Joia de Família escrita por Denise Reis


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Eu escrevo histórias de universo alternativo CASKETT porque gosto muito e eu posto aqui porque sei que muita gente também gosta, mas confesso que ficaria muito feliz e mais motivada se houvessem mais comentários!

Boa leitura!



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 “Meu Deus! O que está acontecendo comigo? Eu pareço um adolescente diante da primeira garota linda e não um homem de trinta anos, experiente e pai de uma menina de oito anos...” — Castle pensou.

— Ah, claro! — ele continuava tenso diante da belíssima médica, mas tentava, ao máximo, disfarçar sua aflição. 

— Ótimo! Então... Vamos ver o resultado da radiografia desta boneca? – como se tratava de uma pergunta retórica, não teve resposta, então ela foi até um bolsão que ficava grudado atrás do encosto da cadeira de rodas da Alexis e de lá retirou um envelope contendo não somente a radiografia, mas também o laudo elaborado pelo Médico Radiologista.

A médica retornou à sua cadeira giratória e se sentou.

Após verificar meticulosamente a radiografia no acrílico branco iluminado e preso à parede, ela também leu e analisou o laudo radiológico.

Ansiosa para saber o resultado, Martha logo indagou acerca da avaliação final da médica — Então, Dra. Katherine Beckett, qual o seu parecer sobre a radiografia da minha neta?

— Tenho ótimas notícias! – a médica sorria ao acender novamente a luz do acrílico branco preso à parede onde estava fixada a radiografia do braço de Alexis.

Com a extremidade de uma caneta ela indicou e nominou todos os ossos daquela região, bem assim o ponto onde a garota se queixava de dor – Podemos ver que, felizmente, não há nenhuma fratura, fissura ou mesmo luxação e isso está lançado no laudo médico elaborado pelo Médico Radiologista.

— Então... – Castle começou a falar, mas foi logo interrompido por Martha.

— Mas e a dor que a Alexis sente? A minha netinha chorou de dor, doutora. — Martha estava penalizada pelo sofrimento da neta.

— Bem, a Alexis tomou uma queda e machucou o braço, Sra. Rodgers, então é natural ela sentir dor e até chorar, até porque ela ficou assustada. – Katherine Beckett explicava com um tom de voz suave, demonstrando entender a preocupação da avó da paciente — Mas, como eu já disse, não há nenhuma fratura, fissura ou mesmo luxação. – a médica concluiu com um semblante tranquilo.

— Então eu não vou engessar o braço, é isso? – Alexis questionou.

— Sim, querida, você não vai ter que ficar com o braço imobilizado... Isto não é ótimo? – Castle falou com bom humor, feliz por ver que nada de pior tinha acontecido com sua filha.

— Aaahhh!! Mas eu queria ficar com o braço engessado para minhas amigas escreverem e desenharem no gesso... Eu já vi isso em filmes e gostei... – Alexis se lamentou de forma discreta, mostrando-se desanimada. E minha coleguinha Larissa já engessou o braço e o gesso ficou todo cheio de desenhos coloridos e todo mundo escreveu... Foi muito divertido!

Os três adultos presentes não tiveram como segurar o riso diante da inocência da garota.

Como médica, Kate não via necessidade de engessar o braço da paciente, tampouco colocar tipoia imobilizadora estofada. Só que, como qualquer criança sapeca, Alexis queria ser o centro das atenções da escola nos dias seguintes, então, refletiu rapidamente sobre aquela vontade da criança.

— Sr. Castle, posso falar com o senhor em particular? – Kate solicitou.

— Claro, Doutora.

— Então, venha aqui fora, por favor. – ela se levantou e foi até a porta e logo se dirigiu à garotinha — Já voltamos, viu, Alexis.

Assim que ficaram à sós, fora da sala, Kate fez uma sondagem— Sr. Castle, o que o senhor acha da ideia da Alexis acerca de engessar o braço, mesmo que não haja necessidade?

— Para falar a verdade, eu não vejo nenhum mal... Seria como se fosse uma fantasia de teatro... – Castle respondeu com uma expressão quase infantil, como se estivesse gostando da filha querer brincar, mas logo procurou ser mais maduro — Quer dizer, eu não sou médico, mas se isso não atrapalhar... – ele fazia cara de criança pedindo doce.

Entendendo que o pai da garota compartilhava do desejo da filha, então a Dra. Katherine Beckett segredou – Sr. Castle, como o braço da Alexis está apenas dolorido por conta da queda, como médica, eu não indico imobilização duradoura porque não há necessidade, mesmo porque, o hospital não autoriza uso de material que sirva apenas para onerar o paciente. E é bom eu informar ao senhor que sou obrigada a colocar no meu relatório de atendimento, inclusive o da minha Residência Médica, tudo o que eu faço com meus pacientes, inclusive as prescrições médicas, requisição de exames e procedimentos internos acerca dos materiais utilizados.

— Entendi... Mas é que a Alexis estava ansiosa para mostrar o braço imobilizado para os coleguinhas... – ele ficou pensativo — Pode parecer loucura eu compactuar com essa vontade infantil e esquisita da minha filha... Ela nem é assim, cheia de vontades... Ela até que é muito sensata... Confesso que as vezes ela é até mais madura do que eu... – ele deu um sorriso travesso e Kate achou fofo — Juro que me surpreendi com este desejo de chamar atenção com o braço imobilizado... Aliás, nem tanto, viu, porque eu e ela adoramos brincadeiras divertidas e nos fantasiar com roupas de personagens de filmes e desenhos animados, como, por exemplo, Darth Vader e a Princesa Léia. Eu e ela temos espadas laser e adoramos... Ops! Eu me entusiasmei... Fugi do assunto, né... Desculpa. – ele riu meio sem graça.

Kate deu um sorriso e viu que à sua frente estava um pai participativo e achou isso muito lindo — O senhor ama a sua filha e adora vê-la feliz e sorridente, não é?

— Completamente! Adoro fazer a Alexis feliz.

A Dra. Katherine Beckett não fez mais nenhum comentário, apenas refletia sobre o assunto enquanto o observava com atenção, e até que o Castle faz um pedido.

— Dra. Beckett, será que não existe a possibilidade de colocar uma atadura no braço da Alexis... Uma coisa que eu mesmo possa tirar lá em casa amanhã, depois da aula? Um material que...

— Bem... – Kate o interrompeu, mas também foi interrompida por ele.

— Se precisar, eu posso assinar uma autorização especial. – ele garantiu.

Kate deu um suspiro, reflexiva — Bem, Sr. Castle. Eu imaginei que o senhor me pediria isso. Mas te garanto que isso é algo completamente fora do normal, no entanto, eu entendo que o senhor quer fazer sua filha feliz. Além do que, imobilizar o bracinho dela de um modo simples, não vai causar nenhum dano à recuperação do braço ela, ao passo que ficar sem a atadura, aí, sim, ela vai ficara triste. Então, já que o senhor se dispôs a assinar a autorização do uso do material e também pagar por isso, eu vou passar o pedido para a Central de Enfermagem.

— Obrigada por me entender, Dra. Beckett, e levar em consideração o pedido da minha filha.

— Eu vou mandar colocar crepom polar, já que se trata de um produto um pouco mais denso do que a gaze comum. Mas não esqueça de retirar a atadura amanhã, logo depois que ela chegar do colégio, ok? – ela o advertiu.

— Ah, sim, claro! – ele sorriu, parecendo que estava prestes a ganhar sua primeira bicicleta.

Kate já ia abrir a sala do consultório para falar com Alexis, quando Castle toca de leve no seu braço, impedindo-a de abrir a porta – Mas por favor, Dra. Beckett, não fale para a Alexis sobre...

— Ah, claro que não! Não se preocupe, Sr. Castle, não tocarei no assunto. – ela o interrompeu com um sorriso no rosto — Preciso fazer uma observação e também vou te fazer um pedido...

Olhavam-se com atenção e os olhos dos dois brilhavam e estavam fixos um no outro. Parecia que havia eletricidade no ar — Diga. Sou todo ouvidos. – ele brincou — Peça o que quiser.

Kate ficou ruborizada ao sentir malícia no que ele tinha acabado de falar e isto não passou despercebido por Castle, que deu um sorriso maroto, deixando-a ainda mais rubra, mas ela logo respirou fundo e se concentrou no seu trabalho.

— Como vou fazer algo desnecessário e, com certeza, errado, peço que o senhor não pense que sou uma Residente medíocre, irresponsável e despreparada, brincando de ser médica... – ela falava quase sussurrando. Apertou os olhos e torceu a boca, preocupada — Huuummm!!! Ah, meu Deus! Acho que já estou arrependida de ter aceito seu pedido... Não sei se vou ter problemas futuros quando minha Orientadora ler meu relatório.

Castle mostrou-se aflito com aquela última informação – Ah, por favor, Dr. Beckett. Eu já disse que posso assinar tudo o que for necessário... Faço tudo que você quiser... Coloco, inclusive, que eu implorei para a senhora fazer isso...

Os olhos de ambos não se desgrudavam e quase que nem piscavam. Ambos sentiram que ali havia algo diferente no ar. Algo extraordinário que nenhum dos dois compreendia e nem sabiam traduzir em palavras... Eles apenas sentiam.

Tensa com o uso indevido de material e, principalmente, com o clima de tensão sexual que se formou com os olhares eletrizantes que trocou com o lindo e maravilhoso pai de sua paciente, Kate cuidou de tirar aqueles pensamentos picantes de sua mente e deu um longo suspiro — Bem, Sr. Castle... Vamos fazer uma criança feliz! – Kate deu um leve sorriso e o convidou para retornarem ao consultório a fim de dar a notícia para a Alexis, no entanto, seu coração parecia que iria explodir no seu peito.

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Assim que se sentou em sua poltrona giratória, Kate olhou novamente para o Castle e sentiu seu peito pegar fogo.

“- Meu deus, que homem é esse? Ele é um pai que toda mulher quer para um filho... Ele é participativo e muito fofo e ainda é bonito, charmoso, gentil, educado, mostrou-se inteligente... Ah, meu Deus, ele é delicioso!... Tem um corpo que é um escândalo, uma voz que me dá arrepios e um gestual másculo e confiante, característico de quem sabe fazer uma mulher chegar nas nuvens!!! Qualidade é que não falta para esse homem...” – Kate meditava calada e sentiu seu rosto arder, sinal de que deveria estar rubra por pensar naquelas coisas durante uma consulta e aquilo a desconcertou.

— Ai, meu Deus! – ela pensou alto ao sentir aquela inquietação no seu peito e na sua cabeça, chamando atenção de Castle e de Martha.

— Você falou algo, querida? – Martha indagou, curiosa.

— Eu? – Kate ficou desconcertada, pois percebeu que pensara alto — Eu falei alguma coisa?

— Sim, meu bem... Você falou “Ai meu Deus!” Martha repetiu, sorrindo maliciosa, intuindo de imediato o que se passava na mente daquela linda e jovem médica. A moça parecia distraída e sonhadora do mesmo modo que seu filho. Martha assistir tudo com uma pontinha de satisfação.

— Eu... Eu falei só isso? – Kate perguntou curiosa e quase aflita e Martha percebeu.

— Sim, querida... “Falar”, você só falou isso. – Martha afirmou - , Mas, “pensar”... Tenho uma vaga ideia sobre... – sorridente, Martha deixou no ar que imaginava o que a médica havia pensado e a moça enrubesceu novamente.

Dando um longo suspiro, aliviada por seus devaneios devassos não terem sido ouvido por ninguém, Kate tratou de tirar aqueles pensamentos lascivos de sua mente.

Disfarçando sua aflição e voltando a agir como uma médica que era, Kate logo se dirigiu à sua paciente – Pensando melhor sobre o seu braço, Alexis, acho melhor imobilizá-lo, querida, para curar mais rápido.

— Jura? Você está falando sério, Doutora Kate? – A garota indagou sorridente, sem conseguir esconder sua alegria.

— Estou falando sério, minha linda. – Kate sorriu para a garotinha.

Kate se levantou – Eu vou avisar à Central de Enfermagem como é que eu quero que eles façam. – Kate saiu do consultório e retornou com alguns documentos de requisição e autorização do serviço que ela indicou o local para o Castle assinar.

No instante seguinte a Auxiliar de Enfermagem chegou, saiu com Alexis, empurrando sua cadeira de rodas. A garota saiu toda sorridente, sabendo que teria seu braço imobilizado.

Sozinha na sala com Martha e Castle, Kate explicou — Sra. Rodgers, eu expliquei para o Sr. Castle que não há necessidade de atadura e acho até que a senhora percebeu isso, não foi?

— Sim, querida! Eu compreendi tudo. Mas eu compreendi tudo mesmo. – Martha respondeu de forma dúbia e deu um sorriso amistoso com um toque de malícia para a bela médica e depois, de igual modo, para seu filho.

Castle tossiu levemente, limpando a garganta, ao ouvir o comentário de duplo sentido de sua mãe. Ele demonstrou estar constrangido.

Fingindo não entender o duplo sentido usado pela jovem senhora ruiva, Kate continuou explicando o procedimento médico, mostrando-se profissional – Apenas o medicamento já resolverá o problema no braço da pequena Alexis. – Kate piscou para os dois adultos e sorriu — Foi fácil perceber que depois de uma queda, muita dor e choro na escola, ela quer reencontrar os amigos com evidências de que esteve em um hospital e que foi medicada... etc, etc, etc... Coisas de criança... – Kate sorriu.

— Foi justamente isso que eu pensei, Dra. Beckett. – Castle asseverou.

— Mas essa atadura não vai incomodar o braço da minha neta, Dra. Beckett? – Martha indagou.

— Sra, Rodgers, pode acreditar que ela vai gostar tanto de mostrar o braço imobilizado para as coleguinhas da escola que nem vai se queixar de nada, nem mesmo do calor e do incômodo pela restrição dos movimentos. No entanto, ela vai começar a se lamentar assim que chegar da escola e aí vocês podem tirar, ok?

— Com certeza! – Castle sorriu. – Coisas de crianças...

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Alexis retornou sorridente ao consultório de Kate e ao olhar para o pai e para a avó, ela demonstrou estar radiante com o braço imobilizado com material branco e com uma tipoia de gaze. A menina tinha um sorriso nos lábios e nem parecia a mesma criança que chegou ao hospital chorando de dor.

— Muito bom, Alexis! Está ótimo! – Kate falou ao tocar a atadura e ver o semblante feliz no rosto da menina — Você ainda está sentindo dor no braço, meu bem? Os remédios fizeram efeito?

— Não estou sentindo dor nenhuma Dra. Beckett. E agora, então, com isso... – a menininha olhou para a atadura no braço e deu um lindo sorriso — Tenho certeza que vai ficar melhor ainda, né?

— Ah, sim... – Kate sorriu. — Com certeza, querida. Em quinze dias você retorna para eu ver como seu braço reagiu ao tratamento, ok? Não esqueça!

— Sim, Dra. Beckett. Obrigada. Não vou esquecer. O papai vai anotar na agenda, né, pai?

— Sim, meu anjinho. – ele acariciou os cabelos da filha e em seguida olhou para a médica — Então, voltaremos daqui a quinze dias. – Castle deu um sorriso para a filha e para a médica.

— Sr. Castle, preciso avisar que o retorno não será aqui nesse consultório da Emergência Pediátrica, e sim, no 3º andar daqui do hospital, onde ficam os consultórios da pediatria... Hora marcada, entende? Na recepção, o senhor será informado qual o consultório da Dra. Lanie Esposito. No dia da consulta a Atendente lhe dará mais informações.

— Qual o horário?

— Dezessete horas.

Os três adultos se ergueram para a despedida após a médica prescrever medicamento a fim de evitar o retorno das dores e também orientar Castle e Martha sobre os cuidados com o braço da garota. A Dra. Kate Beckett ainda advertiu que a dieta da menina seria normal.

Os cumprimentos finais de praxe já tinham sido dados.

No entanto, Castle, determinado, questionou a médica inesperadamente — Dra. Beckett, não me leve a mal, mas eu estou com a impressão de que eu já vi a senhora em algum lugar, mas não consigo me lembrar de onde...

— Ah, não tem do que se desculpar, Sr. Caslte... – a moça sorriu amistosa e, sem papas na língua, confessou algo que a incomodava também — Mas... Já que o senhor tocou no assunto, eu estou com esta mesma impressão a seu respeito. Não consigo lembrar de onde o conheço... Mas tenho certeza que já nos vimos. Algo no senhor me é muito familiar... Seus olhos... Seu olhar e seu sorriso e até a sua voz, no entanto...

— Oh, então eu não estou errado. – Castle respirou fundo, demonstrando que estava aliviado por não ter cometido uma gafe – Desde que a senhora entrou aqui no consultório que eu estou cavoucando minha memória, mas não consigo lembrar de nada. Também acho seus olhos, seus olhares e seu sorriso conhecidos.

— Por coincidência, Sr. Castle, apesar de estar muito atenta à radiografia, ao laudo médico e à saúde da sua filha, eu também estava tentando me lembrar de onde o conheço, mas também não me recordo de onde.

Como sempre, Martha estava atenta a tudo, inclusive aos sorrisos bobos do filho e da médica, principalmente o rosto corado dos dois. Portanto, como os jovens estavam constrangidos ao tocar no assunto sobre tentar se lembrarem de algo referente ao passado dos dois, coisa que Martha achava que era apenas um pretexto para justificar os olhares de interesse recíproco, ela própria, como uma mulher mais vivida, daria um jeito nisso.

— Ah, que ótimo! Então, isso é um bom motivo para vocês dois marcarem um jantar...

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Continua...


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