Elas entraram na casa por volta das 3 da tarde e filmaram tudo, mostrando o estado em que ela se encontrava e a foto da família que morava lá por volta de 1890.A casa estava congelada no tempo. Não tinha energia nem agua e a casa mais próxima com banheiro era da guarda florestal. Voltaram a casa por volta das 10 da noite para dormir mas foi impossível. Elas estavam filmando sua chegada e começaram a sentir um mau cheiro de lixo e rato morto logo na entrada da cozinha, que serviu de porta principal. Pensaram logo de início que o pântano que ficava próximo á casa estava exalando o cheiro mas ao entrar na casa o cheiro ficava mais forte. Elas caminharam em direção à sala principal onde dormiriam com a lareira improvisada que fariam na lareira antiga. A porta que dava para uma sala de leitura se abriu sozinha e somente seu rangido fora ouvido. Elas estavam capturando tudo sem conseguir pronuncia uma exclamação se quer. Uma aparição, preta, emitindo som de moscas veio andando de dentro da sala na direção delas.

— Você está filmando isso? – sussurrou Sayuri que estava segurando uma luz improvisada para filmagens

— Totalmente.

O mau cheiro tornou-se intenso e Madison deu dois passos à frente, desejando filmar e capturar cada movimento da coisa mas suas pernas fraquejaram quando ele passou da porta e ficou diante delas. Ele tinha cabeça de bode, patas de bode, mas o corpo era humano, andar bípede e seus olhos, naquela negritude assombrosa, eram vermelhos. Ele emitia zumbidos de moscas e insetos cada vez mais altos. Ninguém falava ou se movia, então, como “dono oficial da casa” ele fez as honrarias e avançou na direção delas de forma assustadora. Ele corria como se mancasse de uma perna e sempre pendia para o lado direito quando corria. Moscas voaram violentamente na direção delas: Sayuri, mantendo a luz na direção da coisa, andou ligeiramente para trás até que encontrou a parede e ficou encurralada e Madison se manteve imóvel. A coisa passou por ela, atravessou seu corpo e foi na direção de Sayuri que gritava com medo. Ele passou por ela e atravessou as paredes.

— Você viu isso? Eu filmei tudo, ele atravessou meu corpo. – disse Madison – É o nosso primeiro fantasma!

— E fedido! – disse Sayuri – Eu to com cheiro de lixo.

Madison se cheirou e sentiu que ela também cheirava mal.

— Eu não vou dormir aqui, vou pra casa tomar banho.- disse Sayuri

— Concordo.

Nos 3 dias seguintes, elas gastaram muito dinheiro com produtos de banho e perfume pois elas se sentiam fedidas apesar de ninguém mais exceto elas estarem sentido isso. Quando tiveram coragem, assistiram ao vídeo na câmera e mostraram a Josui.

— Vocês encontraram um guardião e não um fantasma. – disse demostrando plena certeza.

— Como assim, vó?

— Ele estava guardando a casa ou algo que pertence a ele e vocês o incomodaram. Fantasmas não são assim. Fantasmas deixam o ambiente frio e esta coisa aqui é bem satânica.

Elas postaram o vídeo da casa no canal recém-criado no Youtube e em 48 horas foram mais de 1 milhão de visualizações. Sayuri foi chamada na sala do chefe para dar explicações.

— Aquilo não foi montagem, foi na casa que visitei e que havia sido arrombada e pichada.

— O prefeito viu o vídeo e disse que a cidade passou a ser falada como assombrada nos jornais e em blogs na internet e muita gente está vindo pra cidade ver as casas, o que é bom porque estimula o comércio.

— Mas o vídeo é real! – Sayuri pegou a câmera e o entregou para que assistisse. Seu rosto se deformou em reação a coisa que vira.

— Por causa deste encontro que tivemos,  a gente está fedendo e desde este dia eu tomo banho e o cheiro não sai.

— Quanto ao cheiro – disse o chefe dela, entregando a câmera – eu não sinto fedor em você mas, por favor diminua o perfume porque está sufocando a gente e meu café tem gosto de perfume.

— Ah... foi mal...