VMHV - Vírus de Mutação Humana Vampiresca escrita por Bellaluna Creator


Capítulo 2
Perseguição


Notas iniciais do capítulo

*INPORTANTE*
Estou fazendo uma revisão profunda na história por isso apaguei os capítulos já postados, pois poderia deixar vocês, queridos leitores, confusos, quando começasse a postar os caps modificados.
Ainda mantenho o que falei ao recomeçar a postar a história no ano passado. Vou postar 1 cap, a cada duas ou três semanas.
Gostaria de pedir, que se puderem, releiam e comentem quanto as mudanças para que eu possa saber se está melhor ou se ainda precisa de mais modificações.

É isso, boa leitura!



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Aquele velho só podia estar maluco se achava que Alex iria aceitar numa boa trabalhar com uma pessoa desconhecida. É... Nem a pau Juvenal!

Depois daquele "incidente" infeliz com o traidor de bosta que tinham designado para trabalhar com ele, não mesmo que ele iria aceitar isso.

Tinham lhe entregue a ficha dela, claro. Mas só depois de muita insistência de sua parte, diga-se de passagem, com o Roger, seu pai adotivo. O qual lhe disse sobre ter um novo parceiro. De momento ele nem tinha acreditado, achou que estava sendo alvo de uma piadinha de mal gosto. Porquê, como podia ele estar sendo promovido, depois do grande fracasso que tinha sido a última missão a poucos meses atrás? E ainda por cima promovido a agente especial direto de campo, parte de uma das duplas principais de controle. O velho (seu pai) falou que os superiores não consideraram culpa dele o fracasso da missão, e que também, como ele ainda é o melhor agente em ascensão da sua faixa etária, — apesar do vexame recente — eles consideraram depois de uma longa deliberação, colocá-lo numa posição que aproveitasse melhor suas habilidades. E foi assim que acabou selecionado para fazer parte de uma das duplas diretas de controle. Quando enfim teve certeza de que não era uma brincadeira, perguntou quem seria seu parceiro, e seu pai não quis revelar, dizendo que no momento certo ele saberia. No entanto, depois de dois dias ininterruptos de pura e obstinada insistência de Alex, Roger enfim cedeu. Sabendo como seu filho é, Roger achou por bem dar-lhe logo a ficha, já que se não o fizesse ele arrumaria um jeito de obtê-la de uma forma ou de outra com os amigos dentro do DCII (Departamento de Controle de Insolúveis Infratores) uma subdivisão do DCI. Sendo o filho adotivo do melhor ex-agente de campo, Alex praticamente cresceu dentro do departamento, poucos eram os agentes da região que não o conheciam. 

Quanto a Roger, é literalmente um gênio. Suas estratégias, intuição e dedicação total ao DCII, levaram-no até o alto cargo em que se encontrava. Coronel, ou seja, comandante da unidade do DCII daquela região. Ele é responsável por todas as operações de qualquer tipo que o departamento implementa. Todos ali devem se reportar a ele. Relatórios, investigações, propostas, revisões, etc. Tudo, obrigatoriamente passa por Roger antes de ser levado aos oficiais superiores. E tudo que vem dos superiores passa por Roger antes de ser levado aos seus subordinados. Mas, as habilidades de Roger não se limitam a um escritório. Apesar de já não atuar mais em campo, ele ainda é considerado um combatente excepcional. Um dos melhores agentes de campo de sua geração. Poucos se igualam, e menos ainda o superam.  Alex cresceu sendo ensinado por esse homem brilhante, e se esforça muito para seguir o exemplo de seu pai e mentor. Não é algo fácil. Nem em sonhos Alex espera superá-lo algum dia. Se chegar a ser metade do homem que seu pai é, já ficaria muito satisfeito. Toda a sua energia é voltada para isso, por isso é o melhor agente da sua faixa etária. Ele se esforça duas vezes mais que qualquer um só para ouvir dizerem que só pode mesmo ser filho de Roger. Embora, de fato, não seja. Foi adotado aos 7 anos. Uma longa história... 

Voltando então ao presente, depois de ler a ficha, Alex achou estranho que seu parceiro fosse mulher. Geralmente uma dupla de controle era composta por membros do mesmo sexo. Uma precaução contra possíveis romances que poderiam prejudicar a equipe. Mas tudo bem, às vezes havia exceções. E é claro, nem sempre a precaução funcionava, já que existem pessoas que se apaixonam por outras do mesmo sexo, mas esses são casos raros e isolados quanto a duplas de controle. Contudo o que realmente o incomodava é que a ficha não dava as informações que realmente queria saber, e até das informações constatadas ali ele desconfiava. Já não acreditava mais piamente nos dados cedidos pelo DCII. Esse poderia ser um ótimo coletor de informações, mas deixava a desejar quanto ao caráter. Foi assim que não perceberam o erro que era deixar aquele imbecil traiçoeiro trabalhar como agente.

Argh! Só de lembrar como tinha confiado naquele projeto de ser humano, seu sangue esquentava de raiva. O cara claramente não tinha uma capacidade de raciocínio muito boa para o serviço, com aquela cara de tonto que deixava Alex inquieto. Apesar disso, Alex acreditou que ele poderia melhorar. Ignorou os avisos de seu subconsciente quanto às mudanças estranhas que vislumbrava brevemente em seu parceiro, em certos momentos. Achou que os alertas emitidos por seu cérebro não passavam de alarmes falsos de uma pessoa desacostumada a trabalhar em conjunto, já que toda a sua vida acadêmica foi em modo solo express, pulando séries do fundamental direto pro ensino médio. Onde, é claro, era o mais novo na classe, mas sempre entre os primeiros da turma. Isolado em uma bolha social por diferença de idade e inveja da rápida ascensão.

Runf! No final ele descobriu que o esgoto ambulante — que preferia nem lembrar o nome… —  estava apenas se fazendo de sonso. Que não era lerdo coisa nenhuma. Na verdade era muito esperto, passando informações confidenciais de missões aos maiores inimigos do DCII, os Lich. Um clã odioso de insolúveis que acredita serem criaturas do inferno, servidores de Satã. As coisas cruéis que já haviam feito em nome de seu senhor...

Alex balançou a cabeça vigorosamente e passou uma mão no cabelo tentando se livrar das imagens horríveis em sua mente. Já havia presenciado o que acontecia quando os agentes chegavam ao local tarde demais. Ele fechou os olhos e respirou fundo se concentrando no presente.

Por esse motivo estava ali agora. Espionando sua próxima parceira. Já fazia mais de três dias que a espiava secretamente e até aquele momento não havia descoberto nada de suspeito, mas nunca se sabe... Ele tinha se proposto segui-la por uma semana antes de decidir se era seguro confiar sua vida nas mãos dela. E mais do que isso a vida de outras pessoas, de outros agentes e das vítimas daqueles que eles iriam caçar.

Minutos atrás a viu entrar no banheiro de uma lanchonete, onde continuava até o presente momento. Sentado em uma mesa do lado de fora da lanchonete bebericando um suco de abacaxi com hortelã, — o primeiro que bateu os olhos no cardápio quando a garçonete perguntou o que queria — observava os amigos dela enquanto esperava para ver se ela retornaria ou não. Estava começando a achar que tinha sido descoberto e que ela tinha fugido quando a viu retornar do banheiro, e conversar com os amigos. Não conseguiu ouvir o bate-papo apesar de aguçar os ouvidos, por conta do barulho no local. Então viu-a se despedir dos amigos, e assim que sumiram de vista ela veio andando em sua direção. Surpreso, sentiu um arrepio involuntário na nuca, pensando que era provavelmente apenas coincidência, pois mesmo que tivesse sido descoberto, porque ela iria diretamente até ele? Não fazia sentido. Porém teve certeza de sua suspeita quando ela sentou na cadeira a sua frente e sorriu amavelmente. Um sorriso que não chegava aos olhos frios fixados nele. Alex xingou internamente enquanto por fora mantinha a postura descontraída.

Ela ficou sentada ali sem dizer nada por uns dois minutos enquanto ele levantava uma sobrancelha, bebericava o suco e abaixava o livro que fingiu ler, como que indagando o por quê dela estar ali e o que queria com ele. Ela se inclinou para frente e ele seguiu o exemplo. Ouviu-a dizer em tom ameno:

— Por que está me seguindo? — não havia crítica nem reprimenda em sua voz nem em seu olhar. Se alguém os visse pensaria que estavam apenas batendo um papo amigável. Mas ele sentiu nitidamente a implicação de perigo no tom escuro que os olhos dela ganharam brevemente ao fazer a pergunta. Estranhamente isso o tranquilizou com relação a maior parte de seus receios sobre ela. Claramente ela tinha total aptidão para trabalhar como agente do DCII. Ninguém que não fosse muito bem treinado teria percebido que estava sendo seguido por ele, mesmo ele não usando os métodos mais avançados e tecnológicos de espionagem, pois precisava de permissão oficial para pegar os equipamentos com o pessoal da área de vigilância e inteligência. E pessoas dissimuladas como o antigo parceiro dele jamais iriam encará-lo de frente daquela forma, ainda que soubessem estarem sendo seguidos. Estes simplesmente iriam tomar cuidado com suas ações mais que o normal. Ao perceber isso, Alex riu. Riu mesmo. Começou a rir descontroladamente, como se a garota tivesse dito algo muito engraçado. Ela, obviamente sem entender nada, ficou parada sem reação, confusa, vendo-o se contorcer de rir. 

Alex respirou fundo algumas vezes antes de conseguir se controlar o suficiente para falar alguma coisa.

— Desculpe… — foi a primeira coisa que conseguiu dizer, ainda sorrindo e secando uma lágrima de riso do canto de um dos olhos. O alívio repentino que sentiu com a atitude dela, tão anti-natural ao que estava acostumado, tinha desencadeado uma crise de riso incontrolável. Seu humor sombrio, ao fazer comparação entre seu ex-parceiro e sua futura parceira, achou o contraste entre eles muito engraçado. — Eu precisava saber — completou simplesmente, vendo-a com novos olhos. No mínimo era uma garota interessante.

Ela piscou ainda mais confusa e perguntou:

— Saber o quê?

— Que você não era como meu último parceiro — respondeu descontraído. Então naturalmente estendeu a mão. — Da água ao vinho. Escudo do sol. Espada das sombras — ao que ela automaticamente respondeu:

— Bebo e não me embriago. Espada e escudo apostos  — e apertou a mão dele como se cumprimentasse um conhecido. Ele sorriu brevemente e se levantou.

— Nos veremos de novo — disse antes de se virar e ir embora. Processando a informação lentamente, Selênia permaneceu sentada ali, meio estirada na cadeira com o guarda-sol da mesa lhe fazendo sombra. Ruminando consigo mesma, mexeu o maxilar de um lado ao outro enquanto pensava. Os cotovelos apoiados nos braços da cadeira, as mãos sobre o estômago, o olhar vagando. Por fim ela se levantou pegando o celular e digitando o número de seu irmão, Sebastian. 

As frases que Selênia e Alex trocaram eram códigos. O que ele disse o identificava como insolúvel e agente do DCII. À que ela disse a identificava como imune, agente de uma dupla de controle direto. Após ponderar bastante sobre o ocorrido, Selênia percebeu que apesar de o rapaz ter se identificado como agente, ele não se identificou de forma mais objetiva e pessoal. E ele claramente sabia algumas coisas sobre ela se a estava seguindo. Decidindo verificar se ele era realmente um agente e não alguém querendo enganá-la por algum motivo oculto, ligou para seu irmão que é um agente de campo de apoio do DCII. Contou da melhor forma que pôde sobre o garoto que a estava seguindo, dizendo de forma clara que ele nada fizera de mal para ela, nem dera a entender que queria fazer, visto que seu irmão era meio protetor demais as vezes e poderia transformar um mal entendido em um problemão. Ela o fez prometer que só verificaria se o garoto é, de fato, um agente e nada mais. Não precisou esperar muito pela confirmação de que não foi enganada. Ao que parecia, o garoto é até alguém com quem seu irmão trabalhou algumas vezes. Sebastian descobriu isso com o coronel Roger, que estava passando quando tentava convencer alguém da VI (Vigilância e Inteligência) a jogar as características entregues pela sua irmã no sistema, para tentar averiguar se havia algum agente com aquela descrição, e depois tirar a história a limpo com o cara. Mas nem precisou fazer nada, pois assim que Roger ouviu sobre isso, disse saber muito bem de quem se tratava e ligou para o tal que confirmou ter sido ele mesmo o perseguidor. Depois da ligação Roger se desculpou com Sebastian pelo ocorrido, pedindo para se desculpar com sua irmã por ele, e para não se preocupar, que iria punir devidamente o outro agente pela imprudência. Quando descobriu a identidade do tal agente, Sebastian percebeu o que deveria tê-lo levado a tais atos, considerando o que sabia sobre a traição do ex-parceiro dele, que abalou as estruturas do DCII, fazendo todos se questionarem quem realmente são seus colegas de trabalho, e resolveu deixar para lá a parte de tirar a história a limpo. Tentou pedir a Roger para pegar leve com Alex, mas quando abriu a boca ele já tinha se virado e saído andando em um passo comedido que ia estalando no piso como o som do temporizador que marca o prelúdio antes da bomba explodir.

Selênia ficou aliviada ao saber que o garoto não estava mentindo, no entanto, apenas saber que quem a seguiu é realmente um agente do DCII, não tranquilizou completamente sua mente, já que ela não entendia o porquê dele ter feito isso. Ela se lembrou que ele tinha dito algo sobre um parceiro. Então... Será que ele era o parceiro que seria designado a ela, quando se tornasse uma agente oficialmente? Por enquanto ela é somente uma cadete. Seu irmão é quem continua o treinamento que seu avô iniciou — este tinha morrido a poucos anos atrás — e examinadores vão a sua casa de quando em quando para testar suas habilidades. Se ela apresentasse um desempenho inferior ao desejado seria levada ao centro de treinamento intensivo do DCII, mas até o momento nunca foi necessário. 

Entretanto, se o cara seria mesmo seu futuro parceiro, por que tinha se apresentado agora? Ainda faltavam meses para ela completar 18 anos, a idade mínima para entrar no DCII como agente de campo. E mesmo que ele fosse se tornar parceiro dela, por que a estava seguindo? O que ele quis dizer quando disse que precisava saber que ela não era como o último parceiro dele? O que teria acontecido entre ele e seu ex-parceiro?

Essas perguntas ficaram rodando na mente de Selênia durante todo o restante do dia, ela queria ir à sede do DCII, encontrar o tal garoto e perguntar diretamente a ele. Mas como ainda não é oficialmente uma agente, não tinham lhe informado onde fica a sede e mesmo que soubesse, os cadetes não tinham permissão para entrar a menos que convocados (questões burocráticas). O jeito seria pedir para o irmão dela dizer ao garoto — já sabia o nome dele, Alex, mas em sua mente ele ainda era apenas "garoto" — que ela queria falar com ele. É... Ela faria exatamente isso. Mas, não hoje. Estava cansada. Esteve tensa durante três dias achando que talvez precisasse usar suas habilidades em seu suposto perseguidor. No primeiro dia, quando ela percebeu que ele a estava observando e seguindo muito discretamente achou que ele poderia simplesmente estar interessado nela. Já tinha acontecido antes. No segundo, começou a ficar preocupada que ele fosse algum tipo de fanático. No terceiro já estava no limite, achando que ele era algum tipo de assassino psicótico. Em qualquer um dos casos ela conseguiria lidar com a situação, mas a ansiedade em resolver logo o problema a fizera encará-lo de uma vez para ver qual era a dele. Ela tinha passado um longo tempo no banheiro da lanchonete ponderando se batia de frente ou esperava ele fazer alguma coisa, e decidiu que ela não ia esperar mais coisa nenhuma. O estresse já tinha feito nascer uma bolinha dolorida no lóbulo de sua orelha direita, e por experiência ela sabia que não sumiria depressa. Aquela pequena bolinha foi o fator decisivo. Se algo a estava incomodando tanto a ponto de fazer seu corpo reagir com algo mais incômodo ainda, não ficaria parada deixando essa situação se prolongar. Então mandou os amigos embora com uma desculpa qualquer, e quando eles se foram Selênia se dirigiu até Alex. Era uma pena que a perseguição a tivesse feito abdicar de mais tempo com seus amigos já que era o último dia das férias de meio do ano. Ela vinha planejando aquele dia por mais de uma semana. Eles iriam ao cinema, depois dariam umas voltas, jogariam airsoft no novo estande do shopping... Mas só conseguiram ver o filme, depois ela insistiu que saíssem do shopping dizendo que queria ver uma loja nova que abriu no calçadão. Acabaram parando numa lanchonete porque Mila quis um dos bolos bonitos da vitrine. Aproveitando-se disso, Selênia fingiu precisar ir ao banheiro, onde ficou andando de um lado ao outro indecisa.

Agora, por hora, ela só queria ir para casa e tomar um bom banho. Ou quem sabe voltasse no shopping só para dar uns tiros de airsoft e extravasar, antes de ir para casa. Amanhã falaria com o irmão e com sorte depois das aulas ela teria um longa conversa com seu ex-perseguidor e tudo seria esclarecido.

Bem, é o que ela pensava, mas o destino tem seu próprio jeitinho de fazer as coisas…


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Melhorou? Não? Comentem!
Ficarei muito agradecida a cada crítica ou incentivo que puderem dar.
Aos novos e aos velhos leitores, obrigada por estarem acompanhando Alex e Selênia em sua jornada pela vida. Amo vocês! S2



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