Assassin's Creed: Elementary escrita por BadWolf


Capítulo 24
Apunhalado Pelas Costas


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal!
Estamos chegando na reta final da fanfic (nem acredito, pois estou há pelo menos um ano escrevendo essa história) Tanta coisa aconteceu, por várias vezes cheguei a pensar em deletar tudo e fingir que essa fanfic nunca aconteceu, mas ainda bem que deu tudo certo, ela está praticamente concluída e agora só resta publicar os poucos capítulos de sua conclusão.
Desde já, gostaria de agradecer a todos que acompanharam essa fanfic desde o início e que retomaram após o hiato que tive, e também os leitores novos que essa fanfic foi conquistando ao longo do tempo, seja aqueles que deixem reviews e também os fantasminhas (sim, eu vejo vocês nas estatísticas!). Todos vocês foram fundamentais para que eu não desistisse da história e continuasse, apesar de tanta coisa ruim que 2020 me trouxe! Vocês foram um dos meus principais motivos para que eu continuasse.
Bom, é isso. Já meio que em clima de despedida, vamos a mais um capítulo.
Espero que gostem e boa leitura!



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Jacob pensava que a benção – ou maldição, a depender do momento – de ter uma irmã gêmea o tornava mais capaz de compreender a natureza feminina. Mas por ironia dos deuses, Evie Frye estava muito longe de ser o que se esperava de uma mulher comum, e assim era Violet Fitzgerald. Mesmo com anos de convivência com uma mulher a seu lado, Jacob não sabia o que o sumiço de Violet queria dizer. Olhava no relógio o que o sol alaranjado já dizia de sua janela. Que já estava anoitecendo e nenhum sinal da Assassina. Uma estranha sensação de pânico começou a acomete-lo. Será que ele fizera alguma coisa de errado para que ela sumisse dessa forma? A perspectiva de perde-la estremecia Jacob, pois subitamente era como se ela preenchesse um enorme vazio que nem mesmo ele sabia que existia, e agora sentia-se temeroso em sentir-se vazio mais uma vez. Se o que ele sentia por ela não era amor, o Assassino não sabia mensurar o que mais poderia ser.

No fim, tudo não passava de uma tola insegurança. Jacob tentava se consolar. Ela certamente tinha assuntos mais urgentes para tratar e não pôde esperar até que ele acordasse. Natural. Jacob e Evie agiam exatamente assim, mas pela primeira vez o Assassino sentia-se a provar de seu próprio veneno. Ainda assim, sentia que estava adiando demais suas pretensões de um relacionamento mais sólido. Tudo bem, os dois só estiveram juntos por duas vezes, mas isso não era suficiente para Jacob. Jamais seria. Nunca antes o Frye sentiu-se tão sedento por mais. E além disso, tão sedento por ser o homem sério que sua irmã jamais sonharia. A ideia de casamento começava a zanzar por sua cabeça. Por duas vezes caminhou por Londres e observou uma casa vazia, imaginando que esta poderia ser sua nova morada, onde criaria seus filhos com Violet em uma vida tranquila e segura. Chegou a rir de suas ideias, mas no fundo a hipótese de construir uma família com Violet soava nem um pouco absurda. Ela era uma Assassina, assim como ele, algo que seu pai sempre dizia que adiantava metade dos lados. Talvez casar-se com Violet aquietasse seu espírito inquieto e desordeiro, que tantos problemas causava a Evie.

—Chega de sonhar, Jacob Frye. Hora de trabalhar. – disse a si mesmo. Seus olhos percorreram a mesa, e ele a notou um tanto... Vazia. Parecia que algo estava faltando ali, mas Jacob não sabia dizer o quê. Sua mesa era sempre tão bagunçada, mas isso jamais o impediu de se encontrar no que ele gostava de titular seu “Santuário”.

—Harry deve ter levado alguma coisa. – pensou o Assassino, deixando a preguiça dominá-lo e abandonando sua busca por trabalho. Assobiando uma canção irlandesa que ouvira certa vez em um pub, Jacob foi surpreendido pela presença de ninguém menos que Sherlock Holmes. Ao ver o detetive abrir a porta de seu escritório sem qualquer cerimônia, o Assassino imediatamente retirou os seus pés de cima da mesa, num mero gesto de salvar um pouco de sua educação.

—Sherly? – caçoou o Assassino, surpreso. – O que faz aqui?

Holmes rolou os olhos para o apelido inusitado dado por Jacob.

—Vim conversar.

—Você tem minha permissão.

—Como?! – surpreendeu-se o detetive. Jacob apenas sorriu.

—Acha que não sei que você foi o “misterioso acompanhante” de minha irmã em sua recente saída de Londres? Aliás, eu aposto que você tem sido o motivo de toda discussão que tem acontecido entre ela e Greenie.

Arregalando levemente os olhos, Holmes logo voltou a si, mantendo a postura neutra.

—Eu e sua irmã não possuímos qualquer tipo de envolvimento que não seja estritamente profissional.

Jacob riu da forma beirando ao solene de Holmes.

—Um pouco menos de formalidade nas palavras e se passaria por Evie tranquilamente. Mas enfim, se acaso não veio pedir minha “benção” para sua união com ela, então o que faz aqui?

Antes que o Assassino pudesse esboçar qualquer coisa, um dardo foi ejetado da mão esquerda de Holmes, acertando Jacob no peito. A picada da dor deteve o Assassino, que imediatamente começou a sentir dormência em seu tórax.

—Neste momento, 30ml de sedativo acabam de adentrar ao seu organismo. Um organismo humano comum que não dispõe de seu preparo físico, Mr. Frye, certamente já teria desabado em desmaio, mas como sei que o senhor não se encaixa na regra comum, creio que levará pelo menos... Uns dois minutos.

Arfando, Jacob cerrou os olhos, encarando Holmes com um olhar mortífero.

—Que bom, pois terei tempo o bastante para te matar.

O Assassino se levantou da mesa com a fúria de um touro, fazendo papéis se esparramarem e voarem pelos ares. Holmes se esquivou do pulo de Jacob, fazendo o Assassino abraçar o ar. Isso não o impediu de continuar a perseguir Holmes por aquela pequena sala de Devil’s Acre. Sacando seu mortal e afiado kukhri, Jacob avançou contra Holmes, que aparava seus golpes com uma bengala. Por volta do segundo ou terceiro golpe, a raiva de Jacob conseguiu superar a frieza de Holmes, fazendo o Assassino cortá-lo no braço. O golpe fez Holmes recuar.

—Você não é só um covarde, mas também um fraco. – disse Jacob, para surpresa de Holmes, lançando seu kukhri contra a parede. Sem a arma, o Assassino cerrou os punhos, colocando-se em posição de combate.

—Será que agora você será um adversário menos medíocre? Hein? – indagou o Assassino, braços estendidos, como se aguardasse Holmes fazer o primeiro movimento.

Não demorou a vir. Holmes repetiu o gesto de Jacob, jogando sua bengala contra um canto da sala, colocando-se também em posição de luta.

—Essa foi a maior besteira que você poderia ter cometido. – ameaçou Holmes.

—Isso foi para me deixar com medo? – debochou Jacob.

Holmes tentou o primeiro golpe. Jacob se esquivou, tentando desferir um soco no detetive. Sem sucesso, e por pouco não foi acertado na cabeça por Holmes. Jacob lutava de punhos cerrados, em seu estilo de rua sujo e violento, enquanto os golpes de Holmes eram efetuados com os dedos retos, mãos abertas. Jacob percebeu da pior forma que, apesar de Holmes ser bastante magricela, seus golpes eram fortes. E doíam bastante. Logo ele se lembrou do detetive no necrotério e de sua imobilização. Seus estudos em Anatomia. Ela sabia onde mais doía no corpo humano. E agora, Jacob recebia aplicações nada agradáveis de seu conhecimento.

O Assassino começou a sentir seus movimentos lentos. Decerto, era o maldito sedativo finalmente fazendo efeito, tal como o detetive alertara. Claro, demorou mais que os dois minutos propostos pelo detetive, mas Jacob sentia-se furioso por não tê-lo conseguido derrota-lo antes de começar a sentir-se mais grogue que uma noitada regada a vodka.

Seus sentidos se esvaíram, antes que Jacob ouvisse apenas o estampido de sua própria queda no assoalho da sala.

 

 

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            Evie se sobressaltou com o som de porcelana a cair ao seu lado, espalhando chá e cacos pelo tapete vermelho do vagão onde descansava. Surpresa, a Assassina percebeu que Henry Green, seu noivo, deixou ao lado de seus livros uma xícara de chá, que agora ela fizera o favor de espatifar no chão. Ela estava cochilando? A Assassina não tinha certeza. Possivelmente, pois passara a última madrugada em claro à procura de Violet e o sol já havia raiado em Londres. Ela não precisava de espelho para saber que estava com a cara péssima, com profundas olheiras e o cabelo desalinhado.

            -Você deveria dormir em uma cama, não em uma cadeira.

            A Assassina suspirou com as palavras preocupadas de seu noivo, Henry.

—Não posso me dar a este luxo. Não quando há uma traidora andando por Londres com uma quantidade de dinamite capaz de implodir o Parlamento Britânico.

            Henry a analisava seriamente.

            -Evie, você fez o que pôde. Procurou por todos os lugares, já mandou os Rookies vasculharem Londres atrás dela.

            -Como pôde, Henry? – indagava-se Evie, horrorizada. – Não faz muito tempo, e eu estava conversando com ela sobre os Artefatos do Éden, e agora descubro que ela nos traiu! E para roubar dinamite, para sabe-se lá o quê! Como pude ter me deixado enganar?

            Henry a consolou com um afago no ombro.

            -Ela foi muito engenhosa, Evie. Sabia exatamente como cativar você e, bem... O seu irmão.

            Evie bufou.

            -Jacob e seu talento em estragar tudo. Confiou demais naquela mulher.

            -Ele está apaixonado por ela, Evie. Se estivesse menos envolvida com Sherlock Holmes, teria percebido isso...

            -Outra vez, você a incluir Holmes nessa conversa...

            -Me desculpe, Evie, mas o que digo é verdade. Ele foi uma distração para você. Harry Carter, Violet Fitzgerald... Tudo isso estava acontecendo bem deixado de seu nariz, mas você estava distraída demais para perceber, ou mesmo intervir. Agora, precisamos detê-la. Não sabemos as intenções dela com essa dinamite.

            -Mandei um telegrama para a Irmandade Americana, para saber mais sobre ela. Mas não posso contar com isso para agir. A resposta poderá demorar muito e nós não temos tempo para isso. Precisamos impedi-la, antes que ela use essa dinamite para algum propósito nefasto. Agora, e quanto ao Conselho Britânico? Eles sabem alguma coisa dela?

            Henry tirou do bolso um pequeno pergaminho.

            -Nunca ouviram falar dela, Evie. Temo que a carta que recebemos tenha sido falsa. E quanto a Jacob? Já contou a ele sobre Violet? – perguntou Henry.

            -Ainda não tive estômago de encarar o meu irmão para confrontá-lo sobre mais esse problema. Primeiro, Harry. Agora, Violet... Jacob realmente não aprende mesmo. Temo que estejamos condenados a permanecer em Londres pelo resto de nossas vidas, Henry.

            O Assassino indiano riu do pessimismo de sua noiva. Era o que restava fazer, afinal estava prestes a ver seu sonho de retornar a Índia com Evie mais uma vez adiado.

            -E eu que cheguei a ter esperanças de que Violet poderia trazer um pouco mais de maturidade a seu irmão.... Mas parece que depois dessa decepção amorosa, devemos esperar pelo pior dele.

            -Nem me fale. – lamentou-se Evie. – Reclamo de Jacob, mas no fundo não desejaria estar em sua pele nesse momento. Não mesmo.

            Enquanto catava os cacos de porcelana pelo chão, Henry surpreendeu-se pela chegada inesperada de Nigel, um dos Rookies mais fiéis a Jacob. O jovem estava visivelmente esbaforido. Parecia ter visto um fantasma, tamanho era seu horror.

—Nigel?! O que foi? Aconteceu alguma coisa? – perguntou Evie ao rapaz, ao ver que ele parecia estar estarrecido com algo. Trazia em sua mão uma pilha de jornais, os quais lançou sem qualquer cerimônia sobre a mesa.

            -Seu irmão, Evie. Está em todos os jornais. Dizem que um tal de Sherlock Holmes reuniu provas o bastante de que... De que Jacob é o líder dos Rooks.


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Notas finais do capítulo

É, gente... Quem achava o Sherlock Holmes um "aliado" dos Frye, creio que caiu do cavalo...
Mas eu já havia deixado isso bem claro no Prólogo (que era narrado por ele, inclusive), portanto quem pegou a pista decerto já esperava por esse momento de revelação do detetive.
E sim, creio que agora vocês devem estar pensando no que a Evie vai fazer... Bem, vocês saberão no próximo capítulo.
Desde já, obrigada por dedicarem um pouquinho do seu tempo a dar alguma moral a essa escritora amadora e ler meus capítulos. Espero que gostem do final que tenho preparado para a fanfic.
E não deixem de postar um review, pois adoro conversar com vocês em capítulos de reviravolta! kkkk



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