— Mamãe! – Sentindo-se constrangido, Castle recriminou a atitude da mãe. Ele tentava ser delicado com a mãe – Eu ainda sei convidar uma mulher para jantar e óbvio que não é para ser assim de modo tão...

— Ah, filho! – Martha o interrompeu – Eu já vivi o bastante para não me prender a detalhes bobos, ainda mais que vocês são jovens. É só convidar e pronto! Assim vocês terão mais tempo para trocarem informações pessoais, recordar de onde se conhecem e, quem sabe...

— Oh, meu Deus! – Castle respirou fundo ao se sentir embaraçado com aquela situação. Olhou para a médica que parecia igualmente tensa, mas percebeu que ela deixou escapar um discreto sorriso.

— Não vejo nada de mais, Richard! – Martha ponderou em seu favor.

— Mamãe, você já pensou na hipótese da Dra. Katherine Beckett ter namorado, noivo ou um marido?

— Ah, querido, se ela tivesse um namorado, um noivo ou um marido ela já teria dito no primeiro instante... Com certeza ela logo acharia um jeito de cortar esta conversa. Acertei, Katherine? Posso te chamar assim, né?

Katherine Beckett sorriu diante da desinibição natural daquela senhora tão charmosa e sorridente — Sim, a senhora está certa. Eu não tenho um namorado, um noivo e muito menos um marido – a médica afirmou sentindo que seu rosto ainda completamente rubro, pois nunca imaginara passar por uma situação como aquela— e pode me chamar de Katherine ou Kate, se preferir, Sra. Rodgeres...

— Pode me chamar de Martha, querida.

— Ah, ótimo, Martha! – Kate sorriu tímida, não só por estar passando por aquela situação, mas também porque achou aquela jovem senhora muito simpática e autêntica e isto era algo maravilhoso — Você é uma mulher fascinante! Gostei de você.

— E eu de você, Katherine.

Martha olhou para o filho como se estivesse cobrando algo, mas viu que ele ainda pensava em algo, então, novamente, decidiu agir por conta própria — Richard, não podemos tomar mais o tempo desta linda médica, então, querido, peça logo o número do telefone da Katherine. Eu não estou te reconhecendo... Ficou tímido de uma hora para outra.

Mesmo sentindo um frio na barriga diante da ansiedade e do tema sobre o qual estavam abordando, Katherine sorriu da reprimenda de Martha e também da situação como um todo, inclusive do semblante perturbado do Castle, até porque, ela própria deveria estar com semblante idêntico.

— Dra. Katherine Beckett, saiba que eu faria tudo diferente e não te faria passar esse vexame... Aliás, nós dois estamos passando por um vexame, não é, mamãe? – ele falou diretamente para Martha.

— Vejam bem, crianças... Quando vocês dois estiverem com a minha idade, vão ver que o tempo corre muito rápido. Ele é traiçoeiro e não nos permite pensar muito, porque ele não nos espera. Eu até poderia ficar aqui discorrendo sobre isso, mas tudo bem, não vou fazer isso... Não vou me prolongar.

Os olhares de Katherine e Castle se encontram e não conseguem se desviar, até que Kate fecha os olhos e prende a respiração.

— Dra. Katherine Beckett... – Castle ia falando, mas foi interrompida pela médica.

— Pode me chamar de Kate, Sr. Castle. – ela o orientou de modo suave, deixando claro que estava receptiva.

— Kate..., pode me chamar de Castle ou Rick.

— Ok, Castle!

— Então... – ele entregou a ela o seu aparelho de telefone celular — Kate, você pode, então, me passar o número do seu telefone? Digite aí o seu número, por favor e depois eu registro o seu nome.

Kate fez o sugerido e devolveu-lhe o aparelho. Assim que teve de volta o seu telefone, Castle inseriu o número e o nome de Kate na agenda do aparelho e, sem que ninguém percebesse ele telefonou para ela.

O som do toque do telefone de Kate soou no consultório e ela ficou constrangida — Ah, desculpem, eu esqueci de desligar o meu aparelho particular antes da consulta. Que falha horrível! Depois eu vejo quem ligou para mim.

— Sou eu. – Castle confessou.

— Você? – Kate indagou.— Você, o que?

O toque do celular dela continuava a soar no consultório.

— Eu que estou telefonando para você, Kate, assim você pode registrar o meu nome na sua agenda. – Castle deu uma piscada de olho para ela e deu um sorriso maroto.

Kate pegou o telefone, e assim que o fez, olhou o identificador de chamada e viu que havia uma ligação perdida de um número desconhecido.

— Agora, você registra o meu nome e o meu número. – Castle sugeriu.

Muito rapidamente Kate fez o registro, desligou o aparelho e o devolveu para o bolso do seu jaleco.

— Então, vamos embora, não é, Alexis? – Castle falou com a filha.

— Vamos, papai.

Diante de tantas brincadeiras e da conversa, o ambiente ficou leve e o sorriso estava presente nos rostos de todos.

— Katherine, espero vê-la em breve, querida! – Martha comunicou.

— Eu também quero te ver novamente, Dra. Beckett! – Alexis anunciou em total inocência.

— Gostei de te conhecer, Martha. – Kate se aproximou de Alexis — E você, minha boneca... Você é uma fofa e adorei cuidar de você. Muito em breve você estará ótima!

— Hey, Kate, você não gostou de me conhecer? – Castle indagou para a médica, de modo mais leve e traquinas.

— Ainda não sei... Depende de você... – Kate sorriu, provocando-o, e todos riram também.

— Posso te ligar hoje à noite, Kate? – Castle a questionou.

— Que tal você tentar para ver se pode ou se não pode, eihm? – mais uma vez Kate gracejou e somente Martha riu muito.

— Gostei! Boa, Kate! – Martha era só sorrisos.

— Então, até breve, Kate! – Castle a advertiu.

Kate não respondeu, apenas sorriu, mas logo o sondou de modo divertido — Isso é uma promessa ou uma ameaça?

Castle deu o mesmo sorriso travesso para ela, finalizando com uma piscada de olho sedutora que, como ele queria, deixou-a ruborizada.

Logo depois dos cumprimentos de despedidas, ele foi embora com sua filha e com sua mãe.

Antes de sair Alexis falou rapidamente — Diga a Dra. Lanie que eu deixei um beijo para ela, viu, Dra. Kate?

— Sim, minha linda. Pode deixar que eu digo a Dra. Lanie que você deixou um beijo para ela.

Seguido por Martha, Castle saiu segurando na mão de sua filha. Contudo, menos de cinco segundos depois retornou com a garotinha e encontrou Kate sorridente e com uma expressão sonhadora.

Desconsertada por ter sido pela no flagra, Kate se endireitou — É... Ãann... Esqueceu algo, Sr. Castle... Rick... Castle?

— Sim, Kate, eu esqueci de perguntar se a Alexis está liberada para ir ao colégio amanhã. – ele piscou para a médica.

— Ah, papai! Jura que você voltou somente para perguntar isso? – a garota lamentou.

— Sim, filha...

— Papai, eu quero ir para o colégio amanhã... Eu quero contar tudo que aconteceu aqui e mostrar meu braço com estas ataduras. Por favor! – Via-se que ela estava ansiosa para mostrar o braço imobilizado para as coleguinhas.

Sorrindo da reação da garota, Kate respondeu ao Castle, mas também olhava para a menina — Ah, sim, claro que ela pode ir ao colégio, Castle! O braço dolorido é o direito e como a Alexis é canhota, né, querida, ela pode muito bem ir ao colégio, escrever e fazer as atividades em sala de aula normalmente. Só não vá fazer estripulia para a dor não retornar, ok? E nada de descer correndo as escadas. – Kate advertiu a menina e, em seguida, olhou para o Castle – Castle, além da prescrição de medicamento que eu te entreguei, também tem um Atestado Médico dispensando a Alexis da aula de Educação Física por quinze dias.

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Continua...