Reconstrução escrita por Gabs Germano, Indignado Secreto de Natal


Capítulo 21
Proposta


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo definitivamente foi o mais difícil para mim e até agora eu acho que ele não está bom. Eu escrevi e rescrevi ele milhares de vezes. Mas espero que gostem!



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03 de agosto 1986.

― Arthur, eu queria uma ajuda sua.

Sirius era 9 anos mais novo que o Weasley, mas desde sempre o considerara um homem admirável. E após se mudar para próximo de Ottery St. Catchpole, ambos se tornaram grandes colegas. E uma amizade verdadeira surgiu quando Arthur ofereceu um emprego que ele passava a amar cada dia mais.

Black agora trabalhava dentro do Ministério, na Seção de Controle de Mau Uso de Artefatos dos Trouxas. Ele era responsável por concertar todos objetos para os bruxos poderem voltarem a utilizarem, principalmente quando se tratava de meios de transporte igual sua motocicleta. Era um trabalho que ele jamais imaginaria que existia e que ele gostaria tanto, mas lá estava ele, em sua bancada, com ferramentas e objetos trouxas e mágicos.

― Algum objeto muito danificado, Sirius? ― Questionou o mais velho, apoiando-se na bancada. ― Eu logo preciso voltar para o escritório, então se precisar de ajuda é melhor falar.

A bancada que Sirius trabalhava era separada do escritório principal da Seção de Controle, e ele amava esse fato, pois podia trabalhar ouvindo música, com suas roupas trouxas e em contato apenas com alguns bruxos que ali trabalhavam.

― Como você pediu a Molly em casamento? ― A pergunta, fez o ruivo rir ao mesmo tempo que tomava na mão o porta-retrato que estava na bancada ao lado de um pequeno rádio trouxa, mas que ele sabia estar enfeitiçado.

― Você realmente o ama, não é? ― Sirius sentiu-se envergonhada pela forma que Arthur fez a pergunta retórica. ― Eu nunca tive muito para oferecer para Molly, tinha o básico apenas, você sabe, minha mãe era uma Black traidora de sangue. Então, quando me envolvi com ela, eu era um menino simples, acreditando que podia ganhar o mundo do lado dela. E quando saímos de Hogwarts, eu comecei trabalhar aqui no Ministério, juntei um dinheiro e comprei o terreno d’A Toca, a levei lá, me ajoelhei e a pedi em casamento.

Arthur devolveu o porta-retrato, que tinha a foto de Sirius com Remus e um pequeno Potter acenando de forma feliz.

― Vocês são praticamente casados já, você moram juntos desde que a guerra acabou, mas caso você queira fazer um pedido e formalizar o que vocês tem, eu faria um pedido simples envolvendo Harry e talvez alguns amigos, mas algo singelo, afinal, Remus é um homem simples, super apaixonado por Harry e que gosta de ter os amigos mais próximos por perto.

Sirius sorriu, concordando com a cabeça, enquanto ideias surgiam em sua cabeça.

― Obrigada Arthur, você tem sido um ótimo amigo nesses últimos anos. ― Agradeceu antes do Weasley sair.

 

(...)

 

09 de agosto de 1986.

Remus aparatou fora dos terrenos da casa que ele, Sirius e Harry moravam desde que haviam conseguido a guarda do pequeno Potter. Era um dia fresco, o céu estava claro e com um sol vergonhoso que apenas iluminava o céu, mas não aquecia. Ele tocou o portão de madeira com sua varinha, sendo reconhecido imediatamente. O portão ao abrir deu a visão do quintal espaçoso com árvores que rodeavam a casa e a casa mais à frente.

Era uma casa bonita, de dois andares, feita de madeira, com janelas grandes. Ele aproximou-se da casa e levou um susto ao ver Andromeda e Ted parados na porta da sala e por instante seu coração parou ao imaginar que poderia ter acontecido algo com Sirius ou Harry, mas logo ele viu um sorriso iluminado no rosto da prima – que era do namorado, mas que ele considerava-a também.

Eles entregaram dois cravos branco e se afastaram permitindo-o que ele passasse. No chão, havia um caminho de pétalas de rosa vermelhas. Ele precisou passar pela sala, encontrando perto da televisão trouxa, que Sirius insistiu em possuir, Arthur e Molly Weasley, por eles foram entregues mais dois cravos brancos.

Seu coração parecia que a qualquer momento iria sair pela boca, de tão forte e acelerado que estava. Ele tremia levemente e sentia a garganta seca por uma intensa vontade de chorar com o ato visível de amor que Sirius havia armado.

Ele seguiu as pétalas, indo em direção a copa – que era conjunta com a cozinha. em cima do balcão, estava sentada Nymphadora com os cabelos rosa chiclete, Bill e Charlie. Os três riam de algo e só pararam quando notaram que Remus finalmente havia chegado. Os adolescentes entregaram mais três cravos em meio a risinhos típicos de adolescente.

Ele prosseguiu na trilha, indo em direção a escada e logo no primeiro andar encontrou os gêmeos, que pareciam não muito felizes, mas que ao entregarem mais dois cravos sorriram e começaram cochichar sobre pegadinhas que podiam fazer com Percy, por ter os dedurados. Ele subiu as escadas, encontrando Percy segurando a mão de Ginny. O adolescente permitiu que a irmã de 5 anos entregasse os dois cravos. Pensou em avisar sobre o que ouvira dos gêmeos, mas preferiu não se envolver em briga dos irmãos.

Remus já tinha um buquê robusto, que ele segurava com carinho. Ao andar pelo longo corredor, ele deparou-se com Neville, Luna e Xenophilius. O Lovegood, pediu pelo buquê e o amarrou em uma linda fita vermelha, o entregando novamente em seguida. Lupin passou as mãos pelo cabelo de Neville, feliz pela avó do menino finalmente permitir que ele começasse ter amizade com Ron, Luna, Ginny e Harry.

O caminho terminava na porta do quarto que ele e Sirius dividia. Ele hesitou antes de abrir a porta e seu sorriso apenas aumentou, ao ver Harry com um terno e o all star que Sirius insistia que ele usasse. O menino tinha 6 anos, mas era magrelo e alto para sua idade, os olhos tinham um brilho travesso e bondoso e o cabelo era igual do pai, espalhado para todos os lados. 

O pequeno sorriu e correu para abraçá-lo, envolvendo suas pernas com os braços e falando rápido demais:

― O Pad fez tudo isso para você, Moony.

Harry aprendera falar os apelidos deles e eles preferiram deixar assim, evitando que o garoto os chamasse de pais, já que ele tinha um pai que o amava e havia dado tudo para ele estar ali.

― E eu ajudei, sabia?

Lupin finalmente foi solto, pegando o menino pela mão, ainda incapaz de formular alguma frase. Ele foi puxado pelo “pequeno”, até onde Sirius estava, também trajando um terno e um all star.

Os olhares se conectaram imediatamente, ambos sorrindo de forma sincera e que parecia simplesmente impossível a cinco anos atrás. Harry soltou a mão de Remus e sentou-se na cama, feliz pela cena que via. Sirius pegou o buquê, colocando-o encima da cama, segurando as duas mãos de Lupin antes de começar explicar o que tudo aquilo significava:

― Remus, eu sei que tudo isso que eu preparei não chega aos pés do que você merece, mas eu achei que você gostaria de ter nossos novos amigos e familiares por perto. Você merece o mundo, os céus, as estrelas. Você merece tudo. ― Sirius puxou o ar, concentrando-se ainda mais antes de continuar a falar. ― Você me salvou de mim mesmo diversas vezes e continua fazendo isso com muita maestria. Eu só tenho que te agradecer por ter lutado por mim quando foi necessário e por ter estado sempre ao meu lado. Eu sou apaixonado por você faz tantos anos, que é até difícil explicar em palavras o tamanho do amor que eu sinto por você.

Lupin cedeu e permitiu-se deixar lágrimas deslizarem pelo rosto com as palavras que estava ouvindo.

― Há cinco anos, eu estava perdido e não queria mais viver, mas você me resgatou e insistiu em mim e em nós. É graças a você que estamos aqui hoje, criando Harry e eu vou ser eternamente grato por tudo isso. ― Sirius soltou as mãos de Remus, chamando Harry, que correu ao seu encontro. ― Eu e Harry queremos te perguntar algo.

Sirius ajoelhou-se, pegando uma pequena caixa de veludo do bolso da calça. Harry permaneceu ao lado de Sirius, visivelmente empolgado.

― Você quer se casar com a gente? ― Questionou Harry antes da hora, fazendo os dois rirem.

― Você quer se casar comigo e com Harry? ― Sirius perguntou, revelando duas lindas alianças douradas finas.

Remus ajoelhou-se para ficar na altura do “filho” e de Sirius. As lágrimas continuavam a deslizar por sua face, tamanha a emoção que sentia. Ele jamais imaginou receber tanto amor de alguém como recebia naquele momento.

― Eu amo vocês. ― Por um instante foi apenas isso que Remus conseguiu formular, puxando Harry para seus braços e beijando sua face. ― Eu aceito casar com vocês. Já somos praticamente casados, mas eu aceito. E eu quero que vocês dois saibam, que vocês são as pessoas mais importantes para mim, assim como todos nossos amigos que estão aqui hoje.

 

(...)

 

Sirius e Remus desceram com caras vermelhas de choro e um Harry animado pulando de degrau em degrau logo atrás. Todos presentes na sala espaçosa, pareciam felizes e animados com a chegada do casal e Arthur tinha em mãos uma garrafa de champanhe e as taças estavam sobre a mesa de centro.

― Ele aceitou! ― Revelou animado, puxando Remus para um abraço e um beijo caloroso no meio de aplausos. Ambos se separam assim que a garrafa abrindo fez um barulho alto.

Entre abraços calorosos de todos, Sirius agradeceu mentalmente a vida que estava levando e a paz que cada dia parecia maior. Ele desejava sempre que James, Regulus e Lily estivessem ali para ver sua felicidade e para completar ainda mais sua vida, mas ele havia aprendido com os anos a simplesmente sentir a dor da ausência e aceitar conviver com ela, pois sabia que onde eles estivessem, estavam felizes também.


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