Em meio ao Caos escrita por Val Rodrigues


Capítulo 11
Capitulo Onze




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/788422/chapter/11

Quase três Meses depois...

Bella fechou os olhos e inspirou fundo.

Era bom estar de volta. Pensou enquanto via o taxi virando a sua rua. Ela sorriu para os filhos e agarrou a mala grande, enquanto Theodoro trazia a pequena e Lavinia quase pulava ao seu lado de ansiedade.
— Estão prontos para surpreender o pai de vocês? Ela perguntou em expectativa e eles confirmaram.
Determinada a surpreende-lo, ela checou antecipadamente com Carlisle, a escala de trabalho e os dias de folga do marido, se certificando de que ele estivessem em casa quando chegassem. Com o coração batendo forte no peito, ela ergueu a mão tocando a campainha.
Do lado de dentro, Edward se ocupava na cozinha preparando uma macarronada para o almoço. Seu pai sempre cozinhava nas ultimas semanas, e ele queria retribuir.
— Pai, pode ver quem é na porta? Edward gritou da cozinha, sem tirar os olhos do molho.
— Tenho certeza que é para você. Carlisle gritou de volta, com a voz tranquila. Os olhos sem se mover da televisão.
— É. Mas eu estou ocupado na cozinha. Edward falou passando por ele no sofá. _ Deixa para la, eu atendo a porta.
Carlisle sorriu as costas do filho, e pelo canto de olho viu Edward paralisar surpreso ao abrir a porta.
—Oi pai. Lavinia foi a primeira a pular nos braços do pai e Edward a segurou.
— Mas o que... Ele começou surpreso.
— Foi ideia da mamãe. Theo falou dando um abraço rapido no pai e entrando na casa.
Chocado, Edward encontrou o olhar de Bella que sorria ansiosa. O peito doendo de saudades.
— Eu quis retribuir a surpresa. Bella explicou.
— Eu tambem não mereço um abraço? Carlisle perguntou um pouco mais alto fazendo com que eles notassem sua presença no sofá.
— Vovô. Lavinia correu para os braços do avô e mesmo, deixando os pais a sós na entrada de casa.
Emocionado, Edward moveu um passo ao mesmo tempo em que ela dava outro em sua direção, em uma sincronia perfeita.
Segundos depois, ele a tinha em seus braços, a apertando fortemente contra si.
— Você gostou? Ela perguntou em seus braços.
— Se eu gostei? Foi a melhor coisa que me aconteceu em meses. Edward disse tocando o rosto dela, como se quisesse se convencer de que ela real.
Com os olhos nublados pela emoção repentina, Edward fez o que desejava fazer a cada vez que ha via na tela do seu celular, o que ouvia sua voz. Ele a beijou, um beijo cheio de saudades, de amor, sendo correspondido com a mesma intensidade, enquanto Bella trançava seus dedos ao redor do pescoço dele, diminuindo um espaço inexistente entre eles.
Quando o ar começou a ser necessário, Edward começou a distribuir beijos por todo o seu rosto e Bella riu audivelmente.
Sem solta-lo, ela posou uma mão em seu pescoço, enquanto a outra tocava o seu rosto. Por um momento, Edward fechou os olhos apreciando o carinho da esposa e virou o rosto depositando um beijo em sua palma.
— Senti sua falta. Ele disse imaginando quantas vezes ja havia dito aquilo, mas que era a pura verdade em seu intimo.
Todo este tempo em que ficaram separados, serviram para mostrar o quão importante ela era em sua vida.
— Eu tambem senti a sua falta. Ela disse presa em seu olhar. Mesmo que ele nunca conseguisse expressar, ali, envolvida por seus braços e por seu intenso olhar, ela entendia. _ Eu te amo Edward. Falou as palavras que por muito tempo ficaram esquecidas entre eles, mas que agora fluia com facilidade, com sinceridade.
— E eu amo você. Ele verbalizou e ela sorriu ainda mais o abraçando forte. O rosto escondido em seu peito. Edward beijou seus cabelos a mantendo ali por longos.... segundos.
— Acho que tem alguma coisa queimando na cozinha. Carlisle gritou da sala e Edward a soltou contrariado com a interrupção.
— Eu estava fazendo o almoço. Ele disse pegando as malas e colocando dentro de casa.
— Tem um pouco para a gente tambem? Bella perguntou entrando na casa logo atras.
— Bella. Como foi a viagem? Carlisle perguntou a abraçando rapidamente.
— Oi Carlisle, foi bem tranquila. Bella respondeu. _ Obrigada pela ajuda.
— Não foi nada demais.
— Do que vocês estão falando? Edward perguntou franzindo o cenho.
— Bella queria ter certeza de que você estaria em casa quando chegassem. Carlisle e explicou vendo a compreensão passar nos olhos do filho.
— O senhor ja sabia que ela estava vindo e não me contou nada? Edward questionou.
— Se eu contasse ia deixar de ser surpresa. Carlisle falou com obviedade. _ Que bom que vocês chegaram, por que as vezes era dificil ficar ouvindo-o reclamar de que que não aguentava a casa sem vocês aqui.
— Do mesmo jeito que o senhor vive reclamando que esta com saudade da minha mãe? Edward devolveu e Bella riu apreciando a implicância dos dois. Aparentemente, a relação entre pai e filho estava ganhando cumplicidade.
Ela parou de repente, com o olfato sendo aguçado.
— Que cheiro é esse? Ela perguntou começando a caminhar para a cozinha, sentindo o cheiro ficar mais forte.
— O molho. Edward e Carlisle falaram junto se apressando para a cozinha. Edward se adiantou, desligando o fogão mexendo dentro da panela com uma careta. 
— Pai, a comida queimou? Theo perguntou e Edward levantou o olhar notando quatro pares de olhos a encara-lo.
— É... Não vamos poder comer isso.
Bella tentou, sem sucesso, não rir. Talvez fosse porque ela estava muito feliz em ter voltado, ela não sabia ao certo.
O fato é que ao ver a cara de decepção do marido, mexendo a panela desconsolado, uma gargalhada sonora irrompeu de seus labios e todos os olhares na cozinha se voltaram para ela, perplexos. Edward a olhou, em uma mistura de confusão e ultraje.
— O que? Ela conseguiu balbuciar. E de repente, todos foram contagiados pela sua risada.
Edward largou a concha na panela, se juntando as risadas.
Longos minutos depois, com os ânimos um pouco mais calmo, Bella secava o rosto tentando se controlar.
— Certo, ja chega. Ele disse lhe entregando um copo d'agua. _ É engraçado, mas agora estamos sem almoço, este era o unico molho que tinha na despensa. Ele lamentou sem conseguir apagar o ar de riso.
— Desculpa. Ela pediu tentando se controlar
— Não vai ter almoço? Eu estou com fome. Lavinia falou.
— Eu tambem. Carlisle imitou o olhar da neta fazendo todos voltarem a rir.
— Acho que vamos ter que pedir comida. Theo comentou.
— Deixa eu ver o que podemos fazer. Bella pediu se movendo pela cozinha.
Sob quatro pares de olhos atentos, ela pegou brócolis na geladeira colocando sobre a bancada, lavando e colocando rapidamente para cozinhar. Voltando-se começou a preparar os temperos em outra panela e girou o rosto se sentindo observada.
— Vocês vão ficar ai parados me olhando? Ela questionou, erguendo a sobrancelha.
— Você precisa de ajuda? Edward falou.
— Carlisle, você pode por favor, ir colocando a mesa? Theo, Lavinia, lavem as mãos e ajudem a avô de vocês. Edward, eu vi que temos laranja. Por que não faz um suco natural enquanto eu termino aqui? Ditou e todos permaneceram a olha-la. _ Perguntaram se eu precisava de ajuda. Ela justificou.
— Vamos pôr a mesa crianças. Carlisle chamou.
— Eu vou fazer o suco. Edward tambem moveu-se pegando as laranjas na fruteira e lavando-as na pia. _ Estou feliz que voltou. Ele sussurrou roubando um selinho e ela sorriu.
— É bom estar em casa. Respondeu. 

Pouco tempo depois, estavam ao redor da mesa se deliciando com uma macarronada de brocolis e molho branco, suco de laranja e de sobremesa, sorvete de flocos que Carlisle, a pedido dos netos, deu uma escapadinha para ir comprar na padaria.
Edward observou a cena, um sorriso grudado nos labios.

Era assim que ele queria manter a familia a partir dali.
................................

— Tem certeza que não quer esperar ate amanhã Carlisle? 
— Não. Obrigada Bella, mas eu tambem estou com saudade de casa. Ele disse descendo as escadas com a mala. _ Eu encerrei o trabalho no Hospital ontem, mas quis esperar para ver meus netos. Eles estão crescendo rapido.
— Estão sim. Diga a Esme que eu mandei um abraço.
— Eu digo. E não demorem para ir visita-la.
— Vamos marcar um dia pai. Assim que possivel. Edward prometeu e Carlisle acenou.
— Não recebo um abraço de despedidas? Carlisle perguntou abrindo os braços e Lavinia e Theo o abraçaram.
— Foi divertido vovô. Lavinia falou e Theo concordou.
— Eu sou um avô divertido. Brincou fazendo todo mundo rir. _ Bella, obrigado por tudo.
— Sou eu quem agradeço Carlisle. Por ter ficado com o Edward. Eu fiquei menos apreensiva sabendo que ele não estava sozinho. Eles trocaram um abraço rapidamente.
— Me da uma carona até o aeroporto? Perguntou virando-se para Edward.
— Claro Pai. Edward confirmou buscando as chaves do carro. _ Esta pronto para ir?
— Sim. Ele confirmou.
— Eu não demoro. Edward murmurou baixo para Bella, antes de beijar seus cabelos.
— Esta bem. Ela concordou.
Bella, Theo e Lavinia permaneceram na porta observando Edward colocar a mala no carro e Carlisle se acomodar no banco do passageiro.
— Tchau. Ele acenou e os três acenaram de volta, se despedindo.


— Certo. Agora, quem quer me ajudar com a louça? Bella perguntou e riu da cara de cansados que eles fizeram. _ Tudo bem. Então que tal isso? Subam e tomem um banho, antes de descansar.
— Eu vou primeiro. Theo se prontificou subindo as escadas.
— Mãe. Lavinia reclamou.
— Tudo bem. Pode usar meu banheiro, mas sem bagunça. Ela avisou e foi a vez de Lavinia correr escada acima. _ Sem correr. Bella gritou, mas ja estava sozinha.
Bella balançou a cabeça e se ocupou organizando a cozinha. Quando tudo estava limpo e organizado, ela franziu o cenho notando o silencio na casa, o unico som vinha da televisão da sala.
Theo cochilava sentado no sofa. Lavinia ja dormia profundamente largada sobre o tapete felpudo e ela sorriu. Eles haviam acordado muito cedo e estavam exaustos da viagem. Com cuidado se aproximou, tentando desentortar o corpo de Theo ou ele ficaria todo dolorido depois.
Theo murmurou algo enquanto se mexia se alogando no sofá, mas não acordou.
Balançando a cabeça , ela resolveu tomar um banho. Tambem estava exausta.
.......................

— Pai, obrigado. Por tudo. Edward começou e Carlisle balançou a cabeça. 
— Só me garanta que não vai demorar para ir nos visitar, mesmo que seja por um fim de semana. Esme sente saudade de vocês.
— Eu sei. Edward murmurou. _ Vamos nos programar.
— Então é isso. Carlisle falou e o abraçou de repente. _ Se cuida.
— O senhor tambem.
Carlisle o soltou a agarrou a mala entrando no aeroporto.


Edward dirigia de volta refletindo sobre os ultimos meses. Haviam sido dificeis de muitas maneiras. Um verdadeiro caos.
Mas agora, tudo parecia estar voltando ao lugar.
As escolas ainda estavam fechadas, muitos comércios tambem. Mas com a queda na contaminação pelo virus, as autoridades ja divulgavam datas de reabertura gradativamente.
No Hospital, a Ala de isolamento continuava ativa, porem com menos procura e com mais esperança a cada dia que um novo paciente recebia alta.
Carlisle não fora o unico a lidar com a perda de um paciente, muitos outros profissionais tambem tiveram seus momentos.
Edward apertou o volante com um pouco mais de força ao lembrar de quando ele mesmo perdeu um paciente para o virus, um senhor de quase setenta anos. Então, foi a vez dele ser consolado e encorajado por seu pai e pelos outros colegas, exatamente como ele fizera.
Edward estacionou o carro entrando na casa pela porta dos fundos. A primeira coisa que notou foi o silencio no local e logo percebeu o motivo, seus filhos estavam adormecidos na sala. A segunda era que sua esposa não estava em lugar nenhum por ali.
— Bella. Chamou com a voz baixa, sem resposta. Decidido a procurar no segundo andar, ele rumou escada acima.
A porta do quarto do casal estava fechada e Edward abriu sem aviso, parando no processo, sentindo todo o seu interior agitando-se. Bella estava de costas para ele, penteando os cabelos molhados, vestindo apenas um roupão.
— Bella. Ele chamou apertando a maçaneta com mais força do que precisava.
— Já chegou. Foi tudo bem? Ela perguntou largando a escova e caminhando em sua direção.
— Foi. Ele respondeu entrando no quarto sem conseguir tirar os olhos dela.
Devagar, ela pousou uma mão em seu peito e o simples toque o aqueceu de muitas formas.
— Amor. Ele murmurou enlaçando sua cintura e ela sorriu enlaçando o pescoço dele com a mão livre.
— Sim? Falou com a voz calma, queimando em antecipação.
As palavras morreram em um beijo apaixonado, entre sussurros e caricias. Perdidos um no outro, trilhando o mesmo caminho. Juntos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu estava tão ansiosa para postar este capitulo.
Ufa....
E ai? Gostaram? Não? Me deixe saber... Bjs
Até o proximo...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Em meio ao Caos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.