Spark escrita por Lady M


Capítulo 7
Capítulo 7: Nem sempre um segredo é um segredo


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouco para votar ^.^
=^.^= Divirtam-se!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/780410/chapter/7

Pov Adrien Agreste

Adrien acordou todo torto, dormir no sofá na noite passada não foi uma ideia tão boa, quanto ele gostaria. Ele mexeu-se com cautela, temendo derrubar Marinette do sofá, mas ela, para a surpresa dele, estava acordada e observando-o.

Ela sorriu para ele dizendo:

— Bom dia Chaton.

Adrien passou a mão no cabelo dela respondendo:

— Bom dia princesa.

Não havia motivos para tal, mas ele corou por conta do olhar analítico e gentil dela, os olhos da sua Lady pareciam despir-lhe até a alma, se ela conseguisse lê-lo acabaria descobrindo a maneira como ele se sentia refém do sorriso dela. Se ela soubesse ele estaria completamente perdido.

Marinette disse:

— Sua agenda de hoje é tão cansativa quanto a de ontem?

Adrien não sabia, por isso tinha que esperar Natalie todas as manhãs, ele até poderia inteirar-se da sua agenda com antecedência, mas ele ficaria cansado antes mesmo de começar o dia.

Ele voltou a colocar as mãos sobre a cintura da garota que ainda estava apoiada sobre ele, com os polegares deslizando na base da coluna dela, ele respondeu:

— Não faço ideia Mari.

Ela suspirou de satisfação aprovando o carinho que ele fazia-lhe.

Manhosa Marinette sugeriu:

— Podemos continuar assim por mais cinco minutos?

Ele assentiu e fechou os olhos absorvendo para si o calor e o perfume que emanava dela. Traçou da cintura até as costas da mestiça com as pontas dos dedos, apreciando o fato do vestido dela ser frente única. Marinette suspirou e começou a abrir os botões da camisa dele um a um. Os dois estavam entretidos um no outro, sentindo, tocando experimentando aquele deslizar de tecidos, farfalhando pelo corpo deles. Tirando a blusa e atirando-a em algum ponto do quarto, Adrien colocou Marinette deitada de costas no sofá sob ele, invertendo satisfatoriamente as suas posições.

Aproximou o rosto do pescoço dela e traçou-o com os lábios, ela segurou os fios de cabelo da nuca dele gemendo baixo.

Sorrindo abertamente para ela ele disse:

— Que tal estendermos esse prazo para uns dez minutos?

Marinette prendeu as pernas em volta do quadril do loiro e puxou-o pela nuca beijando-o com vontade, Adrien aproveitou essa posição sentando-se no sofá com Mari sobre o  seu colo, ela soltou a cintura dele deixando uma perna dela de cada lado do seu quadril. De maneira veloz ela traçou dos ombros dele até a beirada da calça com as unhas, o loiro arrepiou-se ao senti-la abrindo o seu cinto. 

Ela respondeu, murmurando na curva do pescoço dele:

— Só dez minutos Chaton? Tem certeza?

Adrien olhou para ela sorrindo cúmplice, Marinette correspondeu sorrindo de maneira vitoriosa.

Ela abriu o zíper da calça dele e os olhos dela diziam exatamente o que ele queria ouvir, com essa permissão muda ele abriu o vestido dela. Adrien admirou maravilhado a falta de sutiã abaixo daquele tecido.

 

Pov Marinette Dupain Cheng 

As mãos dele desfizeram-se do vestido dela sem pudor algum, com ele preso em sua cintura, expondo os seus seios para o olhar voraz do loiro. Ela só pode gemer de antecipação quando Adrien aproximou a boca do colo dos seios dela, ele traçou aquela extensão com o nariz suspirando de satisfação entre o vale dos seus seios. Ela fechou os olhos e semicerrou os lábios quando a língua dele deslizou pela auréola do seu seio.

Marinette sentiu sua sanidade ir embora aos poucos, tentando conter-se puxou Adrien para cima beijando-o. O beijo começou veloz, a língua do loiro exigindo e a dela cedendo tudo de si, ela rebolou no colo do loiro sentindo a pulsação dele entre as suas pernas, ele apertou a cintura dela trazendo-a mais próxima da sua ereção, ele gemeu e a voz rouca dele fez os pelos do corpo dela arrepiarem-se e a intimidade dela contrair-se por completo. O corpo dela estava implorando pelo toque dele.

Ela conseguia sentir o calor emanando dele, as mãos queimando pelo seu corpo. Ela queria ir mais longe, ela desejava aquele loiro como nunca havia desejado ninguém. Se bem que ela só tinha chegado aos finalmentes com o Luka, a pelo menos três anos atrás, e Adrien nem de longe parecia fazer o estilo gentleman na cama, ele parecia ser selvagem e territorialista, o oposto do músico.

Ela queria vê-lo perdendo o controle, toda aquela pose e pompa, ela queria vê-lo afundando-se e inebriando-se nela como ela perderia-se nele.

Três batidas na porta tiraram-na do transe ocasionado pelo dono dos olhos verdes.

A voz de Natalie disse atrás da porta:

— Adrien, posso entrar?

O loiro suspirou frustrado e Marinette corada correu para o banheiro.

Adrien disse a contra gosto:

— Preciso terminar de trocar de roupa, aí você poderá entrar Natalie.

Marinette ignorou o que acontecia fora do banheiro, apenas ligou a torneira colocando a banheira para encher. Estava tão desnorteada que esqueceu que naquele quarto não havia roupas para ela, deixou a racionalidade dela continuar dando uma volta e livrando-se do que vestia entrou na banheira com espuma completamente nua. Ela precisava colocar os pensamentos em ordem e geralmente tomar um banho ajudava no processo.

Enrolada na toalha de Adrien, pois a dela não estava no banheiro Marinette voltou para o quarto. Olhou em volta e percebeu que a camisa dele não estava mais no chão, a cama estava estendida, a janela aberta e a porta do quarto fechada. O loiro estava sentado no sofá, vestindo uma camisa cinza e uma calça de moletom preta, de pernas cruzadas e segurando um travesseiro. O rosto dele estava apoiado no travesseiro e ele tinha uma expressão pensativa.

Com a voz baixa ela perguntou:

— O temos para o dia de hoje?

Adrien respondeu monótono:

— Natalie disse que estarei livre depois da sessão de fotos programada para essa tarde, o problema é que até o horário das fotos as nossas duas horas já devem ter expirado.

Marinette assentiu e sentou ao lado dele no sofá, mantendo uma distância considerável entre eles.

Ela precisava pegar algumas coisas no quarto dela na padaria para tornar o projeto da jaqueta do Jagged inesquecível, mas para isso ela precisaria garantir que Adrien não iria ficar carregado sem ela estar por perto.

Por isso ela perguntou:

— Você pode ir comigo até a padaria? Eu preciso pegar algumas tachinhas para completar a construção da jaqueta do Jagged, que não tem aqui no ateliê. Também tenho uma ideia para o figurino da Plagg, mas nessa área preciso da sua opinião e a do seu pai é claro.

Adrien assentiu e passou uma perna atrás dela no sofá, arrastando-a para o meio das pernas dele com ela. Marinette não resistiu e sentiu as mãos dele tomarem o mesmo rumo de mais cedo, uma na cintura e a outra na nuca dela, emaranham-se no meio do seu cabelo que estava molhado.

Ele traçou a lateral do rosto dela, até a pescoço com o nariz.

Adrien sussurrou:

— O meu perfume fica muito melhor em você do que em mim.

Ela não mexeu os braços, pois temeu que a toalha dela abrisse, mas deu um sorriso desdenhoso para o loiro em sinal de desaprovação.

— Eu discordo.

Ele beijou os lábios dela e depois o pescoço, ela deu uma mordida suave no lábio inferior dele.

— Você deveria ir tomar banho.

Ele concordou voltando a beijá-la.

— Só mais cinco minutos. Pode ser?

Ela negou e afastou-se dele.

— Nós acabamos de descobrir que cinco minutos virão dez, dez podem se tornar vinte. Vai tomar banho Agreste!

Marinette levantou do sofá e apontou para a porta do banheiro.

Como uma criança emburrada Adrien encaminhou-se para o banheiro. Marinette foi para o seu quarto pensativa, ela precisava de uma desculpa plausível para passar em casa.

Escolheu uma calça jeans escura no guarda roupa, estava um pouco frio lá fora, por isso ela optou por uma blusa de frio leve cor de rosa, calçou um par de sapatilhas da mesma cor e deixou o cabelo solto.

Bateu na porta do quarto do Adrien, escutando ele dizer:

— Entra.

Ele estava de calça preta, calçando um all-star da mesma cor, com uma camisa branca por baixo da blusa de lã bege. O cabelo dele estava sob controle, os fios semi-úmidos, Marinette aproximou-se dele passando a mão entre eles com satisfação.

Adrien sorriu e beijou a ponta do nariz dela.

Ele estendeu a mão para ela perguntando:

— Vamos tomar café? 

Ela negou:

— Não aqui, vou pedir a chave do carro para o seu pai e nós dois vamos tomar café na padaria mais gostosa de Paris.

Adrien deu de ombros colocando as mãos nos bolsos da calça de maneira relaxada e descontraída.

— Vou poder comer um croissant?

Ela respondeu em tom conspiratório:

— Claro que vai! Eu prometo guardar o seu segredo.

Marinette deu uma piscadela para ele encaminhando-se para a porta.

Convencer Gabriel a liberar a chave do carro foi uma tarefa árdua, mas ela prometeu que eles voltariam para o almoço, fazendo o seu mentor ceder.

Adrien pegou a chave deliciando-se.

Ele estendeu a mão para ela que aceitou prontamente, os dois andaram juntos e de mãos dadas até a garagem.

Dando partida no carro ele falou:

— Você vai ter que ser o meu GPS.

Ela deu as coordenadas em meio às músicas que tocavam no rádio, os dois riram juntos e compartilharam algumas comidas favoritas, reclamaram do trânsito parisiense e disseram juntos como preferiam o inverno no lugar do verão.

Marinette disse esperançosa:

— Mas a primavera, ela sim ganha o meu coração.

Em tom brincalhão Adrien respondeu:

— Eu sou o dono do seu coração, pode esquecer essas florzinhas.

Marinette desviou os olhos dos dele corando abruptamente.

— Não diga coisas sem sentido Adrien.

Ele suspirou e deixou o assunto para mais tarde.

 

Pov Adrien Agreste

A padaria estava movimentada, as mesas estavam todas ocupadas, mas o padeiro veio na direção deles com um sorriso orgulhoso no rosto. Aquele deveria ser o pai da Marinette, grande como um ármario de três portas de correr. Tom, Adrien leu o nome dele no letreiro ao entrar na padaria, era alguém de quem ele levaria uma surra, principalmente se ele pensasse em deflorar a sua filhinha. Mais cedo no quarto dele, eles quase chegaram a um lugar sem volta e isso era preocupante, principalmente quando ele via-se derretendo por ela, sem saber o que ela de fato sentia por ele.

O homem abraçou Marinette e estendeu a mão para Adrien.

— Sou Tom Dupain Cheng é um prazer te conhecer pessoalmente.

Adrien apertou a mão dele e disse:

— Eu sou o A…

A mãe de Marinette cortou-o no meio da sua frase:

— Adrien Agreste nós sabemos, a suas fotos foram o papel de parede da Marinette por bastante tempo. Aqui nós sabemos o seu nome, cor favorita, hobbies, idade, formação acadêmica e até mesmo o número que você calça.

Ele ficou parado olhando para Marinette que parecia ter acabado de levar um balde de água fria sobre sua cabeça.

Os pais dela pareciam ser mais novos que o pai dele, principalmente pelas roupas leves e um pouco coloridas, o avental da mãe dela tinha flores orientais vermelhas e o de Tom era azul, com dois dragões brancos cruzando entre si.

A mulher estendeu a mão para ele:

— Eu sou Sabine Dupain Cheng.

Ele apertou a mão dela depois de soltar a de Tom.

Tom falou para os dois, indicando o movimento na padaria com a cabeça:

— Acho melhor vocês comerem na cozinha lá de cima.

Marinette assentiu e empurrou Adrien escadas acima.

Ela disse desconcertada:

— Desculpa pela minha mãe.

Adrien riu e bagunçou os fios do cabelo dela carinhosamente.

— Você sabe quanto eu calço?

Ela abriu a porta da casa dando as boas vindas para ele.

— Seja bem-vindo dono dos sapatos 42.

Ele riu dela e entrou, a sala era aconchegante diferente da casa dele, a decoração que Gabriel preservava era levemente impessoal e muitas vezes austera, o estilo minimalista dele era divergente com as suas criações extravagantes, os ternos cheios de acessórios, com bolsos escondidos e de cortes ousados.

Marinette puxou uma cadeira para ele e pôs a mesa para os dois.

Trazendo um prato de dentro da cozinha ela disse cúmplice:

— Como prometida senhor Agreste aqui está o seu croissant, espero que faça bom proveito.

Ela colocou o prato na frente dele, Adrien com olhos cobiçosos admirou os  três croissants.

Com água na boca ele perguntou:

— São todos meus?

Ela sorriu para ele.

— Sim.

Adrien mordeu o primeiro dispensando os talheres, na casa dela ele sentia-se acolhido e bem vindo, não era um convidado, mas um conhecido de longa data. Podendo dispensar aquelas formalidades que tanto o prendiam dentro da própria casa.

Sabine surgiu ali trazendo macarons e cookies para a filha.

Ela disse calorosa para a Marinette:

— Esses são os seus favoritos.

Mari assentiu atacando o prato.

Sabine sentou-se à mesa observando-o.

— Você é muito mais bonito pessoalmente, Adrien.

Ele agradeceu:

— Fico feliz por ouvir isso, obrigado.

Sabine colocou suco para ele.

— O que vocês vieram fazer aqui. 

Marinette respondeu:

— Vim pegar o meu livro de receitas.

Sabine olhou para filha com certa expectativa, ela parecia ansiar por algo mais.

Marinette saiu da mesa indo em direção às escadas que levavam para o terceiro andar.

Sabine suspirou descontente, segurando a mão de Adrien sobre a mesa ela disse em tom sério:

— Não deixe que o seu mundo fira a minha menina.

Adrien apertou a mão dela em resposta.

— Nunca, farei o que for preciso para que ela continue sempre segura.

Sabine deu dois tapinhas na mão dele.

— Sempre quis dizer isso para o seu pai. Ele deu sonhos grandes para a minha filha, sonhos que estão muito além do meu alcance e isso me faz temer que eles também estejam fora do alcance das mãos dela.

Adrien franziu o cenho e Sabine completou:

— Eu sei, na verdade, eu sempre soube. Marinette estava sempre carregando linhas e agulhas, o tal livro de receitas está cheio de desenhos de roupas. Mas se ela não quer me contar ainda, continuarei assistindo-a de longe.

Adrien segurou as duas mãos de Sabine sobre a mesa.

— Ela é uma estilista brilhante, tem tanto talento que mal cabe dentro do ateliê da Agreste. Meu pai ama os conceitos que ela cria, a crítica de Paris arrasta-se aos pés dos looks que ela assina. Ladybug, ou melhor, Marinette é excepcional para o mundo da moda, as mãos dela já estão sobre os sonhos dela.

Sabine soltou as mãos dele para secar as lágrimas de orgulho que ela derramou.

Adrien finalizou dizendo:

— Ela não precisa de proteção contra o mundo da alta costura, ela é umas das princesas dele. Ao passo que ela anda, logo se tornará uma rainha.

Sabine pediu:

— Não conte para ela que eu sei, okay?

Ele assentiu com um menear de cabeça. Gabriel nem sonhava que ele tinha uma banda enquanto Sabine sabia de tudo o que a filha aprontava e ainda por cima torcia pelo sucesso dela em silêncio. Se a mãe dele ainda estivesse ali, ela seria como Sabine? Adrien sentia falta da mãe dele, isso era um fato.

Sabine encaminhou-se para o primeiro andar, antes de descer as escadas disse:

— Suba para o quarto da Mari, ela deve estar precisando de ajuda. É a porta branca em cima das escadas, o quarto dela parece uma alfaiataria.

Adrien sorriu, um sorriso que não chegou aos olhos dele. Levantou-se da cadeira, subiu os degraus e bateu na porta que mesmo pintada de branco com duas flores cor de rosa, ainda era a de um alçapão. O quarto dela ficava ali, no sótão?

Adrien bateu na porta, Marinette abriu e puxou ele para cima com as duas mãos, ele deixou-se acompanhar por ela.

Ela pediu:

— Você pode segurar essa cadeira para mim, eu tenho que pegar uma caixa que está acima do guarda roupa.

Ele pegou a cadeira e a seguiu.

Adrien sugeriu:

— Eu posso subir, como sou mais alto que você acharia a caixa mais rápido.

Ela negou.

— Não mesmo, a minha cadeira poderia ceder com o seu peso e se você se machucar a sua sessão de fotos já era. A Natalie e nem o Gabriel vão me perdoar por isso.

Ele assentiu e empurrou a cadeira escorando-a no guarda-roupa. Marinette subiu na cadeira e pegou uma caixa de tamanho médio, desceu com cuidado e colocou a caixa em cima da cadeira abrindo-a.

Adrien admirou as divisórias do objeto, eram duas caixas em uma.

 

Pov Marinette Dupain Cheng

Ela retirou tudo que precisava da caixa e colocou em uma bolsa de mão.

Virou-se para Adrien e notou que ele estava andando pelo quarto com interesse.

O loiro disse parado de frente para um pôster dele que ficava pregado na porta do banheiro dela:

— Aqui eu me pergunto se você admirou a roupa ou o modelo.

Marinette andou até o lugar e quase escondeu a cabeça no chão como um avestruz.

Naquele pôster Adrien estava sem camisa na praia, a blusa de botões havaiana aberta, de óculos de sol com a armação verde, a sunga da mesma cor do óculos. Foi o primeiro ensaio dele naquele estilo, ela lembrava bem da loucura que foi, às bancas lotadas, as meninas loucas, inclusive o loiro deu uma entrevista exclusiva sobre os planos dele para as férias naquele ano. Adrien tinha acabado de fazer dezoito e isso deixava todas as pessoas com expectativas sobre o rumo que tomaria a carreira dele, os planos da faculdade e relacionamentos do loiro.

Ela deu de ombros:

— Ele está aí desde os meus dezesseis anos, eu nem lembrava dele. 

Adrien riu e colocou-se ao lado do pôster, imitando a mesma pose e sorrindo de maneira provocante como na imagem.

Apontando para ela, ele disse:

— Espero que não se esqueça de mim tão cedo, my lady.

Com uma piscadela ele deu um beijo na bochecha dela. Vencida e totalmente corada, ela saiu do quarto e da padaria levando-o consigo. Despediu-se dos pais dela e prometeu que marcaria um almoço para eles no final de semana, mesmo sabendo que isso seria quase impossível de cumprir naquelas circunstâncias.

Ela viu no painel do celular, ainda estava cedo para voltar para a mansão.

Abriu o vidro do carro e sugeriu para Adrien:

— Podemos parar em alguma praça ou mirante, para jogar conversa fora.

O loiro deu seta e virou o carro no sentido contrário da mansão Agreste.

— Eu sempre tive vontade de fazer essas coisas dos filmes, sentar como um cara normal, sem compromissos e simplesmente curtir o momento. Acho que no final das contas ascender como uma lâmpada ambulante tem suas vantagens.

Marinette deu de ombros e aumentou o volume da música. Adrien dirigiu para um lugar distante das ruas movimentadas de Paris, estacionou em um campo perto de uma casa. Marinette admirou a quietude do lugar e temeu que os donos da propriedade expulsassem eles dali. Adrien saiu do carro e abriu a porta para ela.

Marinette desceu perguntando:

— Não estamos invadindo propriedade privada estamos?

Ele riu dela com gosto.

— Não Mari, essa casa de campo é minha.

Sentaram-se na parte da frente do carro. Marinette inclinou-se até encostar a cabeça no ombro do loiro, ele passou um braço sobre os ombros dela e apoiou o outro no metal do para-choque do carro.

Olhando para o horizonte ela zombou:

— Sua ou do Gabriel.

Adrien encarou-a.

— Minha, dei entrada nela com o meu primeiro salário, demorou um pouco para quitá-la por completo, meu pai até tentou me ajudar, mas eu não queria. Gabriel tentou me pagar pelos meus trabalhos como modelo, mas eu não queria, usei o meu salário do estágio da empresa, o dinheiro que ganhei fazendo publicidade na televisão e dando entrevistas para algumas revistas, depois acrescentei os cachês de prémios de banda que eu rachei com a galera da Plagg. Depois de três anos quitei ela, então senhorita Dupain Cheng essa casa é minha.

Ela desencostou a cabeça do ombro dele para fitá-lo, Adrien tinha a personalidade completamente distante da que ela imaginava quando era mais nova, ele era sim imprudente, mas ao mesmo tempo responsável, ele era metido e extremamente convencido, mas acima de tudo ele entregava-se com paixão para as coisas em que acreditava. Os olhos dele eram frios para esconder todo esse calor selvagem e misterioso.

Com a palma da mão ela acariciou a lateral do rosto dele.

Ela murmurou:

— Você é um Chaton surpreendente.

Ele sorriu e fechou os olhos, aproveitando essa brecha ela beijou-o.

Aquele momento pacífico depois de toda a turbulência daquela manhã, fez ela relaxar aos poucos. Marinette detestava o fato de mentir para os pais dela.

A volta para mansão foi monótona, ela pode assistir o Adrien descontraído e animado dar lugar a um Adrien levemente retraído e preocupado.

Ela perguntou para ele quando entraram na garagem:

— Você está preocupado com o seu ensaio fotográfico?

Ele negou:

— Não, eu esqueci que hoje tinha um ensaio da banda marcado.

Apreensiva ela questionou:

— É no mesmo horário da sua sessão de fotos?

Adrien respondeu tranquilo:

— Não, mas acho que isso vai te atrapalhar a costurar a jaqueta do Jagged Stone.

Marinette negou:

— Não vai não, o seu pai se disponibilizou para fazer o molde e montar o corpo das peças para mim, então eu só preciso finalizá-las. Ele até fez alguns ajustes no meu desenho, por isso pensei em pegar esses paetês e alfinetes na minha casa.

O loiro sorriu.

Gabriel almoçou com eles e durante o almoço Marinette expôs a ideia central do figurino que ela imaginou para Plagg. O estilista amou o conceito Samurai que ela tinha desenhado, já Adrien perguntou quando ela tinha tido aquela ideia e ela explicou que foi na noite do incidente com o letreiro da Miraculous. 

Gabriel pegou os esboços da sua pupila.

— Vou montar o corpo dessas peças também.

Ela sorriu para o seu mentor com gratidão.

— Obrigada Gabriel, vou ficar te devendo mais essa.

O mais velho arrumou os óculos na ponta do nariz e deu uma piscadela cúmplice para ela.

— Vou anotar isso, a sua lista está ficando cada vez maior Mari. Como pretende quitar todas essas dívidas?

Rindo de maneira descontraída ela respondeu:

— Cuidando por tempo indeterminado da sua melhor criação.

Gabriel assentiu e Adrien perguntou curioso:

— Está falando da Grife Agreste, Bugaboo?

Ela não respondeu, muito menos Gabriel que apenas riu da ingenuidade do filho, Marinette estava claramente falando do loiro de olhos verdes. Emburrado como uma criança Adrien concentrou-se no seu prato de comida, dando o assunto por encerrado.

 

Pov Adrien Agreste

A sessão de fotos foi relativamente comum, Marinette ajudou ele sem medidas, mas Adrien sentiu que as descargas elétricas estavam vindo com menor intensidade. O ensaio foi mais tumultuado, os integrantes da banda em sua maioria conheciam Marinette ou da Universidade ou da época de escola. A mestiça enturmou-se rapidamente e com exceção do Nino todos queriam saber a origem do relacionamento dela com o loiro.

A garagem da casa do moreno estava toda aparelhada, os instrumentos e equipamento ficavam na casa do Nino. Tinha seis sofás lá embaixo em meio aquela confusão da banda, sempre que eles se reuniam ali, tiravam um som e acabava em pizza, o loiro não podia comer, mas acabava divertindo-se vendo os amigos esbaldando-se com o seu cartão de crédito sem limite.

Depois da terceira passagem de som eles sentaram-se no sofas e pediram os lanches.

Luka sentado ao lado da Marinette e com o braço transpassado sobre os seus ombros disse:

— Sabe Mari, você ao lado do Agreste daria um bom filme. A fã louca que enfim consegue aprisionar o coração da sua amada celebridade.

Marinette suspirou irritada e tirou o braço do músico de cima de si, empurrando-o para fora do sofá.

— Fala sério Luka eu trabalho com ele. Ele é o modelo principal da marca de roupas para qual eu desenho e desenvolvo projetos atualmente. Adrien não é mais a minha estrela inalcançável, ok?

O loiro jogou-se ao lado dela, sentando-se no mesmo sofá que a azulada, impossibilitando que o seu guitarrista chegasse perto dela novamente.

Em tom divertido e com a cabeça deitada no colo dela ele perguntou:

— Sou o seu vocalista preferido? Não, peraí, sou o seu chefe? Talvez eu possa ser o seu namorado? 

Marinette calou ele colocando uma almofada sobre o seu rosto.

— Não viaja Adrien.

O resto da banda riu da cena. Luka ficou apreensivo, ele via Marinette assim como Juleka, ele não queria que nada nem ninguém machucassem a sua amiga e Adrien Agreste era uma mistura de caos, confusão e carência.

Depois do lanche Marinette explicou a ideia dos figurinos para eles, animados eles aceitaram a proposta dela de cara, mesmo sabendo que dessa vez todos eles usariam máscaras.

Na hora de ir embora Luka parou Adrien por um instante.

— Sei que isso vai ser estranho para ambos, mas a Marinette é muito mais importante para mim do que você imagina, Adrien. Então eu preciso que você me garanta que não vai envolvê-la nas suas confusões.

O loiro deu de ombros e colocou as mãos no bolso da calça.

— Eu prometo.

Luka não confiava plenamente naquele loiro, mas ali ele sentia que não tinha muita opção. O guitarrista afastou-se dele abraçando Marinette e sussurrando algo em seu ouvido, Adrien sentiu uma pontada de ciúmes, mas obrigou-se a enterrar esse sentimento e sorrir para sua mestiça quando ela veio em sua direção.

Marinette disse:

— Espero que não esteja cansado Chaton, temos três peças para terminar essa noite.

Adrien não caiu no sono, ao contrário dele Marinete o fez, mas antes disso ele viu ela trabalhar em cada bordado, linha e contorno das peças do Stone. Marinette machucou o dedo duas vezes e ele beijou as pontas dos dedos dela quando isso aconteceu. Ele admirou a dedicação dela e percebeu que Sabine não imaginava como Marinette se esforçava, mas mesmo de longe torcia por ela.

Com sua estilista entre os braços Adrien deixou o atelier de costura indo para o seu quarto. Dessa vez nem se deu o trabalho de montar uma barreira de travesseiros, também evitou o sofá as costas dele estavam doloridas. Deitou com ela na cama e Marinette acomodou-se em seu peito, abraçando-a ele dormiu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Spark" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.