Maze of memories escrita por Ash Albiorix


Capítulo 4
[Parte 2] Capítulo 4- Quebra cabeça




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/785671/chapter/4

Eu imaginei que estaria mais nervoso. Eu tinha certeza de que quando eu conseguisse um desfecho para a situação do celular, eu estaria definitivamente ansioso, mas, naquela manhã, eu acordei calmo. Uma espécie esquisita de calmo, como se eu estive leve. Assim que abri os olhos, lembrei que precisava falar com Seungmin devido a informação nova de que quem eu estava procurando era seu colega de quarto. Lembrar disso me fez abrir um pequeno sorriso. Não sei exatamente o que estava esperando que fosse acontecer, mas estava com uma sensação boa. Como se estivesse a um segundo de encaixar a última peça de um quebra—cabeça. 

Jisung acordou se sentindo melhor. Melhor o suficiente para implicar comigo.

—Você tá fazendo as coisas cantando – comentou. – Flertou com quem dessa vez? 

Eu soltei uma risada, ofendido.

—São seis horas da manhã! Como eu poderia flertar com alguém? 

Ele revirou os olhos.

—Não dá pra duvidar de você.

Então me olhou de cima a baixo e perguntou:

—Vai aonde? 

Percebi pelo seu tom que era uma pergunta inocente, sem intenção de me provocar, mas eu entrei em pânico. Não queria que ele soubesse que eu estava indo falar com Seungmin sobre o celular. Não queria que ele me zoasse e estragasse o clima perfeito em que eu estava por dentro. 

—Trabalho – respondi, evitando seu olhar o máximo que consegui naquela cozinha apertada.

Han soltou uma risada irônica.

—Você não tem trabalho hoje. Só amanhã. 

Merda de colega de quarto que conhecia minha rotina.

—Eu... hã... hum... – gaguejei. 

—Vai se encontrar com alguém? 

Parei para raciocinar. Não seria de todo mentira e eu precisava de uma desculpa, então disse:

—Sim.

—Garoto ou garota? -perguntou. Eu gostava da naturalidade com que ele tratava eu ser bissexual. - Cara, quem marca encontro de manhã cedo?

Eu sabia que precisava me distanciar o máximo possível da verdade. 

—Garota! – falei, num gesto desesperado. Peguei minha mochila e coloquei a metade da comida que ainda não tinha comido na geladeira. – Preciso ir. Tchau!

A verdade é que eu sabia que o turno de Seungmin na faculdade era de manhã, e que a melhor hora de encontrá-lo no campus era agora, já que depois que saia da aula, tinha ensaio da banda. De vez em quando, quando tínhamos tempo livre, eu e Jisung assistíamos os ensaios. Hyunjin fazia parte da banda também, e era geralmente depois dos ensaios que o quarteto se reunia para comer algo e colocar a conversa em dia. Éramos muito próximos, mas a vida foi acontecendo e nós quatro viramos duas duplas. Mesmo assim, era sempre muito  bom quando estávamos todos juntos. Me lembrei de falar isso com Jisung quando ele chegar em casa de noite.

No caminho, resolvi ligar para Kim Seungmin e me certificar se ele ia para a aula hoje. Eu sabia que Seungmin morava nos dormitórios do campus, com outro garoto, mas, parando para pensar, acho que nunca vi ou ouvi falar da outra pessoa. Nunca nos cruzamos no caminho apesar de eu já ter ido algumas vezes no quarto de Kim, mas me lembro vagamente dele mencionando que seu colega de quarto era de Sidney como eu. 

Ele atendeu.

—Oi, Lix. São sete da manhã. Tá tudo bem?

Fiquei envergonhado de repente.

—Eu te acordei? Me desculpa.

—Não, não. Não é isso. Só fiquei preocupado de você ligando do nada, mas já to indo para a aula. O que foi? 

Respirei fundo, decidindo o que contar e o que não.

—Eu to precisando perguntar uma coisa pra você, na verdade. Será que tem como a gente se ver antes de você ir para a aula? 

Ele ficou em silêncio por um segundo, pensando.

—Ah, tem sim. Você tem aula agora de manhã?

—Não, mas, ce sabe, é pertinho. Eu já to quase aí no campus para falar a verdade. 

Ele riu, baixo.

—Nada mais Felix do que ligar para perguntar se pode vir quando já está quase chegando. Você pode me encontrar aqui na escadaria do lado do dormitório? 

—Posso. Já chego aí, tchau. 

O anexo onde os dormitórios masculinos ficavam era quase um labirinto. Eles eram divididos por curso, e o anexo era, basicamente, um quadrado gigante e com dois andares. Os andares eram divididos por três escadas, uma na saída do lado esquerdo, outra no lado contrário e uma no meio. Os corredores se conectavam e, por algum motivo, todos pareciam iguais, por isso, era fácil de se perder. Felizmente, o quarto de Seungmin ficava no corredor do lado da escada do meio, o que, além de mais fácil de achar, tornou aquela escada nosso lugar favorito para sentar e jogar conversa fora. 

Quando cheguei, ele estava me esperando sentado na escada, com seu moletom azul claro de sempre e seu óculos redondo que eu sabia que usava só porque achava bonito. Sorri ao vê—lo, fazia pelo menos dois meses que não nos víamos. 

—Lix! – ele disse sorrindo, animado. Me abraçou forte assim que eu sentei do seu lado. Por um breve segundo, me lembrei do quanto eu era sortudo quando se tratava de amizades. 

Conversamos por quase meia hora. Eu estava um pouco ansioso para descobrir sobre o celular, claro, mas fazia muito tempo que não conversava com Seungmin e, sendo um dos meus melhores amigos, tinha muito para falar. Contei para ele o quanto eu estava frustrado com o trabalho e como minhas notas estavam ruins, relembramos o dia que nos conhecemos. Seungmin me contou que o Ferry Train, sua banda, tinha conseguido uma apresentação em um festival de rock de final de ano. Eles não estariam no palco principal, mas já era um grande passo. Era a primeira grande apresentação deles.

—Eu to tão feliz por vocês! – falei, animado. – Eu preciso das datas. Me manda. Agora. Eu preciso ir assistir, sério.

Ele sorriu, feliz.

—Eu vou mandar. Você precisa ir mesmo, e carrega o Jisung. 

Algo no quarto de Seungmin, no corredor, fez barulho, e ele revirou os olhos.

—Meu colega de quarto tá impossível esses dias. 

Meu corpo se tensionou a menção, me lembrando o real motivo de eu ter ido ali primeiramente. Mas resolvi tentar pegar alguma informação antes de perguntar logo de cara.

—Por quê? Você nunca falou muito dele – falei. – Ele é, tipo... um babaca? 

Me remexi desconfortável.

—Ah, não. Ele é meio fechado e nunca tá aqui, então a gente não é muito chegado. Mas ele é bastante educado, gentil até. Só que, sei lá, esses dias ele tá um saco. Eu to evitando ficar perto dele o máximo que consigo antes que a gente brigue pra valer. 

Respirei fundo, confuso sobre como esse garoto foi de “claramente o amor da minha vida” para “pessoa que está ignorando os pais” e agora “bastante educado, gentil e definitivamente de mau humor”. 

—Por acaso esse seu colega de quarto se chama Chris? Chris Bang – perguntei, despretensiosamente.

Seungmin ergueu uma sobrancelha. 

—É. A gente chama ele de Chan, nome coreano dele. Mas é, é ele. Por quê? 

Procurei em meus bolsos pelo celular e, quando finalmente achei, o peguei devagar e mostrei para Seungmin.

—Eu achei isso. É o celular dele, certo? 

Seungmin pegou o celular na mão.

—Ele não mencionou nada sobre ter perdido. Mas é, é o celular dele sim – então acendeu a tela e olhou a hora. Seus olhos se arregalaram. – Felix, eu tô muito atrasado. Eu adoraria entregar isso para ele, mas eu realmente preciso ir – ele apontou para a porta entreaberta do dormitório. – Mas você ir lá entregar. 

Fiz uma careta, com medo.

—Ele não é um monstro – Seungmin me assegurou. – Só vai, ele tá um pé no saco comigo mas é porque somos amigos. Mais ou menos amigos. 

E então levantou, me dando a mão para eu levantar junto.

—Tenho que ir, Lix – falou. Me entregou o celular e saiu andando. 

Sentei na escada novamente e guardei o celular no bolso. Meu coração estava acelerado. Chris Bang estava a uma porta de distância de mim e eu não sabia exatamente o que isso significava, Não sabia quem era Chris Bang. Eu só sabia que ele tinha um gosto músical impecável e que fazia playlists organizadas por sentimentos, com as musicas ordenadas de forma em que fizessem sentido entre si, como assistir um filme ou ouvir um álbum. Sabia que tocava teclado e que gostava do Han River, e de tirar fotos no parque do Han River. Que tinha uma voz incrivelmente única, bonita, uma risada tímida e sotaque australiano. Eu sabia mais do que qualquer pessoa deveria saber sobre alguém que nunca viu e, ainda assim, queria saber mais. Queria conhecê-lo, seus mínimos detalhes. Saber o que se passava na sua mente, o que o fazia ter medo. O que motivava sua paixão pela música, o que aconteceu entre ele e os pais. Queria saber quem ele era fora da minha mente. 

 Eu gostava da ironia de nós dois termos saído de Sidney para nos encontrarmos na Coreia. Para eu encontrar um celular perdido e seguir as pistas até ele. Eu me sentia um idiota, um personagem bobo de filme de romance que coloca o coração antes da cabeça. Me perguntei se alguma vez, na nossa infância, nos cruzamos nas ruas de Sidney. Se nos esbarramos, pedimos licença e seguimos nossas vidas para nos encontrarmos novamente agora, em dezembro, nessa manhã fria. Talvez eu estivesse seguindo as pistas até ele muito antes do celular. 

Peguei o celular novamente e me forcei a ser objetivo, ainda que sentisse que meu coração estava para fora do peito. Levantei e fui até a porta, agarrando no celular com força. Bati na porta entreaberta duas vezes seguidas, baixo e com cuidado para não a abrir sem querer. 

Nada. 

Bati novamente.

Coloquei as mãos nos bolsos enquanto esperava. Ouvi barulhos vindo de lá de dentro e, pelo som de passos que ficava cada vez mais perto, parecia que ele estava vindo até a porta. Dei um passo para trás, depois outro. Respirei fundo, não sabia o que fazer com as mãos.

 E então a porta abriu.

Do outro lado, um garoto baixinho, só um pouco mais alto que eu. Olhos castanhos escuros, quase pretos mas não totalmente. Boca em formato de coração e bochechas marcadas. Tinha covinhas até sem sorrir. Cabelo tingido de loiro, mas desbotando o suficiente para que eu visse a raiz escura. Eu imaginei que ele fosse... bom, branco. Mas era asiático. E bonito, muito bonito. Eu conseguia ver que ele era bonito mesmo quando me olhava com cara feia, como estava no momento. 

—Seungmin não está – falou, e foi fechando a porta. Eu a segurei com a mão, reagindo rapidamente.

—Ah, não, não - gaguejei. — É... Você é Christopher Bang, certo?

Ele levantou uma sobrancelha, confuso.

—Sou - confirmou. Meu coração estava mais acelerado do que nunca. — Ninguém por aqui me chama assim – comentou. Não era um tom acusatório, só genuinamente curioso. – Quem é você? 

—Eu, hum... Lee Felix, oi – tirei o celular do bolso e o estiquei, segurando firme. – Eu achei isso. É seu. 

Ele olhou para o celular e sua expressão fechou automática. O senso acusatório que eu não tinha visto antes estava ali presente agora, junto com uma expressão de confusão e algo que eu julguei talvez ser raiva.

—O que...? Como você...? – murmurou, em inglês, mas logo voltou para o coreano novamente. – Como você achou isso? Como você me achou?

Sua voz tinha mais raiva do que confusão.

E então minha ficha caiu. Ele não queria que o celular fosse encontrado. Aquilo não foi uma coincidência ou uma conspiração, ele propositalmente deixou impossível de o rastrear. E ali estava eu, um garoto que ele nunca viu na vida, na sua porta. Com o telefone na mão. 

—Eu... bem, eu fiquei pensando que o dono deveria estar querendo muito o celular e... hum... 

Ele suspirou, frustrado. Suas sobrancelhas estavam juntas numa expressão de pura irritação.

—Bom, eu não quero isso - falou, frio. — Então você pode... sei lá, vender, ficar para você. Não me importa. 

Ele colocou a mão na maçaneta e me olhou novamente, minha mão ainda estava na porta, o que significava que ele não podia fechar sem que eu tirasse. Não tirei. Ao invés disso, continuei tentando me explicar.

—Alguém ligou para você e... hum... – então lembrei de algo, e sabia exatamente o que falar. – Seu pai ligou. 

Chris retirou a mão da maçaneta, devagar. Seus ombros abaixaram e sua expressão de raiva agora parecia forçada, como se ele estivesse se esforçando para se manter indiferente. A menção ao pai o tinha desestabilizado. O suficiente para ele não se perguntar, ou me perguntar, como seu pai -que antes estava bloqueado- tinha conseguido ligar para ele. 

—Ele...? – o garoto disse, mas se perdeu em suas próprias palavras. As próximas frases foram numa mistura esquisita de coreano e inglês, e não pude deixar de reparar que eu fazia exatamente o mesmo quando estava nervoso. – O que ele...? Você atendeu? Foi ele que...? Ele que te pediu para me devolver o celular? 

Tirei a mão da porta e estendi o celular novamente, em silêncio, me simpatizando com a fragilidade do garoto a minha frente, mas ainda chateado pela forma como ele me tratou inicialmente. 

Seu rosto se tornou vermelho, e eu conseguia sentir a confusão em seu olhar. Chris estalou a língua e revirou os olhos, numa raiva dolorida, logo antes de puxar o telefone agressivamente da minha mão e fechar a porta na minha cara. 

Meu coração estava apertado, e minha garganta também, como se eu fosse chorar. Eu não entendia porque estava magoado. A verdade é que, no segundo que o celular saiu da minha mão e voltou para ele, eu sabia que qualquer ligação imaginária que eu tinha criado teria acabado. Tínhamos voltado a nossos caminhos paralelos antes mesmo de termos tido a chance de nos conhecermos. E, meu Deus, eu já nem sabia mais se queria o conhecer, e isso era o que doía mais. A única interação que tive, que estive esperando esse tempo todo, foi ele sendo grosso comigo, quase batendo a porta na minha cara duas vezes e depois realmente batendo a porta na minha cara. Como ele poderia não parecer nada com o garoto do vídeo e, ao mesmo tempo, me passar a sensação de que era exatamente quem eu imaginei. Não fazia sentido. Seungmin o descreveu como gentil, embora ele tenha dito que estava de mau humor ultimamente, e ele, por alguns segundos, me pareceu genuinamente... uma boa pessoa. Mas então agia e falava coisas que se contradiziam completamente. Era como olhar para uma sala de espelhos, sem saber qual reflexo é o verdadeiro. Eu estava confuso e só queria ir para casa. Acabou, certo? Eu não tinha mais motivos para pensar em Christopher Bang. 

Ou foi o que eu pensei durante todo aquele dia, em que tentei ignorar o fato de eu ter sido tão estúpido. Quando Jisung chegou em casa, de noite, pedi um abraço, e aquilo foi o suficiente para que ele soubesse que tinha algo errado.

—Lee Felix, você vai sentar nesse sofá e me contar o que aconteceu – ordenou, mas num tom mais cuidadoso do que agressivo. Eu abri um meio sorriso, e fiz o que ele falou.

Contei sobre como me deixei levar mais uma vez pela minha imaginação, e pelo meu coração. Como criei expectativas em cima de algo que não deveria. Contei exatamente como descobri a senha do celular, e da ligação com Jack Bang. E contei de Chris Bang, o garoto bonito e com ar doce, mas que poderia cortar pedras com suas palavras. A história de como o amor da minha vida era na verdade só um garoto que iria bater a porta na minha cara. 

—Eu não me sinto no direito de ficar chateado com ele – comentei. – Sabe, ele não me deve nada. Eu só achei que, sei lá, ele ficaria agradecido ou algo do tipo. E que seria legal comigo e que... – suspirei, frustrado. – Eu achei muitas coisas. E agora não sei o que sentir. Eu praticamente me magoei sozinho.

—Espera aí também – Jisung me cortou. – Você não se magoou sozinho. Independente dos seus sentimentos, ele tinha que ter a decência de te tratar direito, né. Tipo, não é lá muito educado sair batendo portas na cara dos outros. Você tem direito de estar magoado.

—Obrigado – murmurei.

—Não vai ficando feliz não porque eu ainda não cheguei em você. Você também não tava nada certo – falou. – E não tô falando sobre ir lá entregar o celular nem nada, tô falando nessa sua mania de ser 8 ou 80. Você tá sofrendo 10 vezes mais porquê se apegou a alguém que não conhecia. 

Fiz um bico involuntário, mas sabia que era verdade. 

Jisung estendeu o braço e fez sinal para eu encostar nele. Relutei, ainda consciente da bronca que havia acabado de levar.

—Vem – ele falou, baixo. Assim que cedi e encostei em Jisung, ele suspirou e falou, num tom mais suave dessa vez: — Esse seu desespero pra achar um par romântico ainda vai te fazer se ferrar muito. ‘Cê tem que parar com isso, cara. Além do mais, quem precisa de namorado ou namorada quando se tem um Han Jisung todinho para si?

Eu ri, mas estava grato por ele estar me consolando.

—Mas – ele continuou – falando sério, você tem ótimos amigos. E uma família que te ama e te apoia. Odeio ver você se sentir sozinho sem ver que tem muita coisa, e muita gente. 

Era verdade. Me lembrei de mais cedo, conversando com Seungmin, e aproveitei para contar a Jisung o que conversamos e sobre os ensaios e o festival. Nos distraímos conversando e a agonia que estava no meu peito passou.

Fui dormir ainda um pouco sentimental, mas estava tudo bem. O que pensei foi: é, foi uma experiência esquisita e confusa. Mas acabou. 

A última coisa que eu esperava no mundo era ver, quando acordasse de manhã, uma mensagem no meu celular de um número que eu não tinha ainda.

“Oi. Aqui é o Chan (ou Chris, como você preferir). Eu sinto muito por ter sido um babaca contigo mais cedo, sério.

Será que posso te pagar um café como pedido de desculpas? ”

Meu coração acelerou.

Quando fui até a porta de Chris, com o telefone na mão, eu tinha certeza que aquela era a última peça para tudo se encaixar. Mas talvez aquele fosse só o início do quebra—cabeça.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Maze of memories" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.