Sua Única Opção 2 - O namoro escrita por NatynhaNachan


Capítulo 9
Capítulo 9 : Gripe, Repouso e Ronronados


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, pessoal que acompanha!
Nesta parte nossa querida organizadora de festas terá que superar um gripe daquelas! Adivinha quem vai ser o mais que prestativo enfermeiro de plantão?

Divirtam-se!



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— Aaaatchim! – Sakura coçava seu nariz sob a máscara de proteção verde, mais uma vez. Sentia quente o seu nariz, já vermelho. – Ai que droga, esse antigripal tá lerdo demais pro meu gosto! – Mexia em suas gavetas, procurando a cartela de comprimidos, tossindo.

— Sakura-chan? – Nakuro bateu na porta e logo entrou. – Porque insiste em não ir embora? Já disse que Tomoyo e eu damos conta, estamos só a duas horas de fechar e todos os eventos estão encaminhados e longe de acontecer... Se você ficar aqui muito tempo, encasulando esse vírus , a empresa vai parar, porque Tomoyo e eu também vamos ficar em situação imprestável. – Ela deu um passo atrás e cruzou os braços.

— Nakuru tem razão - Tomoyo surgiu nas costas da secretária, uma xícara de chá em mãos. – Aqui, toma algo quente pra ajudar. – A morena entregou a caneca de cerâmica rosa nas mãos da prima. – Você está aumentando o ritmo dessa tosse ao longo do dia, Sakura, nós percebemos. – O olhar das amigas era de preocupação.

— Eu vou ficar bem, meninas, não é nada de...Aaaatchim! – Ela repousou a caneca em sua mesa após sorver um longo gole, preocupada em se equilibrar. – Hã...Acho melhor eu descansar um pouco. – Seus olhos lacrimejavam, ela levantava devagar de sua cadeira, pegando sua bolsa. – Desculpa meninas, vou ter que ir mesmo, vocês tem razão... A gente se vê ou se fala, não sei. – Ela sorriu por debaixo da máscara novamente recolocada, enrolando um cachecol no pescoço.

— Sakura, vai a pé, no vento gelado? – Nakuru a seguiu , apavorada. – Espera um pouco, já sua carona chega. – A voz da secretária decresceu alguns notáveis decibéis. Sakura virou pra trás, curiosa. – Eu...avisei o Syaoran, gomen chefa. – A cabeça da cunhada já mirava o chão, subserviente.

— Ah, eu que dei a ideia, não desconta nela, Sakura. – Tomoyo passou pelas duas e se apoiou no ombro da prima. – Foi necessário , caso você não cedesse, só ele iria conseguir te convencer. – Tomoyo esperava a resposta da moça, ainda sem reação aparente.

— Ah..obrigada meninas. – Sakura se deixou cair na poltrona da recepção, visivelmente cansada. – Vocês me ajudaram bastante...  – Sua bolsa pendeu e sua cabeça se apoiou no encosto.

As outras amigas se olharam, preocupadas. Tomoyo testou a temperatura da testa da moça; estava começando a esquentar.

Após menos de dez minutos a porta da agência se abriu, um furacão de terno cinza e sobretudo preto se dirigiu à poltrona onde , agora, Sakura cochilava.

— A temperatura dela está aumentando, Li-san – Nakuru o ajudava com a bolsa dela.

— Não a deixe sozinha a nenhum momento, Li-kun, por favor. – Tomoyo os acompanhou até o carro, ajudando o rapaz a repousá-la no banco do carona.

— Fique sossegada Tomoyo. Ela vai passar uns dias no meu apartamento. – Ele fechou a porta dela, dando a volta, acenando para Tomoyo e Nakuru e entrando no carro.

Fechou sua porta e se virou para trás ; colocou sua mão na testa da japonesa.

— Teimosia de não querer parar de trabalhar nem para ir ao médico. – Ele se virou para frente, a encarando pelo espelho retrovisor e colocou o cinto.

Foi sem demora que chegaram ao prédio dela; foram para o apartamento novo e mobiliado do rapaz.

Havia conseguido carrega-la em seu colo , pegou o elevador vazio, sem movimento nos corredores.

— Ah, que bom já encontra-lo aqui, doutor. – Syaoran passou-lhe a chave para que o senhor abrisse a porta e ele entrasse, ainda carregando atenciosamente uma Sakura quase em posição fetal em seus braços.

— Não por isso, Li-sama, estou aqui para ajuda-lo. – Ambos entraram. O médico fechando a porta e o Li colocando sua namorada no amplo sofá bege.

Syaoran havia chamado um médico particular e marcado de encontrá-lo em seu apartamento antes de ir buscar Sakura.

— Vejamos então. – O médico retirou a máscara da face dela, assim como o cachecol. – A temperatura está aumentando, precisaremos de um anti-térmico logo, posso te deixar essa amostra para não perdermos tempo. – Abriu sua maleta preta, que agora repousava no chão, pegando uma pequena lanterna e o estetoscópio logo a seguir.

Abriu sua boca, examinou sua garganta e auscultou sua respiração.

— Uma bela gripe. – Ele começou a tirar um bloco de receitas e anotava a prescrição. – Anti -térmico a cada 8 horas e este xarope a cada 6 horas. Em cerca de 3 dias ela deve melhorar. – Ele destacou a folha e entregou ao chinês, que permanecia acariciando os cabelos de sua semi-ruiva. – Faça-a comer bem, caldos fortes, frutas e chás. Ficará nova em folha depois de um belo repouso .

Os dois apertaram as mãos.

— Muito obrigado. Foi de grande ajuda. Até mais ver. – Syaoran o levou até a porta, pagou uma quantia e se fechou ao ve-lo sair.

Voltou-se a sua sala, pegou o telefone e pediu à farmácia mais próxima que entregasse os medicamentos prescritos.

—______________________________________________________________________________________________

Após pouco tempo o rapaz já estava cozinhando uma das receitas de sua mãe  - uma sopa milagrosa, como a própria Yelan dizia -  enquanto a observava atentamente dormir como um anjo no sofá, coberta por um de seus edredons, um lenço verde molhado em sua testa.

Foi aos poucos que a moça abriu devagar seus olhos, ainda deitada. Olhou o teto, se virou e viu o hack da televisão, o tapete felpudo marrom, as cortinas brancas fechando a ampla janela da sala e finalmente vislumbrou um cozinheiro a encarando ao mesmo tempo que repousava brevemente uma colher em sua mão e experimentava o tempero.

— S-Syaoran? – A voz dela soou fraca. – Faz tempo que estou aqui no seu sofá? – Ela retirou delicadamente o lenço da testa, colocando-o em seu colo.

— Algo em torno de meia hora. – Ele desligou o fogo, deixou a colher na bancada e quase num piscar de olhos sentou-se ao lado dela, colocando sua mão em sua fronte. – A febre não cedeu muito, mas não subiu. O anti-térmico deve estar começando a agir.- Ele arrumava suas almofadas e travesseiros, para deixa-la mais confortável. - Tive que faze-la engolir o comprimido com àgua, você se engasgou um pouco, uum tempinho atrás. – A moça o encarou , os olhos confusos. – Não lembra?

—Não mesmo. – Ela tentou se sentar, mas ele não permitiu.

— Não se mexa. Já te trago uma sopa e depois te ajudo com um bom banho . – Ele arrumou novamente o edredom e beijou a testa dela.

— Você com esses banhos, sei... – Ela não evitou um fraco sorriso malicioso.

— Dessa vez é só um banho , mesmo, minha cereja . – Ele piscou e retornou à cozinha, acabando de observar como andava seu caldo.

Ela cochilou por mais 15 minutos e acordou com ele retirando um termômetro debaixo de seu braço.

— Ah, parece que um elefante me pisoteou toda. – Sakura acabava de acordar lentamente, Syaoran examinando o termômetro. – Como está a temperatura?

— Caindo, devagar . – Ele chacoalhava o instrumento vigorosamente. – Mas este caldo vai ajudar. Pode ir se servindo, vou pegar minha tigela ali na bancada. – Ele se levantou, ligou a tv e partiu para a cozinha. – Se não me engano vai passar de novo aquele filme que você adora do bruxo inglês, do mundo mágico e tudo mais. – Ele girou os olhos para o teto levemente. - Pode colocar pra vermos.

Sakura sorriu minimamente, já sabia bons detalhes sobre si mesma, que ela nem desconfiava.

— Oba! – Ela achou o canal e se concentrou em não derrubar a tigela de caldo, já quase morno, em cima da almofada do sofá do namorado. – Muito obrigada pela dica. – Ela olhou para trás e sorriu como conseguia, o encontrando sorrindo para ela, já caminhando para seu lado.

— Ah, não sei como você não se cansa de ver filme repetido, meu amor. – Syaoran depositou uma vasilha de torradas no meio dos dois. – Não que eu ligue, mas ... – Ele se ocupou em mergulhar sua torrada no caldo.

— Hm.. – Sakura acabava de saborear uma colher do líquido. – Quando eu gosto de algo, vicio. – Ela ergueu os ombros, indefesa. – Acontece, não? – Ela o olhou inocentemente, ele retribuiu o olhar com um brilho significativo em suas próprias íris. – Uma delícia esssa sopa, Syaoran...- Mal olhava a televisão, tamanha fome. – Ainda bem que posso contar com sua ajuda na cozinha.

— Ajuda? – Ele ergueu de leve uma sobrancelha cômica. – Só ajuda?

— Ajuda, competência, 100% da tarefa feita, detalhes técnicos. – Ela inclinou a cabeça para o lado, intrigada com algo no corredor do quarto do rapaz. – Syao, o que é...?

Uma bolinha branca passeava pelo corredor...

— Termine sua sopa, depois eu te mostro direito . – Ele a fez se concentrar em seu jantar. – Como você se sente?

— Fraca, mas com fome. – Ela se endireitou e pegou uma torrada, ainda olhando para o corredor. – Minha garganta não está lá essas coisas, mas estou conseguindo, devagar.

— Ótimo. – Ele se pôs a observá-la discretamente.

Estava tossindo de vez em quando, transpirando levemente , afastando o edredom de si mesma ; sinais de alguma melhora.

— Li Xiao Lang me observa... – Ela ainda olhava a tv e o corredor, se voltando vagarosamente para ele. – Juro que estou melhorando, não precisa se preocupar.- Ela soltou a colher na borda da tigela, afagando a mão dele, de longe.

Ele sabia o que se passava na cabeça dela: não queria ser um fardo e não queria, absolutamente, passar mais do que aquela noite em sua casa. Nem passava por sua mente ficar fora de seu trabalho por dias inteiros.

— Não deve se preocupar, em absoluto...Vou cuidar direitinho de você pelo tempo que precisar. – Ele se aproximou, deixou a tigela no chão ao lado do sofá, passou seu braço por trás das costas da moça, seu olhar desafiando o dela a se rebelar. – Sou o rei do home office. – E lustrou suas unhas em sua camiseta, orgulhoso.

Realmente havia percebido suas íris verdes surpresas, suas pupilas dilatando, a respiração irregular...Mas logo notou que os olhos dela só buscaram discórdia nos dele por menos de 5 segundos. Logo seu olhar se apaziguou e se abriu, num delicado semblante relaxado.

— Não vou discutir, senhor persuasão, porque sei que é inútil. – Ela respirou fundo e se recostou no sofá. – Amo sua teimosia, sabia? – Ela estendeu a mão, prestes a tocá-lo novamente, agora em sua retraiu o gesto, o rosto severo – Não .

— Hã? – Ele buscou sua mão e a pegou para si, meio sem consentimento. – Porque isso agora?

— Olha meu estado! – Ela se recolheu a um canto do sofá, puxou o edredom para si, se encolhendo num casulo. – Não quero você pegando essa coisa horrível. – E cobriu a cabeça, como se virasse um monstro verde.

Ele riu baixo, de boca fechada.

Numa lufada de vento ela percebeu o edredom já repousando no chão, amontoado próximo à tigela dele; o chinês já havia se aproximado o suficiente para fazer com que  seu perfume fosse notado por ela; os dedos dele deslizavam por seu cabelo,levemente.

— Quase um ano e você já está me vendo em um dos mais desfavoráveis estados em que o ser humano pode se encontrar. – Ela sorriu sem graça, bufando em desânimo.

— Isso aconteceria mais cedo ou mais tarde, faz parte da vida – Ele massageava um dos ombros dela. – Pare de se preocupar à toa.

— Tá, foi um comentário fútil de minha parte. – Ela fechou os olhos, aproveitando as habilidades do namorado em faze-la relaxar.

 Ele beijou sua testa e se endireitou para levar as tigelas para a cozinha.

MIUU. MIUUUU.

Uma bolota de pelos branca lutava com as garras para ganhar de um edredom verde inerte no chão.

— Hoeeeeeeeeeee? – Sakura caiu de joelhos no tapete fofo, braços estendidos. – Você...? – Os olhos dela transbordavam incredulidade.

— Acabou com a surpresa, Kero. – Syaoran se abaixou, pegando o gato e o entregando à ela. – Eu vi como você adora animais, e consegui ir até aquela feira de adoção. – Ele observava a moça brincando com o bichano. – Acho que não preciso perguntar se você gostou. – Ele sorria de orelha a orelha.

A moça demorou meio minuto pra responder.

— Claro que eu gostei! – Sakura provocava o gato, cutucando o edredom para que o animal o pegasse. – Amei!Obrigada, meu amor. – Ela o beijou calidamente na face.

— Vou deixar vocês se conhecerem, enquanto vou tomar um banho. – Ele se levantou, recolheu as tigelas e o edredom. – Você vai logo depois. – Ele afagou cabeça da namorada e saiu para a cozinha.

—_________________________________________________________________________________________________________

Acabava de secar os cabelos após o banho quente, e vestia um largo pijama de flanela grená, de gola em V. Afinal, não havia trazido suas roupas e improvisou com os largos números do chinês musculoso.

A japonesa ouvia o som da tv, via as costas do pijama de seda azul-marinho dele...Não deixou de suspirar de um modo tenso. Não conseguia ainda se acostumar totalmente à irresistibilidade de seu amado; na verdade chegava a achar às beiras do ridículo seu coração dar solavancos tão violentos, mesmo beirando seu primeiro ano ao lado dele.

MIIIUU.

Kero havia saído detrás do sofá e corrido para os pés da nova dona.

— Oi meu amooor! – A voz começava a voltar a seu tom normal ainda levemente rouca, enquanto ela se abaixava para recepcionar seu amigo peludo. – Sentiu minha falta?

O gatinho ronronava enquanto se esfregava no rosto dela, a fazendo rir  enquanto se dirigia para se sentar ao lado do namorado.

— Ei, eu aqui, senti! – Syaoran levantou uma mão no ar, se virando para a dupla. - Será que eu arrumei um competidor? – Ele sentou a moça em seu colo. Ele a segurava pela cintura, beijando suas costas. – Minha cheirosa e convalescente namorada.

Ela se virou para ele e beijou demoradamente o canto de seus lábios. Ele estreitou o olhar, claramente contrariado, lábios apertados e descontentes.

— Eu sei que você não liga, mas tenho o direito de também querer cuidar pra que você não fique doente. – Ela acariciava as mechas chocolate rebeldes dele.

Em mais um dos momentos em que seus olhos se devoravam , Kero escalava as costas de Syaoran, que não evitou o riso quando suas pequenas garras passaram por seu pescoço.

— Ah, ele acertou bem seu ponto fraco. – Sakura riu e pegou o gato, o acariciando.

Syaoran a olhou firme por um instante; passou a beijar a linha de seu queixo, indo para seu pescoço, bem superficialmente. Se obrigou a parar, num suspiro frustrado, colocando os cabelos para trás.

 – Vamos ronronar na cama, minha persa de olhos menta, você está mais do que precisando de repouso .  – Ele esperou que ela soltasse o bichano no sofá, para colocá-la agarrada em suas costas, a carregando para seu quarto com uma bolinha de pelos ao encalço do casal.


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Notas finais do capítulo

Desculpa se o capítulo foi meio curto, porém achei produtivo, rsrs.
Até a próxima!



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