quando o ciclope parecia prestes a agarrar o garoto, Erin pulou sobre suas costas, passando suas pernas ao redor de seu tronco, e no segundo seguinte ela fincou as adagas no grande olho do monstro.

Com um grito agonizante o ciclope se debateu e com a mão esquerda agarrou a perna de Erin, atirando-a no chão. 

Erin caiu no chão com um baque. A garota arfou com o impacto e pôs a mão sobre o lado esquerdo do tórax, sentindo a dor do que imaginou ser uma ou duas costelas quebradas.

A ruiva se forçou a se sentar enquanto uma dor terrível se espalhava pelo seu corpo e observou enquanto o ciclope inspirava profundamente e voltava a caminhar na direção do garoto loiro. Erin tentou ficar de pé, desesperada em ajudá-lo. O ciclope estendeu sua mão na direção do garoto e o atirou para o lado, perto de Erin.

O garoto a olhou assustado, e Erin finalmente conseguiu ficar de pé. Ela olhou para frente e viu o ciclope estendendo a mão na direção do menino que parecia ter algum problema na coluna.

Ela ficou confusa. Por que diabos aquele monstro estava indo na direção do garoto? Erin sabia que ele não era um semideus, ela podia sentir. Tristan, Luciano, Fernando, o garoto loiro e a menina com o passarinho, todos eles pareciam emanar um certo tipo de energia, um certo tipo de magia que Erin aprendera a reconhecer.

Não fazia sentido um monstro atacar um mortal. E ao ver que o ciclope agora segurava o menino pelo braço tudo aquilo fazia ainda menos sentido para Erin.

Monstros não conseguem atacar mortais, eles nem sequer conseguem tocá-los! Mas mesmo que pudessem, eles não tinham interesse nisso, visto que só se interessavam em caçar semideuses. 

Ou ao menos devia ser assim.

Erin não esperou até encontrar uma resposta para aquela loucura. A garota estendeu sua mão esquerda e viu sua adaga se materializar em sua mão, mas ela não teve tempo de atacar.

Um vulto passou ao lado de Erin e ela ouviu Luciano gritar enquanto corria na direção do ciclope. Carregando sua lança, ele atingiu o monstro na altura do pescoço, decapitando a criatura com um só golpe.

Conforme a cabeça do monstro tombava ao chão, Erin viu Luciano respirar fundo, enquanto suas mãos tremiam por conta da adrenalina. Olhando para o lado, a garota viu o corpo do ciclope se desfazer em um amontoado de sangue dourado, assim como a harpia de pouco tempo atrás.

— O que foi isso? — Uma voz atrás de Erin falou, e ela se virou na direção de Fernando.

— Aquilo? Era um ciclope, e dos grandes, viu? — Ela sorriu e guardou suas adagas no coldre.

— Já foi tarde. — Tristan resmungou e a ruiva viu que ele estava de pé com a ajuda de Beatrice, que tinha um dos braços do rapaz sobre o ombro.

— Temos que voltar pra base, outros monstros podem acabar nos encontrando aqui fora. — Luciano falou e se virou para Fernando. — Você veio na picape do seu pai, não é, Fê? Será que pode dar uma carona pra gente?

Erin sorriu ao ouvir o apelido, e pensou consigo mesma que iria questionar Luciano mais tarde.

— É, eu- eu posso sim. — O rapaz se virou para eles e sorriu nervoso. 

Só então Erin percebeu que o menino loiro estava ajoelhado ao lado do garoto caído no chão. 

— Ele tá bem, ô loiro? — Ela perguntou.

— E-eu acho que sim. Ele só desmaiou.

— Só me dá dois segundos que eu te ajudo. — A garota falou a ele, que assentiu e estendeu uma mão na direção do garoto, da qual saiu um brilho dourado.

Parece que o loirinho é mais habilidoso do que eu pensava.

Erin caminhou na direção de Tristan, que ainda parecia sentir dor. A garota abriu sua mochila e retirou um pequeno embrulho, e dele tirou um doce que parecia um brownie dourado.

— Você não comeu muita ambrosia hoje, né Tristan? Não quero fazer você entrar em combustão instantânea. 

Tristan sorriu para ela e deu uma piscadela, abrindo a boca. Erin se aproximou e o deu à ele uma parte da ambrósia. O garoto mastigou lentamente e seu rosto se contorceu em um sorriso relaxado. 

Erin colocou o outro pedaço do alimento na boca e se sentiu ficando mais leve conforme o sabor do estrogonofe vegano que sua avó fazia inundava seu paladar. Enquanto os sabores do seu prato favorito embriagavam seus sentidos, Erin sentiu a dor de cabeça se esvair ao mesmo tempo que sentia sua costela se movendo dentro de si e voltando para o lugar de onde não devia ter saído.

Ela abriu os olhos e viu que Tristan já não estava mais apoiado em Beatrice e que o ferimento em seu ombro não parecia mais sangrar pela camisa cinza..

O mais velho os encarou e olhou na direção do garoto loiro.

— Foi você que fez isso com o garoto, ô loiro? —  Luciano perguntou, se aproximando do menino.

— Eu-eu— O loiro tentava falar, mas parecia assustado. —  Eu queria ajudar ele, eu juro! Era pra ter dado certo, mas aí aquela coisa apareceu e— 

— O que está acontecendo aqui?!

Erin se virou com um susto, e viu uma enfermeira de pé na porta que levava ao interior do hospital. Ela estava com os olhos arregalados, olhando na direção do garoto loiro. 

Droga.

— Seguranças! Preciso de ajuda!

— Merda! Vamos, temos que ir embora agora! — Tristan gritou e segurou o braço da garota de cabelos castanhos, enquanto a guiava até o muro. —  Vai, eu dou impulso! —  Ele se abaixou e uniu suas mãos sobre o joelho, onde a garota pisou e ele a jogou para cima.

Luciano e Fernando saíram correndo até o garoto e Erin olhou para o loiro, que continuava ajoelhado no chão.

— Ei, vem com a gente, ô garoto. —  Ela o chamou.

— Eu não posso, eu-

Erin correu até ele e o agarrou pelo braço, começando a arrastá-lo em direção aos outros.

— Me solta, eu-

— Parados! — Eles se viraram e viram dois seguranças de pé na porta enquanto duas enfermeiras corriam até o garoto deitado no chão.

— Anda, vem! — Erin puxou o garoto pelo braço, que dessa vez não resistiu.

— Agiliza, pô! Vem logo! — Tristan os chamou e Erin logo aproveitou o impulso dado pelo garoto e se agarrou ao muro. Conforme descia recebeu ajuda de Luciano, que a segurou no momento em que ela se desequilibrou.

Logo depois veio o garoto loiro e Tristan pulou sobre o muro. Era possível ouvir o grito dos seguranças e Erin começou a se preocupar quando viu uma picape surgir em sua frente.

— Alguém pediu uma carona? —  Fernando sorriu no banco do motorista.

Luciano correu até a cabine e se sentou ao lado do garoto, enquanto Erin pulava para o compartimento de trás. Tristan, o garoto loiro e a menina com o passarinho se juntaram a ela, e com um tranco o carro deu partida.

Erin acenou para os seguranças conforme o carro se afastava deles.

 


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de me dizer o que acharam! Assim posso saber no que melhorar e como sempre digo, seus comentários me incentivam muito!
Até o próximo capítulo ;)



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