Maze of memories escrita por Ash Albiorix


Capítulo 3
[Parte 2] Capítulo 3- Descobrindo


Notas iniciais do capítulo

Olá! Não sei se vocês se atentam aos títulos do cap, mas essa é o primeiro cap da parte 2/3. Toda vez que mudar de parte, significa que vai mudar levemente a dinâmica dos principais.
Sim eu sei que demorei um mês pra postar esse aaaa, MAS tem 3k de palavras yayyy
É bastante coisa pra digerir e eu espero que não tenha ficado confuso. Boa leitura!
Ah, e muito obrigado a Lunnarea que tem comentado fielmente nessa história ♥



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Tem esse momento nos livros, aquele que você torce para que aconteça durante todo o livro. Toda a tensão foi se construindo para levar àquilo. Um beijo dos protagonistas, alguém finalmente se aceitando ou mistério sendo descoberto. Algo que você queria muito que acontecesse, e aí acontece. Era assim que eu me sentia. Embora tenha ficado com aquele telefone por pouco mais de uma semana, minha curiosidade estava aumentando exponencialmente e eu estava carregando comigo essa sensação de que algo grande aconteceria quando eu descobrisse a senha. Quando chegasse até a pessoa.

Eu imaginei tanto o que poderia ter e o que faria que, na hora que desbloqueei, tudo o que consegui fazer foi encarar a tela do telefone, meus pensamentos bagunçando e se tornando um borrão cinza. Notei que minhas mãos estavam ficando geladas. Eu precisava colocar as luvas novamente. Olhei ao redor, o Hangang Park continuava iluminado e cheio de pessoas, mas o céu já estava ficando escuro e a temperatura estava caindo exponencialmente. Reparei como o dia estava bonito, ou talvez eu só estivesse feliz.

Mas essa felicidade durou pouco. Resolvi pegar um táxi até em casa, estava congelando demais para ir andando. No momento em que fiquei sozinho com meus pensamentos, comecei a me questionar sobre o que eu estava fazendo. Tá, a intenção era boa: devolver um celular para uma pessoa que perdeu e que provavelmente está procurando por ele. Mas, mesmo assim, me senti invadindo sua privacidade. Ele colocou uma senha, certo? Então não queria que outras pessoas vissem. Ao mesmo tempo, eu sabia que seria errado manter o celular comigo. E também sabia que eu tinha desenvolvido um certo carinho em relação a ele- ou o que eu imaginei dele. O que talvez fosse a questão principal. Eu tinha medo de me decepcionar, de abrir as mensagens ou o que for e encontrar uma pessoa babaca. E se ele for um completo idiota?

Me lembrei do vídeo do garoto rindo enquanto caminhava com a irmã, e cantando baixinho. Não parecia um babaca. Talvez eu estivesse prestar a tornar essa amizade platônica em algo real. E se esse cara for o amor da minha vida, minha alma gêmea ou algo do tipo?

Colocar em palavras esse pensamento que estive evitando fez meu estômago revirar de nervoso. Eu tinha completa consciência do quanto eu mesmo fazia o trabalho de me iludir sozinho, mas, ainda assim, não conseguia conter minha mente de imaginar como seria.

Como um livro de romance. Como tudo que eu imaginei. Como-

Não. Me forcei a parar. Minha mente estava a mil. Eu tinha decidido e voltado atrás várias vezes sobre um monte de coisas num intervalo de 15 minutos. Respirei fundo, e, para minha felicidade, logo cheguei em casa. Subi as escadas e, assim que me aproximei do nosso apartamento, ouvi um barulho de TV. Me assustei. Eram 18hrs, Jisung deveria estar indo para o restaurante trabalhar.

Abri a porta, já tagarelando.

—Han, você não vai acreditar que eu finalmente consegui descobrir a senha. Agora não sei o que faço.

Meu plano, que decidi de última hora, era entregar o celular e a senha na mão de Jisung, deixar que ele, que não estava envolvido e não era tão trouxa quanto eu, descobrisse e devolvesse. Mas Han estava deitado no sofá, enrolado no cobertor e virado para as costas do sofá. A visão me desarmou e eu dei uma risadinha. Ele não estava nem usando o celular. Chegando perto, reparei que o garoto dormia, mas tinha uma expressão tensa. Suas mãos agarravam o cobertor com força, como se estivesse tendo um pesadelo ou algo do tipo.

Esqueci das minhas próprias preocupações por uns segundos e andei até perto de Jisung.

—Sunggie? – chamei, usando seu apelido preferido. Ele murmurou algo, reclamando. Me perguntei se deveria deixar ele dormindo ou acordá-lo para checar se estava bem.

Bom, ele tinha faltado o trabalho, estava dormindo no sofá no meio da tarde e não acordou comigo chegando mesmo tendo um sono extremamente leve. Conclui que era seguro assumir que tinha algo errado.

Tentei chegar perto para ver se ele estava com febre, mas Han estava virado de costas para a beirada do sofá. O virei um pouco, devagar, esperando ele acordar reclamando. Jisung murmurou algo, mas manteve os olhos fechados. Tirei as luvas geladas e coloquei a mão em sua testa e depois no ombro.  Ele estava quente, e eu conseguia sentir o calor irradiando naquela coberta.

—Lix? – ele falou, acordando. Virou para o lado devagar, ficando de frente para mim.

—Desculpa te acordar. Fiquei preocupado.

Ele suspirou e fechou os olhos novamente.

Coloquei a mão em seu ombro.

—Ei, ei, espera. Tenho quase certeza que você tá com febre. Tomou algum remédio?

Jisung balançou a cabeça negativamente.

—Eu só quero dormir.

Revirei os olhos, me lembrando o quanto Jisung se torna uma criança de 3 anos quando está doente.

Fui até a cozinha e procurei um termômetro. Também coloquei remédio em um copo e levei, no caso de precisar. Quando voltei, Jisung já havia virado para o outro lado novamente, e tampado a cabeça com o cobertor.  Segurei um sorriso. Eu estava preocupado, claro, mas não deixava de ser engraçado vê-lo agindo assim.

—Jisung – chamei, ao que ele grunhiu reclamando. – Sunggie.

Tirei o cobertor dele devagar, abaixando até sua cintura. Ele deixou, sem reclamar, e então virou para mim novamente.

—Eu tô bem, Felix – comentou, revirando os olhos.

—Tá, eu acredito – falei, tentando esconder a ironia. – Só... – apontei para o termômetro.

Jisung suspirou e então deu uma risada baixa, derrotado.

Ele ajeitou a coberta e sentou no sofá, devagar.

—Felix, você é um ótimo amigo e extremamente irritante ao mesmo tempo.

Ele esfregou os olhos e ajeitou o cabelo, então pegou o termômetro e o copo de remédio da minha mão. Bebeu o remédio antes mesmo de confirmar se estava com febre.

Han chegou para o lado no sofá, me dando espaço para sentar lá também. Ele encostou em mim e, uns minutos depois, murmurou:

—38,5 – concluiu, olhando para o termômetro.

—“Ah eu tô bem sei lá o que” – ironizei, imitando a voz dele.

Jisung riu.

—Cala a boca.

Ele colocou o copo do remédio e o termômetro no braço do sofá. Encostou o rosto no meu ombro, e então eu levantei o braço e passei por trás de suas costas. Jisung se aconchegou e fechou os olhos.

—Obrigado – falou, baixo.

Eu abri um sorriso, e deixei ele dormir. Pensei no quanto eu era extremamente grato a ele, por ser um dos meus únicos amigos. Quando entrei na faculdade, não fiz muitos amigos. Mas eu conheci um garoto, Changbin. Estudávamos na mesma sala e vivíamos juntos pelos corredores da faculdade. Até que ele pegou na minha mão embaixo da mesa uma vez e começou o que seria meu quase primeiro romance, e o que fez eu descobrir que sentia atração por garotos. Por garotas, sei lá, eu sempre soube. Mas nunca tinha me questionado se curtia garotos até que Seo Changbin segurou na minha mão. E foi tudo incrivelmente mágico, e estranhamente escondido. Sabíamos que não era seguro demonstrar em público que sentíamos atração um pelo outro, e os dois moravam com os pais na época. Então nos contentamos com segurar as mãos. Foi quando, um dia, escondido, ele me levou até o banheiro da faculdade. O mais escondido, do último andar.  Era um horário improvável de ter qualquer outra pessoa lá. Nos escondemos numa cabine. Eu ri, empolgado com a ideia de dar meu primeiro beijo. Era tudo tão novo, e eu nunca tinha realmente gostado de ninguém antes. Nos olhamos, sorrindo. Ele riu também, um pouco alto.

—Shhh – falei, tampando a boca dele.

Encostamos as testas e fechamos os olhos. Íamos nos beijar. E aí ouvimos um barulho.

“Merda” sussurrei.

“Sobe” Changin disse, apontando para o vaso fechado. “Pra não verem seu pé”. Eu sentei e abracei as pernas.

Pensei: é alguém vindo no banheiro, só preciso me esconder e tudo bem. Não era. Estavam nos procurando.

—Eu vi as duas bichinhas se escondendo – um garoto falou, rindo. Eu não consegui reconhecer a voz, talvez pelo nervoso, mas sabia que era alguém da minha sala. Changbin segurou minha mão e eu apertei com força. Ele parecia... tranquilo. Me ocorreu a ideia de que talvez algo parecido já tivesse acontecido com ele antes.

Eles viram os pés de Changbin e começaram a bater na porta. Eu soltei um soluço assustado, e foi assim que eles souberam que eu estava ali também.

Nada tinha acontecido e eu já estava chorando. A porta cedeu, batendo no ombro de Changbin, que ficou em pé na minha frente, me protegendo. Eu levantei, tremendo. Procurei uma forma de sair dali. Eles estavam falando coisas horríveis sobre como o que estávamos fazendo era errado e eu não sabia o que pensar. Não entendia o que eu tinha feito de errado, apesar de entender exatamente o que eles quiseram dizer. Um dos garotos deu um soco em Changbin, que revidou logo em seguida. Ele parecia tão corajoso e eu só queria sair dali. Eu pensei:

“Meu deus, eu vou morrer. Essas caras vão matar a gente.”

Só sabia chorar. Quando a “briga” começou, se é que se pode chamar aquilo de briga, os outros dois garotos recuaram, enquanto Changbin e o outro cara se socavam. O garoto, que eu nem sabia o nome, deu um soco no estômago de Changbin e o empurrou para o canto, chegando até a mim. Eu olhava para baixo. Ao mesmo tempo que senti o único soco que levei naquela noite acertar meu rosto, outros três garotos entraram no banheiro. Os amigos do que estava nos batendo saíram andando, rápido, como quem não quer se meter em encrenca.

—Que porra tá acontecendo aqui, Park? – um menino com o cabelo tingido de loiro falou. Minha visão estava embaçada, mas eu nunca esqueci da primeira vez que ouvi a voz de Jisung. Foi assim que conheci Jisung, Seungmin e Hyunjin. O garoto gaguejou para se explicar, e Changbin caiu no chão, cedendo a dor.

—Você tá bem? – perguntei, ainda chorando. Me abaixei para tentar o ajudar. Ele não respondeu, só segurou meu braço.

Jisung olhou para mim e Changbin, eu consolando ele, os dois na mesma cabine de banheiro. E então acho que ele entendeu tudo, porquê antes que eu conseguisse me recompor, Jisung deu um soco bem no meio da cara do garoto, Park, forte o suficiente para que ele fosse levemente empurrado para trás. Jisung o empurrou mais ainda, com socos no ombro, até a parede. Eu conseguia ver a raiva em seu olhar.

—Filho da puta- murmurou. - Se eu ver você encostar nesses caras de novo, eu juro... – e então respirou fundo. – Sai daqui antes que eu mate você.

Park só obedeceu, em silêncio. Jisung revirou os olhos, e eu genuinamente não entendia porque ele estava nos defendendo. Mas estava grato. Estava tão incrivelmente grato que ainda não tinha conseguido me convencer a parar de chorar.

—Hyungs? – ele disse, olhando para os amigos e apontando para Changbin, encolhido de dor. – Uma ajudinha aqui?

Os dois foram ajudar Changbin, e então cada um o apoiou de um lado e o levaram para enfermaria.

Eu ainda estava em estado de choque, sentado no chão, chorando e com a mão no olho que tinha sido acertado.

—Obrigado – murmurei.

—Nah, não tem problema. Eu ouvi esses filhos da puta cochichando no corredor e vim ver o que estava acontecendo. Você tá bem?

Assenti com a cabeça. O soco não tinha sido tão forte, eu só estava assustado.

—Quer ir pra enfermaria também?

—Não. Tá tudo bem – respondi, embora as lágrimas ainda estivessem descendo.

Ele sentou do meu lado, mesmo que o chão estivesse sujo.

—Eu sinto muito – falou.

—Pelo que?

—Por as pessoas serem tão babacas.

Eu me forcei um sorriso simpático.

—Lee Felix – me apresentei.

—Han Jisung – ele disse.

Depois daquele dia, passei a andar com Jisung e seus amigos. Eu sempre me perguntei o porquê dele ter me ajudado, antes de eu entender que realmente existiam pessoas por aí. Era estranho a sensação de um cara hetero me tratando normal. Ele passava a mão pelo meu ombro como fazia com seus outros amigos, e me abraçava também. E, depois que os boatos sobre mim e Changbin se espalharam, Jisung, Hyunjin e Seungmin eram os únicos que me tratavam dessa forma. Quando Jisung me disse que não estava conseguindo pagar o aluguel sozinho, e precisava de um colega de quarto, eu não pensei duas vezes.

Nunca mais vi ou ouvi falar de Changbin. Dizem que a família dele descobriu que ele era gay e se mudaram, ou qualquer outra coisa assim. Eu não sei o que aconteceu, e, admito, às vezes penso nele.  Mas a vida, ao mesmo tempo que tirou alguém que eu amava, colocou outra pessoa importante no meu caminho.

Olhei para Jisung dormindo no meu colo, suando um pouco, talvez a febre estivesse abaixando. Quis que ele tivesse acordado para poder dizer que estava relembrando como o conheci. Para agradecer pela milésima vez e ouvi-lo dizer que ele não fez nada demais.

Era bom se abstrair do presente, pensar sobre o quanto eu era grato sobre certas coisas. Eu estava bem mais calmo. Foi aquela calma que me permitiu pegar o celular do meu bolso, com calma para não me mexer demais e acordar Jisung, e começar a mexer pelos aplicativos que eu tinha desbloqueado.

Eu não queria invadir a privacidade dele. Não mais do que já tinha feito. Então fui no que me daria uma resposta óbvia: Kakao Talk.

Só tinham duas conversas, então assumi que as outras também tinham sido apagadas. Uma delas era com o único número que estava salvo no celular.

“Mãe”

Cliquei, mas fiquei mais confuso ainda. Todas as mensagens eram ele falando sozinho, e nenhuma delas tinha realmente chegado. Também não me pareciam nada coisas apropriadas para mandar a própria mãe.

“Merda

Merda

Merda

Porra

Caralho”

E mais uma variedade de palavrões, em coreano e em inglês. Depois de duas semanas, tinha a última mensagem.

“Eu te amo tanto”

Olhei a data. Exatamente no dia que eu achei o celular, só que mais cedo.

Não fazia sentido. Alguma coisa naquilo fazia meu coração doer. Seja qual for o contexto, a pessoa que enviou parecia estar desesperada. Quanto mais eu achava que tinha descoberto algo, mais as coisas se tornavam confusas. Por que alguém mandaria mensagem xingando a própria mãe e logo depois mandaria um “eu te amo”? E por que as mensagens nunca chegaram? Será que aquele era realmente o número da mãe dele?

Minha cabeça estava a ponto de explodir. Por algum motivo, eu sentia um aperto esquisito no coração.

Abri a outra conversa.

Fui para a primeira mensagem que consegui achar. Todas elas tinham sido enviadas pela pessoa, e o dono do celular não tinha respondido.

“Chris?

Filho?

Você não me respondeu esses dias

Chris, fala comigo

Hannah tá com saudade

Chris, me responde por favor

Eu to tão preocupado

Não tenho o número dos seus amigos, Chris, por favor me responde, eu não sei o que faço”

Eu fiquei gelado. E se tivesse acontecido algo com esse garoto? E se Chris, o garoto perfeito que eu tinha idealizado, na verdade estava morto em algum canto?

Chequei a data das conversas. As primeiras mensagens com o pai foram no mesmo dia que ele mandou aquelas mensagens sem sentido para a mãe. A situação estava ficando cada vez mais esquisita e eu já estava me arrependo. O número do pai parecia estar bloqueado, porque a foto não aparecia e não tinha chegado nenhuma mensagem desde o dia que eu peguei o celular.

Procurei como desbloquear, e então o fiz.

Alguns minutos depois, uma mensagem chegou. Talvez o pai tivesse visto que estava online, porque ele mandou

“Chris????

?????”

Pensei: vou ligar para ele. Sei que vou me embolar por mensagem. Vou ligar.

Coloquei Jisung cuidadosamente no sofá, com cuidado para não o acordar. Ele se mexeu um pouco, mas logo voltou a dormir. Peguei o celular, minhas mãos tremendo um pouco.

Fui no número e apertei ligar, antes que me arrependesse.

A pessoa atendeu assim que começou a chamar.

—Chris? Chris, é você? Por onde você tá? – uma voz masculina falou, em inglês e com um sotaque australiano pesado.

Fiquei sem graça de quebrar o coração do pai desesperado por seu filho, mas respondi, baixo:

—Hum, oi... olá. Meu nome é Lee Felix. Eu achei esse telefone e estava querendo devolver ao dono, mas não consegui nenhum contato. Só... hum, você.

O homem fez silêncio por alguns segundos. Eu não sabia dizer se estava decepcionado ou apenas processando a informação.

—Onde você achou esse telefone? Meu nome é Jack. O celular é do meu filho. Chris tá de volta na Austrália? – perguntou, confuso. Talvez tenha reconhecido o meu sotaque também.

—Não, não. Eu achei na SNU. Será que você pode vir buscar ou algo assim?

Ele suspirou, frustrado.

—Merda – murmurou, consigo mesmo. – Na verdade, eu moro em Sidney.

—Eu poderia... – comecei, já sabendo que ia me arrepender. – Eu poderia tentar encontrar seu filho e dar o celular para ele. Ele deve estar bem – falei, sem saber porque estava confortando um cara que eu nem conhecia. – Só perdeu o celular. Você tem algum número de algum amigo dele que eu possa ligar? – perguntei.

—Não – o cara disse. – Você estuda na SNU, certo? Chris também estuda lá. Quarto ano de música. Você pode, por favor, checar com os colegas de classe dele? Não consegui achar nenhum nas redes sociais.

—Claro – respondi.

—Felix, certo? Muito obrigado, Felix, você caiu do céu. Eu e minha esposa podemos te dar alguma recompensa ou algo assim. Eu não sei como te agradecer por me ajudar.

Quando ele mencionou a esposa, lembrei das mensagens suspeitas para a mãe. Fiquei tentado em perguntar, mas decidi que era melhor não.

—Não tem problema, senhor – avisei.

—Muito obrigado. Muito obrigado mesmo. Por favor, me mantenha informado – ele disse, e então desligamos.

Logo em seguida o cara mandou, por mensagem:

“Christopher Bang, quarto ano de música

Você pode checar com Kim Seungmin, é o colega de quarto dele no campus”

Seungmin! Seungmin era meu amigo. Meu Deus, se eu tivesse perguntado para ele desde o início.

Desliguei o celular e me apoiei no balcão da cozinha. Respirei fundo. Não entendia bem nada daquilo. Começou com eu me iludindo e tendo um crush em um garoto que nem sei quem é, e agora estou ajudando um pai a achar seu filho.

Eu estava genuinamente com medo. Medo de talvez terem feito algo com o garoto, medo de eu estar me envolvendo demais em uma situação que não tinha nada a ver comigo.

Mas, de qualquer forma, eu sabia que não tinha como dar para trás no momento. Deixei o celular de lado, mas sabia que, assim que o dia amanhecesse, eu iria procurar Seungmin.

Iria colocar fim naquela situação de uma vez por todas.


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Notas finais do capítulo

E aí, pelo que aconteceu nesse cap, já tem teorias sobre o Chris?



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