Em meio ao Caos escrita por Val Rodrigues


Capítulo 10
Capitulo Dez




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/788422/chapter/10

— Bom dia. Carlisle falou assim que Edward desceu as escadas, bocejando, na manhã seguinte. Ambos só teriam plantão a noite no Hospital.
— Bom dia. Edward respondeu indo para a cozinha. O cheiro de cafe enchendo suas narinas. _ Café? Ele perguntou quase farejando e Carlisle confirmou.
— Sim, eu pensei em cozinhar, mas sua dispensa esta bem vazia.
— Bella costumava fazer as compras, então eu preciso cuidar disso.
— Posso ir ao Supermercado com você se quiser.
— Claro. Temos que comprar alguma coisa para o almoço. Ele disse se servindo de uma xicara de café.
— Escute. Eu pensei sobre o que você disse ontem...
— Não vamos falar disso novamente pai. Apenas vamos seguir em frente. Estou cansado de brigar.
— Não. Só me escute, por favor. Carlisle pediu e Edward acenou. _ Edward eu... Carlisle começou constrangido. _ Eu devia saber que você guardaria tudo dentro de si. Você puxou a mim nisso. Sinto muito ter reagido daquela maneira quando soube. Na epoca, eu tinha altas expectativas sobre voce, sobre o seu futuro. Quando você voltou da viagem de férias dizendo que ia casar, que tinha engravidado uma garota eu pensei que você estaria acabando com sua vida.
— Pai, por favor. Edward disse incrédulo.
— É verdade. Tudo bem, admito que não deveria ter reagido daquela maneira, foram palavras sem pensar depois que eu percebi o que tinha falado, que eu caí em mim, eu quis que você voltasse e iríamos conversar. Eu amo o meu neto Edward. Garantiu e Edward suspirou. _ Mas você não voltou. Você sumiu. E nas poucas vezes que ia em casa parecia indiferente, sempre parecia me evitar e eu tambem não insisti no assunto. Pensei que com o tempo voltariamos ao normal. O fato, Edward, é que eu sinto muito ter dito aquilo. Sinto muito que tenha passado por tantas dificuldade sendo que eu poderia amenizar. Sinto muito que não contado comigo para ajudar. 
— Isso não importa mais agora.
— Se eu pudesse, quer dizer, eu imaginei , mas queria ver ate onde você chegaria... se eu pudesse voltar no tempo. Desculpe filho. Mesmo.
Edward o olhou. Aquela era a primeira vez que seu pai se desculpava com ele e de repente ele percebeu que havia esperado por isso o tempo todo.
Como um peso que se dissolvia de suas costas, ele suspirou sem jeito colocando as mãos no bolsos.
— Tudo bem pai.
Carlisle se aproximou e fez a ultima coisa que Edward imaginou que faria. Carlisle o abraçou. Os braços largos o envolvendo sem jeito, as mãos dando tapinhas nas costas dele.
— Estou orgulhoso de você filho. De verdade. Edward não se segurou e abraçou o pai de volta.
E naquele momento, ele sentiu como ele estivesse voltado a ter dezoito anos, não estavam mais em dos quartos da casa de Edward e sim na sala dos Cullen onde tudo aconteceu.

Edward respirou fundo, sentindo a voz presa na garganta.
— Obrigado pai.
Os dois se soltaram. Ambos constrangidos.
— Supermercado? Carlisle perguntou.
— Vou me trocar. Avisou subindo as escadas.
...................

— Nós o perdemos. Alguem falou mas Carlisle não conseguiu identificar o dono da voz. Os braços tensos e exaustos pelo esforço da massagem cardiaca.
— Vamos lá rapaz. Reaja. 
— Ele se foi. Não podemos fazer mais nada Dr. Cullen. O medico falou e Carlisle precisou sustentar o peso. O bipe constante silenciando uma vida. _ Eu vou informar a familia. Podem seguir com o procedimento. Avisou saindo do quarto de UTI.
Deixando a equipe para traz, Carlisle seguiu os passos do colega, parando no exato momento em que uma mulher jovem, deslizava sobre a parede chorando inconsolável.
Carlisle apertou as mãos e saiu pelo outro lado se livrando da roupa especial, jogando no lixo com brusquidão.


— Dia dificil? Edward perguntou momentos depois de ficar sabendo da noticia e encontrando o seu pai em uma das mesas afastadas na Lanchonete do Hospital.
Carlisle tinha o olhar distante, pensativo.
— Pai, o senhor esta bem? Edward perguntou começando a se preocupar.
— Acho que eu não estava preparado para perder alguem hoje. Carlisle murmurou aceitando o café que Edward colocara a sua frente e tomando um gole.
— E quando é que estamos? Edward devolveu relembrando a forma que se sentiu nos primeiros meses de sua profissão. _ Tenho certeza que fizeram tudo o que podia la dentro.
— Fizemos. Carlisle concordou sem encara-lo. _ Mas não foi o suficiente.
— Pai. Edward chamou com a voz calma, porem preocupada. _ Não pode deixar isto abate-lo.
— Eu sei. Carlisle falou finalmente olhando para o filho e suspirou. _ Mas é que este paciente era tão jovem, com bom histórico de saude, soube que ele era bombeiro, muito provavelmente contraiu a doença trabalhando... Ele fez uma pausa e balançou a cabeça espantando os pensamentos negativos. _ Fazia muito tempo desde que eu precisei lidar com a perca de um paciente desta forma. O atendimento na Clinica é bem mais calmo que a agitação de um pronto socorro.
— Se arrependeu de ter fechado a Clinica e se voluntariado aqui?
— Claro que não.
— Então reaja. Temos muitos mais pacientes que estão aqui e que ainda virão, e que vão precisar que estejamos inteiros para atende-los.
— Tem razão. Obrigado por vir, mas esta tudo bem.
— Certo. Eu preciso voltar, mas se precisar pode me ligar.
— Vamos juntos para casa? Carlisle perguntou se colocando de pé ao mesmo que tempo que Edward.
— Eu vou dobrar o turno hoje.
— De novo?
— É preciso. Mas o senhor tem a chave, fique a vontade.
— Esta bem. Não esqueça de jantar. Carlisle pediu notando que o filho andava dobrando muitos turnos ultimamente.
E não foi por isso que você veio? Seu inconsciente o lembrou.

Flashback
Carlisle suspirou abraçando sua esposa. Esme andava aflita desde que soube que o filho havia voltado a trabalhar no hospital em meio a pandemia.
— Esta tudo certo para a viagem. Ele disse a segurando em seus braços. _ Acalme-se.
— Eu não sei se isso me deixa mais tranquila ou mais nervosa ainda. Falou o olhando. _ Tem certeza que é uma boa ideia se voluntariar neste momento?
— Você mesmo disse que fica muito preocupada com Edward sozinho. Quero estar por perto. Não se preocupe, vou ficar de olho nele para que se cuide.
Esme acenou concordando.
..........................

Poucos dias depois...

— Mãe, eu não consigo. Lavinia reclamou pela milionésima vez e Bella respirou fundo para não perder a paciencia.
Ensinar as crianças em casa, enquanto as escolas permaneciam fechadas era um baita desafio.
— Espera um pouco Lavinia. Estou ajudando seu irmão agora. Bella disse e Theo sorriu para ela.
— Eu já entendi como fazer mãe. Pode ir ajuda-la antes que a bebezinha abra a boca a chorar. Theo provocou de proposito e Lavinia fechou a cara para ele emburrada.
— Sem brigas, vocês dois. Bella avisou se aproximando de Lavinia, gastando pouco mais de duas horas para terminar as atividades daquele dia.
Eles estavam guardando o material quando o celular de Bella tocou revelando uma foto de Edward. E ela sorriu com a avidez de Lavinia em falar com o pai, terminando de guardar o material sozinha.
Ela observou Edward conversar com os filhos e sorriu esperando sua vez.
— O papai quer falar com a senhora. Theo falou entregando o celular a ela, após longos minutos de bate papo com o pai.
— Oi. Ela disse vendo os filhos descerem, provavelmente ansiosos para assistir televisão na sala.
— Oi. Tudo bem? Lavinia não me parece muito feliz em estudar em casa.
Bella suspirou, ciente das reclamações da filha.
— Ela não consegue entender que não esta de ferias. Tem sido um desafio diario. Deu de ombros. _ E você? Tentei ligar em casa a noite, mas Carlisle disse que você estava dobrando o plantão.
— Sim, por isso só liguei agora. Eu simplesmente apaguei quando cheguei de manhã.
— Você comeu alguma coisa? Ja passou da hora do almoço faz tempo.
— Sim. Meu pai cozinhou. Ele disse e ela sorriu ao ouvir aquilo.
— Vocês estão mesmo se dando bem. Falou e ele sorriu um pouco, um sorriso que não chegava aos olhos e ela percebeu. _ Algum problema? Você parece preocupado.
— É que ontem, um dos meus colegas de plantão foi afastado do Hospital. Ele esta bem, mas esta sob observação.
— Ele foi contaminado. Era pare ser uma pergunta, mas saiu em afirmação.
— Sim. O exame deu positivo.
— Meu Deus Edward. Quando isso vai passar? Parece que o virus só aumentou sua força.
— Ainda esta bem forte aqui. A cidade esta vazia, parada. É estranho ver uma cidade tão movimentada, parar de forma tão brusca assim. Ele desabafou.
— Eu queria poder estar ai com você. Ela murmurou.
— Eu queria ter você aqui tambem, mas só quando este caos acabar. Ai ainda continua sendo mais seguro para vocês.
Nem para você. Ela pensou com o coração apertado.
...........................


— Oi Alice. Bella atendeu o celular, um pouco mais tarde naquele dia, franzindo o cenho.
— Graças a Deus você atendeu.
— Já faz tempo desde a ultima vez que nos falamos. Você esta bem? Bella perguntou preocupada.
— Acho que eu vou acabar pirando se eu não desabafar. Alice falou agitada andando de um lado para o outro na sala de seu apartamento.
— O que foi?
— Eu não posso contar para o Jasper, pelo menos não ainda. E se eu falar com a minha mãe, ela vai se preocupar e ela ja anda muito preocupada com o Edward e o meu pai...
— Alice, você esta me assustando. Bella falou apertando o celular no ouvido.
— Desculpa Bella. É que eu descobri que estou gravida. Bella soltou o ar que nem notou que estava prendendo.
— Minha nossa Alice, isso é uma otima noticia.
— Não, não é. Quer dizer, não agora, entende?
— Olha, me escuta. Eu entendo que você esta ansiosa, mas você e Jasper estão esperando ha tanto tempo, é claro que é uma otima noticia.
— Eu sei, tambem estou feliz, mas eu sei que o Jasper vai surtar, você sabe como ele é todo cuidadoso, e eu não sei o que fazer, por que eu quero contar. Mas, ao mesmo tempo nao quero preocupa-lo. Eu pensei em esperar um tempo para esta fase passar, por que eu estou trabalhando em casa no momento, e você sabe como esta a situação do País. Uns dizem que é para voltar ao normal, outros dizem para ficar em casa, e eu estou muito confusa...
— Alice respira. Bella interrompeu e ela parou de falar. _ Respira com calma, para de caminhar pela casa e senta, pelo amor de Deus. Bella pediu e Alice franziu o cenho fazendo o que ela pediu.
— Como você sabia que eu estava caminhando?
— Você estava emendando uma frase na outra sem parar. Falou e Alice fez uma careta sabendo que a cunhada a conhecia bem. _ Esta sentada? Perguntou.
— Sim.
— Respirando? Checou.
— Sim. Respondeu novamente.
— Otimo. Agora posso falar o que eu penso? Sinceramente?
— Por isso que eu liguei para você. Eu meio que ja estava surtando de tanto pensar nas possibilidades.
— Certo. Bella tentou falar o mais calmamente possivel. Alice tinha o dom de agitar a todos ao seu redor. _ Eu acho que você deve conversar com Jasper.
— E se ele surtar?
— Pelo menos vocês dois podem surtar juntos. Brincou e Alice riu do outro lado, menos apreensiva. _ Mas falando serio agora. É meio que impossivel você guardar um segredo deste do seu marido. Converse com ele, vocês podem encontrar uma solução juntos.
— Você acha mesmo? Alice perguntou ainda preocupada.
— Sim, eu acho.
— Talvez você tenha razão. Vou fazer isso.
— Olha. De uma coisa eu tenho certeza: Jasper vai ficar muito feliz quando souber. Bella falou e o sorriso voltou com força no rosto de Alice.
— Obrigada Bella. Eu estava precisando mesmo conversar com alguem.
— Disponha.
— E como estão meus sobrinhos? Ela perguntou e as duas engataram em uma conversa animada colocando as novidades em dia.
....................................

Alice estava estranhamente calma, mais tarde, após Jasper chegar do trabalho. Ao contrario dela, a Empresa dele fazia parte parte do grupo que operava normalmente.
Ela recostou-se na cabeceira da cama e o observou passar a toalha nos cabelos, com um pequeno sorriso no rosto.
— Jaz. Alice chamou e ele virou-se olhando-a. _ Tenho que te contar uma coisa. Começou.
— O que? Ele perguntou pendurando a toalha no suporte. Ela estendeu a mão em silencio, e ele caminhou até sentar-se a frente dela. _ O que você aprontou? Ele brincou entrelaçando a mão na dela.
— O que nós aprontamos, você quer dizer. Ela corrigiu espalmando a mão dele sobre o ventre dela.
Jasper arregalou os olhos, olhando de sua mão para o rosto dela.
— Alice. Murmurou. _ Isto significa o que eu estou pensando que é?
— Se você esta pensando que nós vamos ter um bebê, sim.
— Você... Você esta gravida? Ele voltou a perguntar, como se precisasse verificar se tinha ouvido corretamente.
— Sim. Estou gravida Jaz.
— Meu Deus. Ele a abraçou empolgado, antes de começar a encher o rosto dela de beijos. _ Isto é maravilhoso.
— Eu sei. Ela sorriu tambem e fungou. Com cuidado, ele se afastou olhando em seu rosto.
— Você esta chorando?
— Eu... Ela começou envolvendo o pescoço dele e escondendo o rosto em seu peito.
— Alice...
— Só me abraça, por favor. Pediu e ele a apertou em seus braços, as mãos passando por seus cabelos, distribuindo beijos em seus cabelos.
— O que foi? Você não gostou da noticia? Ele perguntou momentos depois.
Alice respirou fundo controlando a vontade de chorar, mas não o largou.
— Eu estou com medo Jazz. Talvez este seja o pior momento...
— Shi. Não diga isso, por favor. Ele pediu fazendo com ela o olhasse nos olhos. _ Não precisa ter medo. Nós vamos encontrar um otimo medico, e tomar todas as precauções para manter você e o nosso bebê saudaveis.
Ela suspirou se apegando as palavras dele.
—Você tem razão.
— É claro que tenho. Ele disse espalmando a mão outra vrz sobre a barriga dela. _ Ja consegue sentir alguma coisa? Perguntou ansioso e Alice riu.
— Ainda não. Mas acho que é por que é cedo para isso.
Jasper se abaixou deixando um beijo na barriga ainda plana dela e Alice sorriu fazendo um carinho em seus cabelos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E quem gostou da novidade levanta a mão. YUP....



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Em meio ao Caos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.