Sua Única Opção 2 - O namoro escrita por NatynhaNachan


Capítulo 8
Capítulo 8 : Inauguração / Apresentações/Aprendizado


Notas iniciais do capítulo

Este é um capítulo mais longo que vai falar sobre uma festa importante e elaborada, assim como famílias se conhecendo .Acompanhe o desenrolar desse festejo! Boa leitura!



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Já de volta à rotina, um dia após terem retornado das férias espontâneas...

— Como assim, ligando pra dar bom dia do seu novo escritório? – A organizadora de eventos abria gavetas e organizava papéis em seu centro de comando. – Quando você começou?

—Hoje cedo. – Syaoran olhava pela janela do arranha-céu , segurando uma caneca de café fumegante. – Eu havia comentado sobre a transferência da minha base pra cá, perto de você, lembra? – Ele mirava o horizonte, imaginando o rosto em choque de sua japonesa de olhos hortelã.

— Claro que me lembro. – Sakura andava pelo escritório– Mas você dormiu em casa, saiu de manhã e simplesmente esqueceu de me falar esse pequeno grande detalhe? – Os cabelos semi ruivos balançavam de um lado a outro enquanto ela arrumava sua mesa. – Cadê a cumplicidade de casal? Não confia em mim?

— Nem sombra de dúvida a respeito de sua confiabilidade. – O chinês andava com tranquilidade pela sala de chão de tábuas corridas, com um sofá marrom de 2 lugares. – Simplesmente esqueço de tudo ao seu lado. – Ele ouviu uma risada tímida do outro lado da linha. – O escritório ficou pra página 10.

— Tudo bem , eu faria o mesmo. – A moça agora arrumava seu vaso de flores de cerejeira que havia recebido em seu romântico café da manhã. – Mais alguma surpresa por vir?

— Se depender de mim, qualquer uma que te faça sorrir do modo que só você sabe. – Ele agora repousava no sofá, risonho. – Que tal um apê perto de você? – Ele aguardava mordendo os lábios.

— Hã? – Sakura derrubou um livro de registros em sua cadeira. – Você já está com apartamento no prédio e não me contou? - O nível de voz dela subiu dois decibéis; um claro aumento em seu nível de periculosidade. – Escondendo seus segredos de mim, Li Xiao Lang! – Um inconfundível tom irritado viajou pela linha.

Ele riu com gosto.

— Bem que eu desconfiava disso. E não, ainda não estou morando no imóvel, porque queria checar antes com você. – Ele esperou um sonoro muxoxo dela .- Só cotei duas possibilidades : uma no segundo e outra no quarto andar.

— Ah, abaixo ou acima de mim...- Sakura coçava o queixo, pensativa.

— Hmmm...- Syaoran caprichou na rouquidão de sua voz, - Abaixo ou acima de você? Tem preferência? – Ele não evitou um riso ao final.

—Seu hentai incurável. – Ela também não evitou um mínimo sorriso com a malícia. Decidiu encaixotar seus impulsos tímidos e brincar com os impulsos do namorado.  – Depende do dia . – Ela caprichou no tom meigo e semi-rouco; o ouviu emudecer e derrubar algo no escritório. Adorou o efeito e não evitou um risinho.

— Não brinque com coisa séria Sakura. – Ele parecia um tanto esbaforido. – Se continuar a me provocar pelo telefone apareço aí de sopetão e te rapto pelo resto do dia. – A graça na voz dele dava confirmação à “ameaça”.

— Bem, voltando ao assunto do apartamento – Ela desconversou ainda sorrindo para si mesma. - Acho que o de cima é mais bem conservado, já visitei uma vez. Você chegou a fazer vistoria?

— Você realmente está gostando de me provocar, então ok...- Ele respirou fundo. - Sim, já pesquisei, medi e encomendei móveis. – Ele acenou para Eriol que entrasse, estando parado à porta. – Vai dar tudo certo mais rápido do que você imagina. Bom, amor, te vejo hoje às oito... Na festa de inauguração da empresa. – A expressão dele de antecipação com um meio sorriso de canto de boca.

— Fez uma festa de inauguração com outra empresa, traidor? – Sakura arregalou os olhos, mas por fim riu enquanto saia de sua sala indo até a mesa de Nakuru, pegar seu costumeiro chá das nove da manhã. – Não tem perdão,viu?

— Por favor, não fique brava. – Ele encarou uma sobrancelha arqueada do amigo, que já estava sentado à sua frente e pousando uma pilha de papéis em sua mesa. – Eu queria que você só aproveitasse essa festa como convidada, sem nenhum tipo de stress envolvido. – O Li coçava a nuca, semblante ligeiramente estressado.

— Tá, vou perdoar por ter um coração benévolo e que bate por você. – Ela quase cantarolou, rindo logo depois. – Mais alguma surpresa a anunciar? Aproveita que eu estou de bom – humor... – Ela sorvia um gole de seu chá, sentando-se em sua poltrona dentro de seu escritório.

— Ótimo saber disso meu amor, pois tem um vestido em cima de sua cama que separei escondido para que você use à noite. – Sakura emudeceu um grito do outro lado da linha. – Espero que goste, tenho certeza que vai servir. – Ele começava a assinar alguns papéis, com Eriol retirando as folhas do caminho para ajuda-lo.

— Li Xiao Lang, como você já sabe assim as minhas medidas sem sombra de dúvida...? – Ela abaixou um pouco o volume de sua voz.

— Você sabe bem como isso é possível, eu aprendo rápido com pouca observação e uma noção espacial fenomenal.- Ele riu baixo de seu lado da linha. – Vai ficar ainda mais linda, sem sombra de dúvida.

— Não vou duvidar . – Sakura engoliu mais um pouco de seu chá . – Você sempre foi observador e percebo isso cada vez mais. – Ela se endireitou em sua mesa. – Bem, então nos vemos mais tarde ; beijo, se cuida, te amo.

— Até, amor; te amo, beijo. – Ele desligou  ainda com um ligeiro sorriso em seus lábios.

Eriol somente o encarou com um rosto sabichão.

— Sem comentários sobre a minha vida pessoal, inglês; sinta-se privilegiado por ser o único com autorização para estar presente numa ligação telefônica pessoal. – Ele se endireitou, continuando a buscar outros papéis .

— Claro, Xiao, sem dúvidas um bônus invejável ouvir suas conversas de recém- consumado namoro meloso e clichê. – Ele sentiu um chute na canela. – Ai, Syaoran, precisava disso?

— Só pra você não abusar da intimidade, Eriol-kun. – Ele deu um sorriso sarcástico e riu brevemente junto ao amigo, retomando o trabalho.

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Estava estendido em sua cama um belíssimo vestido de um ombro só :  acetinado da melhor qualidade, num tom azul marinho, adornado com pedrarias minúsculas no mesmo tom na parte do colo . Era longo e possuía um excelente caimento, acinturado, porém não muito justo. O par de sapatos, já no chão, eram scarpins negros de salto mediano. Na mesa de cabeceira uma caixinha de veludo negro : um par de brincos de rubi com brilhantes dispostos num fio contínuo que iam até próximos a altura de seu queixo, com uma pulseira combinando.

— Uau. Syaoran, seu bom gosto é surpreendente. – Sakura levantou o vestido e colocou em frente ao seu corpo, olhando ao espelho para testar o efeito. – E vai se ajustar certinho,mesmo. – Ela arqueou as sobrancelhas, surpresa.

Com tanto tempo de prática já arrumava sozinha seu cabelo, nessa noite preso num coque elegante que se enrolava em torno de si mesmo, parecendo elaborado. Duas mechas soltas davam moldura a seu rosto. Fez também sua maquiagem, em tons neutros, marcando seu olhar.

Uma checada no espelho a fez se orgulhar de seus cursos de auto-maquiagem; sorriu para si mesma ,se levantando de sua penteadeira.

O som da campainha a levou até a sala. Pegou sua clutch de paetês pretos e se dirigiu à porta. No olho mágico de sua porta , mais uma grata surpresa que fez a japonesa sorrir abertamente.

— Xiun! – Sakura se abaixou , não muito, para sua surpresa. – Que falta senti de você!  – Sakura foi desfazendo ao poucos o abraço apertado.

—Também senti muito sua falta, Sakura-chan. – Xiun se apresentava num vestido vermelho de babados, os cabelos ondulados com uma presilha de flor rosa em pedraria ao lado direito da cabeça. – E você está linda! Parece uma atriz de cinema. – Os olhos dela brilhavam de admiração.

— Digo o mesmo de você, moça crescida. Está ficando cada vez mais linda . É já que seu tio vira uma fera pra te proteger. – Sakura se endireitou, ainda segurando a mão dela.

Olhou para fora de sua porta e se deparou com a prima do namorado, Meiling, numa trança lateral comprida, um vestido negro.

— Boa noite Meiling, bem vinda ! – Sakura se curvou de leve, abraçando-a a seguir. – Gostaria tanto de poder vê-las todo dia pra colocar o papo em dia ao vivo, ao invés de via mensagem e chamadas de vídeo! – Sakura apertou carinhosamente as mãos das moças.

— Penso o mesmo Sakura-chan. – Meiling sorriu.  - Bom, o Xiao vai ficar bravo se não chegarmos logo. Prometemos dez minutos e já estamos em quinze. Vamos ? - Meiling pegou as moças ela mão, as puxando de leve.

Todas saíram falantes e sorridentes em seus belos trajes de festa.

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Flashes, tapete vermelho, imprensa , convidados badalados e clicados. Parecia première de Hollywood, mas a inauguração era da empresa chinesa quase secular.

— Falei com Xiun, elas chegam num instante. – Shiefa, mãe de Xiun e irmã mais velha de Syaoran olhava para fora com ansiedade em seu vestido nude frente única. – Está precisando de algo, além de paciência...E um pouco de gel? – A moça de cabelos castanhos curtos esfregou os cabelos do irmão, sorridente. – Não toma jeito, mesmo.

— Haha, legal a piada que nunca muda. – Syaoran tentou re-arrumar seu cabelo. – Ajudar, você disse...Mantenha suas irmãs longe de Sakura, vai ser constrangedor demais pra todos. – O rapaz ajeitava sua roupa levemente.

— Combinado. Respira fundo que já estou vendo Xiun. – A chinesa acenou simpaticamente para a filha.

Os flashes pareciam iluminar o caminho das moças que vinham em fila: Xiun sorriu e acenou ao tio e se colocou ao lado de sua sorridente mãe.

Meiling chegou logo atrás, acenando de leve aos parentes conhecidos, parando ao lado do primo, com uma expressão que demonstrava querer ver a reação do chinês perante Sakura.

Uma chuva de flashes antecedeu os passos de classe da japonesa que ostentava um discreto sorriso;  internamente se sentia sem jeito por tanta atenção que lhe havia sido dispensada por todos os fotógrafos do local.

Foi aos poucos que cobriu a distância até seu amado. Dava graças a Deus pelo curso de etiqueta te-la ajudado com postura e caminhada. Adentrou o local restrito, passando pelas portas automáticas e uma dupla de seguranças intimidadores abriu caminho.

Empresários e familiares a devoravam com os olhos num misto de curiosidade e admiração. Houve um ponto em que ela achou que o ato de respirar estava difícil. Ainda mais manter um sorriso que não fosse trêmulo.

Quando as mentas de suas íris se engataram nas íris chocolate dele, ela se sentiu mais firme e calma. Hipnotizada a acabar de cumprir a distância, com música instrumental ao fundo, deu seus delicados passos finais.

Ele, por sua vez, se orgulhava de vê-la tão calma numa situação de tanta pressão. Ela o surpreendera de novo. Não pela beleza que mostrava no vestido que havia escolhido para ela, mas pela postura confiante.Deu alguns passos na direção dela, ávido por entrar em contato com sua pele macia, lábios doces e perfume incomparável; estava muito perto de perder seu controle que as inúmeras artes marciais o haviam ensinado a ter.

Enfim pegou sua mão e a beijou demoradamente, a encarando com os olhos faiscantes, colocando, a seguir, o braço dela sob sua proteção.

— Como pode ficar ainda mais linda do que de costume ? – Ele falava baixo, mais para os ouvidos dela do que qualquer outra pessoa. – Consegui me superar , combinou perfeitamente com você. - Ele alisava delicadamente o braço da japonesa enquanto a encarava com admiração no olhar sem quebrar o contato com olhar dela.

 Ela acariciou a mão dele, tentando dissipar o gelado de suas próprias mãos nervosas.

— Meu amado, você também está me deixando ainda mais nervosa do que de costume. – Sakura sorriu minimamente, falando baixo, erguendo uma das sobrancelhas de forma acusadora. - Está sempre lindo, mas hoje meu fôlego encurtou. – Ele olhou para suas mãos entrelaçadas nas dele, um pouco tímida, mas logo ergueu a face para encará-lo de volta.

Syaoran usava uma calça social negra e uma camisa grená, um colete também preto e um paletó ajustado, em risca de giz. O cabelo jogado de lado fechava o look de um empresário que exalava charme e poder.

— Muito bem, tudo em ordem para seu discurso de abertura oficial meu filho. – Yelan surgiu em um longo e justo vestido verde ao estilo chinês, com botões que o prendiam ao lado do pescoço, feitos de elegantes safiras. Seus cabelos negros estavam semi presos por palitos orientais que pareciam ser adornados com rubis.

— Sakura-san...- Yelan olhou melhor para a japonesa. – Está deslumbrante... -  E sorriu aristocraticamente, esperando o herdeiro do clã se pronunciar.

—Mais uma vez, falatório em público. – Syaoran foi se dirigindo a um palanque em um canto estratégico do salão, levando Sakura pelo braço. – Mas desta vez será muito mais fácil, tendo você perto de mim . – Ele beijou levemente a face dela, a deixando ao lado do palco, sorrindo com os olhos para ele.

Uma fileira de chineses os aguardava, lado a lado, encarando o público ali presente.

O discurso partiu desde o início das empresas que auxiliavam na construção civil chinesa até os dias atuais. A voz de Syaoran sincronizava com as imagens que apareciam no telão ao fundo. Porém a oratória saía tão perfeita que ninguém jamais diria que era tudo parte de um roteiro sendo lido.

Sakura olhou a admiração dos olhos de todos os convidados pelo local, extasiados com o poder de persuasão do namorado.

Foi de relance que viu seu irmão com Nakuru. Ele, de paletó cinza, camisa branca e calça preta e ela num vestido longo laranja-ferrugem, tomara-que-caia .Olhavam com respeito e prestavam atenção a cada palavra sendo dita.

Ainda boquiaberta Sakura pode ver a porta se abrindo com atraso. Ninguém reparou nisso; Syaoran continuava suas palavras, rumando ao final. Porém Sakura notou que , enquanto todos olhavam uma imagem particular no telão, seu namorado havia meneado a cabeça respeitosamente ao convidado de vastos cabelos castanhos que usava óculos : Fujitaka Kinomoto.

— Pai? – Sakura sussurrou quase inaudivelmente.

— E tudo isso é o resumo de competência, força de trabalho e dignidade de quase um século, que agora estende suas raízes em terras nipônicas, hábeis, frutíferas e amistosas. Muito boa noite, aproveitem e obrigado. – Uma salva de aplausos foi ouvida e logo todos começaram a dispersar pelo gigantesco salão.

—Você chamou meu pai? – Sakura estendeu a mão ao rapaz, quando o mesmo a buscou na saída. – E Toya?

— Bem, quero que as famílias se conheçam pra se tornar uma só, um dia. – Ele afagou a nuca da japonesa, ainda boquiaberta. - Nada melhor que uma festa, já que eles não puderam participar da primeira... – Os olhos a consultaram, esperando curioso.

— Nada me agradaria mais que isso. – Sakura apertou mais o braço de seu elegante rapaz.

Algo ainda reverberava em seus tímpanos, entretanto: “ se conheçam pra se tornar uma só, uma dia...” .Essa última fala ecoava em sua mente, tornando a arte de andar misteriosa, e os solavancos de seu coração acusadoramente altos.

— E nem doeu tanto dessa vez, né,tio? – Xiun foi de encontro ao tio, que a abraçou fortemente.

— E a senhorita crescida já está tirando com a minha cara também? – Ele ajeitou um pedaço de cabelo dela. – Vai me mandar ajeitar a crina como sua mãe faz? – Eles riram juntos.

 Sakura saiu discretamente pela esquerda e foi pra um apertado e terno abraço no patriarca Kinomoto.

— Estava com saudades ! – Ela se afastou e marcou a face dele de batom, logo limpando a obra de arte involuntária.

— Eu também minha filha – Ele acariciou os braços dela, admirando a maturidade da filha. – Está muito linda hoje.

Ela simplesmente sorriu alegremente em agradecimento.

— Ainda bem que conseguiram se reencontrar hoje. Boa noite Fujitaka-san – Syaoran já havia se aproximado da cena e apertou a mão do sogro. – Espero que tenha feito boa viagem.

— Nem está óbvio sua natureza monstruosa , fez um bom trabalho com o disfarce. – Toya semi-acotovelou a irmã, em tom e provocação.

— Toya-kun! – Nakuru surgiu ao seu lado, empurrando Toya de leve, com um olhar levemente reprovador. – Está tão linda cunhadinha, parabéns pela produção, amei o vestido! – Ela segurava a mão da moça, sorrindo largamente.

— Igualmente, cunhada, você está maravilhosa nessa cor, seu cabelo está lindo... Toya não merece. – Ela fingiu um cochicho alto e piscou matreira para o irmão. – Brincadeira, a beleza da ala masculina da família está de parabéns , sem dúvida. – Olhou alegre para o pai ao lado do irmão.

— Ah sim, Syaoran. – O patriarca dos Kinomoto fez com que o chinês se aproximasse ainda mais da conversa. – Agradeço pela gentileza do convite. A aula atrasou bem hoje, me desculpem por isso. – Ele coçou a nuca, sem graça. – E muito obrigado pelo envio do motorista também, realmente não era necessário tanto incômodo.

—Incômodo algum . – Syaoran voltava a afagar os ombros da amada, sorridente. -  Agora, será que poderia apresenta-los à minha família? – O rapaz procurava sua mãe e família com os olhos.

— Claro, sem problemas. – Toya acabava de engolir um canapé. – É bom as famílias se conhecerem antes do casamento. Bem pensado. – Ele piscou amistosamente para o cunhado.

Nakuru e Sakura se olharam, um tanto espantadas, olhos se arregalando.

Todos voltaram os olhos a Toya, interrompendo sua caminhada até a mesa dos Li.

— Casamento? – Fujitaka parou de beber seu vinho branco e olhou sua filha e genro, interessado no assunto. – Não estou sabendo de nada...É pra breve , então?

— Toya está delirando, não tem nada de casamento planejado. – Sakura deu uma cotovelada no braço do irmão. – Já pensou se os Li ouvem, seu doido? – Ela olhava assustada para os lados, checando se alguém realmente havia ouvido.

—Bom, não tem nada de casamento concretamente falando , ainda. – Syaoran havia baixado o tom de sua voz consideravelmente nesta última parte, beijando a mão de sua bela japonesa, seus olhares fixos.

Fujitaka pareceu relaxar, sorvendo um gole de sua taça, abrindo um singelo sorriso, encarando o par.

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Todas as apresentações foram feitas de modo breve e amistoso por Syaoran e sua mãe, Yelan, que logo engatou conversa com Fujitaka, ajudada por sua filha mais velha,Shiefa, mãe de Xiun.

Toya e Nakuru respondiam às curiosidade de 3 anciões enquanto Sakura passava pelo interrogatório das irmãs Li.Sakura somente se recolhia aos seus sorrisos gentis. Não conseguia fazer muito além de ser massa de manobra.

— Por favor, deixem minha namorada respirar. – Syaoran retomou Sakura em seus braços, possessivamente.

— Esta tudo bem, Syaoran. – Sakura tentava retomar sua voz. – É um prazer conhece-las. – Sakura se curvou levemente.

— Bom, vamos jantar na mesa de Eriol e Tomoyo. – Syaoran encarou ameaçadoramente a todas , antes de se virar e levar a japonesa até a mesa dos amigos. – Está tonta ainda? – Ele riu baixo.

— Confesso que um pouco. – Ela tentou arrumar uma mecha de cabelo que havia caído de seu coque, mas abandonou a ideia. – Elas foram muito amáveis, porém igualmente curiosas. – Ela riu, um tanto sem graça.

— Nem quero pensar no que te constrangeu tanto assim, senão vou brigar com todas aqui e agora. – Ele suspirou, arrumou os cabelos e sorriu para seu belo par. – Já te disse que estou me segurando para não te levar comigo daqui agora mesmo? – Ele fingiu arrumar um dos brincos dela para ter a oportunidade de dizer isso bem no ouvido dela.

Ela simplesmente se obrigou a voltar a respirar normalmente sorrindo, olhando brevemente para os pés e virando de leve a cabeça a fim de encara-lo.

— Sejamos altruístas ,meu amor. – Ela fez um breve carinho no maxilar dele. – Vamos nos conter um tanto mais e apreciar essa festa linda. – Ela olhou ao redor e admiração a decoração discreta e elegante. – Está tudo maravilhoso por aqui. – E os olhos dela pousaram nos dele.

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A caminho da mesa do casal de amigos Sakura e Syaoran ainda conversaram brevemente com um grupo de três anciões do clã dos Li, que haviam enchido Sakura de perguntas amistosas.

— Estou feliz em ver que sobreviveu ao ataque das irmãs do Xiao. – Eriol se levantou, mostrando seu terno em tons de preto e levantou sua taça como se brindasse. – É um feito a ser celebrado, definitivamente.

— Esse vestido com certeza foi a melhor opção mesmo, Syaoran-kun. – Tomoyo se levantou de seu lugar para examinar a prima de perto. – Seu cabelo está perfeito Sakura, nossas aulas particulares valeram a pena. – A prima da moça sorria em seu vestido em um tom lilás escurecido, com os cabelos num rabo-de-cavalo elaborado.

Sakura olhou de Tomoyo para Syaoran, passando brevemente por um Eriol que meneava a cabeça numa negativa e erguia os ombros como se atestasse sua inocência.

— Então vocês dois...- Ela apontou a prima e o namorado, ligeiramente boquiaberta, já juntando as peças do quebra cabeça.

— Não podia negar a opinião de alguém que conhece seu gosto , jamais me daria ao luxo de dispensar alguém do calibre e com a experiência de Tomoyo. – Ele sorriu para a mesma e brindaram contentes.

Neste momento o restante da família Kinomoto se aproximou e tomou seus lugares na mesma mesa.

Fujitaka se sentou entre o filho, aldeado por Nakuru e a filha, sentada entre Syoaran e Tomoyo.

—Noite muito agradável e conversas muito interessantes como não tinha há tempos. – Ele sorriu para o genro, levantando uma taça de vinho num brinde não anunciado, meneando a cabeça em agradecimento a Syaoran.

—Ah, obrigado pelo elogio. – Syaoran se ajeitou na cadeira e acenou a um garçom para que os servisse.

Todos se olharam e riram animadamente .E assim permaneceram pelas próximas horas, se divertindo pelo resto da noite.

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Chegaram felizes ao apartamento dela, comentando os pontos altos da festa.Sakura já havia deixado o sapato na entrada, desfazendo seu coque.Estava um tanto sonolenta, porém extremamente satisfeita.

— Estava tudo ótimo. – Ela o segurou pelo pescoço, dando um longo e delicado beijo. – Me diverti muito .

— Até o digno cunhado pareceu se divertir. – Syaoran retirava o blazer e o colete, os pendurando no sofá da sala.

— Você quer mesmo falar do Toya agora? – Sakura o encarou como se dissesse algo absurdamente óbvio, voltando a abraça-lo, entrando em beijos cada minuto mais ardentes.

Começaram a explorar os cantos do imóvel, como se dançassem, engatados um ao outro.

Metais ressoando e copos chacoalhando na bancada da pia na cozinha ainda escura fizeram com que os dois virassem suas cabeças na mesma direção.

Sakura tinha olhos arregalados e Syaoran, entendendo, tomou a frente, pisando pé ante pé, posição de guarda.

Ela acendeu a luz e continuou a segui-lo, puxando a camisa rubra dele para si mesma.

Foi sem aviso que Syaoran parou, de súbito. Abaixou-se e ergueu algo amarelado; virou-se para trás de repente.

— MIAU!- Um gatinho amarelo envolto em uma fita de cetim vermelha, com um cartão pendurado, olhava a japonesa com seus pequenos olhos cor-de-mel, sendo entregue.

— Aaawwwnnn! – Sakura virou-se e foi sentar no sofá. – Que coisinha mais fofa!  – Ela brincava com suas unhas com as garras do gato, que já estava de barriga pra cima no colo dela.

Atentou-se ao bilhete enquanto o namorado se sentava ao lado dela, segurando o bichano de modo que não caísse.

"Para minha mais bela flor do campo.

Amor, Terada"

Syaoran leu, sobrancelhas arqueadas e Sakura parecia desanimada.

— Terada? – Ele releu o bilhete.

Sakura simplesmente virou o bilhete, aparentando cansaço.

"Aos cuidados de Rika-san,apartamento 305"

— O senhorio teve a capacidade de confundir 304 com 305. – Sakura se levantou, gato em mãos. – Conheço Rika e sei que anda está acordada, já venho. – Ela simplesmente se levantou, arrastando os pés corredor afora.

Sakura voltou em menos de 2 minutos, fechando a porta atrás de si.

— Ela não se cabia de felicidade, como eu. – Girou a chave e trancou a porta. – Acho que vou adotar um animalzinho segunda-feira que vem...- Ela suspirou fundo - Você tem alergia, algo assim? – Ele acariciava o braço dele. – Preciso saber.

—Não, nem animais, comida nem nada. Sou praticamente indestrutível. – Ele bateu forte em seu peitoral, causando o riso dela.- Pode ter até um urso , se quiser. – Ele beijou sua testa. – Se bem que acho que seu irmão se encaixa bem nessa categoria.

Ela riu alto , voltando a se ocupar em beija-lo enquanto o encaminhava para o corredor. O vinho estava definitivamente a desinibindo mais. Ela o chamou com uma das mãos, o indicador se movendo de forma sedutora.

Ele se encaminhou até ela, parecia caminhar como um felino, não quebrando o contato estreito com o olhos dela.

Ela foi rapidamente desarmada entre beijos no pescoço,nuca, colo e continuidades. Ele parou com a sessão de beijos, continuando a encara-la de forma sedutora, agora se concentrando em levanta-la, colocando-a  em volta de sua cintura; foram aos pouco intensificando seu contato. Logo o vestido a deixava, a camisa dele saia de seu tronco , com vários botões a menos encontrava o vestido dela no chão.

— Novos truques  essa noite, minha flor? – Ele olhou para os olhos lascivos da namorada, já a deitando na cama. – Um pouco mais selvagem, talvez?

— Talvez.- Ela mal estava raciocinando, somente reagindo, ao redor do pescoço dele seus braços o puxavam para si. – Podemos testar.

O conjunto de sutiã e calcinha num branco perolado ainda resistia no corpo dela; o chinês se aproximava devagar, seu corpo arqueado acima do dela, olhos a encarando como se a examinassem com um "Q" de autoridade no assunto.

— Hoje você vai sofrer um pouco mais de antecipação , mais para o meu prazer do que para o seu. – Ele então se aproximou mais,  roçou os lábios vagarosamente na parte frontal da peça. – Meu altruísmo está fora de estoque agora.

Ela arqueou as costas lentamente para cima, como se quisesse que ele prosseguisse com urgência; num suspiro alto, um riso semi-contido, o olhar o respondendo com ansiedade.

— Te garanto que não estou sofrendo nenhum pouco agora. - A voz dela saía rouca e inconstante, um sorriso de canto, malicioso preenchia seus  lábios.

Aprendia cada vez mais com ele.

 


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Notas finais do capítulo

Essa Sakura-chan, sempre dedicada...kkk
Espero que tenham gostado e que o feriado tenha sido um pouco menos entediante.
Comentários são bem-vindos!
Grande tchauzinho de longe a todos e boa semana!
#ficaemcasa#lavaessamãodireito



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