Estar Com Você... escrita por Hokke


Capítulo 2
Capítulo 2 - Primeiro Encontro


Notas iniciais do capítulo

Desculpem por quaisquer erros, estou sem beta e é difícil revisar o que você mesmo escreveu.
Boa leitura!



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Depois de conversarem com calma, Louie e Christopher decidiram que iriam devagar e manteriam o relacionamento em segredo por enquanto. Mesmo assim, Louie estava inquieto pensando no que ele faria caso o namoro acabasse ficando sério.

Seu pai era um promotor muito respeitado na cidade, então desde pequeno ele e o irmão mais velho foram ensinados a sempre se comportar e nunca fazer nada que pudesse prejudicar o status da família. Isso acabou levando Louie a ser introvertido desde criança, por medo das reações do pai caso fizesse algo de errado.

E agora que ele estava junto com outro garoto, ficava preocupado não só com o que poderia acontecer caso o pai descobrisse, mas o irmão também.
Louie suspirou, além disso, a questão que o deixava mais ansioso era o impacto que tudo isso poderia ter em Christopher, não queria causar problemas a ele, afinal foi quem deu o primeiro passo fora Louie e ele acreditava que caso as coisas acabassem mal, seria unicamente culpa dele.

—Que cara séria! -Christopher cutucou a bochecha do namorado. -Está pensando em que?

—Nada demais! -Tentou disfarçar sorrindo.

Aquilo fez Louie voltar a si, era domingo e eles estavam a caminho de seu primeiro encontro como casal, se ele ficasse emburrado, pensando em outras coisas, poderia deixar Christopher com a impressão de que ele não estava feliz.

—Tem certeza de que não tem nada te incomodando? Sabe que pode me contar qualquer coisa.

—Não é nada, sério! -Respondeu Louie. -Vamos, nosso ponto é o próximo.

—Okay, se você diz... -Christopher se levantou e deu sinal para que o ônibus parasse.
Depois de quase 40 minutos de viagem, eles finalmente haviam chegado ao lugar escolhido para o encontro, um parque na cidade vizinha onde a chance de encontrar algum conhecido era praticamente nula. Assim que desceram do ônibus, Christopher segurou a mão de Louie que ficou vermelho, pois não estava acostumado com demonstrações públicas de afeto, especialmente em um parque lotado como aquele.

—Chris... isso é meio... -Mesmo que estivesse envergonhado, ainda queria continuar de mãos dadas.

—O que? Não precisa ter vergonha, nenhuma dessas pessoas nos conhece, não foi pra isso que viemos até aqui? -Sorriu.
Louie sorriu de volta, ele tinha razão, o motivo de estarem ali era aproveitar o dia juntos, não era hora de hesitar!

...

 

Após algumas horas, os dois se sentaram num banco para descansar, haviam se divertido muito juntos: caminharam, tiraram fotos, comeram cachorro-quente e pipoca das barraquinhas e tentaram fazer bolhas com um soprador comprado numa loja de 1,99. Mas só TENTARAM, porque o brinquedo veio com MUITO mais água do que sabão.

—Hoje foi... bem divertido. -Disse Louie.

—Foi sim. Eu só queria que não precisássemos ter vindo num lugar tão longe...

—Eu também. -Fez uma Pausa. -Desculpe, eu sei que se fosse por você... -Abaixou a cabeça.

—Não fique assim, não estou te culpando nem nada. Eu posso ter dito que o que fazemos não é da conta de ninguém, mas sei bem que as coisas não são tão simples assim. -Christopher o beijou para tentar consolá-lo. -Desculpe por ter acabado com o clima.

Depois disso eles ficaram em silêncio por algum tempo, até que Christopher se levantou e caminhou até uma banca próxima.

—Aonde você vai?

—Eu tive uma ideia, só espere um pouco.

Depois de alguns minutos ele voltou.

—Eu sei que não é muito, mas... você gosta de coisas desse tipo, não é? -Esticou a mão para Louie, nela estavam dois chaveiros, um com um gato preto e outro marrom. -Um meu e um seu, o que acha?

—Isso é muito fofo, eu adorei!

—Que alívio, estava com medo de que você achasse idiota...

—Não, eu gostei mesmo, obrigado. -Louie lhe deu um beijo para agradecer. -Está escurecendo, é melhor nós irmos pra casa.
Christopher apenas assentiu com a cabeça. Apesar de tudo, aquele fora um bom começo para eles.


...

 

Já sozinho, caminhando pela rua, Louie havia voltado a se preocupar com o que faria a respeito do futuro. Mesmo que eles tivessem acabado de começar a namorar, ele não conseguia deixar de se sentir nervoso.

—O que é que eu faço? -Se lamentou.

Conforme se aproximava mais de casa, notou uma figura conhecida sentada em frente à sua porta. A garota de cabelos cacheados cor de chocolate e olhos violetas era Hannah, sua vizinha, um ano mais velha. Eles eram amigos praticamente desde sempre. Só havia um pequeno problema: Hannah tinha uma queda por Louie e ele sabia disso, mas era mais conveniente para ele fingir ignorância, mesmo que isso pesasse em sua consciência.

—Hannah? Aconteceu alguma coisa? -Perguntou Louie preocupado.

—Não não, é que minha mãe mandou te trazer um pouco de comida, você está sozinho esses dias, não é?

—Ah obrigado, espero não ter feito você esperar muito.

—Mais ou menos uns dez minutos, até te mandei mensagem.
Louie tentou ligar o celular, mas estava sem bateria.

—Desculpa, meu telefone morreu.

—Não tem problema, só é meio raro você deixar isso acontecer.

Como Louie sempre mantinha a bateria do celular cheia por costume, mesmo que não o usasse muito, aquilo era mesmo estranho vindo dele. Mas com tudo que havia acontecido naquele fim de semana, carregar o celular era a última coisa de sua lista de preocupações.

Infelizmente Hannah o conhecia bem demais e logo notou sua ansiedade. 

—Está tudo bem com você Louie? Parece que tem algo te incomodando.

—O que? Isso é só impressão sua... -Mentiu, mesmo sabendo que não adiantaria com ela.

—Sério? Você está conversando comigo enquanto olha pro nada, quando você faz isso é porque está preocupado com alguma coisa, e geralmente algo que ainda não aconteceu.

—...

—Acertei, não é? Você e essa sua péssima mania de sofrer por antecedência, as vezes é melhor deixar o amanhã para se preocupar amanhã.

Sim, Hannah estava certa e ele queria poder contar a ela cada detalhe, afinal ela era uma das únicas pessoas em que ele confiava o bastante para falar sobre seus problemas quando eles acabavam pesando demais. Porém, ele já se sentia mal por ignorar os sentimentos dela, conversar com Hannah a respeito de assuntos amorosos seria ainda mais cruel.

—Pela sua cara não parece ser algo que você queria falar, mas estou aqui caso mude de ideia.

—Obrigado... -Quando ela era tão atenciosa Louie se sentia ainda mais culpado. -E agradeça a sua mãe também, pela comida...

—Sem problema! -Ela se voltou para sua própria casa. -Boa noite!

—Boa noite!

Louie então abriu a porta, levou os potes com comida até a geladeira e por fim se jogou no sofá, estava exausto.

"Eu e minha mania de sofrer por antecedência é?"—Pensou. "Hannah tem razão, ficar remoendo isso não vai ajudar em nada. Estou com a pessoa que eu gosto e deveria me focar nisso, não no que pode dar de errado!"

Seus olhos se fecharam lentamente, enquanto soltava um suspiro profundo.

"Por enquanto é a melhor coisa que eu posso fazer."


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Notas finais do capítulo

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