Valentines Week 2 - Olicity Version escrita por Ciin Smoak, SweetBegonia, MylleC, Thaís Romes, Regina Rhodes Merlyn, Ellen Freitas, EnigmaticPerfection


Capítulo 4
Fenix - Sweet Begonia


Notas iniciais do capítulo

Meu povo lindo!!
Quanta saudades de vcs!
Estou aqui novamente neste projeto lindo de morrer e na expectativa para ver o que vocês vão achar dessa one que preparei com todo amor.

Oliver é um homem em busca de vingança e do grande amor de sua vida.
Felicity é uma mulher de fibra que sacrificou o que tinha de mais precioso para salvar a vida de seu grande amor.

Essas duas pessoas estão ligadas por um elo forte e nada vai impedi-los de viver o amor que está mais vivo do que nunca em seus corações.

Ah! One baseada e inspirada pela serie turca Ramo.

Bjus, Sweet Begonia!



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Fênix

 

A música deles tocava no rádio. Uma pressa, uma necessidade movia sua alma.

“Quando a montanha do coração se torna uma tempestade de chuva
Minha alma flui para sua essência, secretamente, secretamente
Quando você encontra uma alma em um lugar isolado...”

Felicity viveu três anos no inferno, três anos em que ela apenas existia. Mas faria tudo novamente. Cada passo que havia dado, ao final do caminho, levava a ele. 

Oliver. Seu amor, sua alma, sua respiração.

“A rosa do jardim sem consentimento não é chamada
        O caminho, de um coração para outro coração, não pode ser visto
        Vai de coração a coração
        O caminho está oculto, o caminho está oculto
        Vai de coração a coração
        O caminho está oculto, o caminho está oculto
        Quando o rouxinol canta ao amanhecer
        Seus cílios são flechas, afundando na alma...”

Ainda doía em sua alma todas as palavras ditas...e as não ditas também. As que ela guardava no fundo de seu coração e que agora poderiam seguir rumo aos seus lábios e serem libertadas.

Seu coração poderia voltar a bater sem medo? Ela não sabia. Provavelmente eles teriam um longo caminho a seguir, mas o primeiro passo havia sido dado e nem ela e nem Oliver voltariam atrás.

Ela estava cansada....tantas mentiras, sofrimentos e mortes. 

Sua farsa havia congelado seu coração que só havia começado a derreter no momento em que ela viu Oliver, no dia do seu casamento com Thomas Merlyn. 

Tudo havia ido longe demais. 

Mas agora Thomas estava morto e Malcon estava cada dia mais cruel.  

Ainda havia riscos. Riscos para ela, para Oliver e para todas as pessoas que ela amava. Que basicamente se resumia à família de Oliver e seus amigos mais próximos. Já que sua própria família havia sido morta na guerra da máfia russa.

“...O caminho, entre um coração para outro coração, não pode ser visto
        Vai de coração a coração
       O caminho está oculto, o caminho está oculto
       Vai de coração a coração...”

Três anos atrás

— Convocamos a testemunha Felicity Smoak!

(....)

— O responsável pelo assassinato de meu avô e meu irmão é Oliver Queen – ela não teve coragem de levantar os olhos e encarar os olhos azuis de Oliver, que ela sabia estariam cheios de dor, revolta e incredulidade.

Em sua garganta havia um nó impossível de engolir, sua boca estava seca, suas mãos tremiam e respirar era quase doloroso.

Cada mentira que saia de sua boca era uma flecha em sua alma e em seu coração. Mas ela tinha que fazer aquilo, ela tinha que se sacrificar e matar seu amor por Oliver para lhe dar uma chance...para que ele, mesmo longe, permanecesse vivo.

— Felicity?? – a dor em sua voz terminou por quebrar seu coração e tudo que ela pode fazer foi sair do tribunal antes que desmoronasse.

Porém, antes de sair ela pode ouvir o veredicto: Culpado!

Dias atuais

Felicity estacionou o carro em frente a um prédio de tijolos a vista, muito bonito. Confirmou o endereço pela localização que Oliver tinha enviado. Ela havia chegado cedo demais, decidiu esperar no carro.

A cada segundo seu coração batia mais descompassado, sua alma ansiava por ele.

A lembrança de como seu martírio começou se mesclava com a lembrança dos momentos felizes.

Naquele fatídico dia em que o avô e o irmão dela foram mortos, no dia em que ela e Oliver iriam sair de Star City para viver seu amor, naquele dia foi o início do fim. Thomas Merlyn havia planejado sua vingança contra Oliver e até aquele momento todos acreditavam que a própria Felicity o odiava. 

Mas ela já o havia perdoado, porque sabia o que o pai dela e toda a máfia russa haviam feito com a família de Oliver. Felicity já havia decidido que o amor deles era maior que qualquer vingança e eles estavam indo embora.

Mas tudo desmoronou quando a máfia e Thomas colocaram em ação seu plano. E na crença de que ela nutria pelos Queen o mesmo ódio que ele, propôs uma parceria para Felicity. Ela aceitou porque viu ali a chance de manter Oliver vivo, preso, mas vivo. 

Ele fora condenado à perpétua, mas saiu através de um indulto concedido pelo presidente.

Duas semanas atrás

— Thea! Você sabe que eu não posso contar nada a ele! – Thea Queen, sua “cunhada” era a única que sabia da sua farsa, era a única pessoa no mundo com quem ela podia falar sobre Oliver e sobre seus mais profundos desejos. E a única pessoa que ajudava quando o assunto era fazer Oliver saber dos planos de Malcon contra ele. – Oliver nunca aceitaria, ele faria de tudo para me tirar da casa de Malcon e todo meu esforço seria em vão.

— Fel, já está mais do que na hora disso tudo acabar! Não suporto mais ver você sofrer assim.

Felicity e Thea estavam num parque próximo ao café onde Oliver e o resto da família agora se encontravam para planejar um carregamento de armas para a máfia. Assim como Felicity, Oliver também estava infiltrado na máfia. Mas de uma maneira diferente. Ele tinha poder, mesmo Malcon sendo seu inimigo declarado, ele tinha conseguido poder suficiente dentro da organização para ter imunidade. Malcon não poderia fazer nada contra ele, pelo menos não declaradamente.

De longe Felicity observava Oliver. Ele havia amadurecido, tanto na fisionomia quanto na personalidade. Seu corpo estava mais forte e ele havia conseguido mais cicatrizes. Seus olhos tinham uma expressão dura.

A não ser quando olhavam para ela. Mesmo dizendo que tudo entre eles havia acabado, nas muitas vezes que eles se encontraram, Oliver só fazia protegê-la. 

Nesses momentos, mesmo sem palavras, seus corações se comunicavam um com o outro. Suas almas ainda estavam conectadas...mesmo brigando eles queriam estar perto um do outro.

— Eu não me importo. Desde que ele esteja seguro e desde que Malcon pense que eu ainda o odeio. Por que assim ele continua sendo descuidado com o que fala na minha presença e eu continuo podendo avisar Oliver de qualquer perigo.

— Oliver está planejando algo grande. Tenho medo, mas ao mesmo tempo confio nele. Você também deveria confiar.

— Eu confio, com minha vida e minha alma, eu confio nele. Mas não posso arriscar, não ainda. Eu preciso ir, Thea. Qualquer coisa você me avisa.

Mais tarde naquela noite, Thea havia ligado e dito que Oliver havia sumido. Felicity entrou em desespero e foi até a casa de Oliver conversar com Thea.

No momento em que ela foi embora, Oliver estava chegando e a viu conversar com Thea e viu também o abraço que elas deram em despedida.

Dois dias depois Felicity marcou com Thea para conversarem, mas quem veio ao encontro foi Oliver.

Ela esperava no local que Thea indicou, mas como ela estava demorando resolveu ligar. Nesse momento ouviu o toque de telefone da amiga e olhou para trás e se viu de frente com Oliver.

— O que foi Felicity? O que você está fazendo aqui? - ela o olhou com espanto e saudade. Era de se esperar que ele descobriria mais cedo ou mais tarde, ela só tinha que permanecer firme.

— Oliver?? - sua voz tremeu um pouco e ela se amaldiçoou.

— Oliver, sim. - ele a encarava com amor, com saudade e com desconfiança. Ela o olhava tentando manter escondido todo o amor que pulsava em seu peito. Não sabia se estava conseguindo, mas ela precisava.

— Você me disse que me contaria tudo um dia. - e ela se lembrou de um de seus momentos de fraqueza em que disse a ele que um dia ele saberia de tudo. - Conte-me tudo. Esse dia é hoje - seu olhar implorava por uma resposta a todas as suas dúvidas. Oliver poucas vezes se desnudava tanto, a não ser em sua frente. Ali, naquele momento, ele estava novamente expondo seu coração.

— Não tenho nada para contar - ela engoliu o choro e tentou ser dura, mas tinha que sair dali. Ela não poderia permanecer muito tempo sob o olhar de Oliver sem abrir o jogo. Ela tentou sair dali, mas ele a segurou.

—Há muito para contar - o toque dele em seu braço aqueceu todo seu corpo.

— Não, Oliver.  - ela tinha que ser forte…

— Eu quero ouvi-la. Conte-me. Mas não me diga que foi para que eu não morresse. Porque você sempre me mata, Felicity.  - ele estava ali em sua frente expondo sua dor, dor que ecoava no coração dela da mesma maneira e com a mesma intensidade. - Eu juro que você me mata. Com seu amor. Com esses olhos! - Ela sabia que seriam seus olhos a lhe denunciar. Oliver sempre dizia que seus olhos eram a janela de sua alma. Ele estava irado. Andava em sua frente e seu rosto era pura incredulidade. - Como você pode me olhar assim e voltar para a casa daquele monstro? Como você pode se casar com aquele bastardo? Conte-me! Conte-me! - Oliver a pressionava! Sua expressão era de dor e ela sabia que ele vê-la vestida de noiva, casando com outro havia sido um golpe duro. Ele a pressionou tanto que ela explodiu.

—POR VOCÊ!!! - ele a olhou assustado, tanto pela explosão quanto pelas palavras - para encontrar uma maneira de tirar você da prisão! - as lágrimas escorriam pelo seu rosto, mas ela mal percebia. - Sim, eu matei você...Mas eu me matei junto com você, Oliver. Matei nosso amor pela pequena chance de você sair da prisão com vida - Oliver a olhava chocado! Ele mal podia acreditar que ela havia feito aquilo!  - E eu faria a mesma coisa hoje, sem hesitação. - a raiva fervilhava nela, agora que ela havia começado não conseguia mais parar e antes de fazer ou dizer algo que se arrependesse resolveu ir embora.

— Felicity! - Oliver correu atrás dela e a segurou pelo braço.

— Me deixe ir, Oliver! - ela precisava ir...precisava de distância para pensar.

— Felicity! - ela se virou para ele.

— Felicity o que? O que? - ela batia no peito dele com o dedo - Você ouviu a verdade. O que mais você quer de mim, Oliver??

— VOCÊ! - A única palavra que podia estancar a raiva dela e a deixar sem fala! Eles se encaravam com esperança, com amor e com dor.

— Você realmente vai me perdoar? Você vai me desculpar? - um fio de esperança surgiu em seu peito. Sua maior preocupação em toda essa farsa era de que quando ela chegasse ao fim, Oliver não a perdoasse.

— Eu penso que não - ele negou com a cabeça - Provavelmente vou fazer você se arrepender. Vou discutir sobre isso com você todos os dias. - ele falava atropeladamente - Eu vou fazer você me odiar. Mas eu vou tentar! Eu vou tentar isso! Eu vou! Eu sei que vai ser difícil, mas farei o meu melhor!  - Oliver tinha lágrimas não derramadas em seus olhos - PORQUE EU AMO VOCÊ! SEMPRE AMEI! Apesar de tudo, quero passar cada momento da minha vida com você! - Felicity estava tremendo, Aquelas eram as palavras que a libertavam da dor, mas uma sombra cobria tudo.

— Malcon não vai nos deixar viver! - ela havia exposto, por fim, seu medo.

— Ele já quer nos matar. Eu vou proteger você! - ele implorava.

— Quantos dias, quantos meses, quantos anos você vai me proteger?  - ela voltou a ficar irada - E você? E sua Família? Essa questão remonta a morte de Thomas, Oliver! - Oliver havia matado Thomas quando ele descobriu que Felicity havia ajudado Oliver e tentou matá-la. Os dois esconderam tudo inventando uma historia convincente e encontrando culpados para o assassinato. - Se Malcon descobrir sobre nós, ninguém poderá impedi-lo.

— Eu não me importo! Você não deveria se importar também! - Ele falava e gesticulava para demonstrar sua indignação.

— Tudo bem então. Vamos fugir! Leve sua família também e podemos viver sem medo em algum lugar onde Malcon não nos encontre. Vamos desistir de nossa causa e deixar que o diabo viva feliz. Está bem?

— Não! Não irei a lugar nenhum sem cobrar pelas vidas que ele tirou! Além disso, não é nossa causa! É minha causa! - e aquilo doeu em Felicity como mil adagas! - Você não vai ficar com aquele homem!

 - É a sua causa, hein? - Oliver se deu conta do erro que cometeu - esse homem tirou tudo de mim. Você...minha família..Até eu! Ele até me levou! Sacrifiquei nosso amor por essa causa. Agora me deixe ir! - Oliver sentiu toda a dor dela, na verdade era a dor deles e somente naquele momento ele se deu conta de que ela sacrificou tanto quanto ele, mas de boa vontade. Ele a deteve, não queria que ela fosse. Precisavam conversar. Ele precisava dela, ali...com ele...de qualquer maneira...

— Felicity….

— Oliver, não estarmos juntos é o que vai nos salvar - ele não a soltou, olhava nos olhos dela e podia ver toda ânsia, todo amor e aquela dor que os consumia desde o julgamento. Ele só conseguia olhar para ela, seu peito doía. Ele haveria de achar um meio. As lágrimas não derramadas estavam no limite, tanto nos olhos dela quanto nos dele.

— Saia do meu caminho! SAIA! SAIA! - num acesso de raiva Felicity batia no peito dele enquanto ele a segura delicadamente mas com firmeza. - SAIA! SAIA! - num rompante Oliver a puxou para si e a beijou. O tipo de beijo que irradiava amor e saudades. O tipo de beijo que acalmava e exitava.

Oliver num primeiro momento só pressionou seus lábios nos dela, para sentir seu gosto, para lembrar da doçura deles e de como eles eram perfeitos. Logo depois ele passou a língua nos lábios dela pedindo passagem para aprofundar o beijo e ela concedeu. Um suspiro escapou de sua boca como quem dizia seja bem vindo!

A dança sensual dos lábios se transformou em tempestade e depois em calmaria. Oliver terminou o beijo quando o ar se fez necessário. Ele acariciou seu rosto quase em reverência e ela o olhava com amor e medo.

Tudo estava confuso...um turbilhão de emoções ecoava em seu peito e ela só conseguiu fugir dali, sem dizer uma palavra. Oliver a olhou ir embora, era melhor assim, por enquanto. Ele a conhecia bem o suficiente para deixá-la ir. Sabia que ela voltaria, que os dois conversariam e encontrariam juntos uma maneira de tirá-la da casa de Malcon.

Dias atuais

Realmente, dois dias depois eles se encontraram no mesmo lugar e conversaram. Oliver já havia iniciado um plano para tirá-la de lá, mas ela precisava aguentar mais um pouco. 

Felicity se lembrou do dia em que ele a havia surpreendido enviando flores para a casa de Malcon. 

Nesse mesmo dia ela havia se trancado no quarto, ligado o rádio numa estação que os dois costumavam ouvir e foi para a janela pensar na atitude de Oliver ao mandar as flores, correndo o risco de expor o relacionamento deles. Provavelmente ele havia conseguido encontrar uma saída. Ela rezava para que sim, porque suas forças estavam chegando ao limite.

Depois do dia em que haviam conversado só tinham conseguido se ver, por pouco tempo, em duas oportunidades. E em nenhuma delas os corações haviam ficado satisfeitos. Ela estava triste, com saudades...ela ansiava por ele.

A música que tocava era uma das que os dois costumavam ouvir...era uma música que falava de um amor fadado à distância, uma coincidência enorme. Ela cantarolava e olhava pela janela.

A poucos metros dali Oliver a observava de dentro do carro. Com a ajuda de um binóculo ele a olhava para matar um pouco da saudade que sentia. Ao perceber que ela cantava uma música resolveu arriscar. Pela leitura labial ele pode encontrar a rádio que ela estava ouvindo e ficou feliz por ser a “rádio deles”. 

Ouviu a música com ela por um momento até o final. E por fim teve uma ideia.

— Sim, queridos ouvintes. Essa música partiu nossos corações novamente. E agora recebemos um telefonema. Em contato o Sr. Oliver. Estamos ouvindo você - Felicity mal registrava as palavras do locutor, seus pensamentos estavam longe.

Bom dia!  - Felicity ao ouvir a voz na rádio, correu para o aparelho e mal pode acreditar que era Oliver, o seu Oliver! - Com sua ajuda, quero dizer algo a minha rosa, que está me ouvindo.— ela sorriu ao ouvir o apelido com que ele a chamava. 

O microfone é seu— disse o radialista.

Falta pouco, minha rosa! Muito pouco! Estou mais perto do que você pensa.— Ela voltou para a janela e pode ver um pedaço do carro de Oliver e sussurrou um louco antes de sorrir - Estaremos juntos essa noite. Não tenha medo. Eu morrerei por suas lágrimas. Não chore!  - ela nem havia percebido que chorava, mas confiou em suas palavras.

Uma mensagem muito sensível— o locutor comentou– Você gostaria de ouvir alguma música?

Sim! The Other Side, Ruelle– ele havia ouvido essa música no dia anterior e lembrado dela.

Então essa música é para o Sr. Oliver e sua rosa.

 

Quando a música começou a tocar, Felicity colocou a mão na janela como se pudesse tocá-lo. Ela ainda podia ver o carro dele e sabia que ele só iria embora quando a música terminasse. 

Tudo entre eles sempre foi muito intenso, as brigas...os momentos felizes, os tristes….o amor. Eles passaram por muitas coisas juntos, mesmo não estando juntos. Um sempre apoiava o outro, independente de serem um casal ou não…

“ Eu não quero saber

Quem somos sem ter um ao outro

É tão difícil

Eu não quero sair daqui sem você

(...)

Eu não quero saber

Como é viver sem você

Não quero conhecer

O outro lado do mundo sem você

Não posso viver sem você…”

Quando a música acabou ela estava aos prantos e quando ele foi embora deitou-se na cama e deixou toda dor vir à tona e ir embora. Ela confiava nele, se ele havia dito que a buscaria hoje, ele o faria. 

Dias atuais

E ele realmente cumpriu sua palavra, naquela noite ele veio buscá-la. De alguma maneira ele conseguiu que os chefes, que eram as pessoas que comandavam a máfia russa, dessem Felicity para ele em casamento. Algum tipo de recompensa em troca de algo feito. E como todos pensavam que os dois se odiavam acreditaram ser algum tipo de vingança dele para com Felicity. Ela nem se importou em ser tratada como uma mercadoria.

Ainda lembrava da alegria quando ela percebeu realmente que saíra do inferno.

Seus gritos de felicidade contagiaram Oliver que antes de chegar em casa parou o carro e a fez sair dele para que eles pudessem se beijar e se abraçar.

Oliver a levou para sua casa, onde depois de explicar tudo o que ela havia feito em nome do amor por ele, ela fora perdoada por toda a família.

Isso havia acontecido há três dias. 

Naquele dia, pela manhã, Oliver havia deixado um bilhete em seu quarto.

“Minha rosa,

Você me daria a honra de jantar comigo esta noite?

Vou te enviar o endereço.

Posso te esperar às oito?

Do seu, sempre seu, Oliver.”

Ela sorriu. Aquele era o jeito dele. Oliver podia facilmente lidar com um exército da máfia ao mesmo tempo que marcava um jantar. 

Eles ainda não haviam tido tempo para eles, só para eles. Entre os problemas com Malcon e a família, o encontro deles...a conversa sobre o futuro havia ficado de lado.

Felicity conferiu o relógio mais uma vez e decidiu que era hora de subir. Assim que abriu a porta do carro recebeu uma mensagem de Oliver.

“ Apartamento 406. O porteiro vai liberar a entrada.”

Felicity observava tudo ao redor. A área verde ao redor do prédio, o parque para as crianças, uma barraquinha de lanches na esquina. O porteiro simpático que abriu a porta para ela. 

Ela não conhecia aquele lugar. Provavelmente algo novo que Oliver havia comprado.

Tocou a campainha. 

De repente a ansiedade tomou conta dela. 

Oliver abriu a porta e se encostou no batente, observando-a com aqueles lindos olhos azuis e um sorriso lindo nos lábios.

Ela o olhava fixamente. Retribuiu o sorriso quando ele delicadamente acariciou seu rosto e sussurrou:

— Parece um sonho bom! - e ainda sorrindo pegou em sua mão e a puxou para dentro. Ele a ajudou com o casaco e sorriu enquanto ela observava o lugar. Era aconchegante, familiar, um lugar para se sentir em casa.

— É lindo, Oliver! - Ela se virou e ele ainda a olhava.

— Obrigado! - Ele a puxou pela cintura e ficou sério - Temos regras para essa noite!

— Certo - disse ela entrando no jogo dele - E quais são?

— Primeira: você nunca falará para ninguém sobre as velas!!! - a gargalhada veio espontânea e fez ela se sentir em paz.

— Ok! Seu segredo morrerá comigo! Próxima regra?

— Essa noite seremos só nós dois. Sem brigas, sem discussões….Amanhã você pode voltar a brigar comigo, mas essa noite só seremos nós. - ele se aproximou e cheirou o cabelo dela só para confirmar que ela não havia trocado o shampoo.

— E...qual a próxima?

— Faremos somente o que nos faz bem! - ele sorriu ao ver que ela entrara no jogo dele.

— Certo, então podemos fazer algo que eu tenho muita saudade? - um sorriso lento e maroto surgiu nos lábios de Oliver e ela no mesmo momento percebeu o duplo sentido de suas palavras.

— Mas já? Antes do jantar? - ela lhe deu um tapa no ombro ainda rindo e o puxou para o sofá. Assim que ele se sentou, Felicity se aconchegou em seu peito, com o ouvido na altura do coração.

— Fazia muito tempo que eu não podia ouvir o bater de seu lindo coração - Oliver suspirou, lhe deu um beijo nos cabelos e fechou os olhos aproveitando a sensação de que tudo finalmente estava no lugar.

O jantar foi permeado por novas e antigas lembranças...algumas tristes e outras boas. Eles limparam a mesa juntos, lavaram a louça e fizeram o café.

Sentados no sofá, com vista para a cidade, Oliver resolveu provocá-la.

— Se eu bem te conheço você deve ter esquecido que dia é hoje… - ela sabia, pois era o primeiro dia dos namorados que ela podia comemorar em três anos, mas resolveu não falar nada.

— Que dia? Algum santo? Ou a proclamação da República em algum país da América? - ela ria e ele soube que Felicity havia sim lembrado do dia dos namorados.

— Felicity!!!

— Eu sei, eu lembrei...sabe porque?

— Porque? - ele a olhava intensamente, se aproximou dela e pegou suas mãos.

— Porque pela primeira vez em três anos tenho motivos para comemorar esse dia. Pela primeira vez em três anos eu não tenho que conter meu choro lembrando do nosso amor e de todos os dias que passamos juntos. Então eu lembrei, sim!

A intensidade dos sentimentos fez com que nenhuma outra palavra precisasse ser dita. Oliver a beijou, um suspiro saiu dos lábios dela. Ela se agarrou a ele, como se tivesse medo que ele sumisse a qualquer momento. Os lábios de Felicity eram doces, seu sabor se misturava com o gosto do vinho. Os lábios dele eram macios e firmes e naquele momento tiravam dela qualquer pensamento racional que ela pudesse ter. Não que ela quisesse ter algum naquele momento.

Oliver ainda tinha muito a dizer e precisava voltar a pensar com calma, por isso foi diminuindo a intensidade do beijo e fazendo com que ela voltasse a encostar a cabeça em seu peito.

— Você gostou do lugar? - Felicity percebeu certa ansiedade na voz dele.

— Achei lindo...aconchegante. Eu não conhecia esse lugar, porque eu nunca fiquei sabendo dele? - Oliver riu e a fez ficar sentada de frente para ele.

— Você lembra quando nos conhecemos? - ele sorriu pela lembrança e viu um sorriso iluminar o rosto dela.

— Sim...Você me salvou daquele psicopata que estava atrás do meu pai e me usou para atrair ele para uma armadilha. Muito romântico! - Oliver gargalhou porque desde aquele primeiro dia os dois viveram entre brigas, muita ação e confusão e no meio de tudo isso o amor deles cresceu e se fortaleceu. Ele era seu guarda costas...seu protetor...seu amor e tudo era intenso demais.

— Desde aquele dia minha vida tem sido um mar de emoções, tanto boas quanto ruins. Mas todas, todas elas me mostraram o quanto minha vida é mais completa por você estar nela. - Felicity prestava atenção em tudo, cada gesto, cada palavra….ela tinha medo daquilo tudo de repente se transformar em uma despedida - Eu tive grandes perdas na minha vida, você sabe - ela acenou com a cabeça e viu uma sombra negra passar pelos olhos dele - Meu pai, Barry, Sarah e tantos outros amigos...Mas a perda que eu mais senti foi a sua.

— Mas você não me perdeu, Oliver! Eu estou aqui - ela segurou o rosto dele com as mãos - eu estou aqui.

— Eu perdi você duas vezes...uma naquele dia no tribunal - Felicity arfou, ela também havia se perdido naquele dia - e a outra quando eu vi você vestida de noiva com Thomas do teu lado. - Lágrimas desciam pelo rosto de ambos.

— Oliver… - ele a interrompeu com um sinal.

— Me deixe falar….e mesmo depois disso, mesmo depois de achar que você havia desistido de nós, mesmo depois de você ter dito sim para aquele bastardo - ele parou um pouco para respirar e controlar a raiva que surgiu de repente - mesmo depois disso eu me via na sua frente, a cada passo que eu dava em direção a minha vingança, ao meu objetivo de acabar com essa guerra...você estava lá. Discutindo, me ajudando, gritando, chorando comigo e sabe-se lá Deus como me fazendo me apaixonar ainda mais por você - Felicity deu um sorriso trêmulo.

— É um dom! - ela disse, fazendo Oliver gargalhar em meio às lágrimas.

— Eu uma vez te falei que o elo mais forte entre duas pessoas deveria ser como o fio de algodão….

— Que deveríamos prender um ao outro com fio de algodão e deveríamos lutar a vida inteira para não quebrá-lo - Oliver havia lhe contado essa história um dia, depois de mais um ataque que ela havia sofrido e mais uma vez ele a havia salvado. Naquele dia ela realmente estava assustada e num rompante perguntou a ele se ele a amava. Ele respondeu com aquela história do fio de algodão, dizendo que os dois estavam unidos por um fio de algodão - Fiquei confusa naquele dia, mais tarde entendi o que você queria dizer. Depois, em várias situações, principalmente no dia do julgamento, me perguntei se tinhamos rompido o fio de algodão que nos unia.

— Na verdade, esse elo está ainda mais forte - Oliver levantou do sofá e buscou algo em seu quarto - Felicity estava um pouco trêmula, sem nem saber porque.

Quando Oliver voltou ele se abaixou na sua frente e lhe mostrou uma caixinha, tipo das de jóias...grande demais para ser de um anel. Devagar ele foi abrindo a caixa e o que ela viu a deixou sem fôlego - um carretel com fio de algodão.

Oliver pegou o carretel e a mão dela e prendeu o fio de algodão no seu dedo na mão direita. Sem falar nada e olhando fixamente para ele, Oliver foi desenrolando o fio de algodão até que uma pequena aliança com uma pedra azul, da mesma cor dos olhos dela, foi caindo em direção ao seu dedo. Felicity estava sem fala ...ela alternava seu olhar entre o rosto tão amado de Oliver e a aliança que agora havia chegado em seu dedo.

Felicity terminou de colocar o anel em seu dedo e olhou para Oliver com um olhar encantado.

— E? - ele engoliu em seco e se preparou para fazer a pergunta cuja resposta poderia transformá-lo no homem mais feliz ou mais miserável do mundo - Você aceita casar comigo? - Felicity jogou os braços ao redor de seu pescoço e o beijou com toda sua alma e seu coração. Com a força do impulso de Felicity e no meio ao beijo Oliver acabou por cair no tapete e a puxou junto. O beijo terminou e os olhos voltaram um ao outro. Um sorriso bailou nos lábios de ambos e Oliver a beijou novamente.

A saudade, a ânsia, o desejo e o amor acumulados por mais de três anos se fez presente e nada mais importou. 

Mãos, braços, pernas, lábios, suspiros e gemidos.

Oliver ergueu Felicity e a levou para o quarto.

Sentou-se na cama com ela em seu colo. Felicity se deliciou tirando a camiseta dele e dedicando um tempo a apreciar o tanquinho do qual ela tinha tanta saudade.

— Sentiu falta não é, minha rosa?? - ela riu e lhe deu um tapa no ombro.

— Senti sim - foi obrigada a confessar antes de lhe dar mais um beijo de tirar o fôlego de ambos.

A partir daí eles se perderam um no outro. Se amaram com alma, coração e com a certeza de que nada mais os separaria ... nem a morte.

Horas depois,  deitada no peito de Oliver com ele fazendo carinho em seu braço, ela lembrou que ainda não havia dado sua resposta.

— Oliver? - Eles estavam meio sonolentos, naquela névoa de satisfação e felicidade.

— Huummm….

— Caso não tenha ficado claro ... .minha resposta é sim!!

E em meio a gargalhadas ele se amaram novamente.

Com  a certeza de que o amor deles havia ressurgido como uma fênix e que os fios de algodão que os uniam dificilmente seriam rompidos.

Eles lembrariam para sempre daquele dia dos namorados como o primeiro em que  foram realmente e plenamente felizes.

FIM.




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Notas finais do capítulo

Quem já lê minhas fics sabe que esse não é muito meu estilo, gosto de escrever algo mais leve ou que pelo menos não tenha tanto sofrimento. Mas dessa vez quis me arriscar.
Espero do fundo do meu coração que vcs gostem! E se gostarem me deixem saber!!
Bjus!



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