Eternal Love escrita por juliacalasans


Capítulo 2
1- Volturi


Notas iniciais do capítulo

Agradeço a todas pelos reviews, fiquei lisonjeada... Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/80162/chapter/2

Eu fiquei cinco anos vagando pelos Estados Unidos, quando resolvi conhecer a Europa. Conhecer novos lugares talvez me ajudasse a combater a solidão e o ódio que dominavam meu peito. E funcionou, em parte. Por cinco anos eu viajei pelas capitais da Europa. Paris, Bruxelas, Amsterdã, Berlim... Eram cidades lindas, mas eu estava tão empolgada com a sensação de liberdade que não consegui ficar mais de cinco meses em cada. Eu estava deliciada com o poder, a velocidade, a força que ser vampira me dava. Mas aquilo não substituía o vazio que eu sentia no meu coração morto. Eu tinha saudades da minha humanidade ás vezes. Eu queria amar e ser amada de novo. Eu sentia falta de comer comida humana, de envelhecer, de dormir... Principalmente de dormir.

Finalmente eu fui conhecer a Itália. Roma foi interessante. Florença foi bastante educativa.  Pisa foi divertida. O problema é que a comida perto destas áreas não era muito farta, o que me fez ficar duas semanas sem caçar.

Então, quando a minha sede começou a comprometer minha sanidade, eu me embrenhei para o interior do país a procura de comida. Talvez no interior tivesse mais carnívoros, eu tinha esperança.  Doce erro. Assim que acabei minha caçada, senti o cheiro de outro vampiro me rondando.  Quando me virei para encará-lo, vi fúria em seus olhos, e logo me dei conta de que escapar de uma briga seria difícil.

_Isto daqui é meu._ Ele disse, entre dentes, em posição de ataque.

_Eu só vim fazer uma visita. Eu não bebo humanos._ Eu afirmei, tentando dissipar a tensão que se instalava entre nós.

Não adiantou.

_Não quero saber. Isso daqui é meu, e você vai morrer!_ Ele ameaçou, e investiu contra mim. Eu pulei para o lado no exato momento em que ele pretendia me dar uma rasteira. Pura sorte. Eu era inexperiente, então estava em desvantagem.  Desviei dos ataques dele até perceber o padrão de dois segundos entre cada golpe. Ele pulou pra cima de mim, mas eu o segurei e cravei meus dentes na sua garganta, fazendo força até arrancá-la. Fiz isso com todos os membros. Estava decidindo o que fazer quando uma vampira loira, com uma aparência jovem, jogou um fósforo aceso em cima do monte de membros, que instantaneamente começou a queimar.

_A única forma de garantir que eles estão mortos é decepá-los e queimá-los depois._ Ela sorriu sombriamente.  Usava um manto que cobria quase totalmente sua pele branca.

_O que eu fiz?_ Eu perguntei, confusa.

_Hum... Você está em Volterra. Este nome não te parece familiar?_Ela me perguntou.

_Ah sim, claro. Os Volturi._

_Sim... Inteligente. Aro não gostou muito do fato de você estar com a pele descoberta. Ele quer vê-la._ A loira disse, me entregando um manto igual ao seu.

_Vamos vê-lo, então._ murmurei, e comecei a segui-la pelas ruas simples da cidade. O silêncio era desconfortável, mas eu não tinha a intenção de quebrá-lo.

Depois de algum tempo de caminhada, entramos num castelo sinistro, que tinha a cara dos contos de terror que eu conheci quando era humana. O cenário perfeito para filmar um remake do Drácula, pensei eu, enquanto andávamos pelos corredores. De repente, chegamos a um grande arco, que era a entrada para um imenso e arejado salão. Um dos vampiros, de pele pálida (quase translúcida), cabelos negros compridos e olhos vermelhos leitosos saudou-a, animadamente. 

_Jane querida, você voltou! Trouxe a vampira desconhecida pra cá?_

_Sim, Aro. Aqui está ela._ Ela apontou para mim. O vampiro chamado Aro veio em minha direção, graciosamente, quase que bailando e estendeu a mão.

_Me estenda a mão, querida._ Ele pediu, simpático.

Que pedido era aquele?

_Eu leio mentes quando toco seus donos. Quero saber o que aconteceu._ Esclareceu ele, sorrindo, ao ler a confusão me meu rosto. Eu estava com medo, mas resolvi ceder, estendendo a mão. Ele a tocou, e sua testa se vincou.

_Estranho. Eu não vejo nada!_ Aro observou, a testa ainda vincada.

_Você tem algum dom?_ Perguntou um vampiro forte, de tez azeitonada.

_Não sei. Eu fui transformada há apenas dez anos atrás._ respondi-lhe.

_O que aconteceu com seus olhos?_Um deles, pálido, com cara de menino, me perguntou novamente.

_Eu bebo sangue de animais._ Eu afirmei.

_Que adorável! Ela deve conhecer Carlisle. Querida, eu gostaria de deixar Jane fazer um teste do poder dela em você. Você permite?_ Aro perguntou. Bem, não deveria me fazer mal, não é mesmo? Assenti.

Jane se aproximou, e com um sorriso no rosto, olhou profundamente em meus olhos. Não aconteceu nada, e quando ela percebeu isto, fez bico. Aro riu jovialmente, parecendo deliciado.

_Alec._ Ele olhou para o menino com cara de menino ao dizer isso. Alec, como Aro o chamou, olhou pra mim por um longo tempo, mas nada aconteceu.

_Há-Há! Essa garota tem um dom maravilhoso, ainda que indefinido!  Qual é o seu nome?_

_Isabella._ rebati rapidamente._Mas eu prefiro Bella._

_Hummm... Gostaria de se juntar a nós e ser parte do grande Clã Volturi? Você não sabe a quantidade de vampiros que passam a eternidade imaginando o dia em que eu lhes faria este convite..._

_Eu aceito._ interrompi-lhe.

_Só que deixe pra lá esse negócio de sangue de animais, Bella. Humanos são apenas comida. Não são nem de perto parecidos com a gente. Nós somos superiores a eles. É perda de tempo tentar protegê-los._ Disse o menino de nome Alec.

_Com certeza. Deixe-me apresentar os outros pra você. Caius, Marcus, Demetri, Jane, Alec e Felix. _ Ele apontou para cada vampiro do salão ao dizer isso.

_Estou feliz em conhecê-los._

_E o sangue animal? Vai continuar como Carlisle?_ Caius me perguntou.

Eu estava indecisa nesse ponto, mas rapidamente tomei uma decisão.

_Não. Nunca provei sangue humano, mas o cheiro é delicioso._

_Pois é assim que se fala querida._ Aro disse, rindo, e mandou uma vampira de nome Heidi buscar comida pra gente.

_Eu tenho um bom pressentimento com você Bella. Amanhã mesmo Alec vai ensiná-la a lutar._ Aro disse, me encarando com seus olhos nebulosos e leitosos por um longo momento. Depois, seu olhar se desviou para a entrada, onde uma vampira com olhos violetas (que eu desconfiei ser resultado de sobreposição de lentes azuis sobre olhos vermelhos) chegava, trazendo uma multidão de gente. Instantaneamente minha boca se encheu de veneno.

Todos eles entraram no salão, parecendo maravilhados com o lugar.

_Este é o salão principal!_ disse a vampira, sorrindo. Então ela atuava como guia turística.

_Bem vindos a Volterra!_ Aro disse, de braços abertos._Podem fazer as honras._ murmurou baixinho, logo depois.

Eu, Alec e Jane nos precipitamos aos humanos a nossa frente, abatendo alguns com facilidade. Assim que senti o líquido âmbar entrar em contato com a minha garganta, entrei num frenesi quase desesperado, e drenei o primeiro em tempo recorde. Nunca tinha provado algo tão bom quanto sangue humano.

Drenei três, pois não estava com fome: tinha caçado antes.

Enquanto eu observava os outros caçando, pensei em todas as lembranças humanas que eu tinha. Eu era alguém boa não era? Um pesar chegou ao meu coração morto... Um pesar que durou pouco. De cabeça erguida, não havia mais o que discutir.

Meu nome era Isabela.

Eu era uma Volturi.

Eu era um monstro.

Eu não me importava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews, please?