Rios Fluem Até Você escrita por Hanna Martins


Capítulo 18
Açúcar e canela


Notas iniciais do capítulo

Hey, reylos!
Mais um capítulo!
As coisas estão um tantinho quentes neste capítulo... Sei que vários leitores não gostam muito de hot, então, está tudo bem pular estas cenas



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O sabre cor de sangue atravessou o homem. Ele não podia vislumbrar as feições do homem com nitidez, apenas sentia a dor e o vazio se alastrarem por todo seu ser, como se ele tivesse acertado a si mesmo com o sabre e não a figura triste que tinha diante de si. O homem caia no abismo e ele apenas o olhava. Não havia mais como voltar atrás. Seu corpo e sua alma estavam partidos. Alguém gritou ao fundo. Era o grito de uma mulher. Uma voz muito familiar. Mas, antes que pudesse vê-la, despertou.  

O ar mal chegava aos seus pulmões, respirar era quase uma tarefa sobre-humana. Seu coração batia em uma velocidade assustadora.  

 Yuri levantou-se da cama, tentando estabilizar a respiração e as batidas descompassas do coração.  

Aquele pesadelo fora pior do que qualquer outro. A angústia e a dor que sentira eram sufocantes e demasiadamente reais.   

Entrou no chuveiro sem retirar as roupas do corpo. Deixou que a água gelada chicoteasse a pele, enquanto tentava tomar o controle sobre si. Ficou lá por um tempo inestimável.  

Vestiu umas calças velhas que encontrou, deixou o uniforme secando em cima da cadeira.  

Ele havia deitado na cama apenas para tirar um cochilo, passara o dia inteiro com aquela sensação nauseante. Queria apenas descansar um pouco. Porém, não foi a paz que encontrou naquele sono. 

 A penumbra caía sobre o quarto. Não acendeu as luzes. Sentou-se na cama, ainda atordoado demais com aquele pesadelo.  

Estava sozinho e repleto de angústia. Desejava apenas que aquilo parasse, saísse de sua mente.  

As imagens do pesadelo giravam em sua cabeça. As paredes do quarto pareciam prestes a cair sobre ele. Seu estômago doía.  

Um barulho na oficina lhe chamou a atenção, livrando-o por um breve instante daqueles pensamentos sombrios. Deveria ser Morpheus que esquecera alguma coisa. Desejou que fosse ele com toda a sua alma, até mesmo a companhia de seu chefe era preferível do que a sua própria. 

Ele já havia descido vários degraus, quando notou que não era exatamente seu chefe que estava lá... 

— Rey?  

— Eu só vim devolver a cha... — ela parou de falar subitamente, quando voltou-se para ele.  

Os olhos dela desviaram-se rapidamente dele, fitando outra direção. 

— Eu vim devolver a chave do depósito. Poe acabou levando com ele, sem perceber — disse ela, sem o olhar.  

— Ah — foi a única coisa que conseguiu articular, ainda estava preso naquela sensação angustiante que o pesadelo lhe provocara.  

Rey lhe lançou um olhar curioso, como se estivesse perdida em algum pensamento. Ele deu alguns passos em direção a ela.  

— Você não veio trabalhar hoje... — falou apenas para quebrar o silêncio. O silêncio o fazia escutar seus próprios pensamentos e tudo o que ele menos desejava era ouvi-los.  

— Estava ocupada, ajudando Rose... Eu avisei Morpheus — falou ela na defensiva. Ele lembrou-se de uma discussão que os dois tiveram certo tempo atrás. Lamentou-se amargamente das palavras que um dia havia atirado a ela. — Ele disse que estava tudo bem... Não estou fugindo do trabalho nem nada. Era só que minha amiga precisava da minha ajuda... 

— Desculpa, Rey. Eu sei que falei idiotices daquela vez. Você não é irresponsável. Pelo contrário. Sei que minhas desculpas vêm um pouco tarde, mas mesmo assim, queria pedir desculpa a você. Sinto muito por ter falado aquelas bobagens. Fui um completo babaca.  

Ela olhou-o e um pequeno sorriso, quase imperceptível, se formou nos lábios dela. 

— Eu sei que você não falou por mal. Apenas foi coisa do calor do momento... Acontece. Está tudo bem.  

— Obrigado por receber minhas desculpas... — disse baixinho, aliviado.  

Os dois caíram no silêncio.  

— Acho que já vou indo... — disse ela, dando um passo em direção à saída.  

Ele não queria ficar só. Se ficasse por mais um segundo sozinho, tinha certeza absoluta que enlouqueceria. Ele se perderia naquele oceano de solidão e angústia e não conseguiria voltar à tona.  

Precisava retê-la. 

— Rey...  

Ela parou, esperando-o. Aqueles grandes olhos de uma tonalidade avelã estavam nele, aguardando-o em expectativa.  

Aproximou-se dela. Ela estava tão perto dele. Quando a beijara na última vez, todas aquelas sensações de vazio e angústia desapareceram. Será que se a beijasse agora, conseguiria eliminar aquela bola de angústia que crescia dentro de si?  

Precisava do calor dos lábios dela. Precisa dela. 

Os olhos dela o chamavam. Eles eram como um rio de águas agitadas. Poderia mergulhar neles e nunca mais regressar. Talvez, fosse isso exatamente o que desejava e precisava, se perder naqueles olhos para nunca mais ser encontrado. 

Inclinou-se vagarosamente sobre ela, dando-lhe a chance de escapar. No entanto, Rey não se moveu nenhum único centímetro.  

Os lábios dele encontraram os dela. Mergulhou completamente naquela boca, perdendo-se.  

Sua língua deslizou pelos lábios dela. Segurou com os dentes o lábio inferior, fazendo pressão, mas não tão forte ao ponto de machucar. Sugou-o, saboreando seu gosto. A boca dela tinha sabor de algo doce misturado com canela. Açúcar e canela.  

Penetrou a língua naquela boca macia e quente, querendo experimentar mais o gosto de açúcar e canela. Gostava daquele sabor provocante e doce ao mesmo tempo. Suas línguas se encontraram e deslizaram uma sobre a outra, em uma dança harmoniosa, calma em alguns pontos e frenética em outros. Eles sabiam dançar muito bem aquela música.  

Aquilo era bom e o fazia esquecer-se de todo o resto. Nada mais importava, apenas os lábios de Rey. Até mesmo o pesadelo transformara-se em algo distante e pequeno.  

Puxou-a em seus braços, erguendo-a no ar, fazendo com que ela passasse as pernas por sua cintura. Os braços dela enlaçavam seu pescoço, e uma das mãos dela percorriam seus cabelos, puxando-os com força.  

Se viu subindo os degraus da escada com ela nos braços. Era tão fácil carregá-la. Os dois não deixavam a boca um do outro nem por um breve segundo. Mal soube como chegou ao patamar superior. Seu corpo estava pensando por si só.  

Abriu a porta do quarto e depositou-a na cama.  

Os dois se embrenharam um no outro. Perdendo-se e encontrando-se. Os beijos eram intensos e vorazes. Beijavam-se como se estivessem famintos.  

Rey deslizou a mão por ser peito nu, provocando um agradável arrepio em sua pele. Ela estava sentada em seu abdômen, sustentando o peso nos joelhos que se encontravam ao redor dele, na altura de seu quadril. Os lábios dela desceram por seu peitoral, provocando-o, deixando um rastro de fogo por onde passavam. Aqueles lábios eram doces e quentes, uma mistura demasiadamente perigosa.  

Sentou-se na cama, fazendo com que ela se sentasse em seu colo. Seus quadris, se chocaram. Ele não permitiu que eles se afastassem. Pegou em sua bunda, trazendo o quadril dela para mais perto do seu.  

Os lábios dele deslizaram pelo pescoço, com a ponta da língua percorreu aquela pele delicada. Cravou seus dentes em uma porção pequena de pele que ficava na base do pescoço, seus lábios fizeram pressão naquele ponto, e sua língua o lambeu. 

As mãos dela percorriam suas costas. Podia sentir suas unhas enfiando-se em sua carne. Ele aumentou a pressão dos lábios sobre o pescoço dela.  

Uma das mãos foi até suas costas, chegando na borda da blusa dela. Adentrou-a. Tocou aquela porção de pele quente e macia. Ela arqueou as costas. Aproveitou o momento para se apossar de seus lábios. Beijou-a com sofreguidão como se quisesse se apossar dela plenamente, até mesmo de sua alma.  

Seus quadris faziam pressão um no outro. Aquilo era uma tortura para ele. Uma doce tortura.  

Derrubou-a na cama, sem deixar sua boca. Ela passou as pernas por sua cintura, trazendo seu quadril para junto do dela. Aquela posição era ainda mais íntima e torturante que a anterior. Parecia que todo o seu sangue havia fluído para aquela região. Agradeceu o fato de estar usando calças de uma malha muito espessa.  

Esfregou o quadril no dela. Talvez, ele gostasse de torturar a si próprio. Talvez, não, ele tinha absoluta certeza. Gemeu baixinho, perdido naquela sensação.  Ela apertou-se ainda mais contra ele e capturou seus lábios.  

A mão adentrou na blusa dela, percorrendo a pele suave do abdômen. Tocou nos seios, que estavam protegidos por uma faixa de tecido. As pontas de seus dedos encontraram uma pequena brecha naquele tecido, espremeram-se por esta brecha até terem acesso aquela pele delicada e macia. Ela puxou seus cabelos, cravou a unha em suas costas e bateu o quadril contra o dele com força.  

Afastou-se um pouco dela. Ela tinha os olhos fechados, a respiração irregular, sua expressão era tão bela que ele mal conseguia acreditar que era real. Beijou-a, cheio de avidez.  Os beijos dela só aumentavam sua voracidade. Queria perde-se completamente nela, saciar aquela vontade visceral por ela. Mergulhar naquela água e aplacar o fogo que o consumia. Não era apenas o seu corpo que a queria, todo seu ser implorava por Rey. 

Sua mão escorregou até a borda da blusa dela. Ele a puxou-a, revelando a pele de sua barriga. Deslizou os lábios por aquela região, sentindo o gosto e a textura com a ponta da língua.  

Subiu mais a blusa, até revelar o tecido que cobria os seios de Rey. Por cima do tecido, passou os lábios, provocando um gemido em Rey. Seus dentes foram até a borda daquele tecido e o afastou um pouco. Sua língua penetrou naquele local. Segurou o seio direito em sua mão, apertando-o com suavidade, enquanto seus dedos entravam novamente naquela pequena brecha que haviam encontrado. 

Ela puxou sua cabeça e procurou com sofreguidão por sua boca. Rey beijou-o com o corpo inteiro.  

Estava cada vez mais difícil se controlar. Cada fibra de seu corpo suplicava por ela.  

A mão saiu do seio dela e deslizou até a borda das calças dela. Brincou com aquele tecido, observando a reação dela. Rey puxou-o para mais perto, arrebatando seus lábios com ímpeto.   

Escorregou os dedos para dentro das calças, tocando o tecido da roupa debaixo. Os dedos ágeis foram até a borda e, sem hesitação, entraram naquele território. Explorou-o com delicadeza, curiosidade e ansiedade.  

Rey arqueou as costas e um suave gemido saiu daqueles lábios ardentes.  

Os dedos encontraram aquela fenda molhada, escorregadia e quente. Adentrou um dos dedos naquele território, com fascinação e ansiedade. 

Ela enterrou as unhas com vigor na carne das costas dele.  

Ele colheu com os lábios os gemidos dela.  

O corpo dela se contorceu inteiro e um pequeno grito saiu dos lábios dela.  

Ele perdeu-se naquela expressão, maravilhado.  

Rey procurou pelos lábios dele com impaciência, arrebentando-os com furor. 

As mãos dela vagaram até a entrada de suas calças. Ele estava preste a ter um alívio para sua agonia... Porém, uma pitada de sanidade foi trazida a sua mente.  

O que estava fazendo?  

Não, não era ele quem ela queria. Rey apenas desejava o outro que ela via nele. Se continuasse com aquilo, estaria enganando-a e a si próprio. Estaria se aproveitando dela ainda mais. Ele precisava dela naquele momento e para isso se utilizara do fato que Rey via Ben Solo nele. Agira como um canalha.  

Reteve a mão dela entre as suas e caiu ao lado dela na cama.  

— O que foi? — indagou ela, sustentando-se nos cotovelos para encará-lo.  

— Temos que parar com isso — afirmou ele, fugindo dos olhos dela, caso o contrário perderia toda sua força de vontade que reunira com tanto esforço para se afastar dela.  

— Por quê? Você me quer, eu te quero — argumentou ela, com a voz baixinha e tentadora.  

— Tem certeza que é a mim que você quer? — rebateu com a voz baixa e calma. Não havia raiva nem mágoa naquela voz, apenas uma constatação.  

— Sim — contestou ela. — Eu quero você.  

Ele suspirou. Desejou ser tolo o suficiente para se deixar ludibriar por aquelas tentadoras palavras. Desejou ser canalha o suficiente para ignorar a verdade e voltar para aqueles lábios quentes e cheios de promessas.  

— Eu quero você — voltou a afirmar ela.  

Yuri olhou-a. Ela estava ali tão perto dele. Bastava inclinar-se alguns poucos centímetros e mergulharia naquelas águas esquecendo-se de tudo.  

Os ombros dela tocaram suavemente seu braço. Podia sentir o calor que emanava do corpo dela. Queria percorrer aquele corpo como um rio que envolvia tudo... 

Fechou os olhos. Não, não poderia ceder. Para o bem e dela e o de si próprio. 

— Não, vamos parar com isso — falou com firmeza. Desconhecia completamente de onde havia retirado aquela força.  

Rey mexeu-se na cama, ajeitando as roupas.   

Não, não queria que ela fosse embora. Não queria que ela o deixasse sozinho com aqueles pesadelos. Ele só conseguira não enlouquecer porque ela estava ali.  

— Fique — pediu em um sussurro.  

Ele era o suficientemente canalha para pedir para ela ficar, reconheceu.  

Rey o olhou, com aqueles olhos hipnotizantes.  

— Por favor, fique — voltou a implorar.  

Ela voltou a deitar-se ao seu lado em silêncio, como se o compreendesse completamente e palavras não fossem necessárias.  

Seus olhos se encontraram. Os olhos dela estavam serenos, como as águas de um lago. Ele pode ir para o mundo dos sonhos, perdido naquele rio, agora, pacífico, que o chamava.  

Pela primeira vez em dias, os pesadelos não o atormentaram.  


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Estes dois não conseguem mais resistirem, né? kkkkk Mas, o Ben/Yuri ainda tem certas dúvidas, não querendo ferir a Rey, por achar que não ele quem ela de fato gosta...



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