Rios Fluem Até Você escrita por Hanna Martins


Capítulo 19
Verdades que não podem ser negadas


Notas iniciais do capítulo

Hey, reylos! Capítulo novo chegando!
Este capítulo tem uma cena... não é um hot, mas acho que ela é um tanto... digamos que gráfica... então, tudo bem pular esta parte.



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Os olhos ardiam e os músculos estavam rígidos de tanto ficar na mesma posição por horas. Rey esticou os braços e espreguiçou-se. Fechou o livro, mas antes marcou a página que lia com um pedaço de fita. Aquilo estava tornando-se uma rotina, passar a noite acordada, enfurnada nos textos jedi.   

Os pelos dos braços se arrepiaram, ela abraçou-se, tentando se aquecer.  

Ele estava ali, sentiu.  

Suspirou, buscando encontrar forças para confrontá-lo. As batalhas entre eles, fossem verbais ou de sabres, deixavam-na exausta. Mas, precisava enfrentá-lo. Não deveria fugir.  

Vagarosamente voltou-se, temendo pelo o que encontraria. No entanto, não recebeu o que esperava, em vez disso, foi surpreendida com uma cena inusitada: Kylo estava em sua cama, dormindo.  

Aproximou-se, quase fascinada por aquela imagem. Nunca o vira tão pacífico. O rosto dele tinha uma expressão calma, os cabelos caiam em desordem pela face, o peito subia levemente, assinalando sua respiração tranquila. Era quase como se ele fosse Ben... Não, ele escolhera ser Kylo Ren. Ben Solo se fora. Precisou relembrar a si mesma.  

Kylo abriu os olhos subitamente, fazendo seu coração se alterar.  

— Me observando dormir, Rey? — sussurrou ele. Ouvir o nome dela sair daquela boca provocava nela uma sensação estranha. — Sentiu tantas saudades assim de mim? 

Só então, ela notou o quanto estava próxima a ele, o suficiente para sentir o cheiro dele, madeira com um toque cítrico. Aquele cheiro remetia a uma floresta completamente verde, banhada pelo orvalho da manhã. Seus rostos estavam a poucos centímetros de distância. Sem perceber, inclinara-se sobre a cama. Porém, não iria correr o risco que ele notasse o seu deslize. Preferiu ficar na mesma posição, olhando-o de forma nada amigável para mostrar que ele não tinha qualquer efeito sobre ela. Pelo menos, era isso que queria demonstrar.  

— Não se engane, Ren, estou vendo você dormir para encontrar um modo de acabar com você — rebateu ela.  

Ele a olhou com uma expressão maliciosa e um pouco travessa. Odiava o fato de não saber o que ele estava planejando. Ao menos, Kylo não poderia também acessar o que se passava por seus pensamentos. Eles já não permitiam que um entrasse na mente do outro.  

— Tem certeza? — indagou ele de modo petulante.  

— Já até encontrei algumas maneiras — mentiu. 

— Quais?  

Kylo soergueu-se. Seus lábios ficaram absurdamente próximos um do outro. Os olhos dele vagavam por cada centímetro de seu rosto, detendo-se em seus olhos e depois em sua boca.  

— Você acha mesmo que irei te falar? — provocou. — Só em seus sonhos, ou melhor, pesadelos, porque com certeza será um pesadelo quando eu acabar com você.  

— Pesadelos para quem? — debochou ele. — Pesadelo para você?  

— Obviamente, que será o seu pesadelo — replicou, fingindo que a presença dele, tão próxima, não estava lhe provocando todas aquelas sensações desconhecidas para ela. Um calor estranho se alastrava por sua pele, seu estômago remexia-se, uma espécie de coceira e inquietação, seu coração bombardeava sangue pelas suas veias em uma velocidade prodigiosa.  

— Não... — declarou ele, olhando-a bem no fundo dos olhos. — Mentirosa. Você mente tanto... E eu sempre digo a verdade para você. Nunca menti uma única vez sequer. Isso é um pouquinho injusto, não é? — murmurou com aquela voz que parecia penetrar no âmago de sua alma. O calor se intensificou.  

— Você não sabe lidar com a verdade — afirmou ela, dando o seu melhor para não vacilar perante ele. Jamais permitiria que Kylo tivesse qualquer espécie de vantagem sobre ela. 

— E você continua mentindo... — Os olhos dele foram parar nos lábios dela. — Quando será que você vai deixar de ser uma mentirosa?  

— Escuta aqui! — Rey apontou o dedo em riste para ele.  

— Escutar o quê? — falou com a voz tranquila e provocante.   

Kylo se mexeu e Rey se desestabilizou. Ela caiu sobre o peito dele. Antes que ela pudesse fazer qualquer movimento para sair daquela situação, ele a envolveu nos braços e a puxou contra si.  

Ela sentiu todo o seu corpo queimar.  

— Garotas boazinhas não devem mentir, Rey — sussurrou ele, bem na orelha dela, com aquela voz profunda e quente.   

— E quem disse que sou uma garota boazinha? — rebateu ela, concentrando-se em não pensar na situação em que se encontrava.  

— Ah, não é? — A voz dele provocava arrepios estranhos nela. — Estou vendo...  

Rey despertou daquela lembrança e olhou para Ben que estava ali do seu lado.  

Percorreu com a ponta dos dedos a face dele. O rosto dele possuía uma expressão serena, quase um sorriso se formava em seus lábios.  

Recordou-se da expressão desolada dele naquela noite. Ele lhe parecera tão triste, perdido e sozinho.  

— Você não está sozinho — murmurou no ouvido dele.   

Naquele dia na cabana, aquecidos pelo fogo, com suas mãos se tocando, Rey encontrara o seu pertencimento e a promessa de que ela nunca estaria sozinha novamente.  

Sabia que Ben também se sentia tão sozinho quanto ela. Justamente por isso, eles podiam se compreender tão bem, como jamais alguém em toda a galáxia conseguiria.   

Eles já não estariam mais sozinhos. Tinham um ao outro. 

Com Ben ela estabelecera a conexão que tanto ansiara.  

Naquele breve momento, ela realmente foi feliz.  

Mas, depois tudo mudou. E ela se viu fugindo dele, mentindo para ele. Ao mesmo tempo havia uma parte sua que o desejava desesperadamente. Luz e escuridão a atormentavam, assim como seus sentimentos por Ben. 

O que deveria fazer com Ben? 

Não queria mais magoá-lo, feri-lo novamente. 

Aproximou-se mais um pouco dele, ao ponto de suas respirações se misturarem. Os dois eram tão complicados, pensou, enquanto seus dedos vagavam por aqueles cabelos negros e sedosos. Nunca tocara algo tão suave como aqueles fios.  

Fechou os olhos. 

As coisas se transformaram ao redor de Rey, ela já não estava mais naquele minúsculo quarto. Ben a segurava entre os braços. Eles se encontravam em uma floresta escura, úmida e quente. Os dedos dela estavam envoltos no cabelo dele. Ele a olhava com uma expressão sarcástica. Havia algo nele... Não, aquele não era Ben, era Kylo Ren.  

— Você não é uma garota boazinha — declarou ele, deslizando a língua quente e úmida pelo pescoço dela. — Você nunca será uma garota boazinha e você sabe disso, não é?  

Ela estava completamente nua nos braços dele. Uma das mãos dele envolveu seu seio esquerdo e o apertou. 

— Não minta mais para si mesma, Rey. Você pertence ao lado negro, assim como seu avô antes de você. Não fuja. Você nunca será uma Skywalker. Você é uma Palpatine, jamais poderá negar a verdade sobre sua família.  

Os lábios dele desceram até os seios dela. Ele apanhou o mamilo esquerdo enrijecido entre os dentes e o envolveu em sua língua, sugando-o. Abocanhou inteiramente o seio dela. 

— Não! Eu não sou como Palpatine — murmurou, com uma voz débil, enquanto se perdia nas carícias dele.  

— Mentirosa — afirmou ele, deslizando a mão pelo interior das coxas dela. — Eu nunca minto para você. Você também não deveria mentir para si mesma.  

A mão dele mergulhou entre suas pernas, encontrando aquele ponto. Ela soltou um gemido.  

— O sangue que corre em você é poderoso. Você poderia tornar-se ainda mais poderosa, ter tudo o que desejar — murmurou ele, mordendo o lóbulo de sua orelha —, bastaria apenas se entregar... 

O dedo dele a preencheu.  

— Entregue-se, Rey. Basta apenas deixar as coisas seguirem seu destino. Não lute contra aquilo que você sabe que é você. 

Um gemido saiu da boca de Rey, provocado pelo formigamento entre suas pernas.  

— Você pertence ao lado negro — sussurrou ele, aumentando o ritmo dos dedos. 

A língua dele invadiu sua boca, enquanto todo o seu corpo se contraia em um grande espasmo.  

Tudo ficou negro e ela já não se encontrava mais nos braços de Kylo. Caiu na escuridão dos sonhos por um tempo indeterminado.  

Sonhos agitados invadiram seu sono. Eram frenéticos. Imagens estranhas fervilharam em sua mente.  

Finalmente as coisas se aquietaram ao redor de si. Se encontrava em um lugar gelado e sem vida. O cheiro de podridão era insuportável.  

— Minha querida neta — disse uma voz asquerosa, que fez o estômago de Rey se revirar. — Não adianta mais fugir. Você tem um destino, minha querida e inocente neta. Jamais poderá escapar do seu destino. Jamais. Este é o seu destino, aceite.  

Ela procurou por aquela voz medonha ao seu redor. Porém, tudo o que viu foram sombras.  

— Você não me assusta — declarou com a voz mais firme que encontrou. — Você se foi para sempre. Não está mais aqui.  

— Tem certeza, minha querida Imperatriz Palpatine? —  A voz dele saiu escorregadia e nauseante. — Ninguém nunca se foi.  

Então, ela o viu, emergindo das sombras com um sorriso maníaco naquele buraco deformado que era sua boca.  

— Ninguém nunca se foi — repetiu, fazendo um calafrio percorrer o corpo dela.  

Rey despertou, com um grito preso na garganta. Aquilo era muito pior do que dar um grito doloroso. Estava suada, com o coração disparado e a respiração acelerada. Respirou um pouco mais aliviada, quando notou que Ben continuava do seu lado, dormindo. 

Aquele pesadelo fora demasiadamente real. Ainda trazia consigo a sensação de que algo asqueroso corria por debaixo de sua pele, em suas veias.  

Fora apenas um pesadelo, repetiu para si mesma, infinitas vezes. Era um pesadelo como tantos outros... não era?  

Não. Não era. Os outros pesadelos deixavam apenas as sensações. Ela nunca se recordava de nada deles. Porém, daquele recordava-se de tudo, de cada imagem e palavra.  

As imagens e sensações provocadas pelo pesadelo giravam em sua mente, deixando-a atordoada e cheia de angústia.  

Sentiu algo na Força, foi algo tão breve que chegava até parecer uma ilusão... Será que era?  

Ninguém nunca se foi

As palavras martelavam em sua mente.  

Ela derrotara Palpatine.  

Mas... 

Ele já fora derrotado antes e voltara... 

Ninguém nunca se foi.  

Será mesmo que ele se fora definitivamente daquela vez?  

Ninguém nunca se foi... 

O coração de Rey bateu rápido e por um milésimo de segundo, ela sentiu uma presença maligna a espreitando em algum lugar da galáxia.   


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? Será que a presença maligna que a Rey sentiu foi apenas uma ilusão?



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