Spark escrita por Lady M


Capítulo 9
O que precisamos é de dar tempo ao tempo


Notas iniciais do capítulo

Vamos de mais um capítulo, demorei, mas cheguei ^.^
Divirtam-se!



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Pov Marinette Dupain-Cheng

Adrien foi levado para a sala de estar, o braço dele ficaria imobilizado e por baixo da camisa de botões ele estava enfaixado, foi uma maneira de auxiliar na recuperação da costela dele. Marinette sentou-se ao lado do loiro na poltrona, Gabriel começou a perguntar como os dois se sentiam em relação a proposta de marketing para o lançamento do perfume In lov&.

Marinette foi a primeira a responder:

— Eu acho a ideia excelente, o design dos frascos já foi decidido?

Gabriel tinha recebido dois modelos, mas na atual situação ele não gostava de nenhum deles.

Adrien arriscou um palpite:

— O que acham do perfume feminino lembrar uma silhueta feminina, mas vermelha e o masculino uma silhueta masculina com o frasco preto.

Marinette levantou-se e pegou um bloco de desenho.

— Gostei dessa ideia, mas acredito que um preto fosco, como o seu traje original para Plagg, e o feminino também fosco, mas lembrando o design do meu vestido naquela noite no Miraculous, com alguns pontos pretos.

Gabriel assistiu Marinette dar um esboço para aquela ideia.

Ela virou o bloco para os dois sorrindo triunfante.

— Algo como um In lov& entre Cat Noir e Ladybug.

Adrien ajeitou-se melhor no sofá e disse brincalhão:

— Um shipe como LadyNoir? 

Marinette assentiu, mas a alegria deles foi abalada por Tom marchando porta a dentro.

Ele fitou Marinette, depois Gabriel, nem se deu o trabalho de olhar para Adrien, se as notícias fossem verdadeiras ele tinha acabado de sair do hospital e não tinha nada a ver com aquela grande confusão para início de conversa.

Ele cruzou os braços sobre o peito largo e disse:

— Nós precisamos conversar Marinette Dupain-Cheng.

Gabriel tentou intervir, sugerindo:

— Vocês podem conversar no meu escritório.

Tom negou:

— Eu dispenso a sua cordialidade Agreste, o assunto é entre esse pai e sua filha.

Tom deu as costas para a ela e disse:

— Pegue as suas malas, eu estou te esperando lá fora.

Depois que deixou a sala, Natalie perguntou:

— Quer que eu faça as suas malas?

Marinette negou, ela entregou o bloco para Adrien e sorriu de forma insegura, ele apertou as duas mãos dela com as dele.

— Vai ficar tudo bem Mari e se não ficar eu ainda tenho mais cinco vidas.

Ela deu um beijo no rosto dele e afastou-se.

Gabriel deu um abraço encorajador nela e aconselhou:

— Seja sincera do início ao fim. Conte tudo e tente manter a calma, ele só está surpreso, não julgue a raiva dele, é apenas calor do momento.

Marinette saiu da Mansão e o pai dela estava esperando-a do lado de fora do portão, assim como alguns fotógrafos.

Ela respirou fundo e foi até Tom.

— Pai não podemos conversar aqui.

Ele observou a bagunça de repórteres a sua volta a concordou com ela, voltando para dentro da casa. Andando pelo jardim, Marinette levou Tom para um lugar mais afastado onde não poderiam ser escutados ou fotografados por ouvidos e lentes curiosas ao lado de fora dos muros.

Nenhum dos dois sentou no banco, Tom parecia inquieto, mas não se moveu, Marinette ao contrário dele começou a andar de um lado para o outro.

Ela iniciou a conversa:

— Eu nunca cursei gastronomia, meu coração fica aquecido quando estou cozinhando, inclusive fiz um curso de confeitaria, mas nada é igual a alta-costura. A moda e suas tendências, os cortes de tecidos, as cores, as luzes, a passarela. Eu respiro isso vinte quatro horas por dia pai, não tinha nada a ver com a minha paixonite pelo Adrien na adolescência, longe disso. Eu sempre sonhei com os meus desenhos sendo comprados, vendidos e aclamados pela crítica e pelo público, mas sempre que tentava tocar nesse assunto vocês desconversavam ou mudavam de assunto.

Tom franziu o cenho, mas não disse nada.

Ela continuou:

— Mamãe sempre disse que eu levava jeito, vocês compraram a minha primeira máquina de costura.

Tom disse perdido:

— Sua avó disse que a sua alegria era fazer roupas para as suas bonecas, depois para as bonecas das irmãs da Alya e da pequena Manon. Nunca imaginei que você pretendesse seguir esse caminho, Marinette esse ramo é incerto, cheio de interesses escusos. Você já viu as notícias de ontem ou as de hoje de manhã?

Ela deu de ombros.

— Adrien e eu não somos nada do que as pessoas pintaram nas notícias, meu alter-ego não foi feito para lucrar, mas para me proteger.

Tom disse bruscamente:

— Proteger do quê Marinette? Dos seus pais? Por um acaso somos monstros?

Ela abraçou o próprio corpo, o pai dela nunca havia levantado a voz para ela, aquela era primeira vez e a estilista temia que também fosse a última. O seu avô não falava com o pai dela a mais de trinta anos, desde que o pai dela casou-se com sua mãe e abriu a padaria e mudou a receita de pão da família deles, ela temia que o mesmo acontecesse com ela.

Ela disse com a voz tremida:

— Não vocês não são, mas o mundo da alta-costura pode ser cruel com os novatos. Eu era só uma estudante quando ganhei o concurso da Agreste, Gabriel decidiu que um alter-ego me traria segurança e na época eu concordei plenamente com ele.

Tom disse ferido:

— Alya e os seus amigos sabiam de tudo, Gabriel Agreste que é um estranho também sabia, até mesmo sua mãe. Por que me deixou no escuro por tanto tempo?

Marinette piscou sem entender.

— Eu nunca contei nada para a mamãe.

Tom deu de ombros.

— De alguma maneira ela já sabia, mas eu não. Precisei saber da vida da minha filha pelos jornais, internet e noticiário de Paris. Quando decidir ser mais transparente comigo me procure. Espero que faça isso antes de ser tarde de mais.

Marinette segurou seu pai pelo braço, mas ele tirou sua mão dali.

— Espero que Adrein seja realmente tão bom quanto você diz e não te use para limpar a bagunça dele e depois se livre de você como um guarda-chuva velho.

Tom saiu sem olhar para trás e Marinette sentou-se no banco, o celular dela estava no bolso de trás da calça e vibrou.

Ela atendeu entre as lágrimas:

— Alô.

A voz de Sabine estava tranquila e transmitia segurança do outro lado da linha.

— Vai ficar tudo bem. O seu pai só precisa de um tempo para digerir tudo. Mas eu tenho uma única pergunta para você minha filha: Quando você vai me apresentar o seu namorado?

Marinette sorriu de alívio e contou para mãe a situação que a fez unir-se por tempo indeterminado ao loiro.

Surpresa e preocupada Sabine afirmou:

— Então ele ainda está dando choques e soltando faíscas.

Marinette respondeu:

— Sim, ele ainda está, por isso fiquei com ele no hospital.

Sabine perguntou sobre a situação do Luka e Marinette explicou as notícias e os rumores.

 

Pov Adrien Agreste

Adrien ajeitou-se no sofá e levantou sozinho, Gabriel foi ajudá-lo mas ele recusou.

Da janela Adrien assistiu a discussão entre Marinette e Tom, mas sem poder escutar, apenas ver o que acontecia. Vê-la entre lágrimas  foi o suficiente para fazê-lo querer descer as escadas.

Gabriel colocou a mão no ombro do filho e disse:

— Calma Adrien, ele assim como eu é um pai. Ele só está preocupado.

Adrien suspirou exasperado.

— Mesmo que eu diga que entendo estarei mentindo.

Gabriel sorriu para o filho fitando-o com carinho.

— Um dia você vai entender, mas espero que demore um pouco para chegar lá.

Adrien assentiu.

Gabriel continuou:

— Talvez a Itália não seja uma má ideia para Marinette.

Adrien escorou-se contra a parede sem tirar os olhos da janela.

— Talvez, ela me disse que são três anos. Três anos parece um infinito de tempo do meu ponto de vista.

Gabriel assentiu e questionou em tom monótono:

— Do que você tem medo, Adrien?

Ele sorriu triste.

— De que ela não volte para mim.

Gabriel entendia muito bem aquele sentimento, abraçou o filho e disse:

— No amor não existe espaço para o medo, pelo contrário Adrien, o amor perfeito lança fora o medo, porque o medo supõe perdas. Quem ama, sabe esperar.

O loiro abraçou o pai de volta e disse:

— Se ela quiser ir, tudo bem, eu sei que ela vai voltar, afinal, se ela não voltar eu posso ir atrás dela. Só preciso de uma passagem de avião.

Gabriel sorriu da simplicidade com que o filho disse isso.

Marinette entrou na sala e pegou o bloco de volta, com o rosto marcado pelas lágrimas e a ponta do nariz vermelho, ela perguntou:

— Onde paramos?

Adrien andou até ela, estava mancando um pouco por causa da dor aguda que vinha do seu tórax, mas aquilo passaria em dois dias, segundo o médico.

Ele pegou o rosto dela entre as mãos e beijou a ponta do nariz dela, deixando-a estática.

— Pode dar um tempo Bugaboo. Vamos almoçar e depois continuamos a falar da campanha do In Lov&. Além do design dos frascos, precisamos falar das fotos e da propaganda, dessa vez eu vou ter que ensinar algumas coisas.

Marinette segurou as mãos dele e sorriu, depois desviou os olhos porque estava com vergonha, o pai dele sorriu para ambos, mas Natalie não parecia nada contente.

O almoço foi tranquilo, ser ambidestro tinha suas vantagens, pois Adrien conseguia comer bem com as duas mãos, a clavícula e o pulso dele não o atrapalharam.

Marinette levantou da cadeira dela e puxou ele pela mão.

Animada como uma criança, ela perguntou:

— Então vamos posar juntos?

Adrien assentiu e com ela em seu encalço foram para o quarto dele.

Adrien pegou um álbum antigo dentro do guarda roupa dele, sentou-se no sofá com ele no colo e esperou que Mari fizesse o mesmo, mas ela preferiu sentar-se no chão de frente para ele, com o queixo meio apoiado no joelho dele.

O loiro sorriu e abriu o álbum para ela.

— Campanhas do dia dos namorados geralmente tem uma pegada mais sexy.

Marinette desencostou-se dele e disse indignada:

— Eu não pretendo aparecer de lingerie como a Chloé.

Adrien sorriu de lado.

— Nem eu espero que você faça isso.

Ele aproximou o rosto do dela inclinando-se para frente.

— Tem coisas que eu prefiro rondando só pela minha imaginação.

Marinette empurrou o rosto dele para longe com o dedo indicador.

— Não se incline assim, sua costela vai ficar doendo.

Ele deu de ombros mostrando que estava tudo bem.

Retomando o assunto Adrien sugeriu:

— Acredito que para nós dois funcione uma coisa mais assim.

Quando ele virou a página, Marinette viu a estonteante Emilie Agreste junto com o Gabriel em um piquenique.

Puxando o álbum das mãos do loiro, ele vislumbrou o sorriso genuíno que ela deu ao dizer:

— Seus olhos são iguais aos dela.

Adrien sorriu ameno.

— Meu pai sempre diz isso.

Marinette subiu no sofá, sentando-se ao lado dele com o álbum no colo, segurou o rosto dele com as duas mãos, tomando cuidado para não deixá-lo em uma posição desconfortável.

Ela disse:

— Essa mistura hipnotizante de verde esmeralda com verde…

Ele sorriu deixando-a sem palavras.

— Lima, você disse algo parecido naquele dia do desfile.

Ela sorriu e soltou o rosto dele.

— Aquele dia eu me enrolei toda, quando você não me deixou cair.

Ele pegou o álbum e passou mais algumas páginas, parando em uma foto dos pais dele no parque de diversões.

Ele disse piscando:

— Eu nunca te deixaria cair.

Ela fitou a imagem percebendo que eles estavam combinando, as roupas do Gabriel e da Emilie tinham tonalidades similares.

Ela arriscou:

— O que acha da gente vestir moletons combinando com a ideia dos frascos dos perfumes.

Ele assentiu.

— Eu o meu típico moletom com orelhas de gato e você vai fazer um de joaninha para você?

Ela sorriu e saiu do quarto.

Adrien continuou vendo as fotos dos pais dele, o conselho do seu velho rondando por todos os lados do cômodo. Deixá-la ir para que ela possa voltar. Ele já não estava mais tão carregado, seria questão de alguns dias para que isso acontecesse de qualquer forma.

Marinette entrou no quarto segurando uma blusa de moletom vermelha com capuz preto e os punhos das mangas da mesma cor, bolas médias negras estavam espalhadas pelo tecido vermelho como uma joaninha. Ela entregou para ele e do bolso tirou uma faixa de cabelo que tinha duas bolas médias vermelhas com bolinhas negras, uma faixa que combinava bem com a blusa.

Adrien disse:

— Você deve ficar uma fofura vestida desse jeito.

Ela sorriu cúmplice para ele e respondeu:

— É para ser fofo, vai ser o seu primeiro ensaio de dias dos namorados real. Não é?

A sobrancelha arqueada dela e a postura defensiva, fez ele notar uma pontinha de ciúmes nos olhos azuis.

Puxando ela para o seu colo com cuidado, ele respondeu:

— Sim. Todos os outros foram com modelos ou por contratos publicitários, nunca aconteceu nada com Lilá Rossi, Kagami ou Chloé, talvez um beijos com a Chloé, mas não era namoro.

Ela deu um solavanco nele, fechando a expressão quando ele falou dos beijos com a Chloé, mas logo a raiva deu lugar para a preocupação quando ela viu a cara de dor do loiro.

Virando-se no colo dele, ficando sentada sobre Adrien, com uma perna de cada lado e com um distância segura, entre seus troncos ela perguntou:

— Está doendo? Desculpa Chaton.

Ela passou a mão no cabelo dele, fazendo relaxar aos poucos.

Aliviado ele disse:

— Não mais.

Os dois passaram o resto da tarde falando sobre a proposta e de noite levaram a ideia para o Gabriel que aprovou satisfeito.

Tomar banho foi difícil para o loiro, o braço dele doía, havia um roxo horrível no abdômen dele, e o pulso luxado ainda estava um pouco inchado.  A sorte dele foi que Marinette estava lá para auxiliá-lo, ela enfaixou ele depois do banho e o ajudou com o pijama, mesmo corando e desviando os olhos quando um certo brilho de desejo tomava conta dos olhos verdes.

Deitado na cama, com o braço bom em volta do corpo dela e com o rosto escondido no vale dos seus seios, Adrien disse:

— Boa noite my LB.

Ela riu dele e passeou com os dedos pelos fios dourados do seu cabelo.

— Boa noite gatinho.

Ele fechou os olhos e deliciou-se com o carinho que ela fazia nele, se Adrien realmente fosse um gato, aquela altura iria ronronar de satisfação para sua dona.

 

Pov Marinette Dupain-Cheng

Marinette dedicou-se a desenhar os novos modelos para o desfile de primavera, afinal Adrien estava temporariamente afastado dos holofotes e das passarelas, uma semana inteira sem a agenda lotada estava levando-o ao desespero. Os dois foram visitar o Luka no hospital no final de semana. 

O guitarrista só sabia reclamar da loira metida que estava internada no quarto do lado do dele na ala VIP. Adrien riu dele e os dois falaram um pouco sobre os planos futuros da banda e de uma possível parceria permanente com Jagged Stone. Assim  que Adrien foi dar uma passadinha no quarto ao lado, pois Chloé pediu que ele a visitasse, Marinette sondou a real situação entre Luka e o seu pai.

Os olhos azuis do músico estavam um pouco tristes.

— Eu acredito que a minha mãe nunca contou para ele sobre a minha existência.

Marinette segurou a mão dele.

— Ela deve ter tido os motivos dela.

Luka assentiu.

— Eu também penso assim. Eles tiveram algo na adolescência, ele foi embora e seguiu o sonho dele, ela só teve notícias do mesmo quando ele ficou famoso. Aparecer com uma criança de três anos na porta de um guitarrista famoso e dizer ele é seu filho não faz bem o estilo da minha mãe.

Marinette riu dele.

— Não, não faz. Ela é muito mais durona do que isso.

Os dois continuaram falando de outras coisas, ela contou da possível ida dela para Itália e da discussão com Tom. Luka escutou tudo de maneira paciente e deu alguns conselhos e sugestões engraçadas para a mestiça.

Um deles foi escutado por um certo loiro que entrou de novo no quarto.

— Se quiser podemos fugir juntos, eu levo o meu violão e posso tocar nas ruas de Veneza enquanto você vende baguettes franceses. O que me diz Mari?

Ela negou e sorriu.

— Acredito que isso não faça o nosso estilo.

Os dois assentiram cúmplices enquanto os olhos do loiro passeavam de maneira possessiva da namorada para o amigo.

Os dois saíram de mãos dadas do quarto e ela perguntou:

— O que a Chloé queria com você?

O loiro riu da azulada.

— Nada de mais. Ela me perguntou se eu estava bem e me pediu desculpas por algumas coisas que aconteceram a algum tempo. Meio que, ela quer voltar a ser minha amiga...

Marinette interrompeu o loiro indagando:

— Só isso mesmo?

Ele soltou as mãos de Marinette e abraçou-a por trás.

— Só, eu já tenho namorada. Mas até que achei as perguntas da Chloé sobre o Luka interessantes e genuínas.

A azulada deu de ombros.

— Ela deve estar curiosa sobre ele. O Luka é um cara legal, charmoso, bom de papo, bonito e …

Adrien apertou-a contra si em forma de protesto.

— E não é tão incrível quanto o seu metido namorado, não é mesmo?

Marinette virou-se de frente para o loiro quando chegaram no estacionamento do hospital, deixando-o prensado entre o carro e o corpo dela.

— Isso mesmo ele é ótimo, mas aos meus olhos você é bem melhor. Então não precisa ficar com ciúmes Chaton, eu só tenho olhos para você.

Ela não deu tempo para Adrien responder, beijando-o calorosamente. Ela entrelaçou os dedos nos fios loiro de cabelo da nuca dele, puxando-o para si, com os lábios colados e as línguas deslizando uma sobre a outra ela sorriu para ele e afastou-se um pouco, só para poder ver os olhos verdes brilhando de satisfação. O calor que o corpo dele proporciona ao dela já era motivo o suficiente para que um rubor instalar-se e suas bochechas.

Ele sussurrou no ouvido dela:

— Acho que estou perdido.

Ela olhou para ele tentando entender aquela afirmação.

— Como?

Ele deu um beijo na testa dela e murmurou:

— Estou completamente apaixonado por você.

Ela sorriu e respondeu: 

— Então estamos os dois perdidos.

Adrien sorriu de volta para ela, os olhos brilhantes, aquele sorriso ia além de todas as capas de revista e isso deixou-a sem palavras.

 

Pov Adrien Agreste

Ele sempre quis receber uma semana de férias, mas ficar em casa machucado não era bem o que ele esperava. Marinette estava o tempo todo com ele o que deixava as coisas um pouco mais agradáveis, mas os paparazzis e os repórteres não davam trégua, nem mesmo fugir para a casa de campo ele podia. Como se o pai dele fosse deixar algo do gênero acontecer enquanto ele ainda não estivesse 100% curado.

A visita ao hospital fez ele olhar para a relação entre o Luka e a Marinette de maneira diferente e repensar os anos em que ele e a Chloé estiveram juntos, eles poderiam ser bons amigos se as coisas não tivessem se tornado aparências ou algo comercial. 

A loira perguntou:

— Como você conheceu aquele ser humano metido e grosseiro do quarto ao lado?

Ele sorriu provocante para ela.

— Como se você fosse o ser humano mais agradável da face da terra, né Chloé?

Ela suspirou e sentou-se de uma forma mais confortável na cama, a perna dela estava enfaixada, era a primeira vez em muitos anos que ele via ela sem toda a maquiagem e brilho, o cabelo solto de maneira nartural com as pequenas ondas nas pontas. Chloé era muito mais bonita assim do que em cima das passarelas.

Ela olhou para as pontas das próprias unhas dizendo:

— Eu sei que não fui educada com ele, mas qualquer homem normal me acharia atraente, mesmo vestida assim, e acabaria sendo um pouquinho legal comigo, o que ele não fez.

Adrien riu dela. 

Luka não fazia o tipo da modelo e ela estava muito longe de ser o tipo ideal do guitarrista.

O loiro respondeu:

— Se o que você quer saber é se ele está solteiro a resposta é sim, mas eu te garanto que ele não vai trazer nenhum benefício para a marca Bourgeois.

Chloé fez cara de descaso e respondeu:

— Adrienzinho eu não estou procurando por parcerias lucrativas, estou pensando que quero alguém que olhe para mim como você olha para a sua estilista.

Adrien deu de ombros.

E Chloé provocou:

— Já disse para ela que está apaixonado?

Ele negou.

— Não exatamente, eu levei ela nos meus compromissos, não precisei apresentar ela para o meu pai, afinal de contas…

Chloé o cortou indignada:

— Pelo amor de Deus Adrien! É só olhar para ela e dizer, eu gosto de você, eu sou louco por você ou algo romântico do gênero. Não estou perguntando quando vai pedi-la em casamento.

Adrien deu um peteleco na testa da loira como costumava fazer quando eram mais novos.

— Eu sei, também venho pensando nisso, mas a situação é um pouco complicada. Quando você puder sair daqui eu te conto os detalhes chocantes.

Ele riu da própria piada e deixou a loira para trás.

Luka e Marinette estavam conversando de mãos dadas e isso deixou ele um pouco enciumado, mas Adrien logo tratou de enterrar esse sentimento bem fundo, os dois eram como irmãos, pelo menos ele precisava convencer-se disso antes que fizesse uma cena.

No estacionamento ele decidiu seguir o conselho da loira e para surpresa dele Marinette correspondeu. Sorrindo de orelha a orelha, ele dirigiu de volta para casa, naquela tarde eles tirariam as fotos para a campanha do In Lov&.

Marinette perguntou:

— Onde vai ser o ensaio?

Ele estacionou e olhou para ela, percebendo como ela ficou corada e acanhada.

— Vamos tirar as fotos no parque de diversão.

Ela assentiu e saiu do carro, deu a volta e abriu a porta para ele.

Adrien saiu do carro e passou o braço sobre os ombros dela.

— Mari, você precisa parar de agir assim, eu gostaria de abrir as portas para você.

Ela sorriu para ele.

— Você já faz isso.

Ele olhou para ela sem entender.

Marinette subiu o primeiro degrau ficando da altura dele, passou os braços sobre os ombros dele e encarando-o ela disse:

— Você abre muitas portas para mim o tempo todo. A ideia do concurso de designer foi sua, o seu pai me contou, então você abriu a primeira porta pela qual eu passei no mundo da moda. Você me deixou entrar no seu mundo secreto quando me contou que era o vocalista da Plagg, abrindo a segunda porta da minha vida e agora disse que o seu coração é meu, essa porta também foi você quem abriu. Quantas portas mais você pretende abrir para mim, Adrien Agreste?

Ele beijou os lábios dela puxando-a para mais perto de si.

Ele sussurrou:

— No momento, a porta do meu quarto, mas acho que não vou poder fazer isso hoje.

Marinette o empurrou com o dedo indicador.

Ela disse colocando as duas mãos atrás do corpo e mordendo o lábio inferior:

— Você não tem jeito Agreste.

Ele deu um sorriso cafajeste e deu um selinho nela subindo as escadas com a garota trás de si.

Trocar de roupa estava mais fácil, o pulso dele e a clavícula já estavam melhores, o problema era a costela dele. Por sorte aquele ensaio não seria como os outros, vetando a possibilidade dele aparecer sem camisa. Com uma calça jeans clara e a blusa de moletom sobre a regata preta ele desceu as escadas. O cabelo levemente bagunçado e a máscara no bolso da blusa, nos pés o all-star de couro preto de cano médio.

Marinette estava esperando ele no final da escada, as maria chiquinhas baixas, a faixa com as duas bolinhas vermelhas deixando-a irresistivelmente fofa, a blusa de moletom de joaninha estava aberta, a blusa dela tinha um zíper diferente da dele, embaixo dela uma camiseta preta de alcinhas com o decote de coração, a calça jeans escura e nós pés o all-star de cano médio vermelho.

Ela sorriu para ele estendendo a mão:

— Vamos?

Ele assentiu e os dois foram em direção a saída para encontrar com Gorilla.

No caminho ele notou que Marinette estava um pouco tensa então ele disse:

— Vamos chegar lá e nos divertir primeiro, como um encontro casual entre um casal de namorados.

Ela olhou para ele acrescentando marota:

— Em um parque fechado com um fotógrafo atrás de nós. Isso é bem romântico.

Adrien passou a mão na lateral do rosto dela.

— O objetivo dessa campanha é ser mais casual e acessível, um romance mais natural. My Lady, acredito que nós dois podemos fazer esse ensaio ser divertido. Você confia em mim?

Ela beijou a palma da mão dele e respondeu:

— Até de olhos fechados.

Ele sorriu amplamente para ela.

— Então você não tem com o que se preocupar.

Os dois desceram e o parque de diversões estava com todos os brinquedos ligados, sem a presença de turistas dentro dele, só os funcionários do parque e a equipe da Agreste. Adrien segurou na mão de Marinette e conduziu ela na direção do seu fotógrafo.

Vicent olhou para ela com interesse genuíno.

— O que temos aqui, Adrien?

O loiro sorriu ladino.

—  A minha namorada. Marinette esse é o Vicent, ele que tirou todas as minhas fotos ao longo dos anos, inclusive aquela que está na porta do seu banheiro.

Mari sorriu para o fotógrafo com as bochechas rosadas.

— Prazer Vicent. Eu nunca fotografei antes, então preciso de uma ajudinha.

O fotógrafo mediu-a de cima a baixo avaliativo, deu uma volta olhando para ela com a mão pousada embaixo do queixo, abriu os braços e declarou:

— Você é linda! Acredito que dessa vez não vou precisar retocar nada. Quando os seus olhares se encontrarem será algo explosivo, sem escala. Vai ser o ensaio mais natural que o Adrien já fez até hoje.

Marinette sorriu e Adrien assentiu concordando com Vicent.

Ele virou-se para ela e perguntou:

— Por onde devemos começar, My Lady?

Segurando na mão dele ela virou-se para o parque e apontou para o carrinho bate-bate.

— Por aquele ali.

Adrien riu da alegria infantil faiscando nos olhos dela.

— O próximo brinquedo fica por minha conta.

Ela balançou a cabeça e começou a arrastá-lo para a entrada do brinquedo.

Três batidas e duas voltas foram o suficiente para Vicent, mas Adrien não queria sair dali tão cedo. Contrariado ele levantou e levou Marinette com ele para o carrossel, ali a diversão não foi tanta, mas poder ficar em pé ao lado dela sentada e sorrindo foi ótimo. A azulada escolheu a roda gigante e ele passou o braço sobre os ombros dela, apontando para o horizonte e conversando sobre a paisagem eles se distraíram.

Adrien abraçou Marinette por trás e sussurrou:

— Quase me esqueci que o Vicent está aqui com a gente também.

Ela virou-se entre os braços dele e segurando em seus ombros ela falou:

— Eu não, mas tenho um pedido que deve estar fora do roteiro do ensaio.

Adrien deu um beijo esquimó em Mari.

— O que seria, princesa?

Ela tirou uma das mãos do ombro dele e apontou para uma barraquinha perto do fliperama.

— Quero sorvete.

Ele assentiu e soltou-a correndo na frente dela com as duas mãos dentro dos bolsos. Ela não ficou para trás, tentou alcançá-lo, mas não corria como ele. Adrien chegou na atendente e pediu uma casquinha, levou para Marinette que o aguardava sentada em um banco. Eles desfrutaram daquele momento tranquilo e nem notaram os olhares surpresos sobre ambos.

Vicent foi até eles e inclinou a câmera para os dois.

Ele declarou sincero:

— Essa aqui é para vocês guardarem.

Os dois sorriram e Adrien sujou a ponta do nariz de Marinette com sorvete.

A equipe aproximou-se e todos despediram-se do casal, Vicent e Gorilla foram os últimos a deixar o parque. Adrien pegou as chaves do carro com o motorista e avisou a Natalie por telefone que eles iriam aproveitar o resto da tarde no parque, não estava frio, por isso deixaram as blusas dentro do carro. E misturaram-se aos turistas quando as portas reabriram.

 

Pov Marinette Dupai-Cheng

Os problemas dela com o pai foram aos poucos esquecidos, assombraram ela por alguns dias e antes de dormir, mas nada que realmente a deixasse desesperada, as ligações da mãe e o aviso de Alya sobre tentar levar o pai dela em seu primeiro desfile deixaram-na leve. Luka parecia bem e até mesmo Chloé com quem ela não tinha simpatizado muito no início. 

As fotos não foram algo forçado e aquele "encontro" valia como o primeiro entre eles. Adrien estava se esforçando para deixá-la a vontade e isso era algo que não tinha preço aos olhos dela.

A noite chegou e junto com ela um beijo no topo da roda-gigante, as luzes davam outro ar para o parque e os turistas deixavam tudo muito mais vivo e animado. Ela teve duas ideias para aplicar nas peças masculinas de primavera. Adrien de suspensório seria um colírio para os olhos e um material alegre para a imaginação do seu fã-clube.

Ele sorriu para ela detrás de um algodão doce rosa, os olhos verdes brilhando como duas joias raras.

— Vamos para casa LB?

Ela pegou um pedaço da nuvem de açúcar e respondeu piscando:

— Claro Chaton.


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Notas finais do capítulo

O que acharam disso?



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