Diversus escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 11
Aliados


Notas iniciais do capítulo

As coisas estão começando a ficar interessantes nesse capítulo...



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Após ouvir toda a história de Evan e perceber que a situação dele era mesmo complicada, Rebekah decidiu que o melhor mesmo era se afastar dele, porém, isso foi muito ruim para o prodígio herói, que mesmo tomando seus remédios, não apresentava mais nenhuma melhora e pensava o tempo todo nela. Mikaela começou a achar aquilo um pouco estranho, pois o filho já estava no fonoaudiológico há um bom tempo e mesmo assim, não conseguira falar nada, o que a levou a achar que ele não estava tendo um tratamento do jeito certo, alguma coisa estava errada naquela história e ela iria descobrir.

Quando deixou Evan na sala do médico, deu meia-volta e começou a andar pra fora do local.

— Muito bem Evan, vamos começar mais uma etapa, vamos ver até onde você chega hoje. - dizia o médico, colocando um saco de socar na frente dele. Não demorou muito e o médico mandou o garoto socar com toda sua força o saco e ele fez isso com tanta força que o mesmo estourou logo no primeiro soco.

— Muito bem garoto, ótimo trabalho. Agora vamos testar sua velocidade. - disse ele, o conduzindo até uma esteira de academia.

Evan, ao subir, respirou fundo e se movimentou junto ao aparelho. Conforme a esteira aumentava a velocidade, Evan mexia as pernas mais rápido, o que explicava perfeitamente porque ele conseguia correr tão rápido quanto um carro esportivo da Rebekah. A velocidade da esteira subia, subia, subia, até que parou e Evan também parou, ele foi até a esteira e deu uma olhada no painel.

— Quase 400 por hora hein? Cada dia que passa você se supera mais. - sorriu ele, anotando algumas coisas na prancheta.

Logo, ele colocou o garoto para descansar. Evan deitou-se na cama e o médico o olhou.

— Fala com a boca, o que está sentindo agora? - ele pediu, olhando o garoto.

Nesse instante, seus olhos ficaram brancos e o médico acabou caindo da cadeira, ele nunca viu antes essa mudança de cor dos olhos dele. Rapidamente, Evan se levantou da cama e correu até a janela, a abrindo, logo pulou e saiu em disparada para algum lugar. O doutor não pensou duas vezes e ligou para Mikaela.

— Dona Mikaela, por favor, não me mate! Mas seu filho acabou de ter um surto e fugiu! - exclamou ele.

 Seu irresponsável! Como deixou ele fugir? Fugiu pra onde? - gritou ela, furiosa.

— Eu não sei, os olhos dele ficaram brancos e ele rapidamente correu para a janela, abriu, pulou e correu para não sei aonde. Procure-o, deve estar por perto! 

— É, eu vou fazer isso mesmo, seu inútil!

E assim Mikaela partiu para seu carro em busca de seu filho. Enquanto isso, na delegacia da cidade todos eram informados que estava tendo um assalto ao banco do centro.

— Rápido, vamos preparar nossa tropa para prender esses malditos bandidos! - ordenou o delegado.

Logo várias viaturas começaram a sair da garagem da delegacia, as sirenes soavam e os pneus cantavam no asfalto quente daquela manhã.  

Enquanto isso, cinco bandidos armados entraram no banco e  rendendo todos.

— Parados, ninguém se mova se quiser viver! - gritou o líder, apontando a arma.

— Todos abaixados e com as mãos na cabeça! - ordenou outro.

Enquanto todos choravam baixinho e outros tentavam controlar a respiração, já deitados no chão como havia sido mandado, os cinco rapidamente renderam o gerente.

— Passe a grana agora! - mandou o líder.

O gerente obedeceu e logo todos juntaram o dinheiro em sacolas e  iam saindo ainda rendendo todos lá dentro quando Evan apareceu na porta, cruzando os  braços,  olhando fixamente para eles.

—  Sai da frente moleque! - mandou o líder, mas Evan não saiu do  lugar, não mexeu um músculo do rosto.

— Você não ouviu? Saia da frente! AGORA! - gritou um deles.

Como Evan permaneceu parado, o líder apontou a arma pra ele, mas com um chute conseguiu desarmá-lo, então o derrubou no chão com um soco.  Todos os outros largaram as sacolas de dinheiro no chão e partiram pra cima de Evan. Um deles tentou soco de direita, mas Evan segurou  o seu pulso e socou-lhe com força no estômago, depois o chutou e ele voou pra trás, acertando um dos caixas eletrônicos do banco, desmaiando. O outro tentou o golpear por trás, segurando seu pescoço enquanto o outro tentava lhe golpear com uma faca.  Evan girou e a faca acertou as costas do bandido, rapidamente Evan soltou-se dele e o outro veio em sua direção. Ele pegou a arma do bandido esfaqueado e com ela, defendeu-se dos golpes que o outro lhe dava, finalizando a luta golpeando-o no rosto o derrubando, o que havia esfaqueado o outro tentou também, mas Evan foi mais rápido e se defendeu, segurando seu braço e o torceu, lhe dando um chute entre as pernas, o rapaz se encolheu, mas Evan não se deu por satisfeito e o segurou pelo colarinho lhe dando uma coronhada e o jogou longe. O líder e primeiro que lutou ainda tentou abatê-lo com um chute, mas Evan foi mais rápido segurando sua perna  e o girou no ar três vezes antes de o jogar pra fora do banco, atravessando o vidro e  indo parar na van estacionada na frente, amassando a porta. 

Com isso, Evan ajudou as pessoas a se levantar, um por um, até que a polícia chegou.

— Parados,  polícia! - alertou o líder da tropa, apontando a arma. 

Enquanto os reféns congelaram com as mãos para o alto em sinal de rendição, os outros pegavam os bandidos caídos e recolhiam o dinheiro roubado, mas mesmo assim ele foi até Evan.

— Você vem com a gente! - disse ele, se aproximando do garoto.

— Se quiser prendê-lo vai ter que passar por mim! - afirmou um homem de aparentes quarenta anos, de cabelo grisalho e caucasiano.

— E por mim. -  disse um senhor de uns  cinquenta.

— Por mim também, tenta. - disse uma mulher de uns trinta anos.

Então todos começaram a ficar na frente de Evan, impedindo que o policial chegasse até ele e o prendesse. Ele ficou sem entender nada.

— Por quê estão protegendo esse garoto? - indagou ele.

— Acho que a pergunta é: por quê está prendendo esse garoto? - rebateu outro refém.

— Esse garoto é perigoso! É uma aberração! Não sabem tudo que ele  já fez nessa cidade? 

— Ele não fez nada além de salvar a vida de várias pessoas que estão sempre correndo perigo. E vocês?  Onde estavam quando o bloco de concreto caiu do prédio? Onde estavam quando outros bandidos tentaram assaltar aquela joalheria semana passada? Vocês já há um tempo  não têm ajudado em nada! 

— E além disso, ele não matou e nem destruiu nada, todos estamos bem e seguros. Nós vimos a luta toda, ele não merece ir preso! - afirmou o senhor de cinquenta anos.

Atordoado e inconformado com as palavras dos reféns, o policial se conteve para não atirar seu revólver e o guardou. Por outro lado,  Evan ficou contente que agora tinha pessoas ao seu lado que reconheciam que ele não era aquilo que diziam ser, mas não queria perder mais tempo lá e então cobriu seu rosto com o capuz da jaqueta e saiu de fininho pelo rombo que ele fez na parede. Mikaela, por sua vez,  não o viu, pois o trânsito foi fechado naquela rua enquanto ela passava e foi ficando desesperada, pois não queria seu filho sozinho por aí.

                                                                        ***

Não demorou muito para a noite chegar e logo a notícia da tentativa de assalto ao banco foi parar na televisão. Ao ver a reportagem enquanto jantava, Rebekah ficou espantada e de boca aberta.

— Não pode ser...  -  sussurrou ela, quase deixando o garfo cair.

Nesse momento, a porta da sala se abre e seu pai entra.

— Droga droga droga! - resmungou ele.

—  O que foi querido? - perguntou sua esposa.

— É esse garoto aí da televisão. Rebekah, pare de assistir e me ouve! - ordenou ele, Rebekah desligou  a televisão e o olhou.

— Sim pai?

— Esse moleque da reportagem que nem nome tem, deu uma de herói e acabou que como eu e minha tropa não pudemos fazer nada, todos os reféns nos esculacharam, nos chamando de inúteis porque só ele tem salvo a cidade agora. Acredita que eu fui tentar prendê-lo e todos se portaram na frente dele? - queixou-se ele.

— Por quê prendê-lo?

— Como porquê? O que ele fez é nosso dever, ele não tem que se meter! Ah, mas da próxima vez eu o prendo!

— Calma querido, você está muito nervoso! Toma um banho relaxante e vem jantar. - pediu a mãe.

— Eu vou mesmo, espero que isso me acalme! 

E se retirou para seu quarto. Rebekah pegou seu prato e o levou para seu quarto, iria terminar de comer lá pois precisava ficar sozinha e pensar no rumo que as coisas estavam tomando.


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Notas finais do capítulo

Que bela ação contra o assalto hein? Hahaha