Spark escrita por Lady M


Capítulo 10
Flores são sempre flores


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela demora, mas tive que lidar com os trabalhos online, as provas e a matéria atrasada, então a fanfic teve que ficar parada >.<
Divirtam-se!!



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Pov Adrien Agreste

Adrien abriu os olhos com a claridade que vinha da janela na direção da sua cama, abraçou Marinette e escondeu o rosto no vale dos seios dela, mesmo dormindo ela passou os braços em volta do pescoço dele e começou um carinho com os dedos pelos fios de cabelo loiros.

Adrien suspirou e puxou-a mais para si.

Abriu os olhos e acompanhou os traços do rosto dela que estava parcialmente salpicado pelos raios de sol, indo da ponta do nariz dela até um pedaço do seu cabelo. Marinette estava sorrindo e mesmo de olhos fechados ele conseguia sentir a intensidade das íris azuis. Tirando uma das mãos da sua cintura, ele acompanhou os traços do perfil dela no ar, as pontas dos dedos sentindo o calor que emanava da pele macia e tentadora, sem tocá-la, de fato. 

Adrien deu um sorriso triste e resignado, estava acostumado a ser abandonado, a perder mesmo sem arriscar nada no jogo, mas daquela vez, ele pretendia ganhar, mesmo que para isso precisasse se machucar um pouco. Ele não contaria para ela que estava completamente descarregado, pelo menos até ter absoluta certeza de que ela não imaginava um futuro sem ele, assim como ele sentia-se incapaz de viver mais um dia longe dela.

Ele sussurrou:

— Bom dia LB.

Marinette mexeu-se, mas não despertou.

Adrien levantou da cama e beijou a testa dela indo para o banheiro.

Tomou um banho refrescante e nada demorado, enfim as flores começaram a colorir os jardins da mansão, ele constatou parado na janela da sala. 

Optou por uma bermuda verde militar, a camiseta regata preta, o all-star da mesma cor da blusa e de cano médio, deixando os fios loiros escondidos debaixo de um boné cinza. Encontrou com o pai dele no ateliê e os dois repassaram as saídas de segurança e mecanismos que estariam sendo usados no desfile de primavera da Grife Agreste. Azarado como era, o loiro não pretendia dar mole dessa vez, nada de acidentes.

Sentado de costas para porta ele escutou-a sendo aberta.

Gabriel continuou olhando para os desenhos sobre a sua mesa enquanto falava:

— Já pensou em como vai encaixar a sua agenda com a da minha nora quando ela estiver na Itália?

Adrien deu de ombros sentindo as mãos de Marinette abraçando-o por cima dos ombros.

A voz melodiosa e gentil dela respondeu por ele:

— Nós ainda não falamos sobre isso. Eu só vou se o Adrien já estiver descarregado até lá, caso isso não aconteça a tempo da primeira seletiva, só vou estudar com o seu amigo ano que vêm Gabriel.

Depois da campanha do perfume do dia dos namorados ter estourado e eles terem comparecido, a pelo menos, trinta entrevistas para vários canais e revistas diferentes, Marinette não tentava mais desmentir o seu pai, ela era a nora dele afinal de contas. As bochechas dela ainda ficam da cor de morangos maduros quando ele sorria ou piscava para ela, sempre que a chamava de princesa ou até mesmo de Mari, Adrien amava cada pequeno detalhe desse. Ela sempre o surpreendia e isso fazia com que ele se sentisse querido por ela.

Em vez de sentar na cadeira ao lado dele, Marinette optou por ficar em pé e escorada na perna esquerda dele, enquanto isso Adrien deixou o braço dele atrás das costas dela apoiado na mesa. O vestido branco de alcinhas com a saia godê, tendo pequenos detalhes rosados na beirada e uma faixa com um laço em tom rosa perolado na cintura deixava-a irresistível, ele queria abraçá-la por trás, mas sabia que Marinette o olharia muito feio, quando o pai dele e ela estavam naquele santuário ele não era muito bem vindo, a menos que fosse estritamente necessário.

O pai dele sorriu amplamente para sua estilista.

Em tom zombeteiro ele disse:

— Só estava sondando Mari. Pode ficar tranquila, não vou te enfiar em uma caixa de madeira, contra a sua vontade e exportar dentro de um navio de carga para a Itália.

Ela respondeu sorrindo também:

— Se pensar em fazer isso vai ter que gastar o dobro da força, porque Adrien vai querer uma caixa para ele também.

O pai do loiro assentiu e Adrien cutucou a namorada nas costelas fazendo-a contorcer-se por conta das cócegas que sentia naquele local.

O loiro respondeu irônico:

— Eu não sou nenhuma bagagem para ir em um navio de cargas. Poderia muito bem pegar um avião e encontrá-la no porto.

Entre risos ela declarou:

— Claro...Claro!

 

Pov Marinette Dupain-cheng

Alya estava intermediando o contato de Marinette com a sua mãe, levando pequenas sobremesas, cartas e recados entre elas. Tom ainda estava ressentido com a filha e as constantes notícias sobre o namoro dela estampando as bancas de Paris, só pioravam a situação.

A mestiça descobriu que a sua mãe a apoiava e não era de hoje, mas desde o início da sua carreira. Sabine votou nos projetos que Marinette inscreveu em concursos de designer amadores no início do curso dela, depois vibrou com a vitória do seu pseudônimo no concurso da Grife Agreste, a mãe dela tinha um caderno onde colava todas as notícias do mundo da moda que tinham a participação da sua filha.

O quarto do Adrien tornou-se o dela oficialmente, mal entrava no quarto de visitas separado para ela. O desfile da primavera estava consumindo a sua criatividade, desenhava em torno de oito esboços por dia e desses oito acabava selecionando quatro e depois reduzindo para dois. O loiro ficava sentado com ela assistindo a esse processo repetitivo, ele também estava fissurado na parte técnica e de segurança do evento, mas isso ela conseguia entender bem. A Plagg estava passando por um hiatos, porque o vocalista e o guitarrista pediram um tempo, Adrien para se recuperar e Luka para poder conhecer o pai dele com um pouco mais de privacidade.  

Marinette deixou o seu corpo ser abraçado pelo loiro enquanto terminava a bainha de um vestido.

Adrien falou em tom maroto:

— Eu amo a maneira como o meu pai sai de fininho para nos dar privacidade.

Marinette riu. 

Gabriel era só alegria depois da campanha do In Lov&.

— Eu também gosto de poder ficar mais um tempo com você, Chaton.

Ele riu e segurou a barra para ela.

—  Mesmo que seja a trabalho?

Ela assentiu terminando o que estava fazendo.

— Mesmo que fosse para ficar deitada de cabeça para baixo dentro de um tanque de água.

Ele riu da cara confiante que ela fez ao dizer isso. 

O namoro deles para ela era a parte mais inusitada e divertida daquela história inteira, ter um pseudônimo, estudar escondida, sair por aí para trabalhar nos desfiles, depois ser atingida por um letreiro e ainda assim estar com ele.

O pai dela estava cada vez mais distante e irredutível, ter o Gabriel e o apoio do namorado estava mantendo ela mais centrada no trabalho, mesmo sentindo-se triste nos intervalos de tempo, eles iam distraindo-a e confortando-a.

Assim que eles terminaram no ateliê saíram juntos para tomar um sorvete, a mídia estava mais calma em relação a eles, também compareceram a tantas entrevistas e responderam a diversas perguntas peculiares diminuindo consideravelmente a curiosidade sórdida das pessoas.

Na praça pouco movimentada do bairro da Mansão Agreste, os dois tomaram suas casquinhas de gelato, andaram de mãos dadas, sentaram-se no banco da praça e divertiram-se no balanço do parquinho, pois este estava vazio.

Sentados ali, com as suas pernas balançando e recebendo uma brisa agradável no rosto conversaram sobre a Itália.

Adrien disse:

— Mesmo que eu não esteja completamente descarregado, você deveria ir. 

Ela sorriu e balançou os ombros.

— Você quer me ver longe?

Ele negou de imediato:

— Não, mas imagino que quanto mais rápido você for, mais cedo vai voltar para mim.

Ela observou ele levantando para empurrá-la.

Adrien continuou:

— A Itália está a um voo de distância, posso ir visitá-la sempre que você quiser me ver.

Marinette sentiu as mãos dele roçando nas suas enquanto ele empurrava o balanço. Aquele calor gostoso, aquela energia que sempre acompanhava o toque mínimo de pele entre eles, criando uma expectativa, uma vontade interminável de querer mais.

Ela desceu do balanço e abraçou ele.

— Tudo bem, eu vou enviar a minha inscrição.

Adrien sorriu e deu um selinho nela.

 

Pov Adrien Agreste 

Confuso, ele não queria ser tão egoísta, mas era assim que ele era afinal de contas.

Depois do passeio ele deixou Mari sozinha com as agulhas, linhas, tecidos coloridos e algumas modelos que vieram da Agreste para fazer os seus ajustes. O pai dele também estava parcialmente ocupado, mas com a administração dos mínimos detalhes, como as luzes e as músicas, as cadeiras que deveriam ser reservadas e com os críticos de moda disputando uma vaga pelo telefone. Natalie podia lidar com aquela parte, mas o pai dele não gostava de sobrecarregar a assistente pessoal dele.

Adrien ligou para o Nino, ele queria conversar com alguém que pudesse aconselhá-lo, mas o amigo não atendeu, devia estar ocupado com Alya, deduziu o loiro. Gabriel conseguia ver que algo estava incomodando o filho, por isso ficou parado no batente da porta do seu escritório, ele queria que Adrien desse o primeiro passo, assim ele poderia andar até o filho sem medo de pisar em ovos.

Não demorou para Adrien entrar no escritório do pai dele sem bater.

Gabriel levantou os olhos das folhas que tinha em suas mãos e com um gesto simples feito por sua mão direita, indicou para o filho que fechasse a porta e senta-se na cadeira de frente para ele do outro lado da mesa. 

Gabriel sorriu e perguntou:

— O que te trás aqui a essa hora, Adrien?

O loiro deu de ombros e tentou parecer descontraído ao perguntar:

— Eu queria saber, se o senhor já mentiu para a minha mãe alguma vez?

Gabriel soltou as folhas e endireitou a postura, olhou para o filho de maneira séria e respondeu:

— Não que eu me lembre Adrien, eu sempre fui sincero com ela, desde a primeira vez em que a vi. Eu não conseguiria enganá-la nem se eu quisesse, seria doloroso demais, saber que ela confiava em mim e eu estava mentindo para ela.

Adrien suspirou triste.

— Mesmo se a mentira fosse necessária?

Gabriel segurou as mãos do filho sobre a mesa, notando que não sentiu nada além do toque caloroso das suas mãos. Então era isso? Adrien estava livre das faíscas, mas não queria dizer para Marinette, deduziu o estilista.

— Adrien, não existe mentira boa, mentira bem intencionada, mentira necessária. A verdade é sempre o melhor caminho. Se você escolhe ocultar algo de alguém, isso poderá destruir ambos por dentro. Abalando as suas certezas, desacreditando os seus sentimentos, trazendo sempre uma dúvida insistente para as suas escolhas. Mesmo sem ter intenção, Adrien, você acaba criando situações confusas e duvidosas.

Adrien soltou as mãos do mais velho fitando-o, os olhos azuis severos e os verdes confusos.

Gabriel perguntou:

— Você consegue ver o quão egoísta está sendo agora, filho?

Adrien respondeu de maneira vazia:

— Se eu te disser que não, estarei mentindo. Mas eu preciso de mais tempo para poder contar para ela, assim que ela ir, não terá motivos para voltar, eu tenho medo que esse sentimento não seja forte o suficiente para fazê-la ficar e...

Gabriel o interrompeu:

— Adrien, ela está ao seu lado porque ela realmente quer e é exatamente por isso que ela tem motivos para voltar. Já parou para pensar nisso? Quando contar que está totalmente bem, estará dando a ela uma escolha. Eu sugeri a Itália para Marinette poder sair do centro das atenções por um tempo e utilizar essa pausa de maneira construtiva sem sentir o peso das escolhas dela sobre a sua família. Ela não está bem e nós dois sabemos disso. Diminuir o peso sobre ela seria o ideal, mas eu não vou atropelar as suas escolhas, Adrien.

O loiro sabia disso, a namorada dele sorria quando precisava sorrir e desenhava quando precisava desenhar, mas isso não significava que o muro entre o pai da garota e ela fosse algo que não a perturbava de maneira alguma.

Ele assentiu para o seu pai.

— Depois do desfile da primavera. Assim está bom?

Gabriel ajeitou os óculos sobre o nariz.

— Sim, assim as coisas ficarão bem.

Os dois não falaram mais nada e deram o assunto como encerrado, mas Natalie não gostou do que ouviu quando estava atrás da porta, por isso as coisas poderiam tomar um rumo inesperado.

 

Pov Marinette Dupain-Cheng

Sentada atrás da máquina de costura ela conseguia ver a luz do sol se pondo no fim da tarde, as flores do jardim da mansão pareciam pedir algo para ela. Marinette levantou de súbito e  desceu as escadas sem pensar em mais nada a não ser da ideia que ela tinha acabado de ter. Ela optou pelas flores abertas, preferia aquelas que tinham desabrochado, porque dariam um ar, mais fresco e assim ela poderia convencer Gabriel a aceitar os arranjos de cabelo para as modelos femininas de última hora.

Voltou para o ateliê e notou como o seu vestido tinha ficado sujo, não seria uma boa ideia correr o risco de estragar as peças que ela estava terminando de reajustar. Seriam horas de trabalho desperdiçadas por alguns minutos de descuido, imperdoável, até mesmo do ponto de vista dela que era a síntese do desastre entre as pessoas desastradas.

Marinette pegou uma camisa azul de Adrien, que ele tinha usada de pijama naquela noite, ela tinha as medidas soltinhas e o tecido leve e fino, sem prendê-la, muito menos marcar as curvas e o sutiã dela, com um short jeans por baixo, essa peça sumia devido a diferença de alturas entre eles. Ela se trocou sem se preocupar com uma possível intromissão no quarto dele, o barulho de água e o leve cantarolar do loiro atrás da porta do banheiro, indicavam para ela que ele ainda iria demorar lá dentro.

Voltou para a ideia das flores e construiu dois arranjos, um para um penteado de cabelo solto e outro voltado para duas tranças baixas. Se Gabriel gostasse e apoiasse aquela ideia, eles iriam precisar de mais sete arranjos e flores de tons bem específicos, para trazer destaque as peças daquela coleção primaveril. 

Ela colocou um dos arranjos florais no cabelo dela prendendo-o em um coque frouxo, pequenos botões rosas, mesclados aos azuis e lilases. A imagem dela no espelho estava bem engraçada, as flores realçando os seus olhos, mas do pescoço para baixo estava vestida como uma adolescente encrenqueira que tinha dormido até tarde e ainda estava de pijama, estava até mesmo descalça. Ela se sentia assim, uma rebelde sem causa, quando lembrava-se da expressão decepcionada do seu pai, quando saiu pelos portões da Mansão Agreste.

Suspirou abraçando o próprio corpo.

Adrien surpreendeu-a abraçando-a sobre os braços dela, os olhos dele brilhando no espelho, ele beijou o pescoço dela que estava livre e exposto.

Ele sussurrou:

— Gostei disso aqui.

Ela riu dele questionando:

— Do que exatamente?

Ele soltou ela, para poder vira-la de frente para ele.

Com os olhos acompanhando a silhueta dela da cabeça aos pés, ele começou a listar:

— Da forma como a minha blusa fica tão bem em você, do seu cabelo preso, isso me dá livre acesso ao seu pescoço e não menos importante dessas flores. Você está tão linda assim, parece a encarnação daquelas fadas, acho que está mais para uma ninfa da natureza.

Corando como se os olhos desse chegassem até os segredos mais escusos da sua alma, ela respondeu:

— Gostou mesmo das flores?

Uma tentativa falha de desviar do assunto principal, eles estavam perto demais para que ela pudesse pensar com clareza, mas ela queria falar com ele do desfile e tinha peças para ajustar no corpo dele, as roupas eram a prioridade. Ela queria saber se os caimentos estavam certos, como o tecido iria marcar e destacar cada pedaço daquela obra de arte que estava sempre nas capas das revistas.

Adrien assentiu aproximando os seus rostos, ela conseguia sentir onde aquilo poderia parar e ansiava por isso, o corpo dele passavam aquela sensação calor até quando estava distante, só um olhar dele, conseguia ser mais potente do que qualquer outra coisa que Marinette tinha experimentado até aquele momento.

Ele passou a mão na lateral do rosto dela e parou embaixo do seu queixo puxando-a de forma provocativa para si.

— Digamos que sim.

Ela continuou calada, esperando o próximo passo dele, mas Adrien deixou-a inebriada quando disse inclinando-se para ela:

— Eu não gostava dessa estação do ano, mas acabei de descobrir que aqui temos duas coisas que eu amo: você e a primavera, my Lady.

Marinette piscou e sorriu timidamente.

Ele beijou a ponta do nariz dela e perguntou:

— Está pensando em usar esses arranjos florais no desfile?

Ela não conseguia e nem queria responder, naquele momento Marinette só queria jogar-se contra o loiro e corresponder as palavras dele com ações.

Adrien soltou-a e ela puxou ele para perto.

— Não... quero dizer sim... Hum… Eu e as flores... As flores na roupa, quero dizer cabeça... Aff.

Adrien sorriu para ela.

— Preciso que você me explique com frases coerentes para que eu possa te entender, Mari.

Ela ficou emburrada, cruzou os braços e sentiu as orelhas quentes, ela devia estar muito vermelha naquele momento.

Quando ela estava perto dele e Adrien fazia aqueles gestos galantes, gentis e até mesmo fofos ela não conseguia agir de maneira indiferente ou leviana, porque cada pedacinho dela entrava em festa, o êxtase subia e a adrenalina fazia ela suspirar. Marinette sentia-se pisando nas nuvens, literalmente, capaz de flutuar, mas ao mesmo tempo parecia que a parte centrada e racional do cérebro dela morria, dava pane, ficava em estado de ERRO 404. 

Resultado ela ficava totalmente incoerente e desconexa, a gagueira tomava conta e ele tirando sarro da maneira como deixava-a caidinha por ele não ajudava em nada.

Marinette tirou o arranjo da cabeça dela e andou a passos duros para sua mesa, Adrien veio atrás dela tentando entender o que se passava com ela.

Marinette estava pronta para jogar o arranjo na mesa quando ele pegou as mãos dela e levou em direção a ele.

— Eu quero ver como fica em mim. Posso?

Marinette assentiu.

— Com uma condição, eu coloco em você.

O loiro sorriu e inclinou-se na direção dela para facilitar o processo, ela ajeitou os fios loiros e mesmo que a blusa negra dele fosse de pijama, Adrien parecia a encarnação de um príncipe saído dos recônditos dos contos de fadas. 

Ele deu um passo para trás e perguntou:

— Ficou bom?

Ela assentiu e respondeu em um sussurro veloz:

— Perfeito.

Ele sorriu ladino e puxou ela para si pela cintura.

— Só agora que se deu conta?

Ela deu um toque de leve com as mãos no peito dele, como se quisesse empurrá-lo para trás.

— Você é um metid...

Ele beijou ela, calando-a. 

Lento e carinhoso no início, arrancando suspiros de satisfação dela, mas não demorou para que o beijo rumasse para algo mais sensual. As mãos indo e vindo, explorando, as pequenas e cálidas mãos dela embrenharam-se na nuca do loiro, arranhando e puxando para si os fios sedosos do cabelo dele, enquanto as mãos precisas dele subiram por debaixo da blusa dela, alcançando sem pressa a beirada do seu sutiã. 

Um pigarro fez eles se separarem.

Gabriel olhava do filho para sua pupila com vontade de rir deles, mas ele respirou fundo e falou tentando parecer severo:

— Acredito que já tenha tirado as últimas medidas do Adrien, Marinette.

Ela negou afastando-se do loiro e indo em direção a mesa dela.

Adrien não disse nada, nem mesmo tentou fazer alguma piada, Marinette estranhou, mas não pensou muito no assunto, talvez o loiro estivesse enfim criando algum tipo de senso.

Gabriel olhou com legítimo interesse para os arranjos sobre a mesa, o que estava acabado e um que estava pela metade. 

Segurando o que estava pela metade ele perguntou:

— Está pensando em usar flores reais no desfile?

Marinette assentiu.

— Acredito que vai ficar bonito se conseguirmos colocar arranjos nas modelos femininas.

Gabriel sentou-se na cadeira e completou:

— Podemos fazer braceletes, para aquele corpete com o decote em coração, vai ficar muito mais atraente nas passarelas.

 Marinette aproximou-se vendo o estilista dominar o ser do seu mentor.

Os dois começaram a desenhar e Adrien abriu no celular uma planilha, anotando as flores e as cores que ele precisaria comprar.

O loiro disse um pouco apreensivo:

— Precisaremos manter a temperatura nas passarelas bem inferior à ambiente, não só por causa dos arranjos das estruturas que montaremos para o desfile, mas também por conta desses acessórios.

Tanto Marinette quanto Gabriel apenas assentiram.

 

Pov Adrien Agreste

Adrien levantou da cadeira onde estava sentado a quase trinta minutos sem fazer exatamente nada,  para poder ir dormir, ele sabia que o pai e a namorada iriam demorar por ali, mas o pai dele o deteve segurando-o pelo pulso.

Chamando a atenção da sua estilista, ele disse:

— Vou terminar essas peças no meu escritório, para que você termine de ajustar as peças do nosso modelo principal.

Ela assentiu e entregou os esboços dela para ele com certa relutância.

Adrien riu dos dois.

— Vocês conversam pelo olhar, estou me sentindo excluído por aqui.

O pai dele deu de ombros e Marinette sorriu e decidiu não colaborar com o drama do namorado.

Assim que o pai dele saiu do ateliê, Marinette entregou para ele quatro cabides com os looks que ele iria desfilar. O primeiro era uma camisa social verde com pequenas flores bordadas em azul e branco do lado direito, com a calça social branca, não teve nenhum ajuste relevante na peça. O segundo conjunto era uma calça jeans clara com um camisa estilo bata indiana em tom salmão, puxando mais para o rosado, também teve poucos ajustes. O terceiro era composto por uma camisa lisa verde clara e a bermuda tinha os detalhes florais, com um suspensório branco. No último conjunto o suspensório preto ficaria caído, a calça branca, sem ter o corte social, estava mais despojada e isso agradou Adrien logo de cara, a camisa preta com três listras na tonalidade lilás, Marinette optou por dobrar levemente as mangas e marcá-las com alfinete.

Adrien perguntou:

— O que acha de colocar algo nostálgico com esse conjunto?

Mainette olhou para ponto da sala que o loiro estava encarando e notou o chapéu que fez parte do seu conjunto de apresentação para o concurso de designers feito por ela para Agreste.

Ela riu dele.

— Não acho que vá combinar Adrien. Faz anos que desenhei esse chapéu.

Ele pegou o chapéu coco e girou entre os dedos.

— Esse foi o seu trabalho que chamou de cara a atenção do estilista Gabriel Agreste, mas você não leva fé nele.

Marinette assentiu e respondeu com certa cautela:

— Foi a única peça que você não usou, por isso acreditei que nem você nem Gabriel tivessem gostado dela.

Adrien sorriu e colocou o chapéu sentindo uma leve coceira no interior do nariz, ele era alérgico a penas e Marinette tinha colocado algumas ali.

Ele respondeu observando-se na frente do espelho:

— Eu sou alérgico a penas LB, você não sabia?

Marinette avançou sobre ele tentando tirar o chapéu da sua cabeça.

— Então tira, tira logo esse negócio Adrien.

Ele negou e começou a correr dela, não demorou para namorada dele entrar naquela brincadeira infantil, os dois desviando das mesas, dos manequins, dos grandes rolos de tecido, tesouras, linhas e agulhas.

Marinette o encurralou e puxou pelo suspensorio.

— Me dá isso Adrien.

Ele negou ficando quase na ponta dos pés, deixando o chapéu distante das mãos dela.

— Eu quero usar ele no desfile.

Ela cruzou os braços.

— Não mesmo o seu nariz á está vermelho e os seus olhos estão lacrimejando Adrien. Se você quer passar mal escolha outro desfile.

Ele encarou os olhos azuis com interesse.

— Por que?

Ela deu de ombros.

— Minha mãe, Alya e o meu pai vão nesse desfile.

Ele sorriu aliviado.

— Isso é ótimo.

Marinette começou às mexer os dedos das mãos e ele conhecia aquele sinal de nervosismo por isso segurou ambas e levou-as para perto dele.

— Eles vão poder ver ao vivo como você é uma estilista incrível.

Ela olhou para ele apreensiva.

— Vai ser o melhor desfile que você já fez my Lady, acredite e confie em mim.

Ela assentiu e agarrou-se a ele. Os dois ficaram ali abraçados e em silêncio, até que Marinette começou a contar baixinho.

Adrien passeou com a mão entre os fios de cabelo dela e perguntou:

— O que está contando?

Ela respondeu em tom cúmplice:

— As batidas do seu coração.

Ele olhou para ela com interesse e mesmo corada ela confessou:

— Isso meio que virou um hábito. Quando estou sem sono ou quando tenho um pesadelo, começo a contar as batidas que vem de você. Isso me acalma Chaton.

Ele traçou a ponta do nariz dela com o as costas do polegar.

— Tudo bem, sinto que desde o momento em que te vi no miraculous ele só continua batendo para e por você.

Ela ficou vermelha assim que ele terminou de dizer essas palavras e ela murmurou:

— Você é surpreendentemente brega, mas eu amo isso.

Ele riu dela enquanto arrastava-a para o provador.

 

Pov Marinette Dupain-Cheng

Tudo estava em seu devido lugar, todas as estruturas bem montadas, aquele desfile inicialmente aconteceria ao ar livre, do lado da Pirâmide do Louvre, mas por conta das datas e dos materiais que seriam utilizados, Gabriel optou por levá-lo para o Hotel Le Grand Paris. O bufê responsável pelo evento foi o do próprio hotel, Marinette confiava nos talentos da Chefe, que era sua antiga conhecida, a mãe da sua melhor amiga Alya. Tudo estava sendo supervisionado pela mestiça, ela queria garantir que o seu pai não encontraria nenhum defeito.

As modelos convidadas dessa vez não foram desagradáveis de maneira alguma com ela, Marinette sentiu a súbita diferença entre o último desfile que ela ajudara Gabriel e aquele. Os funcionários estavam sempre se esforçando na sua presença, algumas pessoas forçaram uma falsa simpatia quando a avistaram, fazendo ela ser educada e gentil, para não parecer desagradável sem necessidade e isso deixou ela exausta em questão de minutos.

Adrien segurou na mão dela e arrastou-a para um camarim vazio.

— O que está achando do seu primeiro desfile como Ladybug?

Ela respondeu sincera:

— Preferia quando eu era só uma assistente comum.

Ele riu dela e passou os braços sobre os seus ombros.

— Calma que daqui para frente é só ladeira abaixo.

Ela fechou a cara para ele, mas entendeu bem como ele se sentia. Adrien não tinha opções a não ser 100% perfeito, vinte e quatro horas por dia.

Eles estavam quase se beijando quando Chloe Bourgeois abriu a porta do camarim passando por ela como um trator.

A loira disse tentando ser sociável:

— Olá para os pombinhos.

Adrien soltou Marinette e assentiu, já a estilista apenas deu um sorriso amarelo.

A loira disse terminando de quebrar o gelo:

— Eu amei o vestido, você tem mãos de fada Ladybug, isso é fato.

A loira estava deslumbrante em um vestido relativamente curto com saia godê, o amarelo realçando as borboletas 3D azuis nos ombros, o decote canoa caiu bem nas curvas dela, o cabelo trançado, com flores azuis e brancas distribuídas nele, nos pés uma sapatilha, por conta da fratura Chloé estava evitando saltos e Marinette aceitou a condição da modelo quando enviaram para ela a proposta daquele desfile.

Aquele elogio, vindo da loira metida e difícil de lidar deixou Marinette alegre.

A estilista respondeu:

— Obrigada Chloé.

A loira assentiu e completou:

— Sem querer ser desagradável já sendo.

Marinette riu quando a loira disse isso.

— Você está bonita, mas o seu cabelo deveria estar solto.

Marnette assentiu e respondeu:

— Vou levar o seu concelho em consideração.

Antes de deixar o camarim Marinette despediu-se com um aceno e pode escutar a loira dizendo ao seu namorado:

— Aquele roqueirinho é mesmo complicado, ele me levou para casa no dia que saí do hospital, mas depois disso não nos falamos mais…

Será que o músico era o motivo da mudança brusca da loira? Mainette decidiu que iria preocupar-se com isso mais tarde.

Ajudou Gabriel com os últimos ajustes e foi até o camarim de Adrien para entregar para o loiro um chapéu especialmente feito para ele, com a ajuda do seu mentor Marinette substitui as penas dele por artificiais sem alterar a costura ou o desenho original.

Entrou no cômodo sendo surpreendida por Kagami Tsurugi pendurada no braço do seu namorado.

Adrien afastou as mãos da esgrimista de si com cautela.

Marinette aproximou-se escutando um pouco do diálogo entre eles.

— Mas você prometeu Adrien.

Ele sorriu de lado e coçou a cabeça, um sinal de nervosismo controlado que Marinette via raramente.

— Eu sei Kagami, mas eu estou aproveitando as minhas férias.

A esgrimista riu e alfinetou:

— Então esse é o seu tipo favorito de diversão, andar em uma passarela e ser fotografado por milhares de câmeras?

Ele desviou os olhos da garota para deparar-se com os da namorada.

Convicto e confortável ele respondeu:

— Não, o meu jeito de relaxar e me distrair é estar com as pessoas que eu amo, ficar em casa com o meu pai e poder estar aqui com a minha namorada, por exemplo.

Kagami virou-se e percebeu que a estilista estava na sala.

Ela sorriu e foi amigável, algo que desarmou o ciúmes que fervilhava a todo vapor dentro da mestiça.

— Olá, eu não tive a oportunidade de falar com você no último desfile, você nos enganou e veio de assistente. Ma agora posso te agradecer os trajes de esgrima personalizados, os dragões que você desenhou e bordou ficaram lindos e me ajudaram bastante.

Marinette assentiu e antes que pudesse dizer algo a esgrimista pegou nas mãos dela.

— Você é incrível Ladybug! Como um amuleto da sorte.

A azulada sorriu sem jeito.

— Obrigada.

Ela soltou Marinette quando escutou a assistente chamando-a e Adrien aproveitou para pegar das mãos da namorada o chapéu que ela estava carregando consigo.

Surpreso ele perguntou:

— Você refez ele?

Marinette empurrou o nariz do namorado com o indicador.

— Claro que não, esse é o original, só mudei as penas verdadeiras por uma de material sintético, Gabriel me deu uma mãozinha.

Adrien sorriu e beijou a namorada no rosto, fazendo todas as mulheres no camarim sentirem-se levemente ultrajadas e algumas modelos enciumadas, mas ela não se importou. Ele era dela e ponto final.

Ajudou-o com os últimos ajustes do primeiro conjunto e ele parou-a antes de sair dali.

Ele perguntou:

— Vai levar a fita métrica como cachecol?

Ela riu e negou entregando-a para uma das assistentes que estavam ali.

Ele soltou o cabelo dela do coque bagunçado e colocou uma das coroas de flores nos fios azulados.

Ele declarou caloroso:

— Assim está bem melhor.

Ela assentiu e foi sentar-se ao lado de Gabriel, a cadeira deles estava separada. 

Marinette pode admirar todo o desfile, nenhum problema aconteceu e os acessórios florais estavam maravilhosos. Os fotógrafos estavam eufóricos e os críticos de moda tinham expressões favoráveis. Gabriel era só orgulho e quando os dois subiram na passarela juntos ele levou-a até a metade e deixou que ela fosse sozinha até o final, sendo ovacionada pelos telespectadores e pelos modelos.

Os pais dela tinham os olhos esperançosos, mas Sabine estava sorrindo e Tom um pouco abatido. Alya ficou com eles ali, o desfile foi esvaziando-se e Marinette foi ajudar a desmontar os looks das modelos.

 

Pov Adrien Agreste

Adrien terminou de se trocar e foi imediatamente em direção aos pais da sua namorada, mas Nino o deteve antes dele chegar ao casal.

O amigo disse:

— Alya me disse para te avisar que o pai da sua garota, não curte muito a sua presença.

Ele deu de ombros.

— Eu sei Nino.

O moreno riu e questionou:

— Mesmo assim você quer ir lá?

Adrien negou.

— Não, mas acredito que seja o certo a se fazer.

Nino negou e pediu ajuda para loiro na hora de desmontar o som, Adrien atendeu o pedido do amigo e observou a interação entre Tom, Sabine e Alya a distância.

Assim que Marinette saiu do corredor dos camarins, a passarela já estava desmontada e o seu pai estava conversando com o dela. O loiro aproveitou para acompanhá-la até Sabine.

A mãe dela estava super orgulhosa e Adrien conseguia sentir pelo abraço que elas trocaram toda a saudade e amor envolvido ali.

Mas ele foi pego de surpresa quando mãe da namorada estendeu os braços de forma calorosa na direção dele.

Adrien ficou parado de início, mas Sabine disse:

— Vem aqui Adrien, eu quero abraçar o primeiro namorado oficial da minha filha.

Ele deu um passo á frente e deixou-se envolver por todo aquele calor humano, aquele aconchego que só as mães conseguem transmitir, o conforto e com isso ele não conseguiu afastar-se, o loiro perdeu a noção do tempo, fazia anos que ele não recebia um abraço daqueles.

Gabriel e Tom aproximaram-se e o estilista sentiu-se grato por ver como o seu filho estava sendo acolhido por Sabine. Adrien não costumava deixar as pessoas abraçarem ele daquela maneira, nem mesmo a irmã gêmea da sua mãe podia tocá-lo daquela maneira.

Quando ele afastou-se do abraço da sua sogra ela sorriu para ele e disse:

— Seja bem vindo a nossa família, espero que cuide bem da minha menininha.

Adrien assentiu e segurou na mão da sua namorada.

— Eu vou tentar…

Antes que ele terminasse Tom o interrompeu:

— Tentar não, você vai prometer que vai conseguir, Agreste.

O loiro assentiu e o pai dele riu daquela situação.

Gabriel sugeriu:

— O que acham de jantar lá em casa essa noite?

Tom assentiu e Sabine também.

Gabriel, Adrien, Sabine foram andando na frente e deixaram que Marinette e Tom ficassem mais à vontade.

Gabriel falou com Sabine sobre a possibilidade de sua filha estudar na Itália, e ela pareceu a favor dos estudos e do aprimoramento da filha, logo de cara.

Quando Adrien pareceu desanimado ela perguntou:

— Esse seu silêncio, já é saudade antecipada?

O loiro negou.

— Só estou preocupado com a Mari ali atras.

Sabine colocou a mão no ombro do loiro e disse em voz baixa:

— Tom tem o coração mole como um pretzel, ele estava sofrendo por conta das palavras duras que disse para nossa menina. Marinette é a princesa dele, Tom não queria ser rude com ela, mas acabou sendo.

Gabriel entrou na conversa:

— O problema é que quando nos tornamos pais, somos incapazes de pedir desculpas, as nossas falhas se tornam tão vergonhosas.

Sabine assentiu e completou:

— Ele vai se reconciliar com ela, pode ficar tranquilo em relação a isso Adrien.

O loiro sorriu e acompanhou os passos do pai e de Sabine até a limusine.

 

Pov Marinette Dupan-Cheng

O pai dela estava fazendo rodeios, mas ela entendeu bem onde ele queria chegar por isso ela jogou-se nos braços dele sendo recebida de maneira calorosa e paternal.

Marinette sussurrou:

— Fico feliz que esteja aqui e espero que esteja em todos os meus desfiles a partir de hoje.

Tom sorriu e beijou a testa da filha.

— O Sr Agreste é só elogios, me fez ficar mais do que orgulhoso de você.

Marinette sorriu e disse:

— Pode chamá-lo de Gabriel, pai.

Tom sorriu e os dois andaram até o carro abraçados.

O jantar passou voando e ela pode assistir a interação alegre na mesa, a Mansão Agreste nunca pareceu tão barulhenta, caótica e feliz. Adrien tinha os olhos brilhantes, transbordando satisfação, o seu gatinho estava realmente em casa, sentindo-se em família. E ela também, Marinette podia facilmente se acostumar com aquele cenário.


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Notas finais do capítulo

Falta só mais dois capítulos para a fanfic terminar...
Espero que tenham gostado dela até aqui =^.^=



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