VMHV - Vírus de Mutação Humana Vampiresca escrita por Bellaluna Creator


Capítulo 3
Guarda-costas


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos leitores! Cheguei com mais um cap. Sinceramente estou bastante ansiosa com as modificações, mas nem sei se irão notá-las. Espero que a história tenha ficado melhor e não pior...
Boa leitura!



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Alex já sabia que isso iria acontecer. Estava esperando por isso desde o momento que virou as costas para Selênia. Só não esperava que Roger fosse se prolongar tanto com a bronca. Duas horas... DUAS HORAS E MEIA foi o tempo que o velho levou gritando com ele. Alex mal prestou atenção ao que ele dizia, apenas balançava a cabeça concordando ou discordando conforme era preciso. Ele até compreendia a irritação do seu pai, mas achava que ele estava exagerando com toda aquela história de "...não existem muitos imunes por aí pra trabalhar conosco e você com sua imprudência poderia ter feito perdemos uma aliada importante... blá blá blá ...e se aquela garota decidisse virar as costas para o seu dever como parte de uma família que coopera com o DCII a anos... blá blá blá blá blá..." foram DUAS HORAS E MEIA disso.

Nessas horas Alex queria muito não ser um insolúvel. Sabe como uma voz exaltada irrita um ouvido aguçado??? MUITO! É um horror... Alex ainda sentia seu ouvido zumbir, e a dor de cabeça que tinha começado com quinze minutos de bronca estava provocando um latejar doloroso na sua nuca. Nem suprimindo sua capacidade auditiva ele tinha conseguido evitar que a voz de Roger penetrasse em seus ouvidos, terrivelmente aguda. É claro que o velho tinha feito de propósito, era sua punição por fazer as coisas por si mesmo sem falar nada com ele.

Porém Alex não estava nem um pouco arrependido pelo que tinha feito, afinal conseguiu descobrir coisas que não teria como saber só olhando a ficha da sua parceira. Pensar nisso o fez lembrar o que seu pai tinha dito depois da bronca, quando perguntou porque tinha lhe contado que teria uma nova parceira se eles só poderiam trabalhar juntos depois que ela completasse 18 anos, o que iria demorar bastante ainda. E Roger respondeu:

— No meio de toda essa confusão que você me aprontou eu quase esqueci. Temos suspeitas de que os Lich estão atrás dos imunes. Suspeitas de que eles querem os imunes fora da jogada, se é que me entende… — e nisso ele fez um gesto de decapitação com a mão no pescoço. — Para enfraquecer nossas forças. Você sabe que os imunes são uma parte muito importante nas nossas operações já que eles não têm como serem seduzidos pela tática mais usada pelos Lich. A de uma vida longa, transformado em vampiro. E também nosso contrato antigo entre insolúveis e não infectados exige que ambos trabalhem juntos em todas as áreas do DCI. O que só pode ser de fato cumprido com os imunes, porque fora eles um não infectado teria poucas chances enfrentando um insolúvel. Ainda por cima um insolúvel treinado, como os do Lich.

    — Ok — fez uma breve pausa e continuou. — Mas ainda não entendo o que tudo isso tem haver comigo.

— Calma — bufou Roger furioso. — Eu vou chegar lá — gesticulou com uma mão antes de levá-la a nuca e massagear ali como quem quer aliviar o estresse. — Há mais um motivo além dos que eu já te contei para você ter sido promovido a agente direto de campo — "Isso eu já percebi..." pensou Alex, mas resolveu não dizer nada, visto o quanto Roger estava irritado. Apenas esperou-o desembuchar logo o que tinha para dizer. — Bom... Os superiores do DCII decidiram que todos os agentes imunes, incluindo cadetes, terão um agente insolúvel designado para protegê-los 24 horas por dia até que a ameaça seja eliminada. Com apoio, é claro. Como Selênia é menor de idade, isso exigia um agente com idade aparente de colegial, para que pudesse acompanhá-la na escola. E como você é o melhor candidato com esse perfil, e já tinha sido indicado como possível parceiro dela... Juntamos o útil ao agradável e economizamos tempo e esforço. Duas bolas com uma tacada.

"Não..." dizia Alex mentalmente sem conseguir processar completamente as implicações do que tinha ouvido. Ou melhor, não querendo entender mesmo. "Não acredito que depois de ter feito duas faculdades eu vou ter que voltar ao segundo grau só pra cuidar de uma garota... Por favor Deus, me diz que isso não é verdade..." a última frase Alex balbuciou silenciosamente numa oração muda com os olhos fechados, esperando sinceramente que quando os abrisse apenas tivesse entendido mal. Mas quando os abriu, viu a cara de Roger de "Desculpa, mas é isso mesmo". Tudo o que pôde fazer foi se resignar com o fato. Mais uma vez fechou os olhos aceitando seu destino fatídico, respirou fundo e os abriu.

— Tudo bem... Por que só me contou isso agora? — massageou a lateral da testa tentando diminuir a dor de cabeça.

— Eu teria te contado antes se nos últimos dias quando te procurei você estivesse onde deveria estar e não perseguindo uma garota inocente por aí — "Inocente até que se prove o contrário" pensou Alex, ignorando o tom mordaz do velho, sem conseguir confiar completamente na menina, apesar dela não lhe ter dado nenhuma razão para tal. Não é que a achasse uma vilã ou coisa do tipo, só não conseguia mais confiar nas pessoas desde o acidente com seu ex-parceiro. "Acidente", é claro, está mais para um eufemismo, já que aquilo não tinha sido nem um pouco acidental. Mas, enfim, agora estava mantendo um pé atrás com todo mundo, exceto Roger.

Depois de ter conversado mais um pouco com seu pai, Alex estava no momento arrumando seu "material escolar". Nada além de um caderno velho que pouco tinha usado, e que mais parecia uma agenda, além de um estojo com caneta, lápis, apontador e borracha que tinham estado em sua escrivaninha. Seu notebook estava enterrado por ali numa cacofonia de documentos de operações, investigações, rascunhos de relatórios amassados e um monte de outras coisas relacionadas ao seu trabalho. Na parede, acima da escrivaninha, um quadro de cortiça com uma teia de investigação sobre um mapa. Em seu centro a foto do ex-parceiro de Alex com uma tachinha bem no meio da testa, representando o desejo dele de dar um tiro na cabeça do desgraçado. Desejo que constantemente lembrava a si mesmo, não podia realizar. Primeiro, porque o safado estava foragido e, segundo, porque ele tinha que pagar por seus crimes tintim por tintim na cadeia. A morte seria boa demais para aquele cretino.

Depois de arrumar o "material escolar", Alex catou uma mochila velha que ainda estava em bom estado em algum lugar da casa. Quando seus pertences já estavam devidamente guardados tomou um longo, looongo e refrescante banho, esperando que a água levasse embora suas frustrações. Vestido com um calção e camiseta de dormir, se jogou de costas na cama e apesar de suas preocupações com o dia seguinte — que como descobriu mais cedo, começaria seu trabalho de "guarda-costas" protegendo Selênia — adormeceu quase que instantaneamente.

Ao acordar para o colégio na manhã seguinte, Alex se preparou como se estivesse indo para uma batalha num velório. Roger disse que tinha verificado com a escola e não era problema Alex não ir com a camisa que é o uniforme de lá, nos primeiros dias, contanto que não usasse camisas estampadas, e seguisse as regras de vestimenta da escola.

Um: Calça jeans de cor azul, claro ou escuro — Alex pegou a mais escura que encontrou. Queria usar a preta, mas não podia.

Dois: Sapato fechado nas cores preto, branco, azul ou cinza — colocou seus coturnos pretos.

Três: sobre acessórios, nada extravagante — meteu uns óculos escuros na cara.

A parte superior do uniforme, que ele não tinha, substituiu por uma camisa preta lisa. Sua vontade era se vestir inteiramente de preto em sinal de luto pela sua maturidade desconsiderada. Chateado nem chegou a pentear direito o cabelo, só passou os dedos dando uma ajeitada mais ou menos. Por último, mas não menos importante, pegou seus equipamentos mais discretos. Três pares de facas finas de arremesso que ficavam escondidas em seus coturnos. Dois frascos de bomba de fumaça disfarçados de bombinhas de ar para asma. Um tipo de soco inglês em formato de cilindro que se usa na palma da mão fechada, disfarçado de chaveiro com figuras ao redor. Um garrote disfarçado como parte de um bracelete de couro preto que ele colocou no pulso esquerdo. Uma zarabatana desmontável disfarçada como um par de canetas pretas junto com pequenos dardos retardadores de vampiros (essência de alho) e alguns dardos de outros tipos escondidos em um compartimento nos saltos dos coturnos. Um ponto eletrônico criptografado conectado à central de apoio do DCII, disfarçado de fone sem fio. E mais algumas outras coisas.

Completamente preparado para eventualidades, Alex vestiu uma jaqueta jeans (o inverno tinha acabado de dar as caras) e jogou a mochila sobre os ombros antes de sair de casa depois do desjejum.

Teve que pegar um ônibus até o colégio. Nem ferrando que iria de carona com Roger para depois ser tachado de filhinho de papai. Essa humilhação ele não passaria outra vez depois de já ter feito duas faculdades. Não mesmo!

Quando enfim chegou no colégio foi que Alex percebeu seu erro em ter se deixado levar por seu mau humor. Vestido como estava as pessoas olhavam para ele tachando-o não de filhinho de papai, mas de badboy. Fechou os olhos brevemente ao entrar no corredor que o levaria a sala de aula e no pequeno instante que respirou fundo decidiu que estava pouco se lixando. Se o viam como badboy, então que seja, seria o badboy. Era até bom para seu disfarce. Já decidido, simplesmente se sentou na primeira carteira vazia que achou, cruzou os braços meio largado no assento e tratou de ignorar todos os alunos que estavam por ali batendo papo sobre as férias.

Selênia entrou na sala conversando com suas amigas Mila e Hana. Ela não reparou em Alex logo de cara. Só o percebeu quando visualizou de rabo de olho a "aura" escura que ele emanava vestido daquele jeito e com o semblante carregado. Nem acreditou que fosse mesmo ele, teve que dar uma segunda espiada com a visão periférica para ter certeza. Enquanto mirava-o com o canto dos olhos tentando verificar se sua mente não estava apenas lhe pregando peças, viu-o fazer sinais discretos com a mão que aparecia entre os braços cruzados. Os sinais diziam "me siga". Passado um tempo Alex se levantou e saiu da sala, perambulou um pouco pelo corredor dando uma olhada geral, localizando o bebedouro e o banheiro, sempre se mantendo à vista de quem saísse da sala. Apesar de ter sinalizado, não sabia se ela faria o que pediu. Uns minutos depois Selênia saiu e ele prosseguiu aliviado andando numa direção aleatória, sabendo que ela o seguiria discretamente. Avistou placas indicando a direção da biblioteca e foi para lá fingindo estar entediado e sem nada para fazer. Entrando olhou as estantes como se não quisesse nada e serpenteou por elas desinteressadamente. Parando em um dos corredores de livros fingiu ter achado algo de seu interesse. Puxou um livro da estante esquerda ao acaso e aparentou lê-lo. Selênia se juntou a ele pouco tempo depois andando pelas estantes de forma segura, como se estivesse procurando algo específico. Parou no corredor de estantes anterior ao que Alex estava e ficou passando os olhos pelos livros. Dando a entender que não tinha encontrado o que queria ali passou para onde Alex se encontrava. Continuou passando os olhos pelos livros de cima a baixo nas estantes e como se estivesse ruminando consigo mesma começou a falar.

— O que você está fazendo aqui? Voltou a me seguir? — seu tom baixo era quase sussurrante devido ao local em que se encontravam, mas suficientemente alto para ele escutá-la.

— Parece que não te disseram então — coçou o queixo ao responder vagamente, como se estivesse lendo para si mesmo algo do livro em suas mãos.

— O quê não me disseram? — a irritação estava começando a transparecer em sua voz demonstrando sua frustração com as respostas indiretas que ele dava a todas as suas perguntas. "É mania dele, ou está fazendo isso de implicância?" pensou.

— Eu estou aqui como seu guarda-costas, vou passar a ser mais próximo de você, então se alguém perguntar diga que somos primos distantes — tirou os olhos do livro por um instante dirigindo-os a uma parede distante e franziu os lábios em um sorriso desgostoso que zombava de si mesmo e sua sorte.

— Meu guarda-costas? Mas o que... — o sinal de início das aulas tocou cortando Selênia no meio da frase.

— Explico depois — respondeu a pergunta inacabada colocando o livro no lugar e saiu da biblioteca em seguida, deixando uma Selênia confusa para trás. Percebendo que tinha de voltar para a sala, ela partiu atrás dele, mas quando chegou no corredor Alex já tinha desaparecido. Sentiu-se o comissário Gordon quando o Batman desaparecia em meio a um diálogo.

Quando entrou na sala ele já estava sentado no mesmo lugar de antes com os braços cruzados novamente. Ela se sentou perto de suas amigas como sempre, no lugar que tinha deixado marcado com sua mochila antes de sair da sala. Fulminou-o discretamente pelas costas fazendo um pequeno muxoxo silencioso. As perguntas que queria fazer a ele só aumentavam ao invés de diminuir e ela teve que respirar fundo, para manter uma expressão rotineira. Passou a aula inteira mantendo-o em seu campo visual, quase com receio dele sair andando sem lhe dar respostas mais concretas como no dia anterior. Tinha conseguido uma única resposta direta dele e ela não fazia o menor sentido. A bolinha dolorida em sua orelha voltou a latejar.

A noite mal dormida que tinha passado com as perguntas do dia anterior girando em sua cabeça não era nada comparado a apreensão que estava sentindo com essa história de guarda-costas. Isso não podia significar coisa boa... Mas para cada cinco perguntas que tinha, Alex respondia metade de uma. Frus-tran-te! Selênia pegou-se mordiscando sua caneta repetidamente. Com certeza o faria explicar tudo direitinho assim que pudessem conversar a sós novamente. Nada de mais respostas indiretas hoje. Não senhor... Ou ela acabaria voando no pescoço dele "acidentalmente".

Perto da hora do intervalo do lanche, Selênia cautelosamente repetiu para Alex os mesmos sinais que ele tinha feito no início do dia. Minutos depois de ter sinalizado a campainha de intervalo tocou. Ela saiu com suas amigas, depois despistou-as dizendo que precisava passar na secretaria para verificar algo. Também disse para elas irem se adiantando na cantina e guardarem o lugar dela. A princípio realmente seguiu rumo a secretaria, depois mudou de direção quando não conseguia mais avistar suas amigas. Dando meia volta, passou ao lado do Alex e sem que ninguém reparasse entregou um papel escrito "Esse é meu número, vamos conversar por telefone" e abaixo o número do seu celular. Ele não olhou o papel nem deu indicação de que o tinha recebido, mas levou a mão que o segurava ao bolso da calça e guardou-o. Selênia seguiu de volta para a cantina, mas mal se sentou ao lado das amigas com sua bandeja de refeição, seu celular tocou. Levantando saiu do local para atender, com a desculpa silenciosa de que ali era barulhento demais.

— Alô? 

— Sou eu, Alex.

— Não me diga?! Achei que fosse um dos irritantes perseguidores do telemarketing oferecendo um novo plano de celular — ironizou.

— Você quer que eu responda suas perguntas ou prefere que eu desligue na sua cara? — seu mau humor transbordava em cada sílaba com o estresse de estar sendo obrigado a voltar ao ensino médio. Os colégios sempre deixaram Alex nervoso, fazendo aflorar seu lado mais genioso. Ele não tinha boas lembranças de sua época estudantil.

— Não, não! Nada de desligar. Desculpe. Sem mais gracinhas. Ok?! — disse Selênia refreando sua língua.

— Pergunte o que quer saber. Vou responder da melhor forma que puder — disse Alex num tom menos rude, tentando ser mais gentil. Sabia que estava exagerando em sua antipatia. Afinal não era culpa dela aquela situação.

— Está bem... Primeiro... Você é ou não meu futuro parceiro? Porque desde ontem estou querendo perguntar isso e essa história de guarda-costas só me deixou mais confusa.

— Sim, sou seu parceiro, o motivo disso tem haver comigo precisar estar aqui como seu guarda-costas.

— Tá, isso só está ficando mais confuso. Diz logo, que negócio é esse de guarda-costas? 

— Temos suspeitas de que os Lich estão atrás dos imunes, daí para sua proteção cá estou eu.

— Oook... E como isso se relaciona com você ser meu futuro parceiro?

— Fui selecionado como seu parceiro por ter sido escolhido como seu guarda-costas. Por ser o melhor agente dentre os que poderiam se disfarçar de colegial sem levantar suspeitas, acabei aqui e de quebra deixei de ser candidato, para ser oficialmente seu futuro parceiro. Apenas uma jogada bem planejada do DCII para que não tivessem o trabalho de achar outra pessoa para ser seu parceiro depois que um guarda-costas não fosse mais necessário.

— Beleza... — disse Selênia fechando os olhos e expirando profundamente, dando adeus a sua liberdade. Malditos Lich! Ela faria questão de os caçar com muito gosto, cada um deles, por fazerem com que não possa ir a lugar nenhum sem estar acompanhada. — Tá bem... Por agora vou deixar minhas outras perguntas para uma hora mais propícia. Você, venha até a cantina e se apresente como meu primo distante que eu não via há muito tempo. Diga que não falou nada antes porque ficou esperando que eu o reconhecesse — encerrou a ligação abruptamente, sem nem mesmo dar ao Alex a chance de recusar. Voltou para a cantina e se sentou novamente com suas amigas.

Alex passou a mão no rosto enquanto respirava fundo para suprimir os palavrões que passavam por sua cabeça após Selênia desligar na sua cara, sem mais nem menos e ainda por cima lhe dando ordens. "Pirralha…" pensou abismado. Bufou guardando o celular no bolso, resolvendo deixar para lá, pelo bem da missão. Minutos depois apareceu na cantina e se dirigiu a mesa em que Selênia estava.

— É... Desculpe interromper, mas… — dirigiu-se às meninas antes de se virar para Selênia. — … Selênia, você se lembra de mim?

— Não... — ela franziu a testa aparentando incerteza como se buscasse na memória de onde o conheceria.

— Sou seu primo, Alex. Lembra? — observou-a como se esperasse uma luz de reconhecimento em seu olhar.

— Alex... Alex... — ela murmurou baixinho fingindo tentar se lembrar. — Ahh... Aquele primo que veio passar duas semanas com a gente nas férias quando eu tinha uns 8 anos? — perguntou parecendo insegura.

— Esse mesmo! Poxa... Já estava achando que você tinha me esquecido completamente. Reconheci você logo de cara. Sabe, você cresceu bastante, mas seu rosto não mudou muita coisa — sentou-se à mesa com elas, demonstrando alívio.

— Bem, já você mudou muito. Pelo o que eu me lembro você era um garoto mirradinho — deu um sorrisinho malicioso, satisfeita em colocar defeitos em seu primo falso. Mas antes que Alex pudesse retrucar, Mila fez um som de pigarro na garganta. — Ah... É mesmo. Foi mal meninas. Alex, essas são minhas amigas, Emília e Hanami — Selênia apresentou-os seguindo o teatrinho deles enquanto ria internamente. Desde que Alex entrou na cantina suas amigas não tiraram os olhos dele. Chegava a ser engraçado pelo jeito como elas o estavam encarando. Como se ele fosse algum artista e elas fossem as suas fãs. Completamente encantadas por ele estar tão perto delas. Era até fofo. Elas pareciam crianças que tinham acabado de ganhar um doce.

— Muito prazer Alex, pode me chamar de Mila — uma delas apresentou-se estendendo a mão para ele apertar.

— Prazer — apertou a mão que lhe foi oferecida.

— Hana — a outra também se pronunciou, esticando o braço, quando ele se virou em sua direção.

— Prazer — repetiu apertando a mão desta também.

E se seguiu um papo paralelo de suas amigas com Alex, em que elas fizeram várias perguntas aleatórias a ele só para mantê-lo conversando com elas o máximo de tempo que conseguissem. Selênia até quis interromper aquele diálogo em alguns momentos. Mas ver os pequenos pedidos de ajuda que Alex mandava a ela com os olhos, querendo que o tirasse daquela situação a fez se sentir estranhamente satisfeita. Sentia-se sendo vingada por todo o estresse que ele tinha lhe causado até o momento. Então durante quase todo o tempo de intervalo se concentrou na comida fingindo não ouvir a conversa.


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Notas finais do capítulo

E aí? Perceberam as mudanças? Ficou bom? Ruim? O que acharam? Podem dizer com toda a liberdade. Seus comentários são o que me incentivam a continuar e melhorar.
Nos vemos no próximo capítulo, beijos!



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