Codex de um soldado anonimo escrita por PEREGRINO SILENCIOSO


Capítulo 17
Capítulo 17




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Quando eu estava voltado pro esconderijo com um punhado de jornais sobre o que está acontecendo, quando um carro descaracterizado com giroflex no capô (aqueles que pode ser retirado quando necessário) para que eu encostasse o meu carro no acostamento, fiquei realmente apavorado que eu realmente iria voltar pra aquele inferno, na jaula, tive vontade de fugir, mas respirei fundo várias vezes pra não perder o controle, pois no momento eu tava me sentindo acuado (detesto me sentir assim, me faz tomar decisões estúpidas), parei o carro como haviam ordenado. Dois oficiais desceram do carro com o giroflex ligado, mostraram as credenciais do NCIS pra mim, desci do meu carro com as mãos na cabeça achando que iriam me prender.- Só queremos conversar, pode me mostrar os seus documentos? * Falou o Agente Gibbs*- Claro! * Entregando os documentos do carro e pessoais pros Agentes*- O Sr. Era um militar antes de sair, certo?- Sim, por quê?- Porque estamos investigando homicídios contra militares. Conhece ou conheceu algum desses homens? * O Agente Gibbs me mostrando as fotos*- Não! Eu estava fora do País em uma missão no Oriente Médio e voltei há pouco tempo, como pode averiguar que eu me aposentei por invalidez... * Falei apontando para o meu rosto e corpo*- Entendo. Se lembrar de alguma coisa, pode me ligar. * Agente Gibbs me entregando um cartão de visita*- Afirmativo! * Respondi como militar por força de hábito, pois velhos hábitos não se perdem facilmente e eu não sou diferente* - Parece que não perdeu velhos hábitos, correto?- Afirmativo!- Com os documentos está tudo correto, está liberado. O Agente Gibbs me olhou de relance pra ver se eu tinha alguma coisa por atrás do meu olhar dizendo que eu tivesse mentindo com as informações que eu havia lhe passado ou que algo estava me acompanhando naquele momento. Espero que não tenham desconfiado de nada. Continuou a me olhar antes dele entrar no carro com o seu parceiro, assim como eu (eu tava sozinho – pelo menos eu achava que estava). Não quero o NCIS no meu pé, pois vai atrapalhar os meus objetivos de acerto de contas com os meus inimigos. Agora tenho que tomar cuidado redobrado, ainda mais com os federais me observando. Eles foram embora não na mesma direção que eu tomei pra voltar pro esconderijo. Tomo o caminho mais longo pra certificar que eu não estava sendo seguido pelos federais, mas não (pelo menos o que eu tinha observado ao olhar no retrovisor), coloco o carro na garagem, entro pela porta dos fundos e a tranco. Mas antes fui ao supermercado pra fazer compras, pois a despensa está vazia e eu sempre estou com uma fome animalesca. Fiz compras pra durarem o inverno todo, assim não preciso fazer novamente compras e não dá pra viver de ração militar. Tirei as compras do carro, coloco nas prateleiras, depois sento na frente do computador pra fazer verificações se o Mexicano Diego saiu do Hostel com o carro ou fez alguma ligação telefônica, mas nada. Fazia muito tempo que ele não usava o celular. Quase ia me esquecendo de dar o “presente de natal” ao PUMBA. Sinceramente meu dedo está coçando de vontade pra apertar o detonador da bomba e ver tudo voando pelos ares. Isso me deixa sorrindo de orelha a orelha como eu nunca havia sentido antes. Certos sentimentos ou sensações são novos pra mim.Tenho que arranjar alguma coisa pra passar o tempo, porque eu tô ficando irritado, ainda bem que o terreno do meu esconderijo é grande e dá pra praticar alguns tirinhos, assim não fico enferrujado e me sinto relaxado. Tive uma idéia ainda melhor: pensando bem posso praticar tiro no Alvo 05, sei onde ele está no momento e tem vários lugares na qual posso praticar sem ser visto, ainda mais atirando em alguém a uma distância de 1,5km do alvo. Ninguém vai saber de nada, tomara que eu não tenha perdido a prática desde que eu fiquei “temporariamente” inoperante. Sempre mantenho o meu rifle debaixo do assento bem calibrado, lubrificado e bem limpo pra qualquer eventualidade ou oportunidade que podem surgir como agora. Com esses pensamentos tão legais que eu começo a sorrir de orelha a orelha com essa e tantas outras oportunidades tentadoras como essa. Sinto que algo mudou em mim, não sei explicar isso, nunca fui assim, já nem sei mais quem eu sou. Será tem haver com o que aconteceu no meu passado sombrio? Às vezes eu ouço uma voz sussurrando em meu ouvido... Será que tô pirando? Alguma coisa tem de errado comigo e não sei dizer o que é.Sai do esconderijo com o carro pra não pirar de vez, dirigi até o local mais próximo do Alvo 05, me posicionei entre os arbustos e lá estava ele, a 1,5km de distância de mim, estava tudo a favor desse tiro certeiro, acoplei um silenciador pra abafar qualquer ruído e apertei o gatilho, realmente foi um tiro certeiro, vi o sangue espirrando da cabeça do desgraçado quando o projétil atingiu em cheio o alvo e caiu que nem um saco de batatas quando atingiu o chão, não fiquei muito tempo no local, a qualquer hora eu podia ser encontrado, mantive o cartucho como troféu, sai de lá com o meu carro como se nada tivesse acontecido, colocando de volta o rifle debaixo do assento, dirijo dentro do limite de velocidade pra não chamar atenção indesejada pra mim e pra missão. Eu não tava mais sentindo aquele prazer que eu sentia quando apertava o gatilho do meu rifle. Ouço uma voz na minha orelha dizendo:- Você mudou, nos despertaram de uma longa hibernação...Agora fiquei com medo de mim mesmo. Sério! Que PORRA ta acontecendo comigo?- Não fique com medo, eu sempre fiz parte de você... * Respondeu a voz*Eu tava tão desnorteado com essa revelação que quase bati o carro em outro que vinha no sentido contrário, isso dá quando não prestamos a atenção na estrada quando se dirige. Não estou a fim de voltar pro esconderijo, pois fiquei faminto e acabei parando em um restaurante de beira de estrada, ponto de caminhoneiros. Tem um rodízio de carnes e com bufê livre, na qual aproveitei pra tirar a barriga da miséria, posso dizer que o meu paladar ficou mais sofisticado depois de fazer as refeições em melhores restaurantes do mundo. Gosto de comer bem, até demais. Como assassino de aluguel os meus contratantes me hospedavam nos melhores hotéis, refeições nos caros restaurantes, armamentos top de linha, vôos de primeira classe. O que realmente me deixaria feliz é ter o meu companheiro Eliseu do meu lado, continuando sermos parceiros de tiro. Senti algo ou ouvi (não sei bem ao certo) como se fosse um arfar de asas, olhei pra todos os lados tentando encontrar o que provocou isso, mas não vejo nada. O que significa isso? Tô ouvindo coisas de novo... Será que estou ficando maluco? Nem sei mais no que pensar... Sei  - Eu sou o seu lado obscuro e não precisa disso. * Respondeu a voz*- QRA? (Identifique-se) *Perguntei a voz em pensamento*Tem coisas que eu não ousaria verbalizar, mas deixa pra lá.- Pode colocar o nome que você quiser em mim. Sou um Observador. * Respondeu a voz no meu ouvido como um sibilo que me deixou todo arrepiado*Quase me engasguei com um pedaço de carne que eu tava degustando, uma senhora da mesa ao lado ficou preocupada que comecei a ficar vermelho e perguntou se eu estava bem, respondi que sim, a carne entrou no canal errado (não dá pra falar sobre isso com as outras pessoas, pois iriam me achar louco), agora tô me sentindo que nem aquele guri do filme: “Sexto Sentido” com Bruce Willis que diz: “eu vejo gente morta. Hahahahahahahahahahahahahaha. No meu caso seria ouvir.- Você é extremamente especial e diferente das outras pessoas que se dizem Normal”. * Continuou a voz em meu ouvido*Termino o meu almoço, pago a conta no caixa com dinheiro que não é rastejável como o cartão de crédito. Posso dizer que foi uma das melhores comidas que eu já comi nos últimos anos. Pego o carro, vou passear porque não quero voltar tão cedo, além do mais o Mexicano Diego não iria fugir de mim. Estaciono numa vaga longe do centrão, vou olhar as vitrines pra passar o tempo, depois vou ao Shopping assistir um filme no cinema, impressionante que todas as lojas estavam abertas e empinhado de pessoas ainda comprando presentes de última hora, assim como as lojas localizadas no centrão. Já que eu não tenho ninguém pra presentear, entro em uma loja e acabo comprando uma coisa pra mim que é bem melhor do que dar pra outra pessoa que não mereça. Comprei um aeromodelo pra minha coleção que eu tava “namorando” há muito tempo. Sorte que ninguém comprou essa preciosidade, paguei em dinheiro, aguardei pacientemente até o horário pra entrar na sessão de cinema. Fico olhando por mais um pouco as vitrines, passo por uma floricultura, vejo um arranjo de flores que eu posso colocar no túmulo do meu companheiro, logo após explodir a lápide do maldito PUMBA. A família dele nunca me deixou visitar o túmulo, achando que eu realmente tinha assassinado ele. Fiquei bem chateado. Mas só de imaginar a cena quando explodir tudo me injeta ânimo em mim, por que eu me sinto indiferente com o que acontece ao meu redor, me sinto entediado como se algo ou alguma coisa ou alguém faltando, não sei explicar com palavras essa sensação. Muitas vezes essa sensação vem como um vazio enorme dentro de mim. Olho no relógio é quase o horário para a minha sessão Cinema, eu nunca fui fã de quadrinhos, mas me pareceu bem interessante olhar o mundo por outro ângulo, comprei um pacote de pipoca pequena e um refrigerante em lata pra jantar depois. *Pensando na musica – SOB O CÉU DE BLUES* Existe uma estrada
Que me leva
Ao meu destino
Existe uma placa
Que me diz
Que eu tô sozinho Entrei no cinema e assistindo o filme de ação. Ao sair quase deixei o meu presente de natal na sala de cinema na qual fui buscar, até gostei do filme, com isso me senti um pouco mais “normal”. Olho novamente no relógio, vejo que é hora de me preparar pra desforra.

A VINGANÇA SERÁ ESCRITA COM SANGUE E DESTRUIÇÃO!

Se me perguntassem o que eu mais desejaria do que a minha própria vida, eu responderia uma única palavra: VINGANÇA!


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