Lover. escrita por Jones


Capítulo 2
lover. - Lily e James


Notas iniciais do capítulo

Música do capítulo e também da fic: https://www.youtube.com/watch?v=-BjZmE2gtdo



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Mesmo pendurada de sacolas e com o rosto queimando em milhões de tons de vermelho por causa daquela neve desnecessária de dezembro, eu admirei nossa casa em Godric's Hollow. 

As luzes de natal brilhavam. 

Mesmo que os tempos sejam de terror, nosso chalé reluz alegre no meio de tanta guerra e tanta maldade. Certeza que Harry deve estar levando James ao desespero nessa fase terrível de engatinhar e enfiar todos os objetos na boca.

Se o James da escola visse o James atual, iria enlouquecer. Às vezes eu sinto que eu o conheço há vinte segundos e há vinte anos ao mesmo tempo. 

— Jamie. - Chamo deixando as sacolas cheias de comida da ceia de natal perto da porta. - Meu bem? Cheguei.

— Harry, olha quem chegou! - Ele traz meu filho no colo com aquele sorriso bobo e o rosto inclinado levemente para a esquerda que ele faz todas as vezes que fala sobre, abraça, brinca ou conta algo que ele fez de diferente, enfim, tudo sobre Harry. - É a mamãe! 

— Hey querido. - Estendi os braços para Harry que já se jogava no meu colo. 

— Traidor. - James resmungou e eu lhe fiz uma careta.

— Também senti sua falta, meu amor. - Revirei os olhos para James que selou os lábios nos meus. - Sirius avisou se vinha? 

— Sim, ele e Remus vão chegar às oito. - James disse despreocupado. - Me explica de novo porque estamos fazendo uma ceia de natal antes do natal? 

— Porque é o primeiro natal do Harry. - Sorri para James que pendurava mais luzinhas de natal. - Eu quero que ele tenha todas as experiências da vida, trouxas ou bruxas. 

— Sim, mas uma semana antes do natal? 

— É para não ter conflitos de agendas. - Encolhi os ombros. - E porque eu realmente quero comer uma mince pie.

James também encolheu os ombros. Sabia que era melhor que discutir. 

Eu queria que o natal fosse para Harry o que era para mim: a melhor época do ano! Com várias mince pies, meias na lareira, um grande peru dourado e recheado e canções vitorianas enquanto abrimos os presentes na manhã de natal. 

Meu marido não ligava muito para tradições natalinas... A verdade é que James era um rapaz filho único de uma família tipicamente britânica - fria e distante de quem ele teve que começar a se despedir ainda na época da escola. Foi uma época difícil para ele... Foi quando ele deixou de ser James o brincalhão e virou um James do qual ele não se orgulhava e nunca se orgulharia. 

Para mim era uma época feliz até os 11 anos, aquela época em que Petúnia e eu parávamos de brigar finalmente e brincávamos felizes e sorridentes. Depois dos 11 anos ela não gostava muito de me olhar nos olhos: coisas que ela não consegue entender a assustam. 

Eu espero que um dia nós possamos dar uma irmã a Harry. Eu espero que um dia Petúnia volte a me olhar nos olhos e que volte a me amar como uma irmã. Estar no casamento dela sentada como uma mera convidada foi triste e ela sequer apareceu no meu.

Eu prometo que no próximo Natal vamos nos desculpar e nos perdoar, eu sinto saudades de ter uma irmã... Mesmo que ela seja Petúnia. Harry tem um primo que ele nunca conheceu e talvez eles pudessem ser amigos. 

— Nós deveríamos deixar as luzes de natal até o fim de janeiro. - Disse para James quando ele terminou de enfeitar a lareira. 

— Com o trabalho que está dando, que tal até o próximo Natal? - James riu, nos abraçando. 

— Essa é nossa casa, nós fazemos as regras. – Sorri, me aconchegando nos braços dele. - Claro que eu ainda acho essa casa um exagero de grande... Mas é nossa. 

— Meus pais nunca tiveram muita noção de tamanho. - James riu, me beijando a testa. - Ou eles pensaram que teriam cinco filhos para povoarem seis quartos dessa casa, mas como eu fui o pequeno milagre deles... É claro que nós dois podemos levar esse projeto para frente. 

— Cinco filhos? - Fiz uma careta e ri. 

— Claro que se todos nascerem com essa cabeça enorme do Harry vamos ter que baixar a meta para quatro. 

— Três. - Franzi o cenho ao me lembrar do parto de Harry. - Dois se o próximo nascer enorme como esse aqui. 

James riu e Harry exigiu ser jogado para o colo do pai. 

Ele era exatamente igual ao pai, nada do meu cabelo ou minhas sardas, do meu sorriso ou qualquer outra coisa a não ser os olhos verdes brilhantes. Ele era um mini James: maravilhoso, espirituoso, lindo. 

Admirei o homem com quem me casei enquanto ele tentava fazer Harry falar "papai". Nós tivemos nossos altos e baixos, ele teve muitas fases complicadas principalmente por ter sido um mimado arrogante a vida inteira... Aprontou mais que suficiente. Tentou destruir Hogwarts mais vezes que o aceitável. Mas também foi onde ninguém jamais teria ido em nome da amizade: virou animago por um amigo, abrigou outro em sua própria casa para que ele pudesse ter um lugar para chamar de lar. Era generoso, espirituoso, engraçado e amoroso. Ele era de fato o meu amor.

Eu descobri isso aos dezesseis anos.

Nós começamos a sair no último ano. Foi difícil desassociar o James arrogante do James incrivelmente bondoso que sempre existiu lá no fundo. Já estamos juntos há três verões e eu quero muito mais. 

Foi minha vez de ir abraçar meus garotos em frente a árvore de natal, enquanto Harry tentava alcançar as luzes piscando. 

— Será que a gente pode ficar juntinhos assim? - Perguntei apertando meu amor forte. 

— Para sempre e sempre. - Respondeu James cheirando meu cabelo enquanto nos embalava numa dança sem música. 

O abraço dele me levava para casa, onde quer que casa fosse.

Aos poucos nossos convidados chegaram. Sirius e qualquer uma que ele estava saindo esse mês, Remus, Peter, Alice, Frank.

Não podíamos ter muitos convidados. Aqueles não eram tempos simples e estávamos nos escondendo.

Alice e Frank tinham um bebê da idade de Harry embora fosse um pouco maior. 

— Comida de avó - Eles justificavam, encolhendo os ombros. 

Por mim eu os deixaria dormir em qualquer um dos mil quartos, na sala de estar, essa era nossa casa. Todos eram bem vindos, mas todos tinham medo, não era como anos atrás que a gente podia andar na rua. 

Eu nasci trouxa e o que para mim eram atos simples como fazer as compras do mês, agora era aterrorizante para todos nós.

— Obrigado por terem vindo. - James fez o brinde de anfitrião. - Eu sei que não são tempos tranquilos, mas vamos lutar para que possamos estarmos juntos nos próximos natais. Eu quero agradecer a minha esposa. Foi uma loucura nos casar aos dezenove anos, no meio do caos, mas ela é o que faz esse caos ser suportável para mim. Ela me ensinou a ser uma pessoa melhor, ela me fez ver que tudo terminará bem, se o fim for com ela... Ela ri das minhas piadas sujas e ruins. Ela é toda uma força magnética que aceitou ser minha amada para o resto da vida. Eu te amo, Lily. 

James faz discursos inesperados e dramáticos que fazem meu coração pular uma batida. É sempre assim... ele me coloca no meio de uns holofotes que eu nunca pedi para estar, mas que ele insiste que eu mereço.

O que posso dizer? Meu coração estava emprestado e o dele estava triste e agora nossos corações remendados juntos batem pela nossa criaturinha pequena. 

Não importa o que aconteça: tudo vai acabar bem se o fim for com ele. 


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Notas finais do capítulo

Obrigada gente que está lendo, me avisem se estiverem curtindo ♥
Drastoria é a próxima :)