Em meio ao Caos escrita por Val Rodrigues


Capítulo 12
Capitulo Doze


Notas iniciais do capítulo

Boa noite...
Antes de mais nada, quero me desculpar pela demora em postar.
A quem não desistiu de acompanhar, aproveitem e como sempre, me deixem saber a opinião de vocês...



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Anos atras...
Edward deu uma olhada rápida no pequeno espelho do quarto da pousada analisando o visual e vestiu o casaco pesado por cima.
A pequena cidade era fria e chuvosa, mas ele não tinha do que reclamar. 
Podia dizer que aquela viagem era o melhor presente que poderia ganhar dos seus pais., considerando quem ele encontrara por lá.
Isabella tinha uma beleza singular, olhos cativantes e um encanto que ele não sabia descrever, mas havia ficado fascinado assim que seus olhos pousaram nela. Desde então, quando ousou falar com ela pela primeira vez, o relacionamento ia bem.
Ela também tinha acabado de se formar no ensino médio e os dois começaram a traçar planos para entrar na mesma faculdade. Edward já podia imaginar seus próximos anos com ela ao seu lado.
Com estes pensamentos ele correu para encontra- la, apertando as mãos nos bolsos da jaqueta. Estava ansioso para vê-la. Sentia que seus últimos dias de ferias praticamente voavam, apressando a data da sua volta.
Ela estava de costas para ele, imersa em pensamentos, ignorado todo o movimento da lanchonete a sua volta. Tão imersa, que não o viu se aproximar.
— Oi. Ele disse e ela pulou de susto segurando na mesa. _ Desculpa. Não queria te assustar.  Ele pediu sentando-se a sua frente. _ Vamos pedir? Ele perguntou ja erguendo a mão, mas parou ao nota-la apertar as mãos sobre a mesa.
Uma olhada mais atenta e logo ele notou que algo estava errado. Os olhos avermelhados dela mostravam isso. Isabella havia chorado e isso ligou um alerta em seu interior.
— Você esta bem? Ele quis saber colocando uma mão sobre as suas, a obrigando a parar de aperta-las nervosamente.
— Precisamos conversar Edward. Ela respondeu erguendo o rosto para olha-lo pela primeira vez.
— Está bem. Ele concordou em alerta. Sera que ela iria terminar com ele? Esta possibilidade lhe angustiou. Gostava muito dela. Admitiu. Mesmo estando juntos a pouco tempo.
— É que eu preciso te contar uma coisa. Ela começou com a voz falhando no final.
— Pode dizer.
— Eu descobri está manhã...Eu estou grávida. Ela falou com lágrimas nos olhos e o coração dele perdeu uma batida. 
Por um momento, ele esqueceu de como respirar. Sentiu a lanchonete encolher lhe roubando o ar. Grávida? Ela estava grávida? Mas como?
— O que? Ele disse passando a mão nervosamente pelos cabelos. Gesto este que não passou despercebido por ela. _ Você tem certeza?
— Tenho. Ela disse sem encara-lo.
Edward olhou para as mãos dela sobre a mesa, os dedos avermelhado de tanto que ela apertava uma mão na outra. Um gesto tipico de quando ela ficava ansiosa.
— Ei. Ele falou soltando o ar. _ Está tudo bem. Murmurou colocando as mãos deles por cima das delas. _ Tudo bem Bella. Disse erguendo a cabeça e a olhando. _ Não chora. Pediu. 
— Como tudo bem? Isso não devia ter acontecido. Edward.. Como isso foi acontecer? Como deixamos isso acontecer? Eu não acredito que isto esta acontecendo comigo. Como sou burra.
— Não. Não fale assim. Você não fez sozinha. A responsabilidade é de nós dois. Minha ainda mais por não ter me cuidado direito.
— Não importa de quem é a culpa agora. Eu não sei o que fazer. 
— Primeiro de tudo, precisa se acalmar.
— Como você pode estar tão calmo assim? Meu pai vai me matar, e eu quero ir para a faculdade, nós tínhamos combinado tudo e agora .... Ela parou de falar quando ele deu a volta na mesa sentando-se ao lado dela e a abraçou.
— Vamos sair daqui. Ele pediu e ela concordou com um aceno.
Nenhuma palavra foi pronunciada enquanto eles caminhavam pela calçada, presos em pensamentos.
Edward tirou o casaco colocando sobre ela na tentativa de cessar seus tremores, embora não sabia dizer se era pelo frio cortante da cidade ou de nervoso. Talvez de ambos. Ele pensou a abraçando pelos ombros.
Bella o seguia no automático. Estava apavorada com a possibilidade dele deixa-la. E o silencio entre eles durante todo o percurso a atormentava ainda mais.
— Quer que eu ligue a televisão? Edward perguntou e ela notou que haviam chegado a Pousada onde ele estava hospedado, mas especificamente em seu quarto, e ela piscou voltando a realidade.
— Não precisa. Ela negou.
— Eu... Edward suspirou passando as mãos nos cabelos. _ Eu vou comprar um chocolate quente para você na padaria aqui perto. Não vou demorar. Ele disse ja abrindo a porta do quarto. Bella havia aberto a boca para protestar, dizer que não queria nada, mas ele ja havia sumido de sua frente.
Com um suspiro entristecido, ela sentou-se na ponta da cama, pronta para esperar que ele volta-se e tivessem "A conversa". Conversa esta que definiria suas vidas a partir dali. E pela reação dele ate ali, estava com medo de saber o que se passava em sua mente.
Ansiosa demais para continuar esperando, onde estava ela caminhou ate a janela. A lua iluminando as estrelas no céu, e ela ficou presa ali, abraçando o próprio corpo, encarando a magnitude do céu, como se de alguma forma, as respostas que ela precisava, pudessem chegar.
O barulho na porta chamou sua atenção e Isabella girou o corpo encontrando o olhar dele sobre ela.
— Aqui. Edward disse lhe estendendo um copo de chocolate quente. _ Vai aquecer um pouco, esta muito frio hoje.
— Obrigada. Ela respondeu segurando o copo sentindo o calor em suas mãos.
Seu estomago se agitou, e ela preferiu não arriscar, tentando beber o conteúdo no copo. Ao invés disso, tomou uma longa respiração tentando se acalmar. — Edward. Você não vai dizer nada? Ela perguntou e ele a olhou buscando a sua mão.
— O que ha para dizer? Já esta feito.
— Sim, mas...
Pousando uma mão em seu ventre, ele a calou.
— Bella, nós estamos juntos ha pouco tempo, mas para mim parece que é muito mais. E é logico que antecipamos na ordem das coisas, mas ele esta aqui, e vamos mante-lo aqui, seguro e protegido ate que seja a hora certa para que ele chegue, certo?
Ela o olhou, boquiaberta.
— O que você esta querendo dizer? Não vai terminar comigo? Perguntou ainda confusa.
— De onde você tirou isso? É claro que não. 
— Mas você... você ficou estranho, calado, até sumiu um pouco. Ele suspirou segurando-a pelas mãos gélidas. As deles também estavam iguais ou pior.      _ Eu só precisava de um momento para pensar. Ele tomou uma longa respiração e a olhou com determinação. — Você não está sozinha. Fizemos isso juntos. E vamos resolver juntos. Está bem? Mas agora não chore mais. Por favor. Ele disse a abraçando e só então se deu conta de que chorava outra vez.
— Não consigo evitar. Eu pensei que fosse terminar comigo. Pensei que fosse voltar para sua cidade e me pedir para não te procurar nunca mais...
— Que tipo de pessoa acha que eu sou Isabella Swan? Ele perguntou serio e ela a olhou. _ Eu vou dar um desconto porque eu sei que esta noticia tirou o seu chão. Ele disse e ela sorriu um pouco.
— E o seu não?
— O meu? Não sei. Te aviso quando voltar a sentir minhas pernas. Ele disse com ar brincalhão e ela riu um pouco.
— Não seja bobo. Ela brincou ciente da seriedade, mas aliviada por não estar sozinha.
...................................

(Dias atuais)
Bella descansou a cabeça sobre o peito dele ouvindo as batidas do seu coração, os olhos pesando e o cansaço a tomando aos poucos.
Com os braços envolvendo-a pela cintura, Edward a apertou contra si voltando os pensamentos para o presente momento. A sensação de te-la novamente em seus braços era indescritível e ele se sentiu grato por ter mais uma oportunidade.
— Eu estava pensando... começou com a voz baixa, tranquila.
— Sobre o que? Ela quis saber, amando poder conversar com ele, mesmo que estivesse exausta.
Edward sorriu um pouco e ela franziu o cenho sem entender e ergueu o rosto para encara-lo.
— Sobre o dia que você me contou da gravidez de Theo. Ele revelou sob seu olhar e ela suspirou deixando um sorriso surgir em seu rosto.
— Nem me lembre disso. Suspirou se colocando de lado no travesseiro, de modo que pudessem se olhar. _ Pensando agora, tantas coisas passaram por minha cabeça aquele dia. Acho que foi o momento mais apavorante da minha vida. Morri de medo de você simplesmente me largar lá, com um filho no ventre.
O sorriso de Edward morreu por um instante.
— Eu me lembro bem.
— Não faz esta cara. Nós eramos muito jovens na época. Você sabe que adolescente costuma sentir tudo com muita intensidade. Some isso a uma gravidez não planejada e é um prato cheio para enlouquecer qualquer um.
— É. Ele concordou sem muita vontade e Bella percebeu.
— Por que esta cara emburrada?
— Nada. Tentou desconversar quando uma ideia lhe ocorreu. Algo que o perturbava em momentos de angustia. Mas que nunca teve coragem de perguntar. _ Você, alguma vez se arrependeu? Ela o olhou com mais atenção.
— Como assim?
— Eu sei que você é louca pelos nossos filhos. Explicou. _ Mas, em algum momento, você se arrependeu da decisão que tomamos?
— Não. Foi sua resposta pronta. _ Embora eu não aconselhe nenhuma garota jovem a engravidar, nem tenha o desejo de romantizar a gravidez na adolescência, eu não me arrependo. Nunca me perdoaria se na época tivéssemos abrido mão do Theo.
— Apesar de tudo... ele a olhou como se estivesse mais uma vez se desculpando. _ Eu também nunca me arrependi. Valeu a pena.
Ele a abraçou novamente, apertando em seus braços e Bella descansou ali, com a sensação de paz e calmaria a invadido.


— Amor? Chamou mais uma vez, após alguns minutos em silencio profundo. _ Você sabe que ainda não acabou, não é? Não estamos livres desta pandemia. Ainda é um risco ter vocês aqui, principalmente por causa do trabalho no hospital...
— Vamos nos cuidar, ficar em casa o máximo que pudermos, e eu sei que você também esta tomando cuidado no hospital. Edward por favor. Eu não quero ter que deixar minha casa outra vez. Não quero ter que deixar você.
— Eu também não quero que vá. Sou egoísta o suficiente para querer você aqui.
— Se você é egoísta, eu sou o que? Irresponsável? Ela perguntou sem solta-lo. _ Não sei quando tudo isso vai passar. Mas, nós fomos embora e ainda assim o Theo ficou doente. Acho que não ha um lugar que não tenha este risco.
— Nisso você tem razão. Ele disse voltando a beija-la. _ Eu só fico preocupado de acabar trazendo isto para casa. Não quero colocar vocês em perigo.
— Isto não vai acontecer. Você ficou bem ate aqui e vai continuar assim. Vamos ficar bem. Ela garantiu e ele acenou concordando.
— Eu te amo. Ele disse e o sorriso dela alargou-se.
— Te amo também.
........................................


— Eu estou com fome. Theo reclamou na metade do filme e Edward franziu o cenho tentando entender onde foi parar a bacia gigante de pipoca que agora jazia vazia no colo do filho.
— Você acabou de comer pipoca Theo. Edward respondeu.
— Lavínia também comeu pai. Defendeu-se.
— Pai, o que nós vamos comer no jantar? Lavínia perguntou e Edward juntou as sobrancelhas.
— Que tal pedirmos uma pizza? Sugeriu sem disposição alguma para cozinhar e Bella muito menos, já que ela havia apagado ao seu lado nos primeiros quinze minutos de filme.
Theo e Lavinia, por outro lado, após dormirem a tarde toda, estavam despertos e famintos, aparentemente. 
— Eu quero de queijo. Lavínia falou empolgada. 
— Fala baixo princesa. Sua mãe está dormindo. Edward pediu discando o numero da pizzaria e ela se aquietou, olhando para a mãe adormecida no sofá.
— Eu sei por que ela está tão cansada. Lavínia comentou e Edward desligou o celular no mesmo instante em alerta. 
— Por que Lavínia?
— Por que ela ficou arrumando a casa sozinha. Explicou dando de ombros e Edward soltou a respiração. 
— Por isso vamos deixa-la dormir. Eu vou fazer o pedido. Ele disse voltando a ligar. 
............................

— Chegou pai. A pizza chegou. Lavínia pulou animada e Bella acordou sobressaltada. 
— Lavínia. Theo censurou e ela levou a mão a boca percebendo que tinha se empolgado demais.
— Desculpa mãe.
— Tudo bem princesa. Vocês pedirem pizza? Bella bocejou vendo Edward entrar com duas caixas nas mãos. 
— Bem na hora. Ele disse vendo-a desperta. _ Vamos jantar. Ele disse colocando a pizza na mesinha de centro na sala.
— O filme acabou? Ela murmurou mordiscando uma fatia de pizza.
— Ainda não. Esta sem fome?
— Sim. Eu vou dormir na cama. Não fiquem assistindo ate tarde. Ela disse se levantando e eles olharam enquanto ela tropeçava escada acima. 
— Sera que ela consegue achar o quarto sozinha? Theo perguntou encarando o pai.
— Consegue sim. Ele respondeu, mas continuou a olhar para as escadas, como se a qualquer momento fosse precisar ampara-la.
.........................

Edward entrou no quarto, horas depois, encontrando-a adormecida sob as cobertas. Ele sorriu. Até descabelada pelo sono, ela conseguia ficar linda. Escovou os dentes e se preparou para dormir, verificando a casa, incluindo se os filhos estavam mesmo na cama, ja que ele insistiam que estavam sem sono, e enfim pode se colocar debaixo das cobertas sentindo o frio da noite. Ja eram quase meia noite. Eles teriam uma madrugada fria, pensou.
Suspirou colocando um braço sobre sua cintura em um abraço de lado, e Bella cambaleou se aconchegando em seu peito, o fazendo sorrir e abraça-la. Imediatamente, sentia-se aquecido e confortável. Mas principalmente, sentia que finalmente as coisas estavam entrando nos eixos, mesmo que lá fora, o caos continuasse, naquele momento, ele se sentia em paz.


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