Mundo Verdadeiro - Isekai escrita por Crascutin


Capítulo 3
Fase 01 - I


Notas iniciais do capítulo

Esta é uma história de ficção. Quaisquer cenários, diálogos, circunstâncias, personagens e demais fatores relacionados a esta obra são meramente para ilustrar o conteúdo da mesma e não possuem quaisquer relações com a vida real ou fatos reais... Ficção não é realidade, não te esqueças disto.
...
Eu também devo alertar aqui que quaisquer eventos, informações ou outros fatores relacionados ao conceito religioso que tipicamente é relatado em RPG ou histórias diversas de mundos fictícios (isekai nesse caso), eu não citarei nesta obra e tentarei sempre buscar por soluções que não envolvam essa temática..
Eu quero fazer uma história divertida e fictícia, mas que não desrespeite algo que para mim é muito mais importante. Não quero debater tal fato e nem desejo criticar a forma de cada um pensar, e suas crenças... Não tenho tal direito.
Eu só quero escrever uma obra divertida de aventura em que eu possa, pelo menos, aceitar o que nela foi apresentado.
Abraços e alegria em sua vida!
...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/784544/chapter/3

Fase 01 - O que aconteceu no meu sonho? – Entendendo Realmente
— Ei! Você está bem? Putz. Eu não sabia que você era tão molenga assim... Vamos, se recomponha! O que houve? Você nunca recebeu um cascudo na vida?! Olha aqui, eu só vim te chamar para comer, ou você ficará sem... Não fique choramingando tanto...
— Eu não estou chorando! Isso... E-essa porcaria de realidade...! É essa porcaria de realidade que é o problema! Se isso não é um sonho... E-então... Mas não é possível. Não faz sentido! É fantasioso demais para não ser uma armação de alguém! E você! Você é um velho muito chato e arrogante!
— Puxa vida. Se eu tivesse tantos hóspedes exigentes, assim como você, a essa altura do tempo eles já estariam brigando e menosprezando o serviço da minha hospedaria com tanto choro seu. E então, por qual motivo um homem fica gritando e pedindo socorro para mamãe? Tsc. Se eu soubesse que você era um molenga, eu não teria cedido a sua estadia aqui. Mesmo pagando! Agora converse feito um homem civilizado!
Aguentando até o limite, o jovem rapaz permanecia quieto... Ele murmurava e tentava entender o porquê de tudo aquilo que acontecera a ele...
Mas estas últimas palavras, palavras tão insensíveis, o fizeram extrapolar e soltar tudo que lhe estava amargurando.
— E quem é você? E por que você me trouxe até aqui? Eu não te fiz nada para me tirar de casa, me arrastar para cá e ainda ficar gritando e me intimidando! E que lugar é esse?! Eu quero voltar logo para casa... Eu quero voltar à minha família! O que de tão errado tem em eu pensar nisso?! Hein, seu velho hipócrita e amedrontador?! Você acha certo eu simplesmente encarar essa realidade louca diante de mim e não surtar ou ter qualquer reação a altura de tanta frustração? Pois eu te digo que isso não me faz menos homem do que os teus parâmetros! Arf... Arf... E eu nem quero saber se estou importunando os inquilinos aqui da pousada... Eu só quero a minha vida normal de volta!
— De fato... Há razão em tuas palavras. Mas você continua muito desagradável e irritante falando assim! A minha mão coça muito para eu não te bater novamente, mas se você não bebeu demais na noite anterior, e por isso foi trazido até aqui para passar a ressaca, então eu não sei o que aconteceu com você. A minha única responsabilidade nisso tudo foi te abrigar do frio da noite passada... Eu não te raptei ou qualquer outra coisa estranha dessas... Eu sou um homem honesto e trabalhador!
— Então por que estou aqui?! Por que isso está acontecendo comigo? E a minha casa? Que lugar é esse? É perto da minha cidade...? É no meu país, pelo menos? Eu posso... Confiar em você...? Snif... Snif... Snif...
— Eu não suporto ver um marmanjo chorar. Calma. Está tudo bem, meu jovem rapaz... Respire fundo e comece a me contar tudo do começo. Aonde você mora... O que se lembra antes disso tudo acontecer?
— Ok. Eu me lembro de...
***
Não era um cômodo pequeno, mas também estava bem longe de ser espaçoso. Depois de conversar um pouco com o dono desse lugar, passei a observar um pouco mais os arredores.
O meu quarto era tanto confortável, quanto apertado. Na verdade, o mesmo deveria ter as proporções aproximadas de 2,5 metros por 2,5 metros. A julgar pelo tamanho da cama e o espaçamento que havia vago.
A sensação de espaço provavelmente era causada pelo fato de que neste quarto só haviam as poucas coisas que já foram observadas antes...
Não era uma decoração chamativa.
Após a breve conversa, nós dois decidimos sair do quarto e ir para o andar de baixo. Era hora de parar de pensar tanto e me preocupar um pouco quanto a minha saúde. Era hora de comer alguma coisa... Afinal não haveria nada que eu pudesse fazer caso eu ficasse fraco desse jeito.
Ao sair pela porta, me deparei com o corrimão da escada. Era mais ou menos 1,5 metros de distância entre ele e as paredes de cada aposento. Isso formava o corredor que permitia a passagem para os demais quartos. Era também um tanto quanto longo esse corredor... Já que o meu cômodo era o que estava mais colado no canto, na parede esquerda, eu tive como observar amplamente todo este andar, de forma panorâmica.
Além do meu, tinha outro quarto colado na mesma parede a ele... Olhando em linha reta pelo corredor, vi os demais cômodos.
Eu não tive muito tempo para olhar os detalhes, mas o quarto ao meu lado, que também era mais à frente, deveria ter o mesmo tamanho que o meu.
Indo mais à frente, no final do corredor em linha reta, havia uma porta. Era apertada... Ela estava literalmente na quina entre o outro quarto e a parede do quarto vizinho ao meu.
Quando olhei para a mesma, o dono desse lugar só me disse uma coisa.
"Não entre por aquela porta".
Passei a não me importar com o que poderia haver ali depois disso.
Também havia mais um quarto, para finalizar. Ele seguia o fluxo da mesma parede de frente, fazendo o corredor formar um L e terminar em frente ao tal quarto, e era vizinho, ao lado, "daquela" porta. Ele parecia ser mais estreito que os demais...
A escada e o corredor de acesso para os quartos pareciam ter a mesma largura, mas eu senti que era bem estreito. Esticando ambos os meus braços eu alcançaria tanto as paredes dos quartos, quanto o corrimão.
Andamos poucos passos até começarmos a descer as escadas e ir para o andar de baixo que havia me feito acordar com tanto barulho...
O que há com este lugar, afinal?
Enfim, descemos a escadaria estreita que interliga ambos os andares...
No piso de baixo, as mesas tinham algumas pessoas que já estavam sentadas e comendo ou conversando.
Haviam quatro mesas distribuídas pelo salão. Todas elas tinham ao menos uma ou duas pessoas sentadas nos banquinhos. Essas pessoas variavam entre jovens/adultos e idosos, musculosos e com barrigas salientes... Era um clima agradável e descontraído, mas era um pouco confuso e intimidador também. E claramente o ambiente não estava tão lotado quanto o esperado.
Como o dono desse lugar estava me guiando (na verdade era mais se estivesse me vigiando e empurrando com pouca paciência), eu me sentei em um dos bancos adjacentes ao enorme balcão, enquanto que o homem musculoso, e que ainda não me disse o seu nome, foi para detrás do mesmo.
Ele parecia realmente comandar este estabelecimento.
Um olhar agressivo e imitador, capaz de inibir qualquer algazarra e confusão caso algum dos clientes quisessem começar tal bagunça. Era disso que esse homenzarrão era capaz.
No balcão que divide a área dos clientes e a do atendimento dos funcionários, estava pouco movimentada... Dois bancos distribuídos para recém-chegados ocuparem caso as mesas estivessem lotadas, mas ambos estavam desocupados... Isso até eu ocupar um deles.
Tonéis iam até o teto na estante vinculada à parede e várias diversidades de líquidos estavam à mostra. Canecas emolduravam a parede atrás do balcão. Também havia alguns pratos em cima do mesmo contendo pão. Parecia ser um tipo de bolo... O aroma era bem simples. Trigo, talvez. E, ao lado desses pratos, um pequeno barril com uma torneira acoplada indicava o lugar que estava o café fresco e quentinho.
— Aqui... Café e pão! Engole e sem birra.
Servindo-o com uma caneca de café e um pedaço desse bolo, o homem começou a conversar novamente com o rapaz. O tom da conversa não chamou muita atenção dos outros clientes, já que não havia nada de interessante em ouvir a prosa de dois homens tomando café da manhã... Por isso, tudo transcorreu bem.
— Você foi deixado todo escarranchado na porta da minha taberna ontem a noite. Isso é uma piada de mau gosto para comigo. Eu não gosto de crianças... E chega na minha porta um pirralho que ainda usa as fraldas que a mamãe pôs nele! Um moleque crescido, devemos enfatizar.
Com o olhar óbvio do rapaz indicando que o homem deveria parar de uma vez com tais chacotas, ele continuou.
— Se não tivesse o dinheiro da hospedagem junto, você estaria até agora no relento, embaixo da chuva gelada e do frio que fez ontem... E não teria sequer esse lanche que eu estou oferecendo para encher o bucho! Quem diria que eu sou tão gentil assim... E você estava reclamando da minha hospedaria! Ingrato!
O rapaz suspirou e começou a mastigar o pão que lhe foi oferecido.
Surpreendente, o sabor era incrível... Parecia ser pão de queijo ou algo assim. A conversa pareceu mais animadora e inspiradora depois dessa mordida...
— Com uma vestimenta tão rudimentar e até mesmo ridícula como essa sua, e ainda tem a audácia de se considerar bom demais para dormir em minha hospedagem... Quanta ingratidão... Eu até sinto vontade de... Chorar um pouco por tanto desdém. Eu sou um simples plebeu, eu sei... Mas, a minha singela casa não é boa o bastante sequer para um moleque desses se sentir confortável?
Depois disso, finalmente, o dono dessa hospedaria-taberna se comportou de forma madura.
Retirando do próprio bolso, o homem trouxe dois objetos distintos à tona nesta conversa...
— Junto a você só tinha essas duas coisas. Uma pulseira de pano... E esse pequeno livro misterioso. Deve ter só umas cinco páginas nele, mas eu não consegui ler nada. Parece ser de um idioma que eu não conheço. Essas coisas significam algo para você? Quer tentar dar uma olhada nesse livro...? Vai que há uma pista desse mistério nele.
— Hum. Isso é estranho. Eu não reconheço essas coisas. Mas nem parece ter tanta importância assim, já que você os bisbilhotou tanto e mesmo assim não descobriu coisa alguma.
— Hunf... Isso poderia servir de credenciais, já que eu nunca havia te visto por aqui antes. Era só uma forma de me assegurar que eu não estava abrigando alguém perigoso no meu lar.
— Parecem ser só objetos banais... Depois eu olharei com mais calma. E agora, ainda tem mais alguma piada para me contar? Ou há algo de mais útil que você precise me dizer...?
#Continua...?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mundo Verdadeiro - Isekai" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.