Universo em conflito escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 57
O mundo está à salvo




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Boris consultou o relógio e ficou preocupado. Por que os jovens estavam demorando? Eles já tinham harmonizado a barreira, aquele atraso não se justificava. A não ser que tivessem tido algum problema com Agnes e isso o preocupava. Ele já tinha visto que ela era capaz de fazer qualquer coisa e a vida daquelas crianças podia estar em perigo. Teria sido boa ideia deixá-los fazer aquela loucura? Ele não sabia e era tarde para se arrepender. O jeito era esperar e torcer pelo melhor.

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Na casa da Denise, as meninas estavam morrendo de preocupação. Elas conseguiram acobertar Magali e Mônica porque eram muitas garotas e os pais delas não prestaram atenção em todas. Mas não foi possível fazer o mesmo pela ruiva desmiolada.

— Deus do céu, onde ela está? – a mãe da Denise perguntou sacudindo Cascuda com força e as meninas faltaram pouco chorar. Felizmente a moça conseguiu pensar depressa.

— Denise viu aquela aurora no céu e ficou muito empolgada, aí resolveu sair pra filmar tudo!

Mesmo a explicação sendo boa, os dois ficaram zangados porque as garotas não os avisaram da loucura que sua filha estava fazendo.

— Vou pegar o carro, você troque de roupa. – o homem disse. - Quanto a vocês, fiquem aqui e liguem caso ela volte antes. Vou contar tudo para os pais de vocês, onde já se viu uma coisa dessas?

— Vocês deviam ter nos avisado. E se alguma coisa de ruim aconteceu com ela?

O casal saiu dali deixando as moças com uma vontade enorme de esganar aquela maluca. O pior era que se eles descobrissem que Mônica e Magali também saíram, os problemas iam ser triplicados.

— E agora, o que a gente faz? Elas ainda não voltaram! – Keika falou já dando adeus a festa da Carmem.

— Minha mãe vai me deixar de castigo por um tempão e eu nem fiz nada! – Aninha reclamou.

— Aquela Denise vai ver só uma coisa! Isso tudo é culpa dela!

— A Dorinha tá certa, a Denise vacilou com a gente!

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Enquanto andavam, Mônica perguntou para o Cebola.

— E os poderes da Magali? Ela ainda vai ter eles quando acordar?

— Não sei... eu nem tive tempo pra falar a frase de bloqueio. Vamos ter que ficar de olho.

— Ainda acho sacanagem esconder isso dela.

— A tia Nena me fez jurar, então não posso falar nada. Mas vou conversar com ela pra ver o que dá pra fazer. De repente, ela libera alguma coisa.

— Ainda bem que ela não tinha poder nenhum quando tocava o terror no colégio. – Denise falou. Ela ia completar com algo do tipo “Deus não dá asa a cobra”, mas não sentiu vontade de falar e a cara feia do Cascão também lhe desanimou.

Para desviar daquele assunto, Mônica fez outra pergunta.

— Será que elas foram embora pra sempre? Fico morrendo de medo da Agnes voltar e querer pegar a gente!

— Elas venderam a alma pra Serpente. Quando é assim, não tem como voltar. E a porta foi destruída. – Cebola respondeu lembrando-se de como tinha sido no mundo original. – Lá no outro lado a Dona Morte vai dar um jeito de levar elas pro inferno ou sei lá o quê.

— Fala sério, até agora não acredito que a gente viu a morte de verdade! Mó doideira!

— Credo, fico toda arrepiada só de lembrar!

— Ainda tô com dó da Penha. – Sofia falou tristemente. – Tá certo que ela não valia nada, mas foi a única amiga que tive.

— Você pode conseguir outras, Maitê. – Denise lhe consolou dando tapinhas nas costas.

— Meu nome não é Maitê!

— É bem mais bonito, viu?

Sofia torceu o nariz e Denise deu risada. Por fim ela acabou achando graça mesmo e falou.

— Aquele rapaz, o Ângelo... Ele até que era bem bonitinho...

— Ah, eu prefiro o Zé Beto e Crispiano! Adoro a música deles.

— Uia, eu também adoro! Mas a Penha proibia de ouvir porque achava que era coisa de pobre!

— Coisa de pobre o quê! Eu piro num agroboy sarado de calça apertada!

— Nem me fale!

Elas foram tagarelando durante o caminho, o que ajudou a descontrair um pouco aquele clima ruim. Cascão levou Magali por um tempo e depois precisou da ajuda da Mônica porque seus braços estavam se transformando em Maria-mole.

— Falta muito? – Cebola perguntou.

— Tá quase.

Ele consultou o relógio de novo e ficou surpreso ao ver que ainda marcava dez para as quatro da manhã. Os segundos não se mexiam. Ou seu relógio tinha parado, ou então Paradoxo fez parar o tempo para lhes ajudar, o que era muito bem vindo.

Um gemido baixo fez com que eles parassem de andar por um momento.

— Ai... minha cabeça tá doendo... – era Magali, que abria os olhos com dificuldade e estava muito confusa. – Onde é que eu tô?

— Oi, minha linda, esquenta não que tá tudo bem! – Cascão falou afagando seu rosto e lhe dando um beijo.

— Que bom que você acordou, amiga! Eu tava morrendo de preocupação!

— Hein? Por que eu tô nas suas costas? O que tá pegando, gente? – Cebola explicou.

— A barreira já foi consertada. Estamos voltando pra casa agora.

— Quê? Como assim? – Aquilo a fez despertar de vez e ela quis descer das costas da Mônica, que não deixou.

— Ei, calma, você ainda tá muito fraca!

— O que aconteceu?

Cebola contou a história ocultando vários detalhes que ela não podia saber. 

— E foi isso. Você apagou porque Agnes acabou te pegando desprevenida.

— Droga, eu nem tive a chance de quebrar aquela cara de lambisgoia dela! Que ódio!

— Pois elas se ferraram bonito. – Denise falou. – Nunca mais vão incomodar ninguém de novo!

— Mas eu não fiz nada pra ajudar, porcaria!

Ela estava realmente aborrecida, o que deixou os outros com pena porque tudo aquilo só foi possível graças a sua contribuição. Denise tentou animá-la.

— Você me ajudou dando seu talismã... e acabou sendo pega. Foi mal... er... obrigada? – a ruiva falou muito sem jeito, deixando todos bem surpresos.

— Tranquilo. Só quero dormir um pouco, tô toda moída!

— Você pode ficar com a minha cama.

— Não vou recusar não!

Após mais alguns metros, Sofia anunciou alegremente.

— Pessoal, chegamos!

— Demorô!

Todos apertaram o passo e em pouco tempo estavam do lado de fora do esgoto. Ainda era noite e o tempo estava um pouco frio e agradável, bem diferente do calorão que fazia nos últimos tempos. A aurora ainda brilhava forte no céu e Magali ficou maravilhada.

— Caramba, isso é bonito demais! Foi por causa da barreira?

Isso fez Cebola ter certeza de que ela não tinha mais seus poderes, pois não se lembrava de nada do que tinha acontecido. Agnes deve ter sugado tanta energia dela que acabou travando seus poderes de novo, ele não sabia explicar bem.

— É isso aí, galera! Conseguimos! – Cebola anunciou e todos comemoraram.

Mônica colocou Magali no chão após muita insistência e Cascão a ajudou a ficar de pé. Eles se deram um beijo bem apaixonado e Cebola pensou em fazer o mesmo, mas Boris apareceu para atrapalhar seus planos.

— Ainda bem, estava preocupado com vocês!

— A gente tá bem, seu Boris. – o rapaz disse. – mas temos que voltar logo ou todo mundo vai se encrencar.

— Está certo mas... o que está acontecendo? – ele perguntou ao ver Sofia e Denise. – Como essas duas vieram parar aqui?

— Eu vim de bicicleta. – Sofia respondeu.

— E eu vim no seu porta-malas. – Denise disse com sua costumeira cara de pau.

— Você o quê? – Ele esfregou a têmpora para aliviar uma dor de cabeça iminente e falou com a voz cansada. – Pelo menos vocês conseguiram. Encontraram Agnes lá dentro?

A expressão de nervosismo nos rostos dos jovens deixou a resposta bem clara e Cebola contou para ele a mesma coisa que tinha falado para Magali, pois não podia mencionar os poderes dela.

— Quase que elas acabam com a gente. – ele finalizou.

— Mas ele usou a maior lábia e fez a tal Berenice atacar a Srta. Drácula. Foi doido demais, véi!

— O ruim é que Penha foi ferida e Agnes acabou levando ela pro outro lado. – Sofia lamentou. – Não deu pra gente fazer nada. E tem outra coisa...

— O quê?

A moça explicou que sabia onde estavam os corpos dos membros do conselho e não tinha falado antes porque eles não teriam como entrar ali se o local estivesse sendo vigiado pela polícia.

— Entendo, mas você terá que falar agora que tudo passou.

Ela pegou o mapa do Cascão, uma caneta de Boris e fez um traço pelo labirinto colocando algumas observações indicando o caminho certo.

— É uma porta dupla bem grande, não tem como errar.

— Certo, direi que colocaram na minha caixa de correio ou coisa assim. – Disse guardando o mapa no bolso de trás da calça. - Isso deve bastar para a polícia. Ainda assim vou ter muita dor de cabeça, minha nossa! Acho que vou ter gastrite também! Agora vamos, crianças. Já é tarde e não quero ver ninguém encrencado.

Sofia foi embora de bicicleta, Magali foi na frente porque merecia viajar com mais conforto enquanto os outros tiveram que se espremer no banco de trás.

— Ela devia ir no porta-malas. – Cascão resmungou irritado.

— Pega leve que num instante a gente chega.

Cascão e Denise ficaram nas janelas enquanto Cebola e Mônica se sentaram no meio bem juntinhos. Eles não reclamaram nem um pouco disso.

Cebola olhou mais uma vez o relógio e viu que o tempo continuava parado. Era impressionante a capacidade que Paradoxo tinha para manipular o tempo, pois ninguém tinha percebido aquele fenômeno ainda.

“Valeu mesmo, cara!”

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Paradoxo viu o carro se afastar com um sorriso no rosto. Seu ego doía um pouco, mas ele tinha que admitir que nunca teria conseguido resolver aquele problema sozinho.

A aurora ainda brilhava no céu, o que era um espetáculo em tanto. Ele nunca ia esquecer daquilo.

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Primeiro Boris deixou os rapazes na casa do Cebola, depois seguiu com as garotas. Quando chegou à casa da Denise, elas desceram do carro, que foi embora rapidamente, e foram recebidas por um grupo de garotas muito furiosas.

— Denise do céu, como é que você faz isso com a gente? – Cascuda ralhou com as mãos na cintura.

— E o que vocês estão fazendo aqui fora? Meus pais vão descobrir!

— Já descobriram. – Keika falou com os braços cruzados e cara fechada. – E agora estamos encrencadas. Eles foram procurar você.

Denise puxou as Marias-chiquinhas com nervosismo.

— Ahhh, só faltava essa!

— Agora vou ter que ligar pra eles e falar que você chegou. – Cascuda disse discando um número no celular.

— Anda, vamos entrar porque se eles pegam a gente aqui pode ser pior! – Marina falou e elas obedeceram, pois Magali ainda estava fraca e com dificuldade para se manter de pé.

As três trocaram de roupa enquanto as outras meninas faziam muitas perguntas.

— Vocês acharam os membros do conselho? – Aninha quis saber e o rosto de Denise se contorceu com a lembrança.

— Queria não ter achado.

Um ohhh espalhou pelo quarto e quando Mônica começou a contar os detalhes, Dorinha pediu para que parasse, pois era horrível demais. Elas nem quiseram ver as fotos que Cebola tinha compartilhado com ela.

— Vocês já fizeram a denúncia?

— Fizemos. – Mônica respondeu. - Daqui a pouco a polícia aparece por lá.

— E o que aconteceu com a Magali? – Aninha perguntou ao ver que a moça capotou na cama e apagou completamente.

— Ela passou muito mal. – Denise respondeu. – Deixem ela descansar.

— E aquela aurora esquisita no céu? Até agora não tô entendendo! – Cascuda fez a pergunta que todas queriam fazer. – Mônica deu de ombros.

— Acho que foi coincidência.

Elas não puderam falar mais sobre o assunto porque os pais de Denise tinham chegado.

— Seus pais já estão aí. – Cascuda falou.

— Ai, Jesus me abana!

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Cebola e Cascão mal chegaram e os rapazes foram para cima deles cheios de perguntas.

— Vocês acharam o lugar mesmo?

— Os corpos estavam lá?

— Tava fedendo muito?

— Foi difícil?

— E o que é essa parada estranha no céu?

Foi difícil responder todas elas, mas no fim eles comemoraram quando Cebola disse que a missão foi bem sucedida. Por mais que lhe causasse repulsa, ele decidiu mostrar a prova de que tudo aquilo não tinha sido em vão.

— Elas fizeram isso mesmo? – Jeremias mal conseguia olhar. Franja, Quim e Xaveco tiveram ânsias de vômito, Nimbus resolveu nem olhar e até DC concordou que aquilo era horrível demais. Toni e Manezinho ficaram muito chocados e Tikara até começou a falar em japonês tamanho o choque. Luca ficou branco e com os olhos arregalados como dois ovos cozidos.

— Pois é, galera. Mas a gente já fez a denúncia e a polícia vai dar conta do resto. Agora bora dormir porque eu tô moído!

Os rapazes concordaram, pois também estavam cansados. Enquanto os outros se ajeitavam, Toni e Jeremias falaram do aperto que tinham passado com o pai do Cascão.

— Como vocês despistaram o velho? – Jeremias respondeu.

— Cobrimos o Xaveco com um cobertor e enchemos de meia suja. Ele nem desconfiou.

— Aff, vocês estão me avacalhando!

Cascão foi dormir, pois estava exausto. Toni ainda quis conversar com o Cebola. Eles foram para a cozinha sob pretexto de comer algo e o ex-encrenqueiro perguntou.

— A Denise... ela foi mesmo com vocês?

— É, foi. Ela ficou abalada com o que aconteceu, mas tá bem.

— Não acredito, como ela faz uma coisa dessas. Tô muito zangado com ela, isso sim!

— Calma, brigar não resolve nada. A Denise é desmiolada mesmo, melhor ir se acostumando. Ela só faz o que quer.

— Mas podia ter prejudicado o trabalho de vocês!

— No fim deu tudo certo. Você ficou preocupado, não foi?

O rosto dele ficou vermelho.

— É...

— Ela é forte, preocupa não. Mais tarde vocês conversam.

— È... – ele murmurou de novo e foi dormir. Cebola continuou na cozinha por um tempo e não ficou nem um pouco surpreso quando Paradoxo apareceu.

— Vejo que conseguiu, garoto! Agora posso manipular o tempo como sempre fiz!

— É isso aí, o tal desequilíbrio acabou, a barreira tá consertada e tudo vai ficar bem.

— Imagino que agora você quer voltar para casa. – o cientista falou parecendo um tanto preocupado.

— Ainda não. Tá, eu sei que é estranho, mas preciso ajeitar mais algumas coisas aqui pro meu duplo não ter dificuldade. Me dá mais duas semanas que tá bom.

— Certo, de acordo. Agora vou deixar que você descanse.

— Você parou o tempo pra que a gente pudesse voltar mais rápido, não foi? – O cientista deu um sorriso orgulhoso.

— Prático, não?

— Quem me dera poder fazer isso! Mas vem cá... será que não daria pra esticar um pouco pra gente poder dormir bem? Principalmente a Magali que ralou pra resolver tudo e tá morta de cansada.

— Ah, como vocês jovens abusam da minha boa vontade! – o homem falou com falso aborrecimento. – Está bem, é o mínimo que posso fazer.

Ele desapareceu dali e Cebola correu para se aconchegar debaixo das cobertas. Antes de dormir, ele lembrou do beijo que tinha dado na Mônica, sentindo o coração bater descompassado. Aquilo teria sido certo? Ele não sabia, mas foi tão bom! Era como se tivesse beijado a Mônica original.

“Poxa, que saudade! Daqui a pouco a gente vai ficar junto de novo!” ele pensou lembrando na promessa de Paradoxo. Para ter sua dentucinha de volta, qualquer coisa valia a pena.

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As garotas acordaram por volta das sete da manhã. Mônica ainda estava sonhadora ao lembrar do beijo que Cebola lhe dera. Ou melhor: os beijos. Fazia meses que seu coração não batia tão forte e ela sentia vontade de rir atoa. Será que daquela vez ele ia se animar a pedi-la em namoro? A crise foi resolvida, então não tinha mais desculpas.

Quem não estava muito feliz era Denise. Quando seus pais chegaram, ela levou a bronca do século.

— Denise, como você faz uma coisa dessas? – sua mãe perguntou após meia hora de sermão.

— Desculpa, foi mal. Mas por favor, não fala nada pros pais das meninas que a culpa foi minha, eu assumo!

Os dois se olharam com espanto e voltaram a olhar para ela.

— Elas não nos avisaram que você saiu.

— Elas não queriam causar confusão. Por favor, vai! Podem me deixar de castigo, cortar a mesada, celular, proibir de ir a festa da Carmem, me deixar um ano sem comer, mas deixa elas de fora!

Sua mãe balançou a cabeça negativamente.

— Não vamos te deixar sem comida por um ano, isso é um pouco exagerado. Mas você vai ficar um mês sem celular e internet, dois sem mesada e vai levar o lixo para fora até acabar seu castigo. Mas como assumiu seu erro sem culpar ninguém, poderá ir a festa da sua amiga. E não vamos falar nada com os outros pais.

— De qualquer forma, ia pegar mal para nós. – o pai dela falou. E você está bem, então vamos deixar por isso mesmo.

Poder ia à festa da Carmem era uma pequena vitória, mas não era isso que a preocupava. Quando elas voltaram para a cama, Cascuda ainda lançou mais uma bomba.

— O Toni sabe que eu fui junto com eles?

— Sabe. – Cascuda respondeu. – Ele ligou pra cá e acabou descobrindo. Não deu pra te encobrir.

As meninas não notaram, mas Mônica viu que Denise tinha chorado por bastante tempo, talvez com medo de perder o namorado.

De manhã, ela estava abatida e com olheiras. Já Magali estava bem melhor, pois teve tempo extra para dormir graças a ajuda de Paradoxo embora elas nem imaginassem isso.

— Você melhorou? – Mônica perguntou enquanto elas se sentavam para tomar o café da manhã.

— Nossa, tô bem melhor! Nem acredito que fui tão bundona e passei mal daquele jeito, que vacilo!

— Fica assim não, amiga.

Elas começaram a comer e Magali notou o abatimento da Denise.

— Você tá bolada por causa do Toni, não é?

— Ele nunca mais vai querer falar comigo!

— Aí também é exagero. Tá, você vacilou um monte. Só que foi com a gente, não com ele. 

— Isso é, mas nem sei com que cara vou falar com ele agora!

Magali deu uma mordida no pão com geleia, mastigou e depois disse.

— Lembra do que eu falei sobre assumir nossas escolhas? Então é isso. Assuma o que você fez, seja sincera na hora de conversar com ele e não fique se justificando.

— Aí ele nunca mais vai querer nada comigo!

— Problema dele. Você também não pode ficar se rebaixando. Fora isso, acho que não dá pra fazer muita coisa. Espero que vocês se acertem.

As meninas foram embora e Mônica desejou boa sorte para Denise.

— Eu não devia ter ido com vocês. Acabei atrapalhando todo mundo e acho que vou ficar sem meu namorado.

— Não dá pra mudar isso, então cabeça erguida e bola pra frente. – Mônica falou e foi embora junto com Magali.

Denise ficou ali parada no portão de casa. Por mais que gostasse de Toni, e ela realmente estava apaixonada por ele, não dava para apagar o que tinha feito. Ou ele aceitava aquilo, ou então eles terminavam de vez. Não havia muito o que fazer. Mesmo assim seu coração doía como se tivessem cravado um espinho venenoso nele.


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