Amor Perfeito XIV - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 19
Notícia inesperada


Notas iniciais do capítulo

Não vim ontem porque acabei ficando de repouso, rs. Eu MELHOREEI :) Não era corona, era só mofo mesmo. Um comprimido de corticoide e eu estou quase nova! Muito provavelmente farei outro post as 21 horas tá?! ♥
Boa Leitura ♥



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"Coloque sua fé em mim, eu vou ser tudo que você precisa."

Arthur Narrando

Domingo. Nove e quinze da manhã, Alice recebeu a ligação de Murilo e ele estava bem. Isso era um enorme alívio. A primeira coisa que ela fez foi ligar para Kevin.

— Ele reagiu do jeito Murilo de ser, fazendo gracinhas. Mas como ele ainda não está podendo falar eu não sei muita coisa. – a ouvi dizendo na ligação. Depois parei de prestar atenção. Eu estava tomando café olhando para a minha mãe. Ontem depois de consola-la ela agradeceu, mas disse que era melhor eu manter distância.

— Rafael não dormiu em casa de novo. – minha mãe disse continuando me olhando. – Se ele engravidar uma menina nós vamos arrumar problemas.

— Ah... Isso tá um pouco fora de contexto no atual momento da vida dele.

— Qual é esse atual momento?

— Nenhum mãe. – respirei fundo e me levantei. – Vou ir até o Kevin, volto até o almoço.

— Vocês não estavam brigados?

— Estamos. – sai antes que ela me perguntasse mais alguma coisa.

Entrei na casa de Kevin sem fazer barulho e fui direto ao quarto dele. A porta estava trancada. Bati e chamei até ele abrir.

— Você já pensou em parar de entrar na minha casa? – ele perguntou nervoso.

— Na verdade não. – me sentei na cama. – Vocês não estavam transando né?

— Sim Arthur. Até minutos atrás ele achou que o cara que ele ama estava morto e ele conseguiu ter uma ereção nesse estado. Super normal. – deitei na cama ao lado de Rafael depois de sua fala. – Eu sei que essa cama é uma delicia, mas você não acha que está muito a vontade?

— Seja o que for é não. – Kevin falou como o idiota esperto que era. - Não estou com humor pra favores Arthur.

— Preciso da sua ajuda Kevin. – ele se deitou se virando para mim. 

— Estou bem no meio de vocês dois. Se forem brigar, por favor, avisem antes para que eu saia.

— Você tá sempre precisando da minha ajuda Arthur. Por que não se lembra disso antes de partir pra cima de mim?

— Desculpa. Mas você sabe que quando você vira a chavinha e se transforma naquele Kevin você é uma metralhadora de mágoas e age sem escrúpulos... Você sabe disso.

— E você acha que só porque Murilo quase morreu, não vou mais ser daquele jeito e agora vou te ajudar?

— Nem pensei nisso. Tá vendo como você é maldoso?

— O que você quer Arthur? Fala logo.

— Você sabe um jeito que eu consiga fazer Alice me perdoar. Por favor, me ajuda.

— Você não confiou nela. Quer o que?

— Por que ela chamou você pra seguir o pai? Ela confia mais em você que em mim?

— Já parou pra pensar que talvez você seja um pouquinho difícil de lidar? – fiquei em silêncio. – Era eu que ela tinha que chamar. Você não aceitaria e apenas brigariam.

— Mas ela tem que entender que as coisas entre você e eu são complicadas e agora sem o Murilo para ajudar...

— Ela tem que entender que você vai sempre avançar em mim igual um bicho?

— Ou que você vai sempre me provocar e me magoar?

— Gente... Vocês não vão se entender, então não comecem.

— Me ajuda Kevin. – pedi com a voz suave.

— Faz um jantar pra ela. Demonstra que se importa e quer o perdão dela. E mais importante: escute o que ela tem a te dizer e tente dar o que ela te pede. E a sua sorte é que a situação é mais propícia ainda, a casa dela tá vazia. Aproveite.

— Odeio te amar. E odeio mais quando te odeio.

— Ah... – ele parecia nem ter escutado. – Ela tá preocupada com o irmão e se você chamar ela não vai aceitar. Vá até a casa dela e eu a levo. – passei por cima de Rafael e subi nele o beijando. – SAI DAQUI DOENTE. – ele me derrubou no chão.

— Você pelo menos sabe o prato favorito dela né?

— Você me joga no chão e ainda me pergunta isso?

— Deixa de ser fresco, o tapete do meu quarto é fofinho. – ele me olhou com aquela cara debochada dele. – Vai conseguir a chave da casa dela ou até nisso vou precisar ajudar?

— Agora só tá se exibindo.

— Você me procura. - dei de ombros.

— Rafael. – o chamei quando já estava sentado. – Quando você vai decidir sair da cama do Kevin?

— Não estou com muita pressa não. Você tá Kevin? – eles se olharam sorrindo.

— O jeito dele já te afetou. – me levantei. – Vou ir comprar as coisas para fazer o jantar. Tchau.

— Arthur... – o olhei. – Se souber de mais alguma coisa me conta.

— Acho que enquanto Vinicius e Raíssa não chegarem lá não vamos ter muitas notícias. Mas assim que eles ligarem para Gustavo, minha mãe ou os pais eu fico de olho. Pode ser que tenha coisa que por enquanto eles queiram esconder de Alice.

— Sim. É isso que eu imagino.

— Você quer me falar mais alguma coisa? – estranhei o olhar dele.

— Vou ir para a casa do Kemeron hoje a noite. Devo voltar terça. Qualquer coisa liga.

— Voltamos a ser amigos então?

— Até seu punho não vim na direção do meu rosto. – ele deu aquele sorrisinho cínico.

— Idiota. – fui para o supermercado na esperança de que essa ideia dele desse mesmo certo. Quando eu e Alice finalmente iniciamos o namoro eu sabia que essas brigas ocorreriam, mas o correto era tentar resolver e não querer distância um do outro como ela estava fazendo.

Kevin Narrando

Sai de Torres no domingo a noite e estava chegando agora terça sete da manhã. Fui direto para a escola, mesmo sem nenhum material e com uma mochila apenas com roupas.

“Amanhã é o aniversário do Yuri, vamos entregar o carro a ele amanhã a noite, tudo bem? Vinicius e Raíssa devem estar chegando, você viu que eu te contei que ele não tentou nada?”— era Arthur pela terceira ou quarta vez. Guardei o aparelho e entrei na escola.

— Olha o nosso malvadinho favorito chegando. – Sophia falou e todos observavam enquanto eu me aproximava, cheguei e me sentei entre eles.

— Como foi com Kemeron? – Alice perguntou me olhando.

— Normal.

— Não parece que gostou muito. – Otávia concluiu. Ia manda-la cuidar da vida dela, mas isso ia gerar uma discussão muito cansativa.

— Tem uma menina e um menino novos na cidade e na escola. – encarei o afobado do Yuri. Aquele garoto não podia ser meu irmão.

— Já sei que ela é bonita. E o menino?

— Ele não parece ser gay. Se bem que você também não parece. E se bem que o Murilo não era. Muito menos o Rafael que agora só fica atrás de você. Ah Kevin, vai lá. Confio no seu potencial.

— Perguntei sem interesse nenhum. E parem de ficar falando da minha vida pessoal.

— Então se ele estiver entre a gente não é pra dizer que você é gay? – fuzilei Alexandre com os olhos. – É porque hoje a noite a Isadora ofereceu um jantar aos novos vizinhos. Vamos todos estar lá, porque estamos curiosos.

— Oferecer jantar a vizinhos novos? Que coisa de 1930.

— Caso não se lembre, o estilo da Isa é bem clássico. – felizmente o barulho do sinal tocando para irmos para sala não me deixou mais pensar no quanto ridícula era a ideia daquele jantar.

— Ei. – Alice chegou perto de mim antes que eu entrasse em minha sala. – Você parece não estar legal.

— Sono. Dirigi bastante. Kemeron mora em outro Estado.

— Ah, não sabia. – ela pareceu satisfeita com a resposta. – Murilo tá bem... – ela diminuiu o tom de voz.

— Que bom. – desviei o olhar. – Tenho que entrar. E você ir.

— Tá bom. Até o intervalo.

Na hora de ir embora fui levar Alice e ela contou que ela e Arthur estavam estranhos um com o outro e ela perguntou se ela podia me ver de tarde pra contar tudo.

— Não estou afim dos dramas de vocês dois hoje, numa boa. – o carro de Arthur parou atrás do meu. – Por que ele tá chegando esse horário? – a olhei, ela não respondeu. – Ele sai mais cedo do serviço.

— Como você sabe?

— É o mesmo horário de antes. – assim que acabei minha fala Arthur bateu no vidro. Abri e ele me olhou bem insatisfeito, claro. Alice sempre estaria entre nós dois passe o tempo que passar.

— Por que não responde as minhas mensagens? – nos olhamos.

— Porque chegou agora? – perguntei o deixando contrariado.

— Estava resolvendo a entrega do carro amanhã. Por que isso é relevante? Ah claro... Não é nada com Rafael. Ele deve estar almoçando, vamos entrar para almo... – um carro parou e era Ravi. Ele saiu com Vinicius e Raíssa. Alice saiu correndo do meu carro e foi até eles. – Agora eu acho que você vai querer mesmo almoçar aqui. – tentei negar, mas a minha curiosidade foi maior.

Luna e a mãe os receberam com bastante carinho e acho que quase com o mesmo interesse que eu, saber como Murilo estava. Só que o nível do meu interesse era bem maior que o deles.

— Fiquei com tanta dó dele mamãe. – a mãe de Raíssa também estava na mansão esperando.

— As crianças podem ficar presentes? – Isadora perguntou com sua voz aveludada.

— Eu não quero esconder nada, principalmente de Alice. – elas se olharam. – O seu irmão não está bem. Eu vou ir ficar com ele o resto desse ano já que trazê-lo seria aumentar esse mal estar.

— Ele tentou suicídio mãe? – ela parecia uma criança com medo. Arthur a abraçou de lado.

— Não! – ela respondeu em um tom de certeza. – Ele fez uma idiotice. Agiu sem pensar. Achou que se ele tomasse mais comprimido iria melhorar rápido.

— A princípio os médicos trabalharam com a hipótese de tentativa pelo tratamento dele e o problema que ele tem, mas a psicóloga do hospital que vai ficar os sete dias conversando com ele já atestou que não é o caso, ele só é um imediatista e até corre riscos por isso. Pra ela é bem óbvio que ele não quer morrer. Acho que isso também ficou claro pra gente né? – Vinicius falou e olhou a quase ex esposa que balançou a cabeça positivamente.

— Fiquei chocada quando vocês me falaram, Murilo é o meu neto mais alegre e espontâneo... Mas me diz como ele está agora?

— Isadora a senhora não tem noção... – Raíssa sorriu e colocou a mão no rosto. – Ele não arrumou um namorado? – elas se olharam. Os olhares de Alice e Arthur vieram pra mim. – E o cara é um fofo! Ele faz tudo pelo Murilo. Os dois dias que fiquei lá ele não saiu do lado dele. Um cuidado, uma proteção... O pai dele veio vê-lo e pediu um parente pra ficar com a esposa porque ela é doente parece, não consegui saber muito e o cara é todo brincalhão com o Murilo, ele é o chef de cozinha no hotel e parece que o Muh gosta de cozinhar com ele, então eles têm essa ligação já... Ah, sei lá... Eu me senti bem com pessoas boas cercando o meu filho.

O recado não poderia ter sido mais direto. Sai daquela casa da forma mais rápida possível. Se eu estava oscilando entre ser alguém melhor e deixar meu eu verdadeiro mostrar-se, agora já era totalmente certo qual caminho devia seguir.

— Eu vou ter que pegar a chave de Arthur. – falei quando vi Alice entrando em minha casa. Eu estava sentado na sala assistindo qualquer coisa, passava das cinco da tarde. – Fizeram as pazes? – ela ficou me olhando parada na porta.

— Murilo. – ela falou baixo e com receio.

— Quem? – questionei como se nunca tivesse escutado aquele nome na vida.

— Vim quase no horário de Arthur sair do serviço, daqui uns minutos ele vai estar aqui... É sobre Murilo. Sabemos que você não está bem depois de ouvir aquilo tudo. – Alice estava com uma mistura de medo e pena.

— Eu me sinto bem. – comecei a ficar impaciente.

— A gente precisa de você Kevin. – ela deu alguns passos em minha direção.

— Duvido muito.

— Eu não vou pedir desculpas por ele estar namorando, porque eu quero o melhor pra ele.

— Pelo menos é sincera. – sorri.

— Protejo quem eu amo, assim como você.

— Vá direto ao ponto.

— Temos menos de uma semana para juntar os meus pais. – fiquei em silêncio. – Estamos todos do mesmo lado e isso vai te fazer bem.

— Tchau Alice. – falei sem tirar os olhos da televisão.

— Quando estávamos em Alela você não tentou me manipular, quando foi comigo lá em casa distraiu minha mãe e fez Arthur me apoiar quando eu achei que o meu irmão estava morto.

— É, eu devo ser muito bom mesmo.

— Você sabe que você e eu temos alguma coisa, algo maior, uma conexão. Diferente de como é com você e Arthur. E eu sei que o namoro do Murilo te machucou, mas prometo que eu vou ajudar você a passar por isso sem precisar machucar ninguém.

— Sabe que eu não consigo mudar, não importa o que você faça.

— Você já mudou. – ela me lançou um olhar desafiador.

— Só não te manipulei em Alela porque a gente estava se divertindo e eu queria ser esse Kevin mais vezes, mas só você e Rafael conseguem isso. – admiti frustrado. – Vou confiar em você Alice... E eu preciso articular alguma coisa nem que seja para o bem. Vamos. – me levantei.

— Kevin... – ela me olhou nos olhos. – Não crie ódio pela minha mãe. Ela fez sem intenção alguma, estava animada para dar as notícias sobre meu irmão, acho que ela nem notou que você estava presente.

— Vamos parar de falar disso. Manda mensagem para o Arthur para ele não vim aqui, vamos pra lá.

— Depois que você nos ajudar com isso vai voltar a ser aquele Kevin não vai?

— Você já sabe a resposta. Anda.

Acabamos indo para a casa de Sophia e Larissa. Por quê? Jamais eu iria compreender. Era onde poderíamos juntar todo mundo. Por que todo mundo? Outra coisa que eu queria muito entender. Lembrei: o jantar com a família nova na cidade. Essa “reunião” iria ter que ser mais rápida que pensei.

"Às vezes é difícil encarar a realidade."


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Notas finais do capítulo

O Kevin tenta tenta tenta, mas a Alice não deixa ele seguir o caminho das trevas de jeito nenhum, tadinho! kkkkkkkkkk
Até a noite ♥



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