Assassin's Creed: Elementary escrita por BadWolf


Capítulo 8
O Estranho Que Sabia Demais




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            Evie havia acabado de acordar quando uma carta chegou às suas mãos, por meio de Agnes. Estavam parados em uma estação quando um moleque de recados a entregou, apressadamente. Ao ver o Selo Real, a Assassina tomou-se de nervosismo, por temer que fosse algo relacionado à chantagem de Duleep Sigh, mas o timbre logo desfez seu temor. Era uma carta do Palácio de Buckingham. Mais precisamente, de Mr. Fleming.

            Como de seu feitio, curta e grossa.

 

            Frye,

 

            Mais notícias dos cruzados. Palácio. 14:35hs

            Queime depois de ler

 

 

            Fleming era um homem prático, porém gostava de um certo drama, sentia Evie. Exercia uma forte posição no governo e dava fortes indícios de possuir uma grande rede de informações. Um curioso, porém valioso, aliado que os Assassinos tiveram a sorte de adquirir com a derrocada de Crawford Starrick. Não porque ele compartilhasse de suas convicções, longe disso. Mas sim, porque os interesses dos Assassinos estavam, por hora, aliados com os da Rainha. Não todos, mas alguns deles. E isso já era muito.

            Evie já havia adentrado à Sala de Visitantes do Palácio por seu modo nada ortodoxo: enganando a vigilância e entrando pela janela. Assim que pôs seus pés na Sala, ela foi surpreendida por Mr. Fleming, sentado à mesa e comendo um bom chá com biscoitos finos. Como sempre, Fleming estava com a boca ocupada mastigando alguma coisa deliciosa. Não á toa tinha uma aparência tão corpulenta e redonda. Apesar de sua aparência exalar preguiça, seus olhos cinzentos eram tão penetrantes que a Assassina sempre se sentia analisada por ele de alguma maneira.

            -Pergunto-me se existem mais pessoas além de você e seu irmão que são capazes de entrar tão sorrateiramente no lugar supostamente conhecido como o mais seguro de todo o Império Britânico.

            Evie sentiu um certo elogio disfarçado naquela frase e procurou não estragar o momento dizendo que sim, havia gente tão capaz na Irmandade como ela, senão mais. Mas duvidava muito que Mr. Fleming já não soubesse disso.

            -Onde está o seu irmão? – perguntou Fleming.

            -Não consegui encontra-lo para dar a notícia.

            Fleming franziu o cenho. – Bom, os gracejos e modos rudes de Mr. Frye sempre farão falta, mas creio que somos perfeitamente capazes de começar sem ele...

            -Começando sem mim? – apareceu repentinamente Jacob, pela janela.

            -Mr. Frye! Não morres mais, tenho certeza!

            -Eu trabalho para isso, Mr. Fleming. – disse Jacob, com diversão. – Mas então, onde estão os templários? Todo dia é sempre um belo dia para matar templários.

            Fleming riu levemente.

            -Sinto desapontá-lo, Mr. Frye, mas a tarefa que tenho a vocês envolverá mais cérebro que músculo. Ainda assim, sua ajuda poderá ser primordial. Mas deixemos de delongas. Uma de minhas fontes acaba de informar que os templários da França irão desembarcar em Londres. Estão sendo monitorados desde Paris. E a julgar pelo horário... – comentou Fleming, consultando seu reluzente relógio de bolso. – Eles chegam em... Vinte e sete minutos, no porto próximo a Lambeth e...

            Ao tirar seus olhos do ponteiro do relógio e voltar aos gêmeos, Fleming surpreendeu-se ao perceber que eles já haviam desaparecido. Tudo que pôde notar foi uma janela entreaberta, e nada mais. Se todos os seus agentes tivessem essa disposição, pensava ele, a Inglaterra já teria dominado todo o mundo. Com dever cumprido, ele sabia que poderia ir ao Clube Diógenes para uma de suas leituras vespertinas.

            Cruzando os telhados de Londres, os irmãos saltavam e se agarravam às bordas dos prédios com seus ganchos. Haviam competido quanto a quem venceria uma corrida até a área portuária do Tâmisa. Evie sabia que nunca conseguia competir com seu irmão em velocidade, mas gostava de aceitar suas apostas bobas. Fazia-a se sentir criança outra vez, quando a sua tarefa mais complicada era um dever de casa, não impedir mais e mais templários perigosos de retalharem seu trabalho com Londres.

            Os irmãos Frye separaram-se. Cada um para um lado. Evie escolheu pendurar-se sob uma viga que lhe dava uma visão privilegiada do vai-e-vem de pessoas do porto. Já Jacob estava no chão, cercado por seus Rooks. Inspecionava seus revólveres, armas, soqueiras, punhados e absolutamente qualquer coisa que pudesse fazer estrago em alguém. Animava-os, daquele seu jeito bruto, quanto a um inimigo mortal que estariam prestes a enfrentar.

            E eles esperaram. Até escutar ao longe o apito do navio. Consultando seu relógio, Evie percebeu que Mr. Fleming, como sempre, era pontual mesmo em suas informações. Sem dúvida era o navio, a julgar pela bandeira francesa. Símbolo este percebido também por Jacob, que assobiou colocando seus homens em posição.

            -Preparem-se, rapazes! Aí vem o inimigo!

            Inalando profundamente, Evie concentrou seus sentidos nos passageiros que começavam lentamente a pôr seus pés em Londres. Alguns carregavam pequenas malas, outros tantos eram auxiliados por moleques e rapazes do porto, que ganhavam alguns xelins para atravessar o porto até a rua, onde os passageiros poderiam conseguir um cabriolé para o hotel mais próximo. Evie concentrou-se. Precisava ver se havia algo suspeito. Templários sempre gostavam de exibir seu símbolo e os da França não eram diferentes, pelo que ela sempre pesquisou. Ainda mais por ser uma cruz, símbolo cristão.

            -Cadê eles, chefe? Doido para estourar uns miolos! – resmungou um Rook, causando risadas nos outros. Jacob parecia nervoso. Odiava esperar. Queria que aparecesse logo uns trinta templários para aplacar a ansiedade dos rapazes, mas sabia que precisava, acima de tudo, preservar civis. Olhou para cima. Evie parecia atenta, e como se adivinhasse, voltou seus olhos para ele. Negativou com a cabeça.

            -Ainda não, rapazes. Ainda não.

 

 

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            Os Assassinos adentraram ao trem-esconderijo nos arredores de Southawk, mais uma vez, pela lateral. O trem ainda estava em movimento, mas andava vagarosamente. Estava anoitecendo, mas a sensação dos Assassinos era de fracasso. Não conseguiram detectar a presença templária em meio à multidão de – aparentemente – civis que desembarcara do navio sinalizado por Fleming. Por fim, o próprio Fleming estava irredutível em atestar que os templários realmente desembarcaram ali, e chamou os gêmeos de incompetentes – é claro, de uma forma educada e sem qualquer grosseria, mas o sentimento de incompetência permanecia em suas palavras.

            -Um perfeito babaca, lacaio da Rainha! Ele acha o que, que somos incapazes de reconhecer templários? Pois eu reconheço aqueles filhos da mãe até pelo cheiro!

            -Não se irrite, Jacob. Afinal, ele pode estar certo. Pode ser que os templários tenham usado aquele navio como um subterfúgio para nos despistar. Eles não seriam tão tolos a ponto de cometer o mesmo erro duas vezes, como os templários de Boston.

            Jacob parecia impaciente.

            -Vasculhamos o porto o dia inteiro. Não encontramos nada, Evie. No fim das contas, tudo se provou uma grande perda de tempo! – disse Jacob, estalando os dedos. – Era mais fácil ter aproveitado o dia de hoje para invadir mais um...

            Ao perceber que estava quase entregando à irmã sobre suas recentes atividades com os bordéis da cidade, Jacob se calou. Mas não o bastante para

            -“Invadir mais um” o quê?

            Jacob riu da surpresa irmã. –Nada que seja digno da sua atenção, minha irmã.

Evie segurou Jacob pelo braço. Sabia quando o irmão estava aprontando.

—O que está acontecendo, Jacob?

—Nada demais, minha irmã. Sabe, só um assalto aqui e ali que estou fazendo com Harry. Afinal, precisamos levantar fundos para os Rooks. E por falar nos Rooks, eu acho que estamos perdendo tempo em ficar ouvindo os chamados de Fleming quando deveríamos estar mais atentos à qualquer ameaça a nossa gangue.

            -Não se precipite, Jacob. Desde que começamos, sabíamos que os Templários não iriam desistir tão facilmente assim de Londres. Não podemos simplesmente fechar os olhos para os Templários agora, ou eles podem se aproveitar disso para se reinstalar.

            -Da mesma forma como eu não posso fechar os olhos para os Rooks. Se não conseguirmos estancar a falência deles, Evie, nós iremos perder tudo o que conquistamos. Nossa vitória em deter o domínio dos Templários deve-se em grande parte aos Rooks e...

            -Espere. Quem é ele? – interrompeu Evie.

            Jacob ficou subitamente surpreso, ao notar que havia alguém sentado na poltrona de sua irmã. Era um homem, ou ao menos era o que dava a entender. Usava roupas negras, e um capuz que lhe escondia o rosto. Parecia ser um Assassino.

            -Quem é você, e o que faz aqui sem ser chamado? – perguntou Jacob.

            -Desejava conhece-los. – disse o homem, ainda sem revelar seu rosto.

            -Bom, se é mesmo um de nós, creio que pode dispensar o capuz. Não costumamos nos vestir assim por aqui.

—Mesmo?

—Sim. Usar o capuz o tempo todo é considerado algo ultrapassado e...

            -Pare. – interrompeu Evie ao apertar o ombro de seu irmão, desejando que Jacob não desse muita conversa aquele estranho. Apesar de Jacob parecer plenamente convencido de que era mais um Assassino enviado pelo Conselho, Evie tinha lá suas dúvidas. Aquele homem quase poderia se passar por um Assassino. Quase, se não fosse por um simples detalhe.

            Ele não possuía manopla.

            -Então, parece que o Conselho enviou para nós mais um Assassino. Devem pensar que não somos capazes de dar conta da cidade, não é? – deu de ombros Jacob. – Bom, mas afinal qual é o seu nome? Não me lembro de sua voz e gostaria de entender o porquê de seu mistério em não se revelar e...

            -Ele não é um de nós. – impediu Evie de ouvir a resposta do Assassino desconhecido.

            O mais novo dos Frye parecia abismado. – Claro que é. Do contrário, como saberia de nosso esconderijo? Ou mesmo de nós dois?

            -Observe. Onde está a manopla dele? Que tipo de Assassino sairia pelas ruas sem sua lâmina oculta? Este homem é uma fraude.

            Para pasmo dos irmãos, o sujeito se levantou, batendo palmas.

            -Brilhante. – disse, em sua voz barítono. – Tal como eu deduzi, parece que o verdadeiro cérebro daqui é mesmo você.

            -Quem é você? – perguntou Evie, num tom ameaçador. Finalmente, o sujeito se revelou, retirando o capuz e mostrando seu rosto. Era, ao que tudo indicava, um rapaz, em torno dos vinte e seis anos, com o cabelo negro bem penteado, os olhos cinzentos e a barba bem-feita. Não usava costeletas, o que era incomum a qualquer londrino daqueles tempos.

            -Pois então, creio que chegamos ao momento das apresentações. – disse o sujeito, andando de um lado a outro da sala do trem, com as palma da mão encostada uma à outra, enquanto seus dedos tamborilavam. – Vejo que há marcas profundas nos joelhos de ambos, que não saem apesar do esforço que a senhoria de vocês faz durante a lavagem. São roupas bem-cuidadas, de qualidade, diria, mas que já passou por boas provações. Marcas nos joelhos e nos antebraços, sapatos empoeirados e gastos nas pontas em demasia. Significa que estão sempre em movimento, e ouso dizer, de modo nada ortodoxo. Escaladas, saltos e quedas fazem parte da rotina dessas roupas, ou melhor, de vocês.

            -Mas que...?

—Não só as roupas, mas também as armas que vocês guardam de modo quase imperceptível. A julgar pelo volume em sua casaca, o senhor possui uma adaga, e a senhorita – espero que não se ofenda com o meu comentário – possui uma bengala atada à coxa. Para um objeto tão comum estar oculto desta forma só posso presumir que ele possua algo letal em si. Uma lâmina, quem sabe?

—Está vendo, Evie? Ele só pode ser um Assassino!

—Cale-se, Jacob. – disse Evie, friamente. – Perdoe a interrupção de meu irmão, senhor...?

Apesar da tentativa de Evie de saber seu nome, o sujeito a ignorou.

—Vocês também transportam um revólver carregado, facas pequenas e um pouco de veneno. Mas não é isto o que mais me fascina. A manopla de vocês. É realmente fascinante, e devo admitir, excedeu as minhas expectativas.

—Você não é um Assassino. – caiu em si Jacob, ainda abobado e incapaz de disfarçar sua confusão. Evie rolou os olhos para a falta de perspicácia do irmão. O sujeito permaneceu a ignorar os dois.

—Mas vamos a algo mais concreto. Sua cicatriz na sobrancelha direita, bem como seu porte mais musculoso e seu jeito bronco e viril indicam que você leva uma vida perigosa, onde o combate corporal é sempre intenso e rotineiro.

—Depois dessa, eu até te chamaria para uma bebida. Pena que não usa saias. – zombou Jacob, mas o sujeito permanecia a ignorá-lo.

—Diferente da moça, cujo rosto mantém praticamente imaculado, apesar de levar uma vida muito mais complicada que boa parte das mulheres de sua idade. Vocês possuem traços em comum. Os formatos da boca, da orelha e da íris indicam que vocês são irmãos. E a julgar pela idade, gêmeos. Mas, como toda relação entre fraternos, há um dominante. E acredite, precisei escutar apenas vinte e cinco segundos da conversa de vocês para entender qual dos dois é o dominante por aqui. E é a senhorita.

Jacob ficou desgostoso com o comentário final. Voltou seus olhos para a irmã para deixar qualquer comentário, mas percebeu que Evie parecia, curiosamente, silenciosa. Não um silêncio de fúria, mas um silêncio de fascinação, ele diria. Um tanto abobado pela reação inesperada de sua irmã diante de um invasor ao esconderijo, Jacob pensou em recrimina-las, mas logo Evie decidiu se pronunciar.

—Sua demonstração foi deveras impressionante. – disse Evie, deixando Jacob irritado.

—Costumo causar este efeito. – disse, sem modéstia. – Mas sinto que, ao contrário de seu irmão, que se estivesse sozinho acabaria por me chamar para beber uma cerveja Bitter em um pub qualquer para me contar mais sobre suas empreitadas do mundo do crime, desde o momento em que pôs os olhos em mim, a senhorita parecia saber que eu era uma fraude. Fiquei impressionado também, por sua capacidade de observar, tão incomum aos do seu sexo.

—O quê?! – indignou-se Evie, diante do comentário claramente machista do estranho. Foi a vez de Jacob rir, até receber uma cotovelada da irmã, claramente ofendida.

—Bom, a conversa estava ficando divertida, mas creio que é hora de termina-la.

Para horror de Evie, Jacob ativou sua lâmina oculta, claramente com a intenção de matar o estranho. Antes que ele pudesse prosseguir com o assassinato, ela o impediu, contendo-o firmemente pelo braço.

—Não. – disse Evie, com autoridade.

—Este homem aparece em nosso esconderijo, sabe-se lá como, claramente sabendo tudo sobre nós dois e você quer que ele viva? E se ele for um Templário?

—Te dou minha palavra de que não sou um Templário. – disse o sujeito, ainda calmo mesmo com a lâmina de Jacob recostada em seu pescoço.

—Qual o valor de uma palavra de um homem que sequer se apresenta? – questionou o Assassino, deixando Evie sem defesa.

—Que não seja por isso. Meu nome é Sherlock Holmes.

Silêncio.

—Como?! – perguntou Jacob, com um sorriso agradável no rosto.

—Sherlock Holmes.

O silêncio que se seguiu foi interrompido com as fortes risadas do Assassino.

—Puta merda! O que estava pensando seu pai quando decidiu colocar esse nome?

—Na verdade, foi idéia de minha mãe, mas esta é uma longa história. – disse o sujeito, claramente inabalável diante das risadas de Jacob. Provavelmente estava acostumado a ser caçoado por seu nome exótico.

—De qualquer modo, o que faz aqui? – questionou Evie. – Como nos encontrou?

—Bom, os Assassinos costumam ser discretos, mas seu irmão foge à regra completamente, Miss Frye. Achar um elefante cor-de-rosa no Hyde Park é mais difícil do que achar seu irmão.

Jacob parecia indignado com a comparação.

—De qualquer modo – continuou Holmes – vim procura-los porque estou à procura de um italiano chamado Matteo Salvatti, um arqueólogo especialista no Império Romano que desembarcou em Londres à trabalho, para a exposição sobre a presença dos romanos na Inglaterra que será inaugurada em breve na Galeria Nacional de Arte, não tenho certeza se sabem.

—Sim, eu soube. Li o livro de Salvatti recentemente. “Britânia e Seus Encantos Proibidos aos Romanos”.

—Um bom livro, por sinal. – acrescentou Holmes, um tanto surpreso pelo tipo de literatura que Evie consumia.

—Não poderia concordar mais. Inclusive pretendia ir à exposição, assim que inaugurasse. – disse Evie. Holmes sorriu.

—Faz bem em desejar ir. Será uma oportunidade e tanta, afinal, são itens que não costumam ser expostos ao grande público com frequência, o que é uma pena. Mas voltando ao assunto, Mr. Salvatti está desaparecido.

Jacob não parecia satisfeito.

—Não sei onde nos encaixamos nisso.

Para pasmo dos irmãos Frye, Sherlock Holmes retirou do bolso de seu terno uma insígnia templária.

—Onde conseguiu isso? – questionou Evie, tomando-a na mão brevemente.

—Os funcionários do museu responsáveis por busca-lo no porto encontraram isso no quarto dele. Eles estranharam este objeto no chão do quarto, pois Salvatti é um judeu. Aos olhos de um leigo, parece uma cruz, afinal. Logo, não é difícil concluir que Mr. Salvatti foi sequestrado ainda em sua viagem de ida à Londres.

—Tem razão. – concordou Evie, com simpatia.

—Então, está sugerindo que um Templário o sequestrou?

—É o que aponta as circunstâncias. E eu sei que estiveram recentemente investindo contra um grupo de templários, apesar de terem fracassado, por motivos que desconheço...

—Você só pode ser um bruxo! – exclamou Jacob, surpreso. Holmes riu.

—Perdoem-me, mas o cheiro do Tâmisa ainda exala de suas roupas, e consigo ver daqui que os revólveres de vocês dois estão completamente carregados. Duvido que ainda estivessem, se tivessem entrado em confronto outra vez com eles, como na última vez que os Templários de Boston tentaram algo.

Parece que ele sabe de muita coisa. Mas como? Pensou Evie.

—Eles não apareceram, como nossa... Investigação sugeriu. – respondeu a Assassina.

—Entendo. Provavelmente, conseguiram atracar em Londres antes, optando pela discrição dessa vez. Sem dúvida, as notícias voam entre eles. – Holmes parecia perdido, analisando seus pensamentos. – Então? O que me dizem?

—Iremos ajudar. – disse Evie, impedindo seu irmão de esboçar qualquer reação.

—É. Iremos ajudar. – disse Jacob, sabendo que não podia retrucar sua irmã.

—Ótimo. – levantou-se Holmes. – A propósito, Mr. Frye, foi muito sábio de sua parte não ter adentrado à Mansão de Charles Augustus Milverton sem um plano em mente. Aquele homem é uma víbora sem escrúpulos, e se soubesse de qualquer movimento seu para retomar o objeto de sua chantagem, teria triplicado a quantia exigida, na melhor das hipóteses.

Jacob arregalou os olhos.

—Como sabe que estive lá? Acaso esteve me seguindo?

—Não intencionalmente. – disse Holmes, nem um pouco amedrontado com o tom ameaçador de Jacob, enquanto vestia seu chapéu. – Pode-se dizer que foi uma dessas “circunstâncias da vida”. Uma boa noite.

Quando a porta se fechou, ambos os irmãos se viram suspirar em exaustão.

—Este sujeito é um babaca, mas devo admitir que ele sabe das coisas. Não é, Evie? Evie?

Evie Frye parecia pensativa, notou Jacob. Pensativa e claramente preocupada. Talvez ainda estivesse absorvendo todo o impacto das revelações do sujeito. Nesses momentos, não era recomendável incomodá-la, por isso o jovem Frye decidiu sair do trem, tanto para desanuviar a mente quanto para saber mais sobre quem era este sujeito tão estranho e astuto chamado Sherlock Holmes. Alguém nas ruas deveria saber algo sobre ele.

—Estou saindo. – disse, deixando Evie a refletir em sua poltrona.


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Notas finais do capítulo

AGORA SIM, TEMOS SHERLOCK HOLMES!!

Estava demorando, não é? Mas finalmente o detetive mais amado da Inglaterra apareceu. Espero que gostem dele nessa fanfic.

Até a próxima!!



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