Lumus escrita por Ly Anne Black


Capítulo 3
Um Segredo




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Sirius sonhava muito, depois do véu. Ele viajava entre as suas lembranças como expectador, incapaz de mudar o desfecho de suas escolhas. Quando encontrava bolsões de consciência, ele pensava se aquele era o seu limbo ou, com muito azar, o seu inferno particular. 

Ele sonhou com os doze anos em Azkaban. Pareceram apenas um instante, mas também doze mil anos de escuridão perfurante, do cheiro do mar impregnando os seus pulmões, de dementadores esperando.

Anos de sofrimento inexplicável que o farão implorar para ter a sua alma arrancada.

Sábia Dalila. Sirius tinha implorado para ter a sua alma ser arrancada. Primeiro,  apenas quando fraquejava, e depois disso, quase todo dia. Quando o tempo se enrolou em si mesmo e perdeu o significado, quando estava tão fundo em sua própria mente que nem se lembrava do sol e do crepúsculo, mesmo assim ele implorara pelo fim da sua agonia. 

Mas, ele não merecia. Não era culpado. Era o responsável, mas não o culpado. Quem diria que os dementadores seriam tão exigentes com terminologia?

Então, Sirius teve um sonho estranho. Ele estava na casa, não em sua casa, mas na casa em que crescera, só que diferente. Havia uma familiaridade no ar que nunca existira antes. Havia um cheiro de amizade e lealdade e esperança impregnando-se nas frestas, disseminando-se no ambiente.  

A casa fora invadida, ele percebeu ao vagar pelos cômodos. Encontrou os três adolescentes dormindo no carpete carcomido da sala do piano e percebeu que eram as coisas que vazavam dos seus corações que infestavam o ar, assustando as sombras, colorindo as frestas da casa que tinham encapsulado a infância de Sirius, e que tinham encaixotado Regulus também, quando Sirius o deixara lá. 

 Por mais que Sirius quisesse, não pôde ficar com os três adolescentes que ele queria proteger, que estavam em tanto perigo. Algo o chamava de dentro da bolsinha minúscula de contas da garota, chamava tão alto e com tanta insistência que Sirius não pôde fazer nada senão recuperar o papelzinho amassado sem que os três vissem, e ler o seu conteúdo: 

Para o Senhor das Trevas

Eu sei que vou morrer muito antes de ler isso,
mas eu quero que você saiba que foi eu quem descobriu seu segredo.
Eu roubei o verdadeiro Horcrux e pretendi destruí-lo assim que puder.
Eu enfrento a morte com a esperança de que quando você conhecer um oponente a altura, você será mortal mais uma vez.

R.A.B. 


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