Rios Fluem Até Você escrita por Hanna Martins


Capítulo 17
Não adianta fugir


Notas iniciais do capítulo

Hey, reylos! Curiosos para saberem o que nosso casal anda aprontando?



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— Eu já cuidei da comida, da bebida — falava Rose, conferindo os itens da lista que estava no holo. — Vamos ver o que falta... tudo isso? Não vai acabar nunca? 

— Você deveria relaxar um pouco, Rose — sugeriu Finn.  

— Claro, por que não? Então, quando o Governador de Búri e todos aqueles ministros aparecerem por aqui vamos os receber com... nada, porque precisávamos relaxar — disse ela sarcasticamente. 

Finn rolou os olhos. Ele e Rose estavam em uma espécie de guerra fria. Rey até já havia se acostumado com aquilo.  

— E cadê o Poe? — indagou a Comandante Tico, com uma voz que ordenava por uma resposta imediata.  

— Poe? Aquele lá deve ter arranjado um jeito de escapar daqui — respondeu Finn, colocando o pé em cima da mesa e cruzando as mãos atrás da nuca, enquanto se balançava na cadeira de escritório. — Aquele cara é esperto. 

Rose lhe lançou um olhar assassino.  

— Bem, acho que vou checar se temos... o número suficiente de copos... — falou ele, dando um salto da cadeira. 

— Homens! — exclamou Rose com ironia.  

Rey se ajeitou na cadeira, seus músculos estavam doloridos de ficar naquela posição por horas, e seus olhos ardiam por permanecerem tanto tempo presos na tela fria do computador. Arquitetar um esquema de segurança para a comemoração da aliança entre Búri e a Resistência era uma tarefa muito trabalhosa.  

— Quer fazer uma pausa? — perguntou Rose. 

— Quero — assentiu, levantando-se da cadeira. 

— Esses idiotas — xingou Rose baixinho. — Eles não entendem que tudo o que faço é para o bem da Resistência? O que eles querem?  

Rey deu uma palmadinha de consolação nos ombros da amiga.  

— Não se preocupe, Rose. Você está fazendo um ótimo trabalho, como sempre faz, e sem a ajuda deles. 

Rose sorriu. 

— É, eu sei — brincou a amiga.  

Rey pegou um pouco de água no bebedouro. Sua garganta estava seca, quase tão seca como ficava em Jakku após um dia cansativo explorando as sucatas.  

O pesadelo daquela noite ainda pairava sobre sua cabeça como uma sombra que nunca a abandonava. Manter o foco em algo estava lhe exigindo um esforço sobre-humano.  

Também apanhou alguns bolinhos polvilhados com canela e açúcar. Passara o dia inteiro trabalhando e mal tivera tempo para colocar alguma coisa no estômago.  

— Poe! — gritou Rose, vendo o General passar em frente a porta. 

— Minha flor! — disse Poe, tentando jogar todo seu charme para cima de Rose, era isso que ele fazia quando estava encrencado. — O dia está tão lindo lá fora, não é?  

— Não adianta, Dameron, sou imune aos seus truquezinhos baratos. Você não tinha ficado encarregado de cuidar do local da comemoração? 

— Ah, isso? Não se preocupe, minha florzinha, a Penny está vendo isso para mim — explicou, dando uma piscadela. 

— Penny? Você deixou isso nas mãos dela? Argh! Você tem muita sorte de eu não saber usar um sabre de luz, porque estaria sem seu “amiguinho” agora mesmo.  

Rey entendia perfeitamente a irritação de Rose. Penny, com toda a certeza, não era a pessoa mais indicada para cuidar daquele assunto. Ela era a assistente de Poe, do tipo que vivia babando pelo chefe e esquecendo tudo mais. 

— Eu sou mesmo muito trouxa para confiar um trabalho importante para você! — lamentou Rose.  

— Minha florzinha, tudo está sob controle. Eu garanto. 

Os dois começaram a discutir e Rey já estava quase saindo da sala para eles terem mais privacidade, quando escutou aquilo: 

— Você deixou o seu trabalho para consertar caças em Lis? — disse Rose, exasperada.  

— Claro. Aquilo lá sim é um trabalho importante — rebateu Poe. — Estou cuidando da nossa segurança. Vai que algum caça, que irá fazer nossa segurança aérea, quebra no dia, hein?   

Rey olhou indignada para Poe. Não iria comprar aquela historinha. Ele estava realmente se metendo onde não deveria. Primeiro, arrastando Ben para aquela “saída de colegas” e depois indo “trabalhar” na oficina. 

— Coração — falou, ignorando o olhar de Rey, com a voz mais afável possível —, trouxe sem querer essa chave da oficina, pode devolver, por favor, para mim? Eu mesmo iria, mas a minha querida florzinha quer que eu a ajude... 

— Que chave... — deteve-se ao identificar o objeto. — Não acredito que você pegou a chave do deposito?! 

— Foi um deslize meu — defendeu-se ele, como se fosse algo sem importância, dando os ombros.  

Ela pegou a chave, ponderando sobre o que deveria fazer. Eles iriam precisar daquela chave na oficina, não dava para deixar para o dia seguinte. Ela poderia obrigar Poe a devolvê-la pessoalmente, mas... por outro lado... poderia fazer uma visita... 

 

**************************************** 

Estava escuro e silencioso. Nenhuma luz acessa. Morpheus já deveria ter ido embora e Ben... não havia o menor sinal dele por lá. Talvez, ele estivesse no quarto em cima da oficina. Rey acendeu uma das luzes, mas ela não era suficiente para iluminar todo o local. A oficina era um tanto fantasmagórica, quando ficava silenciosa e com pouca iluminação à noite.  

O que estava fazendo ali, afinal? Só seguira um impulso. O que esperava encontrar naquele lugar?  

A boca continuava seca e aquela sensação letárgica não a abandonara. Precisava dormir um pouco, pelo menos, tirar um breve cochilo. Apesar de que temia mergulhar no mundo dos sonhos e ser arremessada naqueles pesadelos novamente.  

O melhor que tinha a fazer era ir embora dali.  

— Rey? — A voz de Ben a pegou de surpresa ao ponto de seu coração dar um pequeno salto.  

— Eu só vim — começou a falar, voltando-se para ele — devolver a cha... 

Ben tinha os cabelos molhados. Gotas de água escorriam dos fios negros, deslizavam pelo pescoço e escorregavam pelo peitoral musculoso e muito bem traçado, se perdendo naquele abdômen belamente esculpido.  

Os olhos de Rey não conseguiam se desviar das pequenas gotas de água que deslizavam pelo torso nu até se perderem na entrada das calças de Ben.  

Percebeu o que estava fazendo e retirou os olhos daquela direção com algum esforço.  

— Eu vim devolver a chave do depósito. Poe acabou levando com ele, sem perceber — explicou ela, fitando seus próprios pés.  

— Ah. 

Lançou um breve olhar para ele. Ben não parecia nenhum um pouco abalado com o fato de estar seminu na frente dela. Já ela... 

Lembrou-se daquela vez, quando a Força os conectou em um momento bem mais íntimo do que aquele que ocorrera em Ahch-To.  

Ela estava meditando. Porém, sentira a conexão se estabelecendo bem antes de abrir os olhos. Ele estava lá, podia senti-lo.  

O som da água correndo, do vento batendo suave nas árvores. Ele deveria estar em algum tipo de floresta ou algo do gênero.  

Precisava demonstrar que era absolutamente indiferente à presença dele. Controlou a respiração, limpou os pensamentos, deixando-os calmos, e abriu os olhos.  

Mas, com certeza, nem todo o autocontrole do mundo a preparara para aquilo. 

A água escorria por todo o corpo bem torneado, realçando os músculos. Apenas uma calça de um tecido muito fino, o cobria. Ele a encarava de um modo entre o desafiante e o petulante. A sombra de um quase sorriso pairava nos lábios dele.  

Kylo conhecia-a o suficiente para saber que ela ficava envergonhada diante da nudez de outra pessoa. Ele gostava daquilo, de a provocar, podia sentir.  

Porém, ela não queria ceder. Se desviasse os olhos, ele ganharia a batalha silenciosa que travavam naquele momento.  

— O que foi, Ren? — indagou, querendo demonstrar que a nudez dele não a afetava de modo algum. — Vai ficar o dia inteiro me olhando?  

— Não sou eu quem vai ficar o dia inteiro olhando... — rebateu em um tom divertido. — Não vai me pedir para colocar algo?  

— Eu? Pode ficar como quiser, Ren — afirmou, olhando diretamente em seus olhos. Era mais fácil olhar para aquela parte dele naquele momento do que qualquer outra parte de sua anatomia. 

— Mesmo? — perguntou, com os olhos semicerrados, analisando-a. 

Ele deu um passo em sua direção. 

— Claro. Fique à vontade — declarou, mantendo os olhos no rosto dele.  

Ele deu mais alguns passos até ficar bem diante dela, com pouquíssimos centímetros os separando. Ela estava sentada em um lugar alto, por isso, ficava quase do tamanho dele, não precisando esticar o pescoço para encará-lo. O coração de Rey batia de modo descompassado.  

Os olhos dele não saiam dos dela, desafiando-a, provocando-a. Quem desviasse primeiro os olhos, perderia aquela batalha.  

Ele deu mais alguns passos, ficando extremamente próximo dela. Por um segundo, Rey esqueceu de como se respirava. A tarefa de enviar ar para os pulmões lhe parecera algo complicado demais naquela situação.  

Ele colocou as mãos uma em cada lado do corpo dela e inclinou-se sobre ela.  

Rey teve que se controlar para não demonstrar sua inquietação. Ele estava próximo demais... Estranhas sensações, totalmente desconhecidas para ela, perpassava cada fibra de seu corpo. Um formigamento, um calor, um arrepio. Rey sentia tudo aquilo e mais um pouco, apenas com a proximidade do corpo dele do dela.  

— Mentirosa — sussurrou ele bem em seu ouvido, com aquela voz profunda e penetrante.  

O corpo de Rey estremeceu. Ela desejou com desespero que aquela ligação terminasse o mais rápido possível, caso o contrário... certos pensamentos estranhos iriam invadir sua mente.  

— Não adianta fugir, Rey — declarou ele, ainda sem se mover um centímetro daquela posição extremamente íntima.  

Ela conseguia sentir até mesmo cheiro dele, madeira com um toque cítrico. A respiração quente batia em seu pescoço, causando-lhe pequenos arrepios.  

Rey voltou ao presente. Ben agora estava ali diante dela, encarando-a.   


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Mais memórias do passado destes dois... O que será que aconteceu?



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