A Rosa indomável escrita por WinnieCooper, Anny Andrade


Capítulo 6
A proposta




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Por pior que fosse ver todas as ex-amigas juntas Rose não parecia se abalar. Na maior parte do tempo sentava-se sozinha durante as aulas, apenas porque não permitia Scorpius de se instalar ao seu lado. Nas refeições ficava próxima de seu irmão ou de Lily e Anne. Ficava observando todos.

Eram raros os momentos que a menina se permitia parar, mas quando o fazia era capaz de captar tudo que acontecia em sua volta. Durante os dias que seguiram conseguiu perceber o quanto a escola poderia ser dividida em grupos. Antes se importava apenas com as amigas e em mudar as coisas, mal enxergava os jogadores de quadribol ou qualquer outro garoto irritante, mas ela estava percebendo o quanto os “garotos irritantes" moviam a sociedade escolar.

Sua lista começou com Markus, o bobo da corte, tinha não apenas muitas meninas suspirando por ele incluindo as terceiranistas e até aquelas que já tinham sido traídas e humilhadas por ele.  Rose anotou em seu caderno conclusões sobre o garoto.

Em seguida observou Dave, apesar de ser da turma dos mais novos também trazia consigo um certo número de apoiadores, apesar de ter visto ele algumas vezes perto de Hugo percebia que o irmão não estava no grupo dos admiradores do garoto, diferente da maioria das meninas de mesma idade que eles.

Alvo Potter, o sobrenome de ouro, era de se esperar que o legado de James ficaria com o irmão, não se pode ser filho de um herói de guerra sem ter os holofotes. Nesse momento a ruiva percebeu o que deveria ter sido claro desde o começo. Olhou Nancy, Ellie, Chloe e também as várias pessoas em volta deles. Quando Alvo andava com Rose e Nancy também recebiam mais apoio em geral. O apoio que agora era negado a “indomável” Rose.

― É isso! – a garota exclamou chamando atenção de sua mesa.

Fingiu não ser nada e voltou a anotar em seu caderno. Quando uma rosa voou até sua direção pousando suavemente a sua frente.

Não precisava olhar em volta para saber quem tinha lhe enviado. Sabia que só poderia ser aquele carrapato irritante que vinha a importunando há tempos.

Enquanto ignorava o garoto e continuava raciocinando escutou os suspiros, as frases das garotas “que romântico”, “uau”. Sua prima e amiga sorriram.

― Ele deve estar apaixonado por você. – Lily sorriu.

― Scorpius Malfoy é muito popular, nossas colegas de quarto morrem por ele. – Anne deu risinhos.

Rose encarou a garota. E obteve a resposta que buscava. Scorpius Malfoy.

xx

Lily estava com a última carta de Dave para Anne há alguns dias em mãos, não teve coragem de responder ainda mesmo com a amiga a cobrando sempre. Parecia que era dela, que aquelas palavras pertenciam somente a ela, então ficava com o papel em mãos o tempo todo em todos os lugares que ia e relia sempre que possível, no meio das aulas, no banheiro, antes de dormir.

― Oi – Hugo se aproximou dela na aula de História da Magia onde Corvinal dividia com a Lufa-Lufa.

― Oi – respondeu a ele escondendo a carta que estava lendo pela milésima vez.

Hugo já tinha visto que ela estava lendo a carta, ficou a observando de longe, seus olhos apertados, seus dentes mordendo levemente os lábios de baixo, seus dedos tocando as palavras que ele havia escolhido com tanto carinho para ela.

― Notei que estava lendo a carta do Dave. Ele está angustiado por uma resposta – mentiu a prima, não era Dave que estava angustiado por uma resposta, mas sim ele.

― Aí Hugo – respondeu agoniada – Está cada vez mais difícil responder essas cartas.

― Por quê?

― Simplesmente as palavras que ele escreveu parecem tanto para mim, fico imaginando ser para mim, mas sei que são para ela – respondeu tristemente – Toda vez que tento responder escrevo coisas íntimas demais que sei que não se encaixam no perfil de Anne.

Hugo engoliu em seco e passou uma ideia por sua cabeça.

― Posso te ajudar a responder.

Ela o encarou intrigada.

― Seria estranho, você é homem... – explicou a ele.

O garoto mordeu os lábios tentando pensar em outra desculpa.

― Então me mostre o que quer responder que te ajudo a camuflar as palavras.

― Gostei da ideia – ela tirou a carta do seu esconderijo e entregou para ele ler.

Hugo passou os olhos lendo novamente, sabia cada palavra escrita, lembrava dos pergaminhos amassados por causa de seu relapso pensando nela.

― Bem como gostaria de começar a responder?

― Vou escrevendo – a garota pegou sua pena e começou.

“Querido Dave...

Sinto você aqui também.

Saiba que sou tão particular somente sua a observar seu jeito de me amar.

― Soa clichê demais não acha? – perguntou a ele com as bochechas vermelhas devido à vergonha de estar mostrando algo tão íntimo para ela.

― Achei bonito – ele suspirou sorrindo a ela – Se você quisesse escrever o mais sinceramente possível, como colocaria?

― Ah, sem camuflar é mais fácil...

Então ela voltou a escrever, mais empolgada dessa vez:

“Querido Dave,

Te sinto aqui comigo.

Em seu abraço a me enlaçar,

Em seu cheiro a me embriagar,

Em seu beijo a me completar.

― Até agora está bem neutro, pode mandar assim e ela não vai perceber – disse a ela enquanto lia suas palavras por cima do ombro da garota.

Só que ela não parou de escrever, uma vez inspirada continuaria até parar de se sufocar com seu sentimento soterrado.

“...

Sou tão particular quando encontro com você

Meu jeito de te conhecer:

Seus lábios doces como caramelo,

Seu corpo a segurar o meu em um elo,

Um elo inquebrável em minha memória,

Desculpe ter te distanciado e destruído a nossa história,

― Acho que assim soa como se eles não estivessem se encontrando mais – Comentou a ela, quando viu que ela parou de escrever.

― Então, eu me perco lembrando das coisas e esqueço da Anne – ficou olhando a amiga sentada três carteiras a sua frente com Dave.

O professor Binns havia pedido para que eles fizessem uma redação sobre uma guerra qualquer, o que permitia que Hugo voltasse a sua atenção toda para Lily a fim de descobrir os sentimentos ocultos da prima.

― Da outra vez escrevi sobre a correntinha – confessou a ele.

― Que correntinha?

― A que ele sempre usa escondida por debaixo de sua camiseta – Lily encostou sua cabeça na carteira cansada de tudo, de esconder seus sentimentos, de mentir para a amiga de ter que esconder um beijo errado que Dave conseguia esquecer tão facilmente.

Hugo relou os dedos em sua correntinha, a que escondia por debaixo da camiseta.

― Não pode escrever sobre a correntinha – disse a ela imaginando Anne lendo e estranhando, já que Dave não tinha correntinha nenhuma.

― Não vou escrever, é algo que quero guardar para mim – disse com a voz abafada por estar com o rosto tampado.

― Acho que está bom o que escreveu, só tiraria as duas últimas frases – ele comentou.

― Vou fazer isso – ela concordou com a cabeça levantando-se da onde estava deitada e guardando o pergaminho em sua mochila.

― É melhor fazermos o trabalho do Binns – disse Hugo quando reparou o professor começando a voar pela sala.

xx

Era aula de Defesa contra a artes das trevas, e Rose sozinha em sua carteira, observava as amigas traíras ao longe escrevendo algo no pergaminho com tanto afinco que a garota sabia que não tinha a ver com a aula chata que estavam tendo. Na outra ponta da sala reparou em seu primo Alvo, conversava surpreendentemente com Scorpius Malfoy. Tudo bem que eram da mesma casa, mas que assunto importante teriam?

― Scorpius – disse uma garota da sonserina chegando perto dos dois – Faça um gol para mim sábado?

Ele se limitou a lhe dar uma piscadela e voltou a falar com Alvo.

É claro! Rose balançou a cabeça negativamente, jogavam juntos quadribol, Alvo era apanhador do time da Sonserina. Scorpius por outro lado jogava como artilheiro e pelo que Rose escutava nos corredores era um dos melhores, as garotas viviam suspirando por ele quando fazia um gol.

O loiro parou de conversar com Alvo e olhou para trás, reparou que a garota olhava diretamente para ele. Rose virou seu olhar assim que percebeu ele a encarando. Scorpius não pode deixar de sorrir.

No final da aula ele correu para a carteira dela antes que Rose saísse da sala.

― Vai assistir nosso jogo sábado não vai? – perguntou a garota.

― Nem se valesse ponto no N.I.E.M.s eu assistiria a esse jogo – pegou sua mochila e começou a andar para longe dele.

― Scorpius eu irei assistir, estarei na plateia – disse a mesma garota que havia pedido um gol para ele.

Rose ouviu, não ia falar nada, mas não se aguentou.

― Garota! – virou-se de frente a ela – Devia se amar mais e parar de correr atrás de homem.

Scorpius sorriu.

― Está com ciúmes!

Rose bufou, fez não com a cabeça e saiu de perto deles.

O loiro logo foi atrás dela.

― Só tenho olhos para você – disse sussurrando por detrás do ouvido da garota o que a fez se arrepiar. O que de certa forma era verdade, pois desde a aposta ele não havia ficado com nenhuma garota a não ser ela.

― Não me encha a paciência – pediu ainda continuando a andar.

― Vou fazer um gol para você! – gritou enquanto ela continuava a andar chamando a atenção de várias alunos no corredor.

― Queria tanto que ele dissesse isso para mim – suspirou uma garota bem mais nova que Rose.

xx

Rose odiava Scorpius, seu jeito galante que chamava a atenção de várias garotas do castelo, mas uma ideia maluca passava por sua cabeça, não queria aceita-la, mas não saía de sua cabeça. Era uma ideia tão maluca que ela acabou indo ao jogo sábado assistir Sonserina contra Corvinal.

Ela não gostava de quadribol, sabia as regras, já tinha assistido alguns jogo dos Canons que seu pai torcia, mas não ligava a mínima para quadribol.

Havia começado a partida e Rose queria observar na verdade a torcida, garotas gritando pelos jogadores de ambos os times, mas de certa forma gritavam mais por Scorpius que se exibia toda vez que fazia um gol. Ele tinha visto ela na arquibancada, todos os gols apontava para ela e fazia um coração com os dedos. As garotas suspiravam e olhavam para a ruiva com certo ciúme. Essa adoração ao garoto a deixava intrigada há muito tempo.

Certa altura do jogo Scorpius parou no ar com a vassoura e olhou para ela tentando lhe dizer alguma coisa. Rose identificou a frase na hora “quer namorar comigo?”, não dava para escutar, mas seus lábios eram facilmente lidos por ela. Nenhum dos dois viram que um balaço estava perto dele, aparentemente nem os batedores do time tinham visto. Quando deu por si Scorpius estava desacordado e caindo em queda livre em direção ao chão.

― Parem o jogo! – ela berrou preocupada.

Alguém tinha feito um feitiço impedindo que o garoto batesse no chão, Rose começou a descer as escadas rapidamente.

Chegou ao pé da escada e viu que já estavam levando ele para a enfermaria, várias garotas em volta preocupadas, vários colegas de time preocupados com o artilheiro. Notou que a cabeça dele estava muito vermelha. Eles tinham que colocar uma compressa ali senão iam piorar o quadro dele e aparentemente ninguém estava se lembrando disso.

Sem se dar conta estava ao lado dele, com uma tolha com água morna que havia conjurado apertando em sua cabeça. Todos em volta que ajudavam a levar ele na enfermaria estranharam a garota ao lado, mas não falaram nada, já que não queriam ver a fúria dela.

― Seria melhor chamar um curandeiro – disse ela quando já estavam no aposento de primeiros socorros com a enfermeira em volta do garoto.

― É melhor sair daqui preciso ajudá-lo.

― Não saio – ela cruzou os braços em frente de si e percebeu que Scorpius estava acordando.

― Ai! O que aconteceu? – ele perguntou sentindo dor em sua cabeça tentando se levantar da onde estava deitado.

― Deite-se vai piorar sua situação – Rose chegou perto dele empurrando gentilmente ele de volta para cama.

― Devo estar no paraíso com minha delicada Rose cuidando de mim.

A enfermeira e parte do time de quadribol que estava no quarto estranharam a conversa dos dois.

― Ah, me lembrei agora – ele disse passando a mão por sua cabeça – Fui te pedir em namoro pela centésima vez e algo me acertou. Realmente mulheres não devem ir para partidas de quadribol.

Rose abriu a boca indignada e saiu de perto dele.

― Seu mal agradecido, eu aqui – ela ia terminar dizendo preocupada, mas não ia dar o braço a torcer para ele – A culpa foi sua por não prestar atenção!

― A culpa foi sua, por me distrair – ele disse tentando se levantar da cama novamente – Poderia ter me matado.

Ela estreitou os olhos indignada com a fala dele.

― Não seja por isso, te mato agora – ela virou e pegou um abajur em cima do criado mudo pronta para arremessar na cabeça dele.

Alvo atrás dela pegou o objeto impedindo ela de fazer qualquer besteira.

― Rose se acalme – pediu o primo para ela – Ele não está pensando direito.

― Ele nunca pensa direito, é mais burro que uma pedra!

― Você que tem um coração de pedra – Scorpius voltou a provoca-la.

― Chega! – gritou a enfermeira – Saiam todos daqui! Vão! Vão! Vão!

Finalmente ela conseguiu expulsar todos do aposento ficando a sós com o artilheiro da Sonserina.

xx

Rose mesmo brava estava preocupada, não saiu da porta da enfermaria, os colegas de time estranharam inclusive Markus e Otto que estavam esperando notícias do amigo.

Na manhã seguinte a garota viu o sonserino aparentemente bem conversando com os amigos no café. Decidida foi até ele.

― Quero conversar com você – os amigos dele levantaram a sobrancelha para Scorpius – a sós!

Foram para uma sala de aula vazia. Scorpius estava curioso, ela nunca o havia procurado, era sempre ele que ficava atrás dela feito um cachorro atrás do osso.

― A resposta pode ser sim – disse a ele não o encarando.

― Que resposta?

― Da pergunta que me fez – ela começou a mexer em uma mecha de seu cabelo um pouco ansiosa – Durante o jogo de quadribol.

— O que?! – ele gritou animado – vai aceitar namorar comigo!

O garoto já começou a imaginar Markus pagando mico e levando detenção naquele mesmo dia.

― Namoro com você – ela afirmou com a cabeça o encarando pela primeira vez – Se aceitar minhas condições.

― Condições? – perguntou bem menos animado já imaginando que não viria coisa boa – Diga, diga tudo o que quiser que aceito minha pétala delicada.

 sentou na mesa do professor esperando as regras dela.

― Não me chame de pétala delicada – respondeu tentando se manter calma.

― Sim, sim, minha pétala delicada – afirmou voltando a provoca-la.

― Um dia ainda corto a sua língua . Bom vou dizer as condições que eu exijo para esse namoro.

Ela sentou-se na cadeira de frente a ele.

― Diga, diga, diga sou todo ouvidos – ele estava curioso.

― Primeira condição: quero ser tratada como mereço, com carinho, respeito e admiração.

― Será tratada como uma rainha – respondeu sorrindo.

― Quero que seja cavalheiro, carregando minha mochila entre as aulas, arrumando a cadeira para eu me sentar.

― Jogarei pétalas de rosas por onde passar.

― Quero que concorde com tudo que direi, e ainda me ajudará a afirmar que é o certo se for preciso.

― Sua palavra será lei para mim.

― Ótimo! – ela respondeu animada – Está indo muito bem. Agora a última condição e a mais importante.

― Pois diga, que pode ser o que for essa condição que eu vou aceitar.

― Nunca poderá me beijar.

Scorpius fechou a cara chateado.

― Sem beijos?

xx

― E então, recebeu alguma carta nova? – Hugo perguntou a Dave tentando parecer desinteressado.

― Na verdade Hugo acho que você tem razão – começou o amigo.

― Razão em que?

― Preciso conversar mais com ela cara a cara e parar com esse negócio de cartas.

Hugo negou com a cabeça chateado, não podia deixar que ele parasse de se corresponder com ela, como ia se comunicar com Lily em segredo?

― Mas... E o lance do romance?

― Ah, ela não parece tão romântica assim pessoalmente quanto é nas cartas – ele disse sincero ao amigo – Estou cansado de engana-la sabe. Acho que vou falar a verdade, porque se quero um relacionamento com ela, preciso ser sincero.

― Não faça isso – pediu desesperado imaginando Anne descobrindo que as cartas eram escritas por ele e contando a Lily que nunca mais olharia na sua cara novamente.

― Por que não?

Hugo engoliu em seco encarando ele pensando se contava toda a verdade para o amigo.

― Porque... Porque... Ela te odiaria, acho que por hora deve manter as cartas. Mesmo que seja menos frequente.

Dave olhou para ele pensativo.

― Acho que tem razão.

― É claro que eu tenho razão. E então cadê a carta?

Ele entregou a Hugo observando a reação do amigo. O lufano por sua vez fingiu desinteresse e guardou o papel no bolso do jeans sem abrir para ler.

― Sem pressas para responder – pediu Dave.

― Tudo bem – concordou com a cabeça agoniado querendo se corresponder com Lily o mais rápido possível.

Hugo estava se sentindo mal por ter incentivado tanto Lily a escrever, mas seria injusto não ter uma resposta para a carta que ele tinha escrito e além do mais as cartas eram suas únicas armas para controlar tudo que sentia. Não levava o crédito por suas palavras, mas troca-las com Lily deixam de fato seus dias com mais sentido. Culpava Rose por isso, por ser um tolo apaixonado, a irmã fugirá tanto desse característica que sobrou tudo para ele. O romântico da família. Não se importava de ser, apenas se mantinha discreto. Agora também estava incentivando Dave a continuar com as cartas. Só poderia estar enlouquecendo.

Com a resposta de Lily em mãos depois dele mesmo tê-la ajudado a escrever e quase obrigado Dave a entregar a ele. Hugo colocaria sua resposta no papel e o deixaria guardado até Dave solicitar a resposta.

“Doce Anne,

Enquanto lia suas palavras conseguia lembrar-me de nosso beijo em Hogsmeade. Foi tão singular o jeito como me olhou ao terminar. Poderia trocar cartas contigo para sempre, como se fosse uma tradição nossa e de mais ninguém. Pense comigo o quão linda história poderemos contar aos nossos netos... Começamos a nos apaixonar apenas por palavras...

Muitos dizem que se uma rosa mudar de nome continuará com o mesmo perfume, pergunto-me se outra pessoa escrevesse nossas palavras estaríamos apaixonados pela pessoa ou pelas palavras? Mas trago em mim que mesmo sem palavras ainda seguiria apaixonado por você. Por seus olhos, por seu jeito, por seus beijos.

Uma verdade é certa, as palavras podem ser levadas e apagadas.

Meu amor por você será eterno.”

Quando terminou Hugo achou que talvez dessa vez tivesse exagerado. Mas guardou a carta mesmo assim esperando a próxima oportunidade de ver Lily lendo suas palavras.

xx

― É... Explique mais claramente esse negócio de sem beijos – pediu Scorpius a Rose.

― Bem é simples, é um namoro falso – ela levantou da onde estava sentada e começou a andar em volta da mesa que ele estava – Eu não gosto de você e você não gosta de mim.

Scorpius fez menção de abrir a boca para retrucar, mas ela o impediu.

― Não negue. Não sou burra, só está atrás de mim para provar para seus amigos que pode me conquistar. Você mesmo me confessou que dá muito valor a seu ego.

“Isso sem contar a aposta estúpida na qual fui me meter” – pensou o garoto.

― E você ganha o que com esse namoro?

― Atenção voltada para mim – respondeu simplesmente.

― Não estou entendendo aonde quer chegar – disse a ela ainda confuso com o que ela queria.

― Minhas amigas me abandonaram – confessou a ele – Ninguém se importa com minhas ideias, a diretora me odeia e só causo medo nas pessoas.

― Ah isso já acontece faz tempo.

― Fique quieto e escute! – impôs a ele o que Scorpius prontamente obedeceu – Quero sua ajuda para me tornar um espelho para as garotas.

Scorpius coçou sua cabeça ainda confuso.

― É simples – ela voltou a falar vendo que ele ainda não tinha entendido onde ela queria chegar – As garotas, por algum motivo ridículo, caem de amores por você. Os garotos te invejam, tem vários seguidores a sua volta e você nem ao menos faz esforço para isso. E eu preciso de seguidores, em pessoas engajadas em ideias que eu quero implantar na escola e por alguma razão, todos tem medo de mim.

― Não posso imaginar o porquê – ele não pode deixar de comentar zombando dela. Rose suspirou e fingiu que não havia escutado ele.

― Você ganharia uma namorada, a garota mais difícil desse castelo, inflando seu ego e eu ganharia um namorado popular – terminou.

― Isso tudo sem beijos? – ele perguntou pensando na aposta que jamais ia vencer.

― Sem beijos é a parte mais importante.

― E se por um acaso assim, bem improvável, um dia eu te beijasse – questionou pensando que talvez pudesse dobrar a personalidade difícil dela enquanto andavam juntos fingindo um namoro.

― Ah, me fez lembrar do nosso contrato – ela abriu sua mochila e tirou um pedaço de pergaminho de dentro dela.

― Contrato?

― Sim, estou te contratando para um serviço por tempo limitado – ela entregou o papel para ele ler.

Scorpius passou os olhos pelas palavras escritas rapidamente, lá estava especificando tudo o que Rose havia lhe falado. Mas tinha um parágrafo logo no final em letras miúdas que ela não tinha exposto ainda.

― O que seria esse “furúnculos nascerão no rosto daqueles que infligirem as regras do contrato”?

― Ah só um pequeno parênteses. Se por um acaso eu ou você desrespeitamos alguma das regras do contrato nascerão furúnculos como castigo – ela abriu um sorriso falso para ele.

― Mas você não precisa respeitar regra nenhuma, só existem regras para mim.

― Exatamente – ela cruzou os braços na frente de si.

― E eu não poderei te beijar senão... – continuou a raciocinar.

― Senão sua cara será bem castigada – ela se postou na frente dele o encarando decidida – E então? Aceita namorar comigo?


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Notas finais do capítulo

A velha ideia do namoro falso ataca novamente, nos digam o que estão achando please.



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