Lumus escrita por Ly Anne Black


Capítulo 5
Duas Portas




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Sirius estava na ilha, no horror de Regulus, com as criaturas se aproximando para arrastá-lo. 

Mas ele também estava em um corredor, diante de duas portas. Duas portas que ele conhecia bem, duas portas opostas. 

A primeira era a do chalé de James e Lily em Godric’s Hollow. Entalhada em cerejeira, pintada de amarelo claro, incrustada com uma aldrava delicada em forma de lírio, sempre fora para ele sinônimo de lar. Godric’s fora o seu lar quando ele tinha deixado a casa em que crescera, aos quinze, sem uma moeda no bolso e uma perspectiva na vida, e continuara a ser lar quando seus melhores amigos se casaram e se mudaram para lá, e lhe prometeram que ele sempre seria bem vindo, dando-lhe inclusive o seu próprio quarto. Do outro lado daquele porta, James e Lily o esperavam. Ansiosos para abraçá-lo forte, para sentar-se com ele na varanda e, servindo tortinha de caramelo e café bem forte, ouvir tudo que tinham perdido naqueles quinze anos. Sirius os diria que Harry estava bem – em perigo, mas em boas mãos – e que estava se tornando um homem incrível, do jeito que sabiam que se tornaria. 

Tudo que Sirius mais queria era bater naquela porta e reencontrar a sua família. 

Mas então havia a outra porta. Feita de espinheiro-negro maciço e lustrada com verniz verde-escuro, uma plaquinha de prata com as iniciais de Regulus, R.A.B. Sirius encarara aquela porta tantas vezes, nos verões que tinham seguido os seus cinco primeiros anos em Hogwarts, pensando em bater. A cada vez que ele desistia, bater na vez seguinte se tornava mais improvável. No seu último verão em Grimmauld, porque achou que já não tinha mais nada a perder, ele bateu. 

Regulus não respondera. Sirius nunca lhe dissera adeus.

Se Sirius batesse agora, Regulus responderia? E se ele respondesse, será que já não era tarde demais? 

Na caverna, as criaturas se agarraram à Regulus, suas mãos fétidas, seus olhos ocos, os gritos agudos pela carne do seu irmãozinho, e pela alma. Sirius olhou para uma porta e para a outra, sabendo que só poderia escolher uma vez. 


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