Eternal Love escrita por juliacalasans


Capítulo 3
2-Mágoas


Notas iniciais do capítulo

Mais um aí gente... Espero que gostem. Nesse capítulo ainda não vai ter o Edward, mas no próximo ele aparecerá, eu prometo!



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No outro dia, Alec e eu fomos para o pátio atrás do castelo. Como Aro disse, ele iria me ensinar a lutar.

_Nunca tente passar os braços em volta de qualquer oponente. É muito óbvio, e ele poderá facilmente  evitar seu ataque e te matar._Alec explicou.

_Tudo bem_ Eu disse, antes de começarmos a lutar. Foram quinze minutos até que ele parou.

_Bom... Muito bom_ Foi tudo o que ele disse, antes de se atirar a mim de novo. Eu tentava atacar e ele desviava. Até que com um movimento que eu nem sei de onde que veio,  eu estava com meus dentes a centímetros do seu pescoço, segurando seus dois pulsos para trás.

_Eu ganhei _  Eu falei, enquanto ele ria.

_Poxa, Alec.Você perdeu! Eu não consigo ganhar de você e ela consegue!_ Jane parecia brava.

_Foi sorte._ Eu afirmei, secamente.

_Alec!_ Ela o chamou. Ela ficou olhando para ele por um longo tempo com um sorriso no rosto. Depois ela bufou

_Eu estou perdendo meus poderes. Não funciona com você!_ Jane falou, desapontada. E se retirou. Eu passei o dia inteiro lutando com Alec, enquanto eu o provocava e ele me provocava de volta.

No dia seguinte, de novo eu e Alec fomos lutar, só que desta vez nós não tínhamos platéia nenhuma. A luta foi mais cerrada, mas mesmo assim eu consegui ganhar.

_Isto é chato! Eu não vou tentar encostar em você mas você encosta em mim primeiro e quase arranca meu braço._ Ele exclamou. Eu fui imediatamente olhar o braço dele.

_Não foi nada. Sangue humano cura as feridas rapidamente._ Ele afirmou. Eu me levantei, e nossas bocas ficaram a centímetros de distancia. Ele me olhava maravilhado, como se eu fosse a oitava maravilha do mundo. Num movimento imperceptível para mim, ele selou o espaço entre nós, me dando um beijo. Eu não sei porque, eu retribuí. Então eu percebi que Aro vinha nos corredores, então separei nossas bocas e me atirei a ele num gesto de luta. Ele entendeu o disfarce, e nós começamos a lutar novamente.

_Precisamos de vocês aqui. Troquem de roupa e venham logo. Felix quer lhes falar algo._ Aro disse

_Felix?_ Eu perguntei, depois que Aro se retirou.

_É mais do nosso Clã. Ele não te conheceu ontem porque não estava em Volterra. Ele está ansioso para conhecer a “garotinha do Aro”_ Ele disse, fazendo aspas com os dedos

_Garotinha do Aro?_ 

_Sim. Jane não está muito satisfeita, sabe, ela meio que tem inveja de você_ Eu me virei, incrédula, o choque claro em meu rosto. Ele riu.

_Inveja? De mim? Isabela?_ Ele gargalhou mais alto

_Sim... Digamos que você é a única pessoa que me faz falar._  Ele disse

_Hã?_

_Ah, claro. Eu falo demais quando eu estou perto de você. Ninguém aqui tem uma comunicação direta comigo, dizem que eu sou um vampiro de poucas palavras._ Ele ria

_Só isso?_ Eu perguntei, desconfiada.

_Sim. Jane é a minha irmã, e não fica feliz em saber que uma mera desconhecida está se dando melhor comigo do que ela._ Ele tinha uma certa... Insegurança ao dizer essas palavras. Um traço humano que eu ainda tenho, é a minha percepção. Ele estava mentindo,  eu descobriria o porque de Jane não gostar muito de mim.

Tive que trocar de roupa,já que a minha estava destruída da luta. Meu quarto lembrava um  bistrô parisiense. Era enorme, salmão, com um guarda-roupa imenso, que ocupava quase toda a parede lateral. Lá dentro, roupas que cobriam a maior parte da nossa pele. O banheiro tinha uma banheira adorável e uma ducha a direita. Vesti um vestido preto de mangas compridas, porque, apesar de ser verão, Volterra era um lugar muito gelado.

Cheguei ao grande salão. Um vampiro desconhecido, que eu deduzi ser o Felix, me entregou outra manta negra, que cobria mais tudo, menos o meu rosto.

_Qual é a missão, Aro._ Alec disse.

_Um casal de crianças imortais e seu criador fazendo estrago. Eles estão matando sem sequer se preocupar em esconder os corpos, e estão exibindo sua pele sem o mínimo de inibição, não estão nem aí para quem assiste._ Crianças imortais? “Devem ser umas pestes” pensei.

_Vamos, não podemos perder mais tempo._

_Claro Felix._ disse Jane. Eu e Alec assentimos, e logo estávamos correndo em direção a fonte (literalmente) de inibição. Aquelas crianças não tinham o mínimo de medo de se exibir! Mas eu não queria matá-las. Não mesmo. Eu era alguém boa, e eu tinha que me lembrar de não perder o pouco de humanidade de me resta.

Alec matou a primeira criança com um único golpe. Eles iam se focar no maior quando caíram duros no chão. O vampiro sorria satisfeito. Então ele deve ter um dom... Ela olhou para mim, e eu fiquei com tanto medo... Mas nada aconteceu. Ele olhou, sorriu, encarou, fez careta... Não me afetava em nada. Sorri maleficamente  e ele recuou para trás. Me atirei a ele como um tigre irado, enquanto ele fazia o mesmo. A luta estava em vantagem para ele, já que a criança imortal também estava lutando.

Eu precisava acordar os outros. Enquanto eu lutava, eu pensava. De repente, a lembrança de Edward veio lívida, como se tivesse acontecido a poucas horas. Minha mente se encheu de ódio. Eu não gostava de me lembrar dele. Mas eu não sabia o quanto a lembrança desta conversa me seria útil.

"Porque você consegue ler mentes- e só você? E Alice ver futuro? Como isso acontece?"

Eu sentí ele levantar os ombros na escuridão. "Nós realmente não sabemos. Carlisle tem uma teoria... ele acredita que todos nós temos alguma coisa em nossa vida humana que era muito forte, e que quando trazemos essa coisa para a nossa outra vida, ela é intensificada- como nossas mentes e os nossos sentidos. Ele acha que eu já devia ser sensível aos pensamentos das pessoas ao meu redor. E Alice tinha previsões, onde quer que ela estivesse".

Então uma ideia nasceu. Se uma qualidade humana é aumentada quando nos tornamos vampiros, talvez eu tenha um dom. Uma qualidade... Uma qualidade... Eu tentava me lembrar de uma qualidade humana minha que pudesse virar um dom,  enquanto eu tentava conservar a minha vida.

A luz então nasceu. Edward não podia ler minha mente! Ele falava que era como se eu tivesse um escudo na minha cabeça, que o impedia de ver o que eu pensava. Talvez este mesmo escudo possa ser aumentado para as pessoas ao meu redor. Era arriscado, mas eu resolvi tentar. Fechei meus olhos , e me concentrei em Alec, Jane e Felix. Então eles se levantaram. O vampiro não esperava aquilo, e recuou, de supetão.

_Fiquem perto de mim! Assim ele não conseguirá mecher na mente de vocês._ Eu falei.  O vampiro se levantou, olhou para eles e sorriu. Jane sorriu de volta, e instantaneamente, ele começou a se contorcer, como se estivesse sentindo dor. Eu pulei para a criança e comecei a desmembrá-la. Vi que Felix fazia o mesmo com o outro.

Juntados os membros, derramamos querosene e jogamos um fosforo. O cheiro doce de fumaça tomou conta do ar.

_Uma missão cumprida. Vamos?_ Alec me perguntou, pegando em minha mão. Eu sabia que ele estava pensando no beijo, mas preferi me mostrar alheia, enquanto corríamos de volta para o castelo

_Como foi?_ Aro perguntou, com sua voz gentil.

_Estranho._ Afirmou Felix, olhando fixamente para mim.

_Deixe-me ver._ Aro ordenou. Felix se aproximou e estendeu a mão para ele. Aro fechou os olhos por um minuto.

_Suas lembranças estão imcompletas._ Ele disse.

_O criador das crianças tinha um dom de nos deixar inconsciente. Apenas Bella não foi afetada, eu acho._ Felix afirmou.

_Uma pena que eu não possa ver as lembranças de Bella_ Aro suspirou. Eu refleti um segundo. Se eu podia aumentar meu escudo, eu poderia tirá-lo também. Não custava tentar.

_Aro, tente novamente._ Eu disse, estendendo a mão para ele. Ele a tocou, e eu me lembrei de tudo na luta.

_Formidável!_ Disse ele_ Bella tem o poder de inibi qualquer poder que manipule a mente vampírica. Ela cria um escudo, que pode ser pequeno o bastante para proteger apenas a si mesma, ou grande o bastante para cobrir a todos nós. E claro, ela pode retirá-lo quando quiser. Magnífico!_ Ele exclamava, feliz. Eu estava envergonhadíssima. Não gostava de ser o centro das atenções, mesmo depois da minha transformação. Olhei para Alec, que me mandou um sorriso encorajador. Eu sorri de volta.

_Bom, podem voltar as suas atividades, uma vez que Bella não parece muito confortável._Agradeci silenciosamente para ele.

_Vamos voltar a lutar?_ Eu disse para Alec.

_Sim, vamos logo._ Ele disse, pegando na minha mão. Nós lutamos por duas horas, incessantemente, sem uma só pausa. Ninguém conseguia se aproximar de ninguém, até que ele finalmente conseguiu se empoleirar nas minhas costas.

_ Dessa vez, eu ganhei, Isabela._ Disse ele, me dando um beijo na garganta. Ele foi subindo, distribuindo beijos pelo meu pescoço. Eu estava aproveitando, quando a lembrança daquele mal-amado do Edward voltou.

 “Eu sinto sua falta”, eu sussurrei.

“Eu sei, Bella. Acredite em mim, eu sei. É como se você tivesse levado metade de mim com você”.

“Então, venha pegá-la”, eu desafiei.

“Breve, assim que eu puder. Mas eu vou te deixar a salvo primeiro”. A voz dele estava dura.

“Eu te amo”, eu lembrei ele.

“Será que você poderia acreditar que, a despeito de tudo em que eu te envolvi, eu te amo também?”

“Sim, na verdade, eu posso”.

“Eu vou te buscar logo”.

“Eu estarei esperando”.

Como eu odiava essas lembranças! Eu odiava Edward! Eu o odiava por não ter ficado do meu lado, partido meu coração e ainda não me protegido na hora que eu mais precisava. Ah, se eu o encontrasse eu iria quebrar seu pescoço  sem dó. Eu o odiava por tudo o que era mais maldito nesse mundo.

Mas isso tudo se apagou quando os lábios gentis de Alec encontraram os meus. Todo o meu ódio, todas as minhas mágoas se perderam naquele momento. E enquanto eu o beijava, eu percebi.

Pela primeira vez, em dez anos, eu estava realmente feliz.


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Notas finais do capítulo

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