Snuff- Dramione - O Retorno. escrita por Lívia Black


Capítulo 5
V - Impasses.


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores e leitoras,
Cá estou eu...Depois de 10 meses sem postar. Eu sinto muito mesmo. Mas para quem leu o último capítulo, pode ver que eu escrevi que tinha escrito ele 'completamente bêbada'. Eu tive problemas de bebida, depressão, várias coisas que escritores tem, e que eu não vou ficar discorrendo aqui porque não vem ao caso...E não tinha como eu escrever simplesmente nas condições que eu estava. Tava mal pra porr*. Mas eu nunca pensei em abandonar a fic. Eu sumo, às vezes por anos, mas eu sempre volto. Agora, eu realmente tô supeeeeer BEM, super empolgada pra escrever, e cheia de ideias, então eu acho que a fic vai descolar...
Enfim, recomendo ler tudo de novo pra lembrar (: (não Snuff inteira, só Snuff-o Retorno)
Espero que gostem do capítulo :)
Beijos,
amo vocês ♥
to mt feliz de voltar



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/779568/chapter/5

Hermione não soube porque, ou como, mas entre seus olhos cerrados de prazer e os gemidos que escapavam sorrateiros de seus lábios, foi como se uma força sobrenatural a arrastasse para de fora do limbo extasiante que era ter a mão de seu ex-amante tocando sua intimidade da maneira mais enlouquecedora possível e ela precisasse olhar ao redor.

Desejava nunca tê-lo feito.

Scorpius Malfoy a olhava com a expressão mais enojada possível. Havia confusão em seu pequeno rosto infantil, e também um misto de vergonha, ódio e agonia extrema. Estava claro que estava se segurando para não chorar e segurava o corrimão da escada como se fosse quebrá-lo a qualquer momento. Hermione correspondeu o olhar por longos segundos, apenas imóvel, com os olhos arregalados e bestificada, sua boca se abrindo num ‘o’ maior que um ovo.

Malfoy, agora aplicava beijos em seu colo recém-despido, ainda estava com a mão dentro de sua saia.

Seu primeiro instinto foi empurrá-lo, com toda força física que conseguiu reunir dentro de si, sentindo-se mais apavorada do que quando tivera que lutar com Belatriz Lestrange.

Draco foi pego desprevenido, e caiu no chão. A queda fora dolorosa e desconfortável. Não olhou para Granger exatamente como se estivesse surpreso, afinal ele não esperava que fossem seguir com aquilo até o fim, sem que ela amarelasse, mas ao mesmo tempo notou que ela estava pálida e parecia que tinha visto o próprio Voldemort retornar das cinzas, e aquilo não parecia normal, até mesmo para ela.

—O que foi?!

Ela apenas fez um movimento mínimo, extremamente sutil, com a cabeça, na direção da escada. Mas foi o suficiente para que o cérebro de Draco fizesse as conexões e seu coração escapasse uma batida toda. Virou-se de costas num átimo; Scorpius começara a correr escada acima, mas ainda foi possível visualizar seu vulto, a capa verde e preta, antes que ele simplesmente desaparecesse no andar superior.

BUM!

Foi como se um castelo inteiro desmoronasse dentro de sua cabeça. Ouviu o som de milhares de vidros se quebrando e se reduzindo a cacos e o concreto virando pó. Precisou de alguns minutos para se recuperar, porque não conseguia acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo. Mas conforme ia absorvendo, mais dor e desespero e ia sentindo, e se acumulando dentro de seu ser, e se deu conta de que precisava tomar alguma atitude.

Qualquer uma.

Pelas cuecas sujas de Merlin, como ele podia ter sido tão estúpido e irresponsável! Beijar Hermione Jean Granger, aquela sangue-ruim detestável e filha da puta, sem o menor pudor, em sua Mansão, em plena luz do dia, com seu filho dentro de casa. Ele merecia ganhar o prêmio de bruxo mais burro do mundo mágico. Agora, seu casamento e, a coisa mais importante de todas, sua relação com seu filho, tudo que havia de mais precioso para ele, e que tinha se esforçado e levado uma vida toda para construir, corriam o risco de irem ladeira abaixo, só por causa dela.

E não fazia nem 48 horas que aquela sabe-tudo irritante tinha resolvido reaparecer em seu caminho!

Ela o deixava imbecil, impotente, idiota, só com sua mera presença.

Olhou para ela. Estava encolhida no sofá. Os lábios semi-abertos. Parecia constrangida. Retorcia os dedos uns nos outros. Linda e estonteante como sempre. Podia simplesmente lançar um Crucio nela agora, de tão furioso que estava. Aquilo era tudo culpa dela.

Ela nunca devia ter voltado.

—M-malfoy, e-eu...

—VÁ EMBORA DA MINHA CASA AGORA, GRANGER.

—Eu sinto muito. Eu não queria causar esse tipo de problema. Nunca foi minha intenç...

—Por favor, só desapareça da minha frente.

Os olhos cinzentos dele pareciam que iam derreter sua figura e todos os músculos do corpo dele estavam retesados. A castanha lutou para refrear as lágrimas ao sentir a ira com que ele pronunciava aquelas palavras. Eram os mesmos lábios que, minutos atrás, beijavam sua boca com ternura, saudades de 13 anos de distância e os mesmos que ele confessara sentir, amor por ela. Mas ela o conhecia, sabia como ele era impulsivo, e deixava se levar pelo momento. Naquele instante, consertar as coisas com o filho era prioridade, e ela não seria egoísta de cobrar dívidas com ele. Aliás, não devia nada a ela. Seria patético que ela pudesse sequer achar que tinha o direito de exigir ser tratada com mais carinho. Isso era só seu sonho de adolescente. Respirou fundo, recuperando o que restava de sua dignidade, e somente assentiu.

Colocou de volta seus sapatos, ajeitou o que tinha para ajeitar das suas roupas, e dirigiu-se à saída da Mansão.

Ela conhecia o caminho.

Não olhou para trás.  

x-x

Já era a quarta vez que Draco voltava para dar batidas na porta de Scorpius, na esperança de ele abrir a porta.

É claro que podia fazer um feitiço, e simplesmente escancará-la, mas não queria forçar as coisas com o filho, então simplesmente resolveu esperar ele se manifestar.

Deu graças por Astoria não chegar em casa até as 19h da noite, porque se o menino se recusasse a sair para o jantar, ela iria perguntar o que estava acontecendo, e teria que inventar uma resposta que ele ainda não sabia qual seria.

—Scorp?!! – Bateu sucessivamente na porta, uma, duas, três vezes. -Vamos, filho, por favor! Eu não vou desistir até falar com você. Vou ficar aqui o dia todo se precisar.

Nada.

—Scorpius. Por favor! Eu sou seu pai! Você pode falar o que quiser para mim! Pode me xingar, pode me bater, o que for!

Silêncio.

Draco suspirou.

E se nunca conseguisse obter o perdão do seu filho? E se aos olhos de Scorpius sempre fosse um traidorzinho de merda que não ligava para os sentimentos de sua família?

Não conseguiria viver consigo mesmo, se esse fosse o caso. Nunca iria se perdoar. Preferia toda uma existência em Azkaban a ter que conviver com esse fardo.

—Eu imploro para você! -Bateu mais vezes na porta. - Não consigo conviver com o fato de que o meu próprio filho me odeia.

Finalmente, a porta se abriu.

Atrás dela, o menino Scorpius, a miniatura do próprio Draco, salvo alguns detalhes sutis que tornavam seu rosto único, como o formato de seus olhos, que eram mais redondos, e agora pareciam bolotas chorosas, encararam o pai com uma expressão penosa e simultaneamente ressentida.

—Eu não odeio você.  

Malfoy sentiu como se tivesse acabado de engolir um caldeirão todo de Felix Felicis. Seu coração aqueceu-se como se mil sóis o estivessem visitando, e sua esperança se renovou. O nó na sua garganta desfrouxou, e sentiu que conseguia respirar de novo. Avançou para o filho, e abraçou-o com toda a força que conseguiu reunir, seus olhos molhados de lágrimas.

Scorpius não se mexeu. Ficou estático, e quando o pai finalmente terminou de abraçá-lo, recuou alguns passos.

—Eu fico muito feliz de ouvir isso! -Exclamou Draco, desesperado. -Filho. Perdão. Eu quero me desculpar por...

—Eu falo primeiro. – Scorpius interrompeu-o.

Draco arqueou uma sobrancelha, intrigado, porque até aquele instante o garoto havia se recusado a ter qualquer tipo de diálogo com ele. Scorpius começou a caminhar até e a cama de casal grande e enfeitada com edredons das cores da sonserina, na qual dormia, e fez um sinal para que o pai o seguisse. Sentaram-se lado a lado, à beirada dela.

Fez-se um silêncio por alguns longos minutos, mas Draco não ousou interrompê-lo. Respeitou até o filho estar pronto para conversar.

—Você ama a mamãe? -Questionou o garotinho, seriamente. -A verdade, por favor. -Virou a cabeça para o pai, querendo captar seus olhos, olhar bem dentro deles para saber o que se passava ali dentro.

 Draco não pensou duas vezes para responder.

—Sim.

Scorpius ouviu a resposta inicialmente sem nenhuma reação visível. Depois de um tempo, em que pareceu ter decidido que acreditava no que ouvia, apenas balançou a cabeça para cima e para baixo.

—E quanto a mim? – O loiro deitou a cabeça para o lado, parecendo um gatinho curioso.- Você me ama?

Draco deu uma gargalhada longa, que não pode conter.

—Filho, mais do que tudo. -Scorpius era seu troféu, seu ouro, sua salvação. Com a perda de Hermione, o único remédio capaz de cicatrizar suas feridas, fora o nascimento dele. Ver seu crescimento e suas conquistas em Hogwarts era o que fazia seus dias mais felizes. -É claro que sim!

—Ótimo. -O menino sorriu. Havia algo diferente no sorriso, no entanto, um tipo de malícia que o pai não deixou de detectar. Ele parecia bem satisfeito com as respostas, no entanto, e não esboçava mais os sinais de tristeza e ódio de outrora, e isso trazia reconforto o suficiente para Draco não se preocupar com a malícia. O que infelizmente, duraria pouco. -Então pode me prometer uma coisa?

—Sim, filho. Qualquer coisa.

Prometa-me que você nunca mais vai ver Hermione Granger Weasley.

x-x

 

Quando Hermione aparatou em frente a sua humilde casinha em Grand Villa, sentia seus joelhos bambos, como se pudesse desabar a qualquer momento. Não havia tido tempo para absorver tudo que tinha acontecido ainda, e sentia que se desse qualquer passo em falso iria chorar como uma menininha, e Merlin, ela tinha 38 anos! Precisava voltar para a casa, fazer o almoço para as crianças, ir para o trabalho. Mas principalmente, acima de qualquer coisa, precisava parar de pensar em seu beijo com Malfoy e sobre o que aquilo significava.

Abrindo a porta, no entanto, foi tomada por um grande espanto, ao notar a presença de quem ela menos esperava dentro de sua casa, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

—Rony?

O ruivo estava deitado no sofá da sala, desleixadamente, comendo os muffins de cereja que ela tinha preparado no café da manhã para as crianças. Ele somente ergueu as sobrancelhas ao vê-la, e tentou sorrir com a boca cheia de comida.

—Oi, Mione. – Acenou para ela.

A castanha não pode deixar de reparar no amontoado de malas que estava no tapete da sala, algumas já abertas, com as coisas do ruivo espalhadas pelo chão. O choque invadia suas veias como se tivesse sido ligada numa tomada, mas ela lutava para não entrar em pânico antes de ter certeza das coisas.

—Onde estão as crianças?

—Estão brincando lá fora.

—Oh. -Assentiu em entendimento. -E você? Veio fazer uma visita para nós, ou...?

—Eu voltei, Hermione.

O corpo de Hermione enrijeceu na hora. Seu sangue tinha gelado, e subitamente era como se seu corpo pesasse cinco toneladas a mais e suas pernas não fossem fortes o suficiente para sustentá-lo. Seus ouvidos captavam as palavras e as sinapses eram feitas, mas ela se recusava a compreender.

—O-o-quê?

Ron mudou sua posição no sofá de deitado para sentado. Havia terminado de comer o muffin e agora lambia os dedos para ver se ainda tinha um pouco de cobertura neles.

—Isso aí. Tô mudando de volta pra cá. -Sorriu de lado. - Vamos continuar casados.

Ela definitivamente precisava se sentar, pois estava tendo um ataque cardíaco. Abanou-se com as mãos.

Todas as suas ações nas últimas 48 horas foram baseadas no fato de que seu casamento tinha acabado, e que Ronald não estava mais presente em sua casa. Que ele concordava que aquilo não estava mais funcional, e que não havia mais chance de tentarem ser felizes juntos. Ambos confessaram suas traições do início de namoro, e Hermione finalmente fizera a revelação sobre Charles e sobre Malfoy ser seu verdadeiro pai, o que ela imaginava que seria simplesmente irremediável para a manutenção daquela família. Já fazia meses que não dormiam juntos e que mal se tocavam. Ao contrário do que ela esperava, ele não fizera um escândalo, e partira de bom gosto. Mas agora, aparentemente, ela via que aquilo só havia sido para dar a esperança a ela de se livrar daquele fardo, e depois arrancá-la violentamente como estava fazendo agora.

—Mas...E tudo o que eu te contei sobre Charles?

—Eu que o criei. Isso me faz mais pai dele do que qualquer doninha nojenta que você tenha fodido 13 anos atrás.

—Vocês se odeiam!- Ela resolveu ignorar a maneira degradante com que ele se referiu ao seu caso com Malfoy, porque já estava a beira de um colapso sem se adicionar estresses adicionais.

—Eu vou pegar leve com ele, tá legal? -O ruivo deu de ombros.

A castanha passou as mãos no cabelo, descabelando-se toda. Aquilo simplesmente não podia estar acontecendo. Não naquele dia. Não daquele jeito. Começou a andar em círculos pela sala.

—E sobre nós?

—O que tem?

—Nós fomos infiéis um com o outro, Ronald! Será que isso não diz alguma coisa sobre o nosso relacionamento? E quando você foi embora você disse algo sobre sempre achar que eu deveria ter sido namorada do Harry ou algo do tipo.

Rony espreguiçou-se.

—Eu sinceramente não acho que deveríamos deixar algo que aconteceu há 13 anos estragar nossa família. Nós nem éramos casados, na época. -O marido finalmente levantou-se do sofá para encará-la face a face. Aproximou-se dela, de uma maneira não sutil. Ele cheirava como um pouco como grama e cachorro molhado. Pegou sua mão, e ela não recusou em entregá-la, embora estivesse assustada. – Olha, Hermione, o ponto é que eu amo Rose, Hugo e... vou aprender a lidar com Charles. Não quero que as crianças sofram com uma família partida. Eu me culparia para sempre por isso. E além do mais... -Ele apertou a mão dela com força agora. Seus olhos azuis fixaram-se no castanho dos seus, e ela simplesmente não conseguiu desviar o olhar. -Eu amo você.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Snuff- Dramione - O Retorno." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.