Enluarado escrita por Camí Sander


Capítulo 3
Capítulo 2 - Menininha?!


Notas iniciais do capítulo

DEMOREEEIII MAS CHEGHEEEEIII!!!
Em compensação, esse capítulo tem mais palavras... e já está vinculado ao próximo que está cheio de surpresas! Espero que gostem!



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Demorou bastante. Bem mais do que deveria. O que era bem espantoso, considerando o pouco tempo em que tinha encontrado Nadya e a estrada de New Hampshire até aqui. Então, quatro carros estacionaram nas únicas vagas do estacionamento. Jasper saiu do meu Volvo e eu desci da árvore para encontrá-los. Agradeci meu irmão por ter trazido meu carro. Eu realmente gostava de dirigir sozinho quando estava em meu período de luto.

—  Por que não me disse antes que era um Cullen? — Nadya me acusou com os olhos e senti um pequeno arrepio de medo passar por mim.

Jasper soltou uma risadinha.

“Medo de garotas, agora, Edward?” ele pensou. E eu rosnei baixo, avisando-o.

—  Não deu tempo — sorri fraco para ela. Logo, a preocupação tingiu meu rosto. — Carlisle, os Volturi querem acabar com eles. Não podemos deixar!

Meu pai franziu o cenho e me analisou. Era a primeira vez, em dezoito meses, que eu expressava alguma vontade, alguma reação que não fosse conformismo. O fato de Jasper sentir a tensão emanando da esposa apenas ressaltava o estranhamento. Rose revirou os olhos e Emmett sorriu diante da ideia de bater em alguém. Nossa mãe abraçava e afagava os ombros da híbrida tentando confortá-la, mesmo que também estivesse preocupada.

Com uma olhada cautelosa ao redor, passando dos rostos de todos até o hotel, Carlisle deu um passo à frente e pôs a mão em meu ombro. Alice e eu exalamos um suspiro resignado.

—  Depois cuidamos disso — prometeu minha figura paterna.

E o suspiro foi ecoado pelo restante da família.

Entramos no hotel em seguida. Jane deixara avisado na recepção que Nadya viria e que, talvez, traria alguém com ela. Qual não foi a surpresa da recepcionista quando viu a quantidade de pessoas esperando para subir com a bela morena de olhos verdes?! Quase senti-me tentado a fingir ser namorado da híbrida, apenas para desfrutar um pouco mais do assombro da mulher, mas, desde que Isabella me deixou, não segurei a mão de nenhuma outra mulher. Apressamo-nos pela escada para chegar mais rápido e, no meio do caminho, Alice teve a visão dos bebês que a acidentada carregava no ventre. Sua parada brusca quase fez com que Emmett caísse, o que o levou a um monte de xingamentos.

Quase perguntei à minha vidente por quanto tempo Alec e a moça estavam juntos, porque, decididamente, as crianças eram dele. No entanto, encontramos o quarto assim que abri a boca.

—  Que surpresa! — sorriu Aristemis da cama.

Sem pensar, como sempre, Alice correu até o leito e jogou os braços ao redor da híbrida. Era como se a conhecesse a vida inteira. Não que isso me espantasse. Alice era assim e nada mudaria seu comportamento. Nem mesmo os meses com os Volturi a fizeram reagir de forma diferente. Pela visão periférica, notei que ninguém havia se espantado, como imaginei que fariam. Talvez Alec e Jane já estivessem acostumados, como minha família estava, mas as quatro híbridas presentes esboçavam apenas sorrisos.

—  Eu vi seus filhos! — comentou Allie, naquela empolgação característica. — São lindos! Emára é uma princesinha e o Wesley se parece muito com o Alec.

“O que, infelizmente, torna a criança meio feia” completei mentalmente.

“Cala a boca, idiota!” respondeu minha estrela-guia. “Alec é lindo!”

Revirei os olhos.

“Como as pessoas são cegas, meu Deus do Céu!” zombei.

“Não fala nada, Edward! Você não pode falar absolutamente nada a respeito da cegueira humana! Você demorou séculos, com essa sua mente aguçada, para perceber que amava a...” e ela bufou. “Esquece.”

Camila era minha luz em meio à escuridão. Ela apareceu quando pensei que poderia enlouquecer com tantos pensamentos confusos, contou-me que era minha estrela-guia e que cuidava de mim desde meu nascimento. Disse que enfrentou forças maiores por permitir que me transformasse em vampiro e que quase foi obrigada a me abandonar. Agradeceu-me quando voltei para Carlisle, depois daquela fase rebelde e foi a responsável por pedir alguém para estar ao meu lado. Quando tentei expulsá-la de minha cabeça, retrucou que eu só tinha o dom de ler mentes por sua causa e que era muito mais poderosa do que um vampiro. Fui obrigado a me conformar com a voz feminina dando palpites em minha mente. Sentia-me dentro daquele livro, A Hospedeira, da autora que publicou minha história, mas não pude fazer nada a respeito.

Minha consciência tinha nome, voz, corpo e poderes. Minha consciência tinha uma família aqui neste planeta. Atualmente ela vivia no México e adotava o nome de Camila Maytê Estrela Sander. Adotada por Rafael e Luz Sander. Donos do orfanato “Cantinho de Luz”. Sim, minha consciência era uma menina. No entanto, eu conhecia sua real natureza e seu nome verdadeiro. Somente três pessoas na Terra sabiam da existência dela. Eu, ela e Isabella. Cuja última, eu desconhecia a atual moradia; graças a uma burrice. Minha ou de Nessie, ainda assim, uma burrice.

“Termina!” insisti. Meu peito doía — aparentemente, sentíamos as mesmas emoções também —, mas eu queria saber o que ela falaria. De repente, eu sabia. O rosnado preencheu meu peito e meus olhos arderam. “Você ia dizer que eu amava a Isa? Amava? No PASSADO?”

“Ainda ama” corrigiu-se num suspiro. “Desculpe-me, bebê!”

Em minha conversa silenciosa, não percebi a figura que se aproximou até que olhos verdes e longos cabelos lisos preenchiam minha visão.

—  Oi, sou Megára! — sorriu a híbrida loira estendendo a mão direita.

—  Edward — cumprimentei-a com um sorriso forçado.

Os olhos brilharam ainda mais. Ah, merda!

—  Muito prazer, Edward! Então, você também vai lutar contra a menininha?

Franzi o cenho. Contra a menininha? E imagens de Caius, seus cabelos longos e manto cobrindo os pés, inundaram minha mente.

—  Gostam de me imitar — suspirou a híbrida com fingido pesar.

Ri daquilo. Muito.

Então era por isso que os italianos declararam guerra a esse grupo? Por Megára ter coragem de ser quem sempre foi? Por uma bobeira falada para Caius? Megára já tinha minha admiração por xingar Jane na presença da pequena loira, mas nunca imaginei que a híbrida loira pudesse fazer o mesmo com um dos patronos. Com o próprio Caius! Aquela garota era incrível! Parecia completamente louca, ainda assim, incrível!

Lentamente, meu acesso de gargalhadas foi acalmando e notei que um silêncio atordoante completava o local. Meg era a única a sorrir largamente enquanto os outros me olhavam com preocupação. Ah, claro! Eu não tinha motivos para rir há muito tempo, mas a imagem de Caius comparada a uma mulher era demais para mim.

—  Caius... — expliquei forçando-me a controlar o riso. — Uma menininha... de vestido?!

Megára soltou uma risada baixinha enquanto o restante apenas revirou os olhos e voltou sua atenção à Aris que começava a sangrar. Os pensamentos de meus irmãos questionavam minha sanidade e comecei a me questionar também. Talvez os meses sem Bella e Nessie estavam me afetando o cérebro.

O cheiro de sangue atingiu meus sentidos e, imediatamente, ergui os olhos em direção ao maravilhoso odor. Não era tão forte quanto o de Bella, mas as semanas de privação de alimento me deixaram sensibilizado.

Para o constrangimento das jovens híbridas, meu pai se apressou a mandar todos nós para fora. Não por causa dos Cullen, nenhum de nós feriria a moça, mas os gêmeos Volturi estavam sedentos e demonstravam a culpa que sentiam por querer cravar-lhe os dentes.

—  Alice, Esme e você. — Meu pai apontou para Meg. — Vocês ficam aqui para me auxiliar. Tenho que descobrir a causa do sangramento e os vasos rompidos e alguém precisará fazer o parto das crianças.

—  Tem certeza de que não quer que eu fique? — indagamos Rose e eu ao mesmo tempo.

Perguntei porque sabia como proceder, uma vez que já possuía formação acadêmica na área e praticara em minha própria esposa. Rose também sabia o que fazer, já que me ajudou.

—  Não será necessário — dispensou ele.

Esvaziamos o quarto rapidamente; todos os outros já se encontravam no corredor. Rose me deu um sorriso breve e foi até Emmett para conversar com as outras híbridas. Áquila, a garota do cabelo de fogo, fervilhava de preocupação por dentro, mas parecia completamente no controle de suas próprias emoções. Nadya, a morena dos olhos verdes, estava nervosa e isso a deixava perigosa. Decidi deixar que Emmett lidasse com isso sozinho.

No canto oposto, os gêmeos se abraçavam tentando transmitir acalento um ao outro, mesmo que só sentissem tristeza. Fui até eles e Alec ergueu os olhos para mim.

—  Ela ficará bem, não ficará?

—  Sim — prometi. — Carlisle está tratando da hemorragia e instruindo no parto. Ninguém morrerá, hoje.

Jane soluçou e escondeu a cabeça no pescoço do irmão.

“Tem certeza?”

—  Tanta certeza quanto tive ao dizer que ela estava viva há dois anos — retruquei.

—  Desculpe-me — pediu Alec. — Eu não deveria ter duvidado de vocês.

Assenti uma vez. Não o culpava por questionar meu raciocínio e o de Bella ao ver a terra remexida naquela colina. Se minha esposa tivesse sido morta na minha frente, eu mataria o imbecil que ousasse me falar sobre a possibilidade de ela estar viva. Ainda mais, depois de tantos anos. Imagino como Alec deve ter ficado ao descobrir o porquê de a esposa não o procurar por todo esse tempo.

Minutos depois, ouvimos um choro de criança seguido por outro, tão agudo quanto. Um suspiro de alívio saiu de Alec, mas os pensamentos preocupados de Carlisle não me deixaram relaxar. Poucos segundos se passaram antes de Alice e Megára saírem do quarto com um embrulho nos braços de cada uma e vieram até nós. As crianças pareciam dois pequenos bonecos enrolados nas toalhas brancas e felpudas do hotel.

—  Parabéns, papai — sorriu Alice estendendo os braços e mostrando o menino que dormia ali. — Este é o pequeno Wesley. Quer segurar?

O rapaz levantou-se do chão com a irmã e, com todo o cuidado, aninhou o filho contra o peito e sorriu ao notar o menino se aconchegar ainda mais.

Os pensamentos de Meg chamaram minha atenção. A menina estava quase chorando e começava a vacilar enquanto segurava o bebê. Procurei pelo nome que Alice pronunciara mais cedo, mas a híbrida falou antes que eu chegasse a uma conclusão.

—  Emára.

—  Ah — sorri em incentivo. — Posso?

—  Não! — Alec impediu a cunhada, entregando o filho para a irmã. — Eu quero vê-la primeiro e tenho meus direitos — declarou, já pegando a menina no colo. As pálpebras da menina tremeram e começaram a abrir. — Ah, que gracinha! Oi, Emára! É o papai!

Eu conhecia aquele sentimento, e doía perceber que não tinha minha princesa comigo hoje, por isso deixei o novo papai curtir sua pequena e foquei em Jane e seus pensamentos negativos.

A loira continuava um pouco afastada, agora virada para a parte vazia do corredor, fitando a pequena cópia de seu irmão. Sua mente girava em torno das expressões claramente forçadas de Alice e Megára e da demora de meu pai para liberar o quarto. Ela sabia que algo estava errado, mas recusava-se a fazer as perguntas porque não queria saber as respostas.

Caminhei até a vampira e encostei meu queixo em seu ombro para olhar Wesley. Passei um braço por sua cintura e o outro ao redor do menino. Embora Jane relutasse em querer a resposta, por experiência própria, era melhor que soubesse antes dos outros.

—  Aris ficou em coma — sussurrei em seu ouvido para que apenas ela escutasse.

Como o esperado, sua primeira reação foi enrijecer. Em seguida, Wesley remexeu-se e ela amoleceu por completo. Se eu não estivesse segurando, a loira e o sobrinho desabariam no chão. A mente preocupada de Jane passou a ser desesperada e circular entre soluços, pedidos de socorro e culpa.

—  Meus pais estão tentando acordá-la — expliquei. — Jane, seus sobrinhos precisam de você. Lutarei para ajudá-los, mas você precisa fazer com que essa notícia não chegue aos ouvidos dos seus mestres. Pelo que entendi, estão tentando encontrar brechas para fazer você, seu irmão e sua cunhada voltarem para a guarda?...

—  Nós não saímos — murmurou ela. — Alec e eu nos comprometemos a ajudar sempre que estivermos por perto, mas meu irmão queria uma nova vida com a esposa e as meninas não gostam da Itália. Eu não deixaria meu irmão sozinho depois de tantos anos.

—  É claro que não. Você está comprometida ao segredo?

A pequena loira assentiu e concentrou-se em não deixar o bebê desconfortável.

—  Quer ajuda? — perguntei.

“Contanto que você solte minha cintura... quero, por favor. Parece que somos um casal de namorados segurando as consequências de alguma ação inadequada à idade.” Resmungou.

Ri de suas colocações, beijei-lhe a face e larguei-a para pegar o menino. Imediatamente, ela se abaixou para que eu pudesse alinhar Wesley junto a mim com mais facilidade e menos movimentos bruscos.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? E essa nova versão "papai babão" do Alec? E a Jane toda diferente!?

Querem saber mais sobre a Aris e a Meg? Corre lá para Amor e veja como tudo começou!
Mas corre lá só depois de deixar um comentário aqui para mim! ;*



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