As cartas de nossa história escrita por O Par Perfeito


Capítulo 8
Carta 8: “Posso chorar?”


Notas iniciais do capítulo

Para: Pedra.
Baltimore, Maryland.
Estados Unidos.



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“As lágrimas molham as páginas, deixando marca da dor que é te deixar.” A. Ribeiro 

2012

Oi Pedra, 

Alguma vez já sentiu uma vontade de chorar que surgia lentamente, mas então ia crescendo até se tornar tão difícil de segurar que tudo que podia fazer é desabar? 

Estou sentada no chão do meu quarto, com uma manta me cobrindo e o travesseiro servindo de apoio para lhe escrever. A porta está trancada e as lágrimas estão tão próximas de cair, mas por algum motivo ainda às seguro, acho que sinto como se esse não fosse o momento. Mas quando vai ser? 

Esta noite saímos com nosso amigos, era sua despedida. Eu poderia fazer uma lista enumerando todas as coisas que foram difíceis de suportar, mas a pior parte foi sorrir por fora e sangrar por dentro. Ouvir sobre como estava animado por partir me deixava doente, sentir sua excitação com o novo destino me deixava exausta, e saber que não faria parte disso me fez sentir sozinha. 

Não estou conseguindo lidar com a dor de te perder. Todos os dias deito minha cabeça na cama pensando no futuro após o momento que partir e tudo que consigo ver são pontos cegos, porque não sei o que fazer. Sinto como se minha vida resume-se em duas etapas, antes e depois de você, e eu estou perdida em algum lugar, sem entender onde devo ficar. 

Lembra quando me encontrou na quadra aquele dia? Eu estava por um fio para desabar e cair em lágrimas na frente de todos, então, me refugiei lá, tentando controlar esse sentimento dentro do peito que estava me sufocando. É como se minhas lágrimas, que eu teimosamente impeço de cair, estivesse sufocando meu pulmão, o impedindo de respirar. 

As primeiras lágrimas estão caindo, e minha vista está embaçada. 

Eu estou me afogando e você nem mesmo partiu. Como suportarei após partir? Depois que o adeus acontecer não sobrará mais nada além das lembranças de nós dois, as memórias de tudo que vivemos e os sonhos de todas as coisas que não viveremos.

Não tenho mais forças para continuar escrevendo, nesse momento preciso apenas deitar e me esconder do mundo um pouco, porque finalmente cheguei no meu limite, e tudo que desejo é chorar por esse amor sem futuro. 

Desculpa pela carta curta, e por não ser forte o suficiente. 

Com amor, Rio. 


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Notas finais do capítulo

Com amor, Rio.



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