Sua Única Opção 2 - O namoro escrita por NatynhaNachan


Capítulo 7
C7: Confusão


Notas iniciais do capítulo

Agora o que é a vida sem conflitos, obstáculos e argumentos? Vejamos esse episódio de conflito com o nosso sempre aiaiai Yukito!
Boa leitura!



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— Então, passaram bem a noite, prima? – Tomoyo ladeava Sakura rumo ao spa. – Eriol disse que vocês estavam no maior clima quando se retirou comigo para o nosso quarto..E aí? – O brilho curioso no olhar de Tomoyo perturbava Sakura.

— E aí o que Tomoyo? – Ambas já retiravam os chinelos para adentrar o chique salão de spa, recebendo seus roupões e se dirigindo a um vestiário interno para deixar sues pertences.

— Preciso ser explícita e perguntar se vocês...Se divertiram ? – Tomoyo acabou de amarrar seu roupão às pressas – Não me mate de curiosidade, por favor – Tomoyo quase chacoalhou uma Sakura um tanto quieta pelos ombros.

— Meu Deus, Tomoyo, eu hein. – Sakura se endireitou e acabou de vestir o próprio roupão. – Quanta curiosidade pelos meus assuntos íntimos ;isso não é algo a ser discutido assim tão abertamente, na minha opinião – A ruiva amarrou seus cabelos, respirando fundo.

— Uau! O que será que pode ter acontecido de tão constrangedor assim, posso saber? – Tomoyo olhou para a prima e a puxou delicadamente pelo braço. – Vocês tem gostos esquisitos envolvendo lhamas, ou algo assim?

Sakura encarou a prima de cima a baixo.

— Seu cérebro pode mesmo ir pra lugares aterradores, prima. Credo. - Sakura a empurrou sala de massagens adentro. – Talvez mais tarde , Tomoyo; comporte-se. – E deu um sorriso simpático à atendente que começava a aborda-las.

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Com as garotas tendo seu spa, os rapazes decidiram pegar a van que o ryokan oferecia para um passeio até um parque nas proximidades, que possuía trilha e rapel. Syaoran e Eriol já haviam feito algo parecido em seus tempos como colegas de faculdade, e decidiram topar.

— Então, tiveram uma boa noite ontem? – Eriol amarrava sua corda após ter concluído a descida do rapel ao lado de Syaoran. – Pareciam muito próximos na hora em que levei Tomoyo para nosso apartamento. – Ele ajeitou a armação dos óculos de modo a lançar um olhar malicioso para o amigo.

—  Fizemos nossa noite ser muito boa, Eriol. – Syaoran começava a pegar a trilha de volta caminhando logo atrás do amigo. – Creio que foi a primeira vez dela dormindo fora comigo . – Syaoran falava com um brilho sonhador no olhar.

— Que bom . – Eriol tomava cuidado onde pisava e olhava para trás esporadicamente para conversar com o amigo. – Assim você para de subir pelas paredes no trabalho por pelo menos uma semana agora.

— Por esses e outros comentários que você acaba levando algumas desvantagens com papeladas burocráticas durante a semana. – Syaoran ajeitava sua corda de rapel em seu ombro – Querer falar da vida íntima do seu superior não é nada inteligente ...- Syaoran piscou comicamente para o inglês.

— Pelo jeito você está esquecendo que também sou seu amigo , mas entendo sua postura. – Eriol deu dois leves tapinhas de simpatia no ombro do rapaz. – Mais tarde verificou com Tomoyo. – Um meio sorriso maligno preencheu a face de Eriol enquanto Syaoran simplesmente balançava a cabeça negativamente, em tom reprovador.

O almoço foi entre casais, na área comunal de refeições do ryokan.

Todas as conversas amenas deram lugar a uma relaxante sonolência vespertina, quando já se encontravam no tanque com peixes que possuíam a habilidade de retirar células mortas dos pés de quem se aventurasse ali.

— Ai, Tomoyo, você me convence de cada coisa...- Sakura se empoleirou em cima do braço da prima ao sentir os peixes levemente mordiscando seus calcanhares. – Onde já se viu spa pros pés com peixes? – Ela fechava os olhos, aflita e dava pulinhos sentada.

— Prima, por favor, pula no Syaoran-kun aí desse seu outro lado, não te aguento aqui, não. – Tomoyo sorriu ,gentil. – E então Eriol, diz pra Sakura que minha ideia foi ótima. – Ela encarou o namorado, ansiosa.

Eriol estava enrijecido em seu lugar, mãos cravadas na borda do tanque, olhos semi-arregalados.

— Acho que ele está no time da Sakura, Tomoyo. – Syaoran segurava com seu firme braço a namorada jogando seu peso em cima dele, ainda de olhos fechados. – Eu estou achando uma experiência relaxante e exótica, obrigado pela sugestão. – Ele sorriu para a prima da namorada, que piscou animada para ele.

— Muito obrigada Syaoran-kun, esses covardões aqui precisavam pensar mais como você. – Tomoyo chacoalhava delicadamente seus pés agora.

— Covarde ? – Sakura se endireitou e fulminou a prima com o olhar. – Isso aqui é tortura! Você não está sentindo seu pé ser mordiscado sem parar por peixes? Como isso pode ser agradável? – Sakura alteou a voz, se esquecendo momentaneamente de sua aflição.

— Calma. – Syaoran buscou o olhar dela. – Pensa que isso é algo divertido,respira fundo. – Ele acariciou as costas dela em movimentos circulares e a seguir puxou ela para seu colo, circundando a cintura dela com seus braços. – Estamos alimentando peixes que já fazem isso normalmente na natureza, não há nada errado aqui. – A suavidade da voz dele parecia ter ganhado os ouvidos dela. – E ainda por cima você está se livrando de peles desnecessárias de qualquer modo; é quase uma mini massagem , sente?

Sakura fechou os olhos e tentou mentalizar o que o rapaz havia lhe dito; isso a confortou eficazmente, estava calma agora.

Tomoyo, notando a cena , simplesmente fez um sinal de jóia para Syaoran, que sorriu de volta, apontando Eriol, ainda tenso na borda.

Mais alguns minutos e foram para o chá da tarde em outra dependência, menor do ryokan; os rapazes decidiram ficar na piscina termal enquanto as meninas estavam apreciando biscoitos de gengibre protegidas por suas saídas de banho e óculos de sol.

Tomoyo sorriu os rapazes, abanou um tchauzinho para Eriol ao fundo e se voltou para Sakura.

— Te prometo que, se não me der nenhum detalhe sórdido do que fizeram naqueles futons ontem vou ficar magoada. – Tomoyo sorveu um gole de seu suco de abacaxi, suspirou dramaticamente fundo.

 – Chega disso Tomoyo, não seja indiscreta - Sakura se levantou, retirou sua saída de praia e ficou em seu biquini pink com bolinhas brancas . Se voltou num semi-cochicho para  a prima –E quem disse que foi só nos futons?

Saiu andando rapidamente e entrou na piscina aos poucos, com Syaoran indo a seu encontro.

Tomoyo em seu maiô azul marinho com listras verticais acinzentadas, veio logo atrás, amparada por Eriol , adentrando a piscina natural com fundo de cascalho  namorados se encontrava.

— Já nos deixaram esperar demais, mesmo. –Eriol abraçou Tomoyo, que afundou o corpo ao lado dele e logo submergiu novamente, se refrescando. – O que tanto vocês conversavam, podemos  saber? – Eriol pôs seus óculos para trás e ergueu uma sobrancelha para o lado de Sakura.

A japonesa de olhar menta acabava de se colocar ao lado de Syaoran, lentamente, sentindo a água um pouco gelada demais para seu gosto.

— Não, foi assunto de mulher, seu intrometido. – Sakura cerrou os dentes para a resposta atravessada, mais pelo frio do que por qualquer outra coisa.

Syaoran tentou ajuda-la, fazendo-a correr dentro d'água, para esquentar.

— Quando sentir mais coragem, entra de cabeça; logo você se ambienta à temperatura. – Ele se apoiou na borda da piscina, observando o corpo dela e esquentando internamente seu próprio corpo pelas lembranças da noite anterior. – Se estivesse de maiô aconselharia nadar um pouco, mas de biquini você não vai  poder  arriscar. – Ele a acompanhava não tão de perto.

— De repente eu até posso. – Ela o olhou desafiadora e , de súbito, tropeçou numa pedra, indo rapidamente de encontro à borda da piscina.

 Foi amparada por um par de braços bem na hora em que necessitava.

— Ainda bem que o calor me perturbou o suficiente para estar aqui para você agora, Sakura. – Yukito a ajudou ficar em pé com cuidado, colocando um dos braços dela atrás de suas costas , a sustentando. – Está machucada?

— Acho que tropecei numa pedra com um pouco de lodo e torci o tornozelo...Obrigada Yukito, foi meu anjo da guarda agora. – Ela sorriu gentil, em meio à expressões de dor.

Syaoran já se encontrava do outro lado dela, também a apoiando; ambos à levaram para sentar na beira da piscina; Eriol e Tomoyo acompanhavam de perto.

— Obrigado pela ajuda, Yukito-san. – Syaoran teve que dar o braço a torcer, apesar de ainda não conseguir ser tão afável. Voltou totalmente sua atenção para a namorada. – Tornozelo esquerdo? – Ele se dirigiu para o lado esquerdo dela, se agachando na agua novamente, a sunga modelo shorts na cor verde escura à mostra. – Consegue mexer um pouco?

Ela somente fechou os olhos, com medo de tentar; tentou começar a girar e parou instantaneamente , fechando os olhos e sibilando alto de dor.

— Ok, deveríamos leva-la para a enfermaria , não? – Tomoyo se adiantou, meneando a cabeça para Yukito brevemente;  Eriol imitou o gesto e foi atrás da namorada.

Yukito observava de perto.   

— Posso te levar. – Syaoran virou-se de costas para ela e se abaixou, esperando que ela se aproximasse.- Depois cobro uma taxa de delivery amigável. - Ela sorriu de leve e montou em sua carona de bom grado.

 

Já com o tornozelo devidamente imobilizado, Sakura e todos os paticipantes do episódio da piscina, incluindo Yukito, se encontraram no jantar temático havaiano em uma área do ryokan que tinha uma miniatura de praia artificial.

Os hóspedes se aglomeravam perto da mesa do buffet e ao lado de fogueiras, tudo com som ambiente de luau.

— Boa noite a todos. – Yukito se aproximou da mesa dos casais, meneando a cabeça respeitosamente para os presentes. - E como está você Sakura?  – Yukito tomou a mão dela delicadamente, a encarando nos olhos, uma preocupação um pouco exagerada transparecia.

Syaoran girou os olhos para cima rapidamente, como se pedisse aos céus paciência para não fazer disso um motivo para briga.

Eriol e Tomoyo se entreolharam, observando as reações de Syaoran, e acharam certa graça.Conversaram exclusivamente entre si.

— Acho que nunca vi o ânimo de Syaoran-kun alterado antes. – Tomoyo se arrumava em sua cadeira; usava um vestido amarelo com flores roxas que ia até um pouco antes dos joelhos. – Será que tem algum perigo?

— Eu nunca vi ele assim antes, Tomoyo. – Eriol segurava uma de suas pernas em cima da outra, tomando um gole de sua água de coco. – Vai ser interessante observar até onde o ciúme dele pode chegar. – Ele ajeitou sua camisa azul marinho florida em verde , um meio sorriso observador.

 - Já estou bem melhor, não precisa se preocupar. – Um sorriso polido ocupou a face da japonesa, que usava um vestido sem mangas que ia até os joelhos vermelho com flores alaranjadas. – E mais uma vez, obrigada por ter me segurado, Yukito. – Ela afagou a mão dele que ainda estava em contato com a mão dele bem de leve, se soltando em seguida. – Agora tenho um enfermeiro pessoal extremamente competente. – Ela se virou para o lado e acariciou o braço do namorado, que estava com uma camisa azul clara, estampada com flores brancas. – E rígido também, não posso exagerar em nada. – Ela levantou os ombros, incapaz, sorrindo para o chinês.

— É uma pena, gostaria de tira-la para dançar, caso Syaoran-san não se incomodasse, claro. – Um sorriso perspicaz pousou no rosto do alto rapaz, que prestava atenção no rosto do interlocutor chinês.

— Bom, eu definitivamente não decido a vida dela – Syaoran mantinha uma de sua mãos entrelaçada com uma das mãos dela, a beijando audivelmente. – Só desaconselho por me preocupar com a sua condição atual. – Nesse ponto a batalha era de olhares.

— Ah, não sabia que era ortopedista nem nada do gênero. – Yukito cruzou displicentemente seu braços. – Achei que dono de empresa era título mais do que suficiente, mas pelo visto me enganei. – Um riso abafado pairou no rosto do rapaz .

— Minha sapiência vem da atividade física constante, de muitas torcidas de tornozelo praticando artes marciais. Não tenho estudos na área médica. – Syaoran se endireitou em seu lugar. – É só muito conhecimento de causa e cautela. – Ele encarou o interlocutor como se o desafiasse a dizer palavra.

Um silêncio tenso se fez presente.

— Bom, sempre temos os drinks, não? – Eriol agora ostentava um copo de bebida alcoólica colorida. – Recomendo muito este aqui; quem sabe aliviamos as tensões e permanecemos amigáveis?

— Obrigada pela oferta Eriol-san, porém acho que devo me retirar; não gosto de fazer ninguém se sentir ameaçado. – Yukito tinha um ar de superioridade , seu rosto marcado por um riso de desprezo. – Pelo jeito empresas e finanças não são uma fórmula infalível para auto-confiança. – Acertou a armação dos óculos no rosto, triunfante.

Sakura assistia Yukito dizer isso boquiaberta; nunca havia ouvido nada nem próximo ao que ele estava falando agora. Muito menos reconhecia sua postura arrogante. Confusão e decepção brincavam com o cérebro dela.

Não se conteve.

— Sinceramente não entendi ainda qual o seu problema, Yukito. – Sakura acabou se colocando de pé, vagarosamente, na frente dele. – Essa sua conversa está cada vez mais incompreensível. – Ela apoiou uma de suas mãos na mesa, colocando a outra na cintura, pronta para ouvir o que ele tinha a falar.

— E você nem desconfia o porque de tudo isso, mesmo? – Yukito deu um passo a frente, mais próximo a ela; próximo demais. – Não mesmo?  - Ele levou uma das mãos para uma carícia na lateral do rosto dela, que recuou, numa expressão de incredulidade. – Eu queria consertar um erro de mais de uma década. – Ele buscou e puxou uma mãos dela enquanto Sakura se encaminhava para mais um passo para trás.

Porém um Syaoran já atento à cena havia se colocado na frente de Yukito, de costas para Sakura.

— Linguagem corporal não é seu forte, certo? – Syaoran respirou fundo e mexeu nos cabelos, os levando para trás. – Uma moça se afastando de você não quer absolutamente nada com você. Está claro, Yukino-san? – A voz do chinês, que se apoiou na mesa para não partir para o ataque ao pálido rapaz se alteou um pouco nesse ponto.

— YukiTO. – O rapaz riu levemente, dando um notável passo para trás. – Pois o fato é que eu sempre serei a primeira paixão dela – Ele a olhou com um sorriso malicioso nesse ponto. - Podemos muito bem recuperar esse sentimento. – Ele a encarava como se fosse algo óbvio.

— Paixão meramente platônica. – A moça franziu a testa. - E não, não podemos já há mais de uma década – Sakura havia se adiantado, ambos os braços apoiados na cintura agora. – Não acho que sequer possamos ser amigos depois desse absurdo. Se puder sair do meu campo de visão daqui pra frente, vai ser melhor. – O olhar dela era de seriedade.

 – Espero que esteja tudo claro , Yukino. – Syaoran se aproximou dele, braços cruzados sobre o peito. - Não queira me encontrar num dia ruim e insatisfeito com qualquer notícia envolvendo você. – O cenho fechado de Syaoran fez a intimidação ganhar outro nível.

— Que assim seja. Tenham uma boa vida . – Se meneou ligeiramente a cabeça para todos, se demorando mais em Sakura; virou de costas e se encaminhou para fora do recinto sem qualquer tipo de tensão aparente.

Tomoyo e Eriol permaneciam um pouco atrás, ainda um tanto boquiabertos.

Syaoran levou Sakura pela mão até o assento anterior que ocupava.

— Isso foi um ataque verbal de primeira categoria. – Tomoyo mexia seu drink. –  Eu jamais imaginaria esse comportamento vindo de alguém antes tão calmo e gentil como ele sempre foi em nossa infância em Tomoeda. – Um suspiro e um olhar que acompanhou as costas do rapaz pontuaram a frase de Tomoyo.

— As pessoas mudam, meu bem. – Eriol buscou a mão da namorada. – Para o bem e para o mal; vai saber pelo que ele passou... – Uma sábia sobrancelha arqueada fez todos menearem a cabeça.

— Nada justificável para fisicamente tentar levar a namorada de alguém; e à força. – Syaoran se colocou em pé ao lado da namorada, já examinando o punho dela . – Ele estava prestes a deixar pelo menos um vergão . – Ele ainda olhava de perto o local, em seguida acariciando o local de leve, com cara de poucos amigos, olhando em volta.

Como se estivesse decidido a punir o autor da quase agressão.

— Calma Syao; tá tudo bem. Não faça besteira. – Ela o fez olhar novamente para seu rosto. – Eu também me irritei bastante com isso agora. Preciso falar com o Toya. – Sakura respirou fundo e roubou um selinho do chinês. – Obrigada.

— Bom, o clima ainda é de festa e a mesa de comida está muito atraente. – Eriol se levantou e acenou para Tomoyo. – Que tal nos servirmos e aproveitarmos nosso último jantar aqui? – O casal chamou Sakura e Syaoran para se juntarem a eles.


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Notas finais do capítulo

Estadia terminando ! Vamos acompanhar os desdobramentos com a rotina do nosso casal favorito logo menos.
Grande beijo e até o próximo capítulo!



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