Sem Influência escrita por British


Capítulo 6
Capítulo 6 – Velho eu


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Tudo bem? Cheguei com mais um capítulo quentinho saindo do forno! O devorem rápido e nos vemos nos comentários. Beleza? Boa leitura!



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Sasuke passou boa parte do seu final de semana corrigindo as provas que havia aplicado em sua turma, por isso sequer foi visitar Indra e Ashura na casa de Sakura. Ele se sentia mal por não ter ido ver as crianças, mas ligou para eles e explicou que precisava de mais tempo para o trabalho e que os recompensaria na semana seguinte. Os gêmeos entenderam. Apesar de ambos terem gênio forte como os pais, eles também sabiam ser compreensivos quando os adultos falavam com eles.

Antes de desligarem o telefone, Indra perguntou ao pai se ele gostaria de falar com Sakura. Sasuke ponderou por alguns segundos a oferta, mas por fim disse que sim, queria ouvir a voz dela.

— Oi, Sasuke. – Disse Sakura assim que pegou o telefone das mãos do filho.

— Tudo bem pra você eles ficarem comigo no próximo final de semana? – Perguntou Sasuke.

— Tudo bem. Eles estão passando esse comigo, é justo que o próximo seja com você. – Concordou Sakura.

— Ok. Ah, eu vi que saíram matérias maldosas sobre o fim do nosso casamento...

— Não se preocupe com isso, já estou processando os veículos. Só não dê entrevistas, está bem?

— Eu não daria uma entrevista pra eles nem se me pagassem por isso.

— Eu sei. Só estou te lembrando... Além disso, não é bom você ficar de papinho com a Karine por aí. Podem começar a pensar que ela tem algo a ver com a nossa separação e que estávamos mentindo se você fosse flagrado com ela. Então, não seria bom pra minha imagem. – Avisou Sakura.

— Eu não fico de papinho com a Karine por aí. – Afirmou o Uchiha.

— Não é o que parece. Ela veio até aqui te procurar outro dia. Aliás, o que ela queria entregar pra você mesmo? Fiquei curiosa... – Disse casualmente a Haruno.

— Você tá com ciúme? – Riu Sasuke.

— Não desconverse... – Pediu Sakura.

— Era algo relacionado à Karin. Ela não vai mais me procurar.

— Bom saber. – Confessou Sakura.

— Me diz... Você tá com ciúme de mim? – Insistiu Sasuke.

— Não é isso. Eu só acho esquisito essa mulher com a cara da Karin rondando a gente.

— Ela tem curiosidade sobre a irmã, por isso me procurou. Também não a quero por perto. É você quem eu amo Sakura. Ela pode ser a cara da Karin, mas não é ela. Não se sinta ameaçada por uma imagem. – Respondeu Sasuke.

— Eu me sentindo ameaçada? Nosso casamento acabou Sasuke.

— Posso estar louco, mas acho que a gente ainda tem salvação.

— A gente já assinou os papéis.

— Um divórcio no papel não impede que a gente volte a se relacionar.

— Eu vou desligar, Sasuke.

— Não desliga... Não ainda. Eu quero ouvir um pouco mais da sua voz.

— Sasuke...

— Não existe outra mulher pra mim, Sakura. Eu te amo.

— Você só diz isso porque a Karin faleceu.

— Da onde você tira essas besteiras? A Karin é passado. Ela foi importante sim, mas acabou. Acabou antes mesmo dela falecer. Eu me recusei por muitos anos a ver isso, mas desde que a gente se reencontrou eu tenho certeza que a pessoa que deveria ter sido minha escolha antes era você. Eu escolho você hoje. Amanhã. Depois. Daqui a um ano. Daqui a 30 anos. – Declarou Sasuke, pegando Sakura de surpresa.

— Eu não vou voltar atrás por causa de meia dúzia de palavras.

— Só estou sendo sincero. Você acredita se quiser. Se você não me quiser mais, tudo bem. Eu aceito.

— Sasuke, eu preciso desligar. Depois, a gente se fala. Boa noite.

— Boa noite.

Assim que desligou o telefone, Sasuke passou a mão por seu cabelo como um tique de nervoso. Ele pensava dia e noite num jeito de fazer Sakura mudar de ideia, mas ela continuava resistente a aceitá-lo de volta. No entanto, o Uchiha não havia perdido suas esperanças.

[...]

 No dia seguinte, Sasuke passou na casa de sakura para buscar os filhos para a escola e se surpreendeu ao encontrar os meninos prontos para sair.

— Oi, pai. – Disseram Indra e Ashura.

— Oi pessoal. Cadê a mãe de vocês? – Perguntou Sasuke.

— Ela tá em reunião. Melhor não entrar lá agora para falar com ela. – Avisou Ashura.

— Reunião? Já tem gente com ela aí? – Estranhou Sasuke, já caminhando em direção ao carro com os filhos.

— Não. É uma reunião de vídeo pelo computador. Acho que o fuso horário das outras pessoas é diferente do dela, por isso tão cedo. Ela acordou de madrugada pra ajeitar tudo. E chamou a gente quando deu o horário da escola. – Explicou Indra, já no carro com o pai e o irmão.

— Entendi. A mãe de vocês anda cada vez mais ocupada... – Comentou Sasuke colocando o cinto de segurança e sendo imitado pelos filhos em seguida.

— Ela tá focada no trabalho. Ah, ela falou que deve ir passar uns dias em Nova York em breve aí vai deixar a gente com o senhor. – Entregou Ashura.

— Quantos dias? – Perguntou Sasuke, enquanto dirigia para deixar as crianças na escola.

— Uns sete no mínimo. Ela contou que vai ter uma série de compromissos. – Disse Indra.

— Não brigue com ela por isso. – Pediu Ashura.

— Por que eu brigaria? – Questionou Sasuke.

— Porque o senhor sempre briga quando ela viaja. Aí a mamãe fica triste. – Comentou Ashura.

— A gente não quer ver a mamãe chorando de novo. – Disse Indra.

— Quando vocês viram a mãe de vocês chorando? – Perguntou Sasuke interessado.

— Ontem, depois que o senhor ligou. Ela se trancou no quarto chorando pra gente não ver. – Revelou Indra.

— Eu prometo que vou me esforçar pra não deixar a mãe de vocês triste de novo. – Afirmou Sasuke.

[...]

Sasuke ficou o dia inteiro pensando no que Indra e Ashura tinham revelado a ele. Sakura chorou após a conversa deles e agora o Uchiha estava na dúvida sobre a razão das lágrimas dela. A Haruno teria chorado por sentir sua falta e ter se comovido com a declaração que ele fez?  Ou porque ainda estava magoada com ele e cansada de vê-lo insistindo em algo que ela não acreditava mais?

Depois do trabalho, Sasuke saiu para beber com Naruto. Ele precisava desabafar com um amigo. Então, o Uchiha se sentiu grato pelo outro atender a sua vontade.

— Liguei pra Hinata dizendo que vou me atrasar para o jantar. Espero que o motivo de você ter me chamado pra beber em plena segunda-feira tenha sido bom. – Advertiu Naruto, pedindo a primeira cerveja.

— Você e a Hinata brigam? – Perguntou Sasuke.

— Sim, mas por bobagens. Nunca tivemos uma briga séria. Nossa última briga foi porque faltou sal na comida e eu não avisei a ela, pois achei que seria ruim criticá-la. Afinal, minha esposa se esforça tanto para dar conta de todas as tarefas domésticas. Mas aí ela experimentou a comida, viu que estava sem sal e brigou comigo por não alertá-la, falou que sou um marido ruim e tudo. Nesse dia, ela me disse que eu cozinharia pela próxima semana como advertência. – Lembrou Naruto.

— E você sabe cozinhar por acaso? – Questionou Sasuke.

— Faço um ótimo macarrão instantâneo. – Jurou Naruto, fazendo Sasuke rir.

— A Hinata é uma santa para te aturar. – Comentou Sasuke, então o garçom chegou, serviu os dois, e os amigos começaram a beber.

— Santa mesmo é a Sakura. Aliás, ela é o motivo de nós dois estarmos aqui, não é? – Disse Naruto. 

— O que você acha que eu posso fazer para recuperar a Sakura? – Questionou Sasuke.

— Terapia. – Opinou Naruto.

— Eu to falando sério. – Retrucou Sasuke.

— Eu também! Eu acho que terapia poderia fazer você entender onde errou com a Sakura. – Aconselhou Naruto.

— Você já fez terapia? – Perguntou Sasuke.

— Não, eu não fiz. Mas Boruto fez na época que estava casado com a Yodo. Ajudou bastante.

— Ajudou tanto que eles se separaram e agora ele é casado com a minha filha. – Alfinetou Sasuke.

— Sasuke, terapia pode te ajudar a compreender os sentimentos que estão dentro de você. Tenta pela menos. Se não der certo, se você não gostar, aí você para. – Insistiu Naruto.

— Ok. E você tem algum terapeuta pra me indicar? – Perguntou Sasuke.

— Tenho. A terapeuta do Boruto se chama Tayuya e ela foi indicada por Yodo. Aqui o cartão dela. – Disse Naruto, entregando o cartão para Sasuke.

— Vou marcar uma consulta pra mim. Está satisfeito?

— Estou. A terapia vai te ajudar a resolver seus problemas. Não garanto que a Sakura vá voltar pra você, mas certamente você vai compreender melhor os motivos que levaram a sua esposa a pedir o divórcio. – Argumentou Naruto.

— Eu sinto tanta falta da Sakura. Nos falamos tão pouco e, na maioria das vezes, é só sobre os gêmeos.

— Pelo menos vocês tem uma convivência pacífica.

[...]

Sakura estava no mercado por volta das 19h olhando a sessão de vinhos, quando sentiu a presença de alguém a observando. Então, a Haruno se virou para ver quem estava de olho nela e se surpreendeu ao notar que era Neji.

— Oh, Neji! Você está me observando há quanto tempo? – Perguntou Sakura, se aproximando do amigo.

— Alguns minutos. Queria ver qual vinho você ia escolher. – Comentou o médico.

— Eu peguei esse aqui – mostra a garrafa – O que você acha? Uma boa escolha?

— Ótima escolha. Vou levar um desse pra mim também. – Disse Neji, e em seguida colocou uma garrafa no seu carrinho.

— Jantar, tomar um bom vinho. São esses os seus planos pra essa noite? – Perguntou Sakura.

— São. Depois de um dia longo de trabalho no hospital, é o que a noite reserva pra mim.

— Como você está desde que a Konan foi embora do país? – Questionou Sakura.

— Se está curiosa para saber se eu me sinto solitário, a resposta é sim. Konan era uma boa companhia, mas namoro à distância é complicado. Tentamos por uns meses, porém chegamos à conclusão que era melhor para nós dois terminar. – Explicou Neji.

— Eu sinto muito que não consegui fazer uma proposta de trabalho melhor para ela ficar. – Lamentou Sakura.

— Você não tem culpa que eu perdi minha namorada.

— Eu sei, só queria ter tido mais condições de ser uma boa amiga pra você.

— Mas você é. Gosto muito da sua família, Sakura. A Sarada é uma ótima pessoa, os gêmeos são meus pacientes prediletos e o seu marido é uma pessoa difícil, mas me acostumei com ele.

— Ex-marido. – Corrigiu Sakura.

— Desculpe. Ainda é estranho ver vocês dois separados. Lembro-me de você defendendo-o com unhas e dentes quando pensei que ele fosse o responsável pela morte da minha esposa. Nunca imaginei que esse casamento acabaria. – Confessou Neji.

— Eu também nunca pensei.

— Está sendo difícil?

— Sim, muito difícil. Eu me apoio bastante no trabalho e nas crianças, mas o lado vazio da cama me incomoda.

— Sei bem como é isso. Voltar pra casa quando não tem ninguém esperando por você é complicado. Você pelo menos tem os gêmeos, tem Sarada, tem a sua netinha.

— Verdade. Aliás, Neji, você quer jantar comigo, meus filhos e Shizune hoje? Assim, você não comeria sozinho. Além disso, Indra e Ashura te amam. Eles vão adorar a visita.

— Eu aceito. Vou adorar jantar com vocês.

Neji e Sakura seguiram, cada um no seu carro, até a casa da Haruno. Quando chegaram lá, Indra e Ashura receberam a mãe e o médico na porta junto com Shizune, que tinha ficado na casa tomando conta das crianças. Como Sakura havia comentado, o pediatra era idolatrado pelos gêmeos que o viam como uma espécie de herói por sempre acudi-los quando eles estavam doentes.

Durante o jantar, o médico comentou como andava a sua vida de solteiro, como sua rotina era praticamente sempre do hospital direto pra casa. Por isso, estava contente por ter companhia para o jantar. Já Sakura agradeceu a Neji por cozinhar pra eles aquela noite e Shizune ficou só observando a dinâmica entre os dois mais novos solteiros do pedaço. Assim que o pediatra virou as costas e foi embora para a sua casa, Shizune encurralou a Haruno no escritório.

— Eu senti o clima, Sakura. – Comentou Shizune.

— Clima? Que clima? Tá maluca? – Disse Sakura.

— Entre você e o Neji. Eu não to maluca não. Vocês dois estavam flertando. – Denunciou Shizune.

— Eu não estava flertando com ninguém, só fui gentil. Ele é meu amigo, pediatra dos meus filhos. – Defendeu-se Sakura.

— Sakura, vocês dois estão solteiros. Ele é médico, gato, e qualquer um pode ver que ele se sente atraído por você. O Sasuke não sentia ciúme dele contigo? – Lembrou Shizune.

— Por que você tá falando do Sasuke? Olha, Shizune, o Neji é meu amigo. Nos encontramos por acaso no mercado, conversamos, ele falou da solidão que entre por não ter ninguém em casa esperando por ele, me solidarizei e o chamei pra jantar com a gente. Não foi um encontro.

— Ok. Hoje não foi um encontro, mas ele deixou brecha pra que na próxima vez seja.

— Eu não to a fim de namorar.

— Ok. Não tá mais aqui quem falou.

— Mas você acha mesmo que ele sente algo por mim? O Sasuke também tinha essa nóia, mas ele nunca me deu uma cantada.

— Neji é um cavalheiro. Ele jamais daria em cima de você casada com o Sasuke. Porém eu vi que ele sente algo. Sou boa nisso.

— Tá bom Shizune. Mais algum comentário sobre a noite de hoje?

— Se eu fosse você, experimentava.

— O que?

— O Neji, sua boba! – Shizune riu – A Sakura de antes investiria num novo amor.

— Eu e o Neji? Nunca ouvi tamanha besteira. Mesmo que ele tenha sentimentos por mim, eu não o vejo dessa forma romântica.

— Vai ficar solteira pra sempre depois do divórcio?

— Não sei. É tudo muito recente. O Sasuke também habita meus pensamentos e acho que não vou conseguir esquecê-lo tão fácil a ponto de me envolver com outro.

— Ok. Não to falando pra você namorar o Neji. Só estou dizendo que ele tá interessado, seus filhos adoram o cara e, caso você quisesse, poderia experimentar, dar uns beijinhos pelo menos. – Incentivou Shizune.

— Shizune, eu não vou experimentar o Neji. Isso seria brincar com os sentimentos de alguém. Só o beijaria se também sentisse algo.

— E não sente nadinha?

— Ele é bonito, divertido e inteligente. Se eu não amasse o Sasuke, talvez pudesse sentir... Mas, no momento, não sinto. Agora vá dormir. Eu vou falar com meus filhos que eles também devem dormir.

— Ok. Não tá mais aqui quem falou.

[...]

 Sasuke marcou a consulta com a tal Tayuya. Pontualmente, ela o atendeu e perguntou de que forma poderia ajudá-lo.

— Eu não queria fazer terapia, mas um amigo me indicou e disse que seria bom para compreender as razões do meu divórcio. – Começou Sasuke.

— Você está divorciado há quando tempo? – Questionou Tayuya.

— Há menos de um mês. – Disse Sasuke.

— Por que se divorciou? – Perguntou a terapeuta.

— Minha ex-esposa, a Sakura, quis o divórcio. Segundo ela, eu não sei como ela se sente, não sei renunciar a nada por ela, critico o trabalho dela, e isso a incomodou a ponto de pedir a separação.

— E você não fez nada pra salvar o seu casamento?

— Eu tentei fazer as vontades dela, mas deslizei e me irritei com uma atitude dela, discutimos e ela disse que era a gota d’água.

— E você já pensou desde quando tem magoado a sua ex? – Indagou Tayuya e Sasuke ficou pensativo.

— Desde sempre. – Respondeu Sasuke.

— E quando começou isso?

— Na época em que nós estudávamos juntos, eu a engravidei e abandonei. Acho que essa foi a primeira vez.

— Mas se vocês se casaram depois disso, não resolveram essa mágoa? Você acha que ela vem acumulando a todo esse tempo os ressentimentos que teve com você?

— Eu pensei que tínhamos resolvido, mas parece que não.

— Sasuke, quero que você liste num papel todas as mágoas que você acredita que a sua ex tenha de você para nossa próxima sessão.

— Ok. E o que vamos fazer com essa lista?

— Você precisa entender como ela se sente para pedir desculpas e aí, quem sabe, encontrar uma forma de reverter o fim do seu casamento. Mas, pra isso, você precisa ser sincero com você, entender o que se passa dentro de você, onde errou. A lista é o nosso primeiro passo. Quando ela estiver pronta, vamos olhá-la juntos. Pode ser?

— Tudo bem.

 [...]

Karine estava almoçando na cantina do hospital, quando Itachi se sentou à sua frente.

— Posso almoçar com você? – Pediu Itachi, surpreendendo Karine.

— Claro. – Concordou Karine.

— Obrigado. É o único lugar vago. Acho que escolhi um péssimo horário para comer. – Comentou Itachi.

— Por que o senhor não foi almoçar na sua casa ou num restaurante fora daqui? – Perguntou Karine.

— Não tenho tempo, infelizmente. Comendo aqui é mais rápido. – Explicou Itachi.

— Claro, o senhor é muito ocupado. – Respondeu Karine.

— Por favor, Karine, me chame apenas de Itachi. – Pediu o Uchiha entre uma garfada e outra.

— Mas todos os funcionários o chamam de senhor, não acho que deva tratá-lo por você dentro do hospital. – Respondeu Karine.

— Se prefere assim, tudo bem. Mas fora do hospital pode me chamar só de Itachi. Sua irmã foi parte da minha família, querendo ou não acho que temos algum tipo de ligação. – Disse Itachi.

— O senhor era próximo da minha irmã? – Questionou Karine, enquanto terminava seu almoço, mas resolveu permanecer mais tempo conversando com o Uchiha.

— Sim, ela era minha cunhada. Eu conheci a Karin logo que ela e Sasuke começaram a namorar. Ela frequentava muito a casa da minha família, dormia lá com Sasuke. Eles viviam grudados. Era fofinho vê-los juntos. Duas crianças descobrindo o amor. – Comentou Itachi.

— Como era a relação dela com o Sasuke nos últimos anos de vida? – Questionou Karine e Itachi parou de mastigar para respondê-la.

— Nessa época, eu ficava pouco tempo em Konoha durante o ano. Estava estudando fora e só vinha nas férias. Mas pelo o que a minha mãe conta, eles brigavam bastante. – Relatou Itachi.

— Nenhuma vez a Karin falou nada para o senhor sobre como estava o relacionamento? – Indagou a ruiva.

— Karin dizia que o Sasuke esperava que ela fosse alguém que ela não era. É como se meu irmão depositasse muitas expectativas em cima dela. A sua irmã se sentia sobrecarregada. – Revelou Itachi.

— Eu li o diário da Karin e senti que ela se sentia aprisionada nesse casamento. Pelo o que eu entendi, os pais adotivos dela morrerem pouco tempo depois do casamento. Ela se sentia sozinha e via no Sasuke a única família que tinha. Então, por mais que o casamento não estivesse ok, acho que ela não sabia para onde ir. – Opinou Karine.

— O Sasuke entregou para você o diário? Caramba... – Disse Itachi.

— Você também já leu o diário da minha irmã? – Perguntou Karine.

— Fui eu que o encontrei e mostrei ao Sasuke. Ele estava escondido num fundo falso de uma gaveta. – Revelou Itachi.

— Você leu o que tinha lá? As últimas páginas já estavam arrancadas? – Questionou Karine.

— Sim, eu li e as páginas já não estavam lá. – Comentou Itachi.

— Eu fico me perguntando por que ela arrancaria as páginas, quais eram os sentimentos dela. – Comentou Karine.

— Não temos como saber...

— Obrigada pelas respostas sobre minha irmã senhor Uchiha. Agora, preciso voltar ao meu posto de trabalho. Até mais. – Despediu-se Karine.

— Até mais, Karine. – Despediu-se Itachi.

[...]

Sasuke pegou o tempo livre que tinha em casa para fazer a tarefa que a terapeuta havia lhe proposto. Identificar todas as vezes que magoou Sakura era complicado. Mesmo assim, resolveu reexaminar suas mente para encontrar suas falhas. Ele queria poder se desculpar com ela por tudo e tentar reconquistá-la. O Uchiha sabia que a tarefa não seria fácil, mas precisava arriscar. Por Sakura, valeria a pena.

O primeiro item da lista de mágoas era o mais fácil de se lembrar: O dia em que Sarada foi concebida. Sasuke se lembrava que havia seduzido Sakura aos poucos e naquela noite, na casa dos pais de Naruto, eles transaram pela primeira vez, mas ele a magoou no dia seguinte.

A segunda coisa foi quando ele rejeitou Sarada ao saber da gravidez de Sakura. Ele ainda lembrava da forma como a Haruno reagiu.

A terceira foi quando a sua família “roubou” Sarada de Sakura. Embora os Uchiha pensassem que a família da Haruno iria dar a criança para a adoção, o que eles fizeram era algo imperdoável. Por mais que a influenciadora digital insistisse em dizer que era algo que tinha ficado no passado, no fundo, Sasuke sabia que ela ainda pensava nos anos que ficou longe de Sarada.

A quarta vez foi quando Sakura voltou para buscar Sarada e foi convencida pelos Uchiha a deixar a menina com a família paterna. Sasuke sequer foi ver a Haruno naquela época, mas deu instruções ao pai de não deixar a mulher se aproximar de sua filha.

A quinta vez foi quando Sakura reencontrou Sarada por acaso e ele proibiu que ela se revelasse como a verdadeira mãe e exigiu que a Haruno fosse apenas amiga da filha para não desonrar a memória de Karin e preservar a forma como Sarada vivia.

A sexta vez foi quando duvidou dos sentimentos de Sakura por ele e pensou que ela fosse capaz de traí-lo com o ex-noivo Kakashi.

A sétima vez foi quando pensou que Sakura não acreditava em sua inocência quando Orochimaru tentou acusá-lo de sabotar a obra do viaduto da cidade, que desabou e matou Tenten Mitsashi, a esposa de Neji.

Toda vez que brigou com Sakura por sentir ciúmes dela com Neji era o oitavo item.

Toda vez que diminuiu o trabalho de Sakura, sugeriu que ela entregasse sua marca nas mãos de outra pessoa ou que brigou com ela por viajar muito.

Sasuke então olhou a lista com os nove itens. Eram tantas coisas. Ao colocar cada um de seus erros no papel, ele se deu conta de que Sakura tinha razão em se separar dele. O Uchiha viu olhando para aquele papel que não merecia Sakura.

— Era isso que a Tayuya queria? Que eu visse que não sou bom suficiente para a Sakura? O velho Sasuke não merecia sequer a primeira chance que Sakura o deu. Como eu posso pedir qualquer coisa a ela com esse histórico? – Questionou-se, imaginando como poderia ser a sua próxima sessão de terapia e que resposta Tayuya o daria sobre suas dúvidas.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam do capítulo? O que esperam para o próximo? Por favor, me deixem saber! Bjs



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