Rios Fluem Até Você escrita por Hanna Martins


Capítulo 8
No encontro de nossos lábios há uma vida inteira


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui de volta! Iria postar este capítulo apenas no final de semana, mas gostei bastante dele e vocês estão sendo tão MARAVILHOSOS comigo! Sério, tô amando receber os comentários de vocês. Eles estão me deixando ainda mais animada com esta fanfic. Por isso, em agradecimento a todos esses comentários lindos que venho recebendo aqui está um capítulo novinho. Espero que gostem ♥



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O amarelo se destacava em meio ao verde das árvores. Rey brandia seu sabre de luz com destreza. Gostava de praticar quando seus pensamentos eram tão intensos que podiam a sufocar.  

Voltara a ter aquele pesadelo na noite anterior e desta vez Ben não estava lá para confortá-la. A sensação de que algo asquerosos rastejava sobre a pele ainda continuava. Não se recordava do pesadelo, como das outras vezes, só da sensação que ele lhe provocava. Quando despertava, só o que lhe restava era aquele sentimento de que não valia a pena viver que tudo estava morto e podre, até ela mesma.  

O amarelo de seu sabre de luz apagou-se. Sentou-se na posição de meditação. Fechou os olhos e concentrou-se na Força, se unindo a ela, abandonando-se a ela, buscando deixar todos aqueles sentimentos que foram despertados por seus pesadelos.  

Entretanto, não eram só os pesadelos que a atormentavam. Havia também o fato de que estava enganando Finn. O amigo que sempre estivera ao seu lado durante todos aqueles anos. Finn era mais que seu amigo, era seu irmão. Ele fora a primeira pessoa que voltara por ela. Fora o primeiro amigo que tivera na vida. Fora ao lado dele que embarcara naquela jornada. E, agora, estava mentindo para ele sobre Ben. Omitir uma informação era uma coisa, mas mentir descaradamente que a pessoa que se encontrava na frente dele não era Ben, era outra completamente diferente. Mesmo sabendo que o amigo não lidaria bem com aquilo tudo. 

Por outo lado, ainda estava chateada com o amigo sobre aquela história de colocar ela como a assassina de Kylo Ren. Além disso, ele não lidara da melhor maneira possível quando descobrira que ela trabalharia temporariamente na sub-base de Lis.  

O vento batendo nas árvores. A água correndo no pequeno córrego. O silêncio. A vida acontecendo. E... alguém mais... 

Rey abriu os olhos, deparando-se com Ben que a olhava curioso.  

— Desculpa, eu... estava na hora do almoço... Não pensei que você estava aqui — desculpou-se ele.  

Ela imediatamente deixou de flutuar no ar. Aquela posição exigia muita concentração para manter, mas era uma de suas posições prediletas, quando meditava.  

— Eu não queria te interromper... eu já vou indo... — continuou a se desculpar Ben. 

— Não, tudo bem. Pode ficar. Eu já terminei por aqui — disse, pegando o sabre de luz que havia caído aos seus pés.  

Ben a olhava como se a tivesse a flagrado em um momento íntimo. Ele estava claramente envergonhado. Não podia deixar de pensar que era até engraçado vê-lo assim e um pouco bonitinho. Ele que sempre passara a imagem de alguém tão inatingível por coisas humanas. Obviamente, Rey sabia que aquela era uma grande fachada.   

Era a primeira vez desde que começara a trabalhar na oficina (já fazia quase uma semana que estava ali) que os dois tinham um momento à sós. Ben estava sempre ocupado com mil coisas, tanto que ela mal o via. E ela que chegara a pensar que trabalhando lá poderia se aproximar mais dele... 

Os dois estavam na floresta que rodeava a sub-base de Lis. Rey gostava de ir naquele local no horário de almoço. Tudo lá era tão tranquilo e verde (sua cor predileta).  

Rey caminhou até o pequeno lago, vendo seu reflexo e o de Ben na água calma e transparente. Aquele lugar parecia-se tanto com Takodana. O lugar onde eles se encontraram pela primeira vez.  

Uma ideia boba passou pela mente dela. Era com certeza algo estúpido. Mas, se funcionasse...  

A luz amarela do sabre surgiu e ela o apontou para Ben. 

— A garota de quem tanto ouvi falar — proferiu ela, em uma imitação das primeiras palavras que ele dirigira a ela.  

— O quê? — Ben fez uma careta confusa.  

— Eu... Nada — falou, apagando a luz do sabre. — Esquece. Só estava testando algo. Foi uma ideia idiota.  

Ele a olhava ainda com uma expressão interrogativa.  

— Então, este é seu sabre de luz? — perguntou ele, subitamente, apontando para a arma que ela tinha nas mãos. 

— Ah, é. Fui eu mesma que fiz — explicou, olhando para o sabre. — Quer experimentar? 

Um Jedi não daria suas armas para outra pessoa experimentar. O sabre era a vida de um Jedi. Porém, ele não era qualquer pessoa.  

— Posso? — pediu, olhando para o sabre com curiosidade. 

— Claro.  

Rey estendeu o sabre para ele, depositando nas mãos dele que se abriram como se recebessem algo realmente precioso.  

Ben olhou para cada parte daquela arma, inspecionando cada mínimo detalhe. Ele acendeu o sabre e a luz amarela iluminou sua face. Brandiu-o no ar.  

Ela sorriu. Uma das coisas que sempre quisera mostrar para ele era seu sabre. Um sabre que ela mesma construíra.  

Lamentou o fato de não ter outro sabre ali. Gostaria de praticar com ele naquele momento. Ben era o melhor espadachim que já conhecera. A luta dele era rápida e instigante. Mesmo quando os dois estavam em lados oposto da guerra, havia uma pequenina parte dela que não deixava de reconhecer que lutar contra ele era fascinante.  

— Você é bom nisso — afirmou ela.  

— Não... eu... não sou — replicou ele, apagando o sabre.  

Rey pegou seu bastão, aquilo poderia servir também, concluiu, e colocou-se em uma posição de luta. 

— Me ataque! — ordenou ela.  

— Não, eu não sei como fazer isso. 

— Não há nenhum segredo — incentivou Rey, sentindo a hesitação e a curiosidade dele. — Só ataque. Seu corpo vai saber fazer o resto.   

— Eu nunca fiz isso antes... 

Rey conteve-se para não gritar que ele havia feito sim e como havia feito bem! Em vez disso, sorriu. 

— Venha! — intimou, preparando-se para o ataque.  

Ben veio para cima dela e ela o bloqueio imediatamente com o bastão. Ele continuava em boa forma. Os movimentos dele ainda rápidos e certeiros. Porém, faltava ainda algo na luta dele. Sem pestanejar, Rey o afastou com o bastão e o atacou. Ele protegeu-se com o sabre.  

Ben preparou-se para tentar atacá-la e foi novamente na direção dela. Rey desviou seu corpo, não notando a pedra bem no seu caminho. Preparou-se para sentir o chão duro. Mas, não foi isso que recebeu. Em vez do chão duro e frio, sentiu algo quente e macio a envolvendo.  

Os braços de Ben envolviam as costas de Rey. O corpo dela se encontrava sobre aquele corpo quente e forte. Rey tinha a cabeça apoiada sobre o peito dele. Podia ouvir as batidas rápidas daquele coração jovem e cheio de vida. O sangue pulsando por suas veias. 

Era a primeira vez em anos, sem que estivesse assustada demais ou bêbada para ter consciência de si mesma, que estava tão próxima de Ben. Ela podia ouvir as próprias batidas agitadas de seu coração.  

O som de seus batimentos cardíacos, os braços fortes e protetores de Ben envolvendo Rey, o calor do corpo dele. Ela quase teve certeza que o tempo acabara de parar.  

— Você está bem? — perguntou ele.  

— Estou — respondeu, sem mover-se sequer um único centímetro da posição em que se encontrava. — Estou muito bem...   

— Pensei que poderia ter machucado você. 

— Você nunca me machucaria — murmurou ela. — Não você.  

— Eu sou tão mau lutador assim? — perguntou em um tom divertido. 

Ela soltou uma risadinha.  

— Você com certeza não é mau lutador.  

Rey soergueu-se. Embora quisesse ficar lá, ouvindo o coração dele para sempre, ela também queria ver o rosto dele, observar cada pequeno detalhe.  

Ela apoiou uma das mãos no peito dele para sustentar seu peso.  Naquela nova posição, suas cabeças ficavam terrivelmente perto. Os olhos de Rey passearam por aquela boca tentadora. O sabor daqueles lábios ainda permanecia nela, mesmo depois de três anos.  

O primeiro beijo deles... Ela o beijara com ímpeto e desajeitadamente. Nunca havia beijado um garoto antes. Ben a recebera com paixão, incentivando que ela prosseguisse o beijo. E naquele breve beijo, Rey sentira que vivera uma vida inteira.  

Agora, ele estava ali. Pouquíssimos centímetros os separavam. Bastava uma leve inclinada de cabeça e... ela mergulharia novamente naqueles lábios, deixando completamente a realidade. Tudo o que precisava fazer era mexer-se míseros centímetros... Mais alguns centímetros... 

— Pessoal, onde vocês estão? — gritou Morpheus. — Pessoal! 

A voz esganiçada de Morpheus os trouxe a realidade. Rey saiu imediatamente de cima de Ben. Pegou suas coisas automaticamente, sem ousar olhar para ele.  

— Ah, vocês estão aí? O General Finn está te procurando, Rey.  

— Finn? Ele está aqui? — indagou ela.  

— Está sim — respondeu Morpheus, todo feliz em dar aquela importante notícia. — Yuri, você precisa me ajudar com as novas peças que chegaram.  

Rey lançou um rápido olhar para Ben. Porém, não conseguiu ver a expressão do seu rosto. Ele olhava em outra direção.  

 

 

 


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Quem aqui quer matar o Morpheus? Lembrando que a culpa é totalmente dele, a autora não tem nada a ver com isso, hein! hehehehehe, falando isso, enquanto joga o Morpheus na frente dela e corre desesperadamente para salvar a própria vida.