Hope escrita por Beah


Capítulo 7
Chapter Five — Stop Crying Your Heart Out




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 "Hold up, hold on
Don't be scared. You'll never change what's been and gone
May your smile shine on. Don't be scared.
Your destiny may keep you warm.

'Cause all of the stars are fading away, just try not to worry, you'll see them some day.
Take what you need and be on your way.
And stop crying your heart out."

18h45 da noite,
Forks, Washington

Quando Isabella conseguiu ficar no conforto de seu quarto, sozinha, finalmente sua ficha caiu. A ficha de que ela havia encontrado os Cullen cara a cara após quatro anos finalmente caíra e com ela grossas lágrimas começaram a descer por seu rosto, criando rastros em sua pele branca e frágil feito porcelana.

Percebeu então que cada um de seus pensamentos e atitudes do momento em que os vira até o presente eram apenas fragmentos que sobraram em sua mente da insegurança e medo que aquelas pessoas haviam feito nascer em si. A verdade era que eles ferraram de todas as formas com a vida de Isabella e só agora ela percebera que não se tratava apenas de perder seu namorado de adolescência, mas sim de perder sua autoconfiança.

Num todo, Isabella não era mais aquela garota insegura que temia que Edward fosse trocá-la até mesmo pela própria sombra, tudo o que ela pensara e cada conclusão adquirida eram apenas resultados do choque que ela teve. Como se sua mente tivesse voltado a quatro anos atrás por alguns instantes. Então respirou fundo e enxugou os olhos, limpando lágrimas que ela vinha derramando já faziam algumas horas.

Sentou-se na cama mordendo o lábio inferior. O que a aparição deles havia causado em si? Tirando os pensamentos auto depreciativos e rios de lágrimas, é claro. Qual efeito eles haviam tido, depois de tantos anos? Começou a pensar, repetindo para si mesma que era real, que eles estavam ali. Que não era apenas mais um truque de sua mente humana, seus olhos haviam registrado Edward Cullen totalmente confortável em sua melhor blusa social, usando seu melhor sorriso no rosto ao lado de sua família, perfeitamente sentados em uma mesa, vestidos impecavelmente como sempre e agindo como se fossem os donos do mundo, o que costumavam fazer na escola durante o intervalo. Velhos hábitos nunca morrem, certo?

A primeira coisa que a atingiu foi a raiva. Quem eles pensam que são para aparecerem daquela forma em sua frente, quatro anos depois, sorrindo e agindo como se não tivessem despedaçado seu coração em pedaços e depois servido como prato principal no jantar? Uma curiosidade a atingiu em cheio e ela quis saber, então, quanto tempo fazia que eles haviam voltado. Meses, dias, semanas, horas? Talvez tivesse passado pelo volvo de Edward durante a estrada e nem percebera.

Foi aí que a tristeza começou a emergir novamente. Eles haviam voltado e não haviam avisado. Haviam voltado para Forks, retomado suas vidas e não tiveram a decência de, de alguma forma, contatá-la. Pelo contrário, agora estavam todos agindo como uma grande família, como se fossem melhores amigos de infância. Talvez ela realmente não tivesse sido importante para eles. No fim, tinha sido apenas mais um brinquedo em suas mãos de mármore. O que não tirava também o peso das costas de Jacob, porém o Quileute era outro assunto. Ela sabia que ele estaria ali e se preparara para vê-lo.

Um nojo subiu por sua garganta e ela sentiu vontade de vomitar. Se os Cullen e os Quileutes estavam se dando tão bem, então a volta dos vampiros havia ocorrido a um bom tempo. Ela não conseguia entender se realmente formavam agora a família feliz, ou se era apenas falsidade. Tudo o que conseguia sentir era essa repulsa por eles, jogaram-na fora como lixo e, enquanto em sua frente brigavam como cão e gato, pelas costas eram melhores amigos. Sentiu-se enganada, traída.

Uma revolta irracional a corroeu pelo fato de Jake ter tido conhecimento da volta da família e mantido em segredo. E foi aí que a realidade a atingiu. Para que Jacob tivesse ligado para ela, eles precisariam estar se falando, em primeiro lugar. O que obviamente não estava mais ocorrendo. E, mesmo que milagrosamente ele tivesse ligado, será que ela teria ido embora para Forks? Se fosse, se tivesse ido, na verdade, nunca teria conhecido Caroline, Elena, Bonnie, Damon, Matt e Tyler. E Charlie também não teria se casado e não estaria tão feliz. O que significaria que sua vida permaneceria na mesma linha que estava desde que conhecera os Cullen.

E então se sentiu feliz. Um sorriso imenso abriu-se em seus lábios e ela finalmente entendeu que, se as coisas tivessem ido bem em Forks, ela não teria se mudado para Mystic Falls e talvez não estivesse tão feliz quanto estava agora, depois de se descobrir, de evoluir, de achar verdadeiros amigos que estavam dispostos a qualquer coisa por ela, assim como Bella não hesitaria em dar a própria vida por eles e depois de achar não a pessoa que a completava, mas que a transbordava.

Levantou-se num salto da cama e saiu do quarto, sem se importar com o fato de que estava apenas de calcinha e usando a blusa de alça do pijama. Desceu as escadas rápido, momentaneamente esquecendo-se de ter cuidado para não cair e quando enfim chegou a sala, viu Damon na cozinha, de costas para si e de frente para a pia. O armário de cima, onde os copos ficavam, estava aberto então ela deduziu rapidamente o que ele estaria fazendo. Tomou cuidado de rir fraco e baixo o suficiente para que ele não escutasse. O que era um pouco difícil uma vez que seu namorado era um vampiro com audição extremamente aguçada.

Com passos calmos ela aproximou-se dele e abraçou-o por trás, conseguindo encaixar o rosto na curva de seu pescoço assim que ficou na ponta dos pés. Lembraria-se de tirar sarro da própria altura depois. O sorriso continuava em seu rosto ao que ela respirou fundo e, sem rodeios, murmurou no ouvido do Salvatore: "Eu te amo". Não é como se ela não tivesse dito antes e muito menos como se não tivesse significado nada nas outras vezes. A grande diferença, porém, era que desta vez, o "eu te amo" carregava muito mais do que seu próprio significado. E Damon entendera perfeitamente.

Isabella havia finalmente entendido que tudo pelo que passara tinha sido necessário e, até que enfim, havia aceitado. Agradecendo na verdade pelo que ocorrera, pois caso não tivesse, ela não teria conhecido Damon e nem teria tido os melhores quatro anos de sua vida.

"Eu também te amo." foi tudo o que ele respondeu, virando-se e sorrindo, encostando seus lábios nos dela, transformando o que começou com um simples selinho em um beijo cheio de paixão e desejo. Ou, como Caroline gostava de chamar: beijo cinematográfico, digno dos melhores filmes das cenas românticas entre o casal principal.

(...)

Charlie sabia que passar pela segunda vez pelas portas e voltar a adentrar o jardim não seria fácil. Ainda mais com os olhares questionadores das pessoas que haviam visto Isabella chegar com ele e não voltar logo depois. Tinha certeza de que estavam todos falando a respeito disso, por mais que tentassem disfarçar, porém ele preferiu não pensar naquilo por hora e apenas focar em seu amigo que começava a andar em sua direção, com um grande sorriso no rosto.

"Charlie! Quanto tempo!" exclamou, sorridente, enquanto ambos apertavam as mãos em um cumprimento. Logo depois ele sorriu, analisando Liz ao lado do melhor amigo de infância. "Devo deduzir que você é a mulher que, depois de Isabella, finalmente fez Charlie largar o fast food?" riu fraco, fazendo piada.

"É um prazer, John." a loira sorriu, risonha, apertando sua mão.

"E quem seria esta moça bonita atrás de vocês?" perguntou John, ainda sorridente, encarando Caroline e Tyler.

"Esta é minha filha, Caroline e seu namorado, Tyler." Liz respondeu, sem muita demora. Ao que viu John apertar as mãos de ambos e até mesmo deixar um pequeno e singelo beijo nas costas da mão de sua filha.

"Charlie, perdoe-me pela intromissão, mas cadê Isabella?" questionou franzindo o cenho, havia curiosidade e até mesmo uma leve preocupação em sua voz. "Posso jurar que a vi entrando com vocês, mas então voltaram para trás e agora estão sem ela. Aconteceu algo?"

"Não, não. Por Deus, não." o Chefe Swan negou imediatamente, sorrindo fraco, tentando aliviar a preocupação do amigo. "Ela deve ter comido algo no café e alegou que não estava se sentindo muito bem." explicou. "Isso assumindo que ela se alimentou, conhece os jovens de hoje em dia, sempre pulando refeições como se não fosse nada demais." revirou os olhos, adicionando certa veracidade em seu discurso. Sentia-se mal mentindo para seu melhor amigo daquela forma, mas a culpa daquilo tudo era sua, em primeiro lugar.

"Oh, certo, sei bem como é..." deixou uma risada escapar, colocando as mãos nos bolsos e respirando fundo logo depois. "Layla as vezes pula algumas refeições também, tem vezes em que parece que ela ainda é uma criança de seis anos e precisamos lembrá-la de que ela tem que comer." revirou os olhos, mas acabou por deixar uma leve gargalhada escapar.

Charlie já até mesmo havia esquecido que John era esse tipo de pessoa alegre, que gargalhava de tudo e sempre dava risada de todos, brincalhão e por vezes até mesmo inocente, como se tivesse uma criança eterna dentro de si. Era muito bom vê-lo novamente.

"Bem, mande lembranças a Bella por mim, por favor e diga que desejo melhoras." John sorriu, retirando as mãos dos bolsos e juntando-as, colocando afrente do corpo. "De qualquer forma, espero que aproveitem a festa e se precisarem qualquer coisa, basta chamarem por mim. Estarei a disposição de todos... isto é, quando não estiver sendo obrigado a tirar mil e uma fotos." brincou, o que fez todos rirem, trocando um aperto de mãos com Charlie e retirando-se logo após.

Fora Charlie que trocou sorrisos com Liz, Caroline e Tyler e, assim que todos assentiram, ele quem os guiara até a mesa destinada para sua família. Sua família. Era tão boa a sensação que transbordava quando as palavras saiam de sua boca, ou até mesmo quando ele pensava sobre. Não conseguia lembrar-se de estar tão feliz em todos os seus anos de vida. Tirando, é claro, a época que passou com Renée e quando descobriu que teria uma filha.

Finalmente, depois de tanto se sentir parado no tempo, como se não tivesse mais saída, como se não tivesse mais outra rota, o Swan sentia-se feliz. Havia achado o rumo de sua vida e não podia negar que estava adorando dirigir por ele sem nem hesitar. Ver Isabella sorrindo novamente e refazendo sua vida ao lado dele era ótimo após tudo o que a filha havia passado. O melhor era saber que ela estava feliz, assim como ele tinha certeza de que ela sabia que ele também estava, quando um sorria para o outro e se encaravam podiam ver o brilho em seus olhos e então apenas riam fraco e desviavam o olhar. Nada mais precisava ser dito.

Porém é lógico que coisas ruins sempre acontecem e, no momento, ele estava dividindo o ambiente com ela. Ou melhor, "com elas". Assim que viu toda a sua família sentar-se na mesa rapidamente seu olhar correu para a mesa ao lado, onde ele viu que todos aqueles que um dia fizeram parte da vida de sua filha encararem-no com um certo receio no olhar, com certo medo. Sentiu suas mãos fecharem-se em punhos e ergueu a cabeça, virando-se rapidamente para Liz. Não deixariam que eles estragassem sua noite, já basta que teria que conversar com os mesmos depois...

(...)

A festa seguiu-se normalmente. A cerimônia foi de fato emocionante e Charlie sorriu orgulhoso quando foi com Liz para o altar improvisado, cumprir seu papel de padrinho. Todos aplaudiram quando as fotos do casal ao longo dos anos foram exibidas em um telão a frente da mesa principal e até mesmo algumas lágrimas caíram no rosto de Layla quando ela viu seus pais tão felizes. Logo depois disso, a comida começou a ser servida e uma espécie de pista de dança abriu-se no meio, assim que um DJ começou a tocar músicas mais animadas. Alguns casais dançavam alegres, outros apenas mantinham-se perto enquanto conversavam. Havia também as amigas cantando as letras das músicas e os rapazes, observando de longe, esperando a hora de chamar alguém para dançar.

Foi numa dessas músicas que Layla levantou animada e, sem nem deixar Seth protestar, puxou o garoto pelo pulso, em direção as pessoas. Todos ali deram risada e Amanda não pode deixar de se sentir feliz pela melhor amiga... pena que essa alegria virou surpresa quando Embry deu de ombros e puxou a garota também, um pouco receoso da reação da garota, mas feliz quando a viu aceitar de prontidão e ela mesma arrastá-lo para o centro.

Emmett conseguiu convencer Rosalie a dançar e Quil até mesmo tentou a sorte com Leah, mas a loba apenas revirou os olhos. Assim foi, depois de algumas tentstivas Quil conseguira puxar uma garota da festa e logo sobraram apenas Edward, Alice, Jasper, Carlisle, Esme, Jacob e Leah. O clima estava bom, todos conversavam e riam, sentiam-se uma família feliz, como daqueles comerciais de televisão em que as cores usadas nos objetos são vivas e alegres e há risadas por todos os lados.

Porém todo essa sensação de harmonia se findou no exato momento em que Charlie aproximou-se da mesa. Leah e Jasper discutiam algo sobre algum filme de ação que ninguém ao redor conseguia entender, tudo o que importava era que eles pareciam entretidos demais em compartilhar opiniões e, as vezes, até Jacob e Edward palpitavam pois conseguiam explicar melhor certos pontos de vista de seus amigos.

Leah estava prestes a comentar algo, iria debater a impressão de Jasper tivera sobre um dos personagens secundários, contudo seus olhos se focaram na figura a sua frente e ela apenas arregalou os olhos, fazendo com que todos seguissem seu olhar e a conversa morresse no mesmo instante, assim que perceberam de quem se tratava.

"Charlie." Carlisle, aparentemente o menos afetado pela situação pronunciou-se, cumprimentando-o com um leve aceno de cabeça e um sorriso. O Swan dignou-se a apenas retribuir o cumprimento, mas não sorriu.

"Carlisle." ele retribuiu e então respirou fundo, fechando os olhos. Aquilo estava sendo extremamente difícil para si, controlar-se para não cuspir na cara daquelas pessoas o mal eles haviam feito para sua filha. Felizmente ele conseguiu e, abrindo os olhos novamente, encarou um por um na mesa. "Primeiramente não quero que pensem que vim aqui amigavelmente conversar com vocês." sorriu levemente cínico e continuou: "Apenas estou aqui por ser extremamente necessário, pois acreditem, se não fosse eu estaria dando graças a Deus." dando de ombros ele revirou os olhos e cruzou os braços. "Eu estou de volta a Forks para tratar de um determinado assunto e, dada das circunstâncias, creio que vocês fazem parte dele..." seu olhar correu rapidamente para Carlisle e o médico poderia jurar que havia algo estranho nele. "Peço para que vocês todos venham para minha casa amanhã à noite." voltou seus olhos para Jacob. "Isso inclui você e seus amigos, Jacob. Na minha casa, às 20 horas."

Dito isso, Charlie Swan acenou a cabeça mais uma vez, virou-se de costas e começou a se distanciar, porém ele parou no meio de seu trajeto e virou-se para trás. "Mais uma coisa... por favor, não pensem que isso significa que eu perdoei o que fizeram a minha filha quatro anos atrás. O que eu falei antes é sério, se pudesse, não olharia mais na cara de nenhum de vocês."

Assim ele finalmente se afastou, voltando para a sua mesa e deixando todos atordoados para trás. Estava na cara que eles queriam saber o que diabos Charlie queria e como eles faziam parte daquilo. Jacob engoliu em seco e puxou a gola de seu terno, algo em seu interior dizia que aquilo não iria acabar nada bem.


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Notas finais do capítulo

Então, aqui estou eu com o capítulo cinco aqui quentinho para vocês, amores.
Demorou, eu sei, mas valeu a pena, posso garantir. As coisas vão começar a esquentar mais e mais a partir de agora. Afinal, Charlie quer falar com os Cullen e os Quileutes, alguém tem algum palpite sobre o assunto? O que será que ele quer? Juntar todos na casa e tacar fogo? Eu não duvidaria, hahahahaha.
Queria aproveitar pra desejar um feliz ano novo, espero que todos possam comemorar da melhor forma possível, com os familiares, mesmo nesse ano conturbado que vivemos. Obrigada pelo carinho de vocês até agora e eu apenas espero que 2021 seja melhor pra todos nós, com muita saúde, paz e felicidades.
Vejo vocês ano que vem... ou melhor dizendo, semana que vem hehe.
Beijosss, Beah.