Joia de Família escrita por Denise Reis


Capítulo 22
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

❤ Obrigada a "Bethlopes" e "Rita Vieira" pelas lindas recomendações. Continuo emocionada com as palavras de vocês. Isso só me motiva ainda mais a continuar esta história. Obrigada mesmo.

❤ Apesar de ser ficção, gosto de passar um certo tom de veracidade à história, transcrevendo não apenas os diálogos, mas também os sonhos, medos, sentimentos e pensamentos. Portanto, vamos continuar prestando atenção em todas as virgulas e letrinhas, ok, amigas? Assim, vocês vão entender melhor minhas intenções.

❤ Lógico que na nossa vida as coisas demoram muito mais para se realizar tanto na vida profissional quanto na pessoal, principalmente no lado amoroso, mas, como é ficção... Tento fazer as coisas acontecerem mais rapidamente.

❤ Tento transformar as fantasias e os sonhos em uma linda história de amor.

❤ Vamos, juntos, mergulhar neste romance CASKETT, onde amar vale a pena.

❤ Boa leitura!! ❤



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Após ter conseguido falar com o Castle e ter, finalmente, marcado um novo encontro com ele, Kate chegou em casa e foi apresada para o seu quarto e seguiu até o banheiro contíguo a fim de começar a se arrumar, porque estava muito ansiosa para ver o Castle.

— Nossa Senhora, estou parecendo uma adolescente diante do amor e da ansiedade de ter seu primeiro grande encontro... O que, na verdade, não seria mentira, não é, mocinha? – Kate murmurou para seu reflexo no espelho do banheiro, como tinha costume de fazer e ainda deu uma piscada de olho.

Diferentemente da vez anterior quando o Castle estivera no seu apartamento, Kate decidiu que nesta nova oportunidade ela iria se preparar adequadamente para vê-lo, começando por tomar outro banho, apesar de já ter feito isso no próprio hospital, assim que terminou o seu plantão.

Como não teria tempo suficiente para secar o cabelo, então decidiu por não lavá-lo, contudo, nem se preocupou com isso, pois o lavara naquela manhã antes de ir para o hospital, ou seja, ainda estava limpo, sedoso e muito cheiroso.

Com os cabelos presos no alto da cabeça, Kate tomou um delicioso banho de imersão com sais relaxantes. Usou um sabonete em gel com esfoliante natural da pele que, além de torna-la mais macia, deixava um suave aroma de cerejas no corpo.

Após o banho, Kate escovou os dentes e, em seguida, usou seu hidratante corporal que tinha a mesma fragrância de cereja contida no gel esfoliante e no shampoo, pois pertenciam a mesma linha de produtos de beleza.

Escolheu um conjunto novinho de calcinha e sutiã de renda preta e foi para o espelho fazer uma maquiagem leve, quase imperceptível, pois ficaria em casa, não deixando, contudo, de dar um leve toque de sombras e um traço de delineador nas pálpebras superiores, além de rímel nos cílios e finalizou com uma pincelada bem discreta de blush nas maçãs da face e uma fina camada de brilho nos lábios com um tom nude. Para fechar com chave de ouro, borrifou um pouquinho de perfume na nuca e nas dobras dos braços

Mirou-se no espelho — E aí, Kate... Gostei, viu! A maquiagem está bem discreta.

Usou um pente de dentes largos nos cabelos e, depois, passou os próprios dedos para soltar os suaves cachos nas longas mechas — Huuuumm!!! Depois de um dia cansativo no hospital, até que você está bem bonitinha, viu? – ela fez um bico de censura — Tudo bem... Tudo bem... Ok! Ok! Nada de falsa modéstia, né... “Bonitinha”, não, você está linda, mas estou vendo nestes olhos verdes sua ansiedade para dar um monte de beijo naquele bonitão! – ela riu das suas brincadeiras com o seu próprio reflexo — Agora vamos ver o que você vai vestir, garota...

Usando um leve roupão de seda acima dos joelhos, Kate se afastou do espelho e se dirigiu ao seu closet para escolher o que iria usar — Nada de usar um traje tão informal quanto da primeira vez que você o recebeu, né, Kate? Como será um jantar e como eu quero que o momento seja lembrado para sempre por nós dois, que tal arriscar, eihm, menina? – ela passou as vistas nos vestidos para noite e foi logo excluindo alguns— Nada de usar algo sofisticado... Isso é inapropriado... – ela prosseguiu fazendo um exame das suas roupas de noite — Quero algo atraente, porém simples e confortável.

Ao usar este critério, seu olhar bateu em um vestido que servia para qualquer horário e que ainda estava com a etiqueta da loja, como se aguardasse uma oportunidade para inauguração e logo o pegou — Hey, gracinha, encontrei uma situação ideal para te estrear! – ela falava com o vestido, como se ele o escutasse.

Assim que o tirou do armário, o segurou na frente do próprio corpo e ficou muito contente ao visualizar sua imagem com o tal vestido e, feliz, bailou com ele, girando sobre seu próprio eixo, fazendo a saia do vestido se balançar.

Satisfeita com o que viu, ela decidiu vesti-lo e assim o fez, mas antes vestiu a calcinha e o sutiã.

Era um vestido longo em tecido leve com listras largas em azul marinho e areia. Possuía alcinhas finas e a cintura marcada por um fino cintinho do mesmo tecido que dava um laço na frente, como se fosse um cadarço. A graciosidade do traje era marcada não somente pelo tecido suave, mas também pelas duas longas fendas verticais e frontais na saia que começava a partir da altura do joelho e ia até o chão e que, de forma bem sutil, poderia se ver as longas e torneadas pernas durante o deslocamento do corpo, o que dava um charme e uma sofisticação incrível ao traje.

Kate consultou o relógio da mesinha de cabeceira e viu que faltavam poucos minutos para o Castle chegar e, muito tensa, retornou ao closet e parou em frente a sua sapateira. Ficou na dúvida se usaria uma sandália de salto agulha com tirinhas na cor marfim ou uma bem parecida sem salto.

Ela amava salto alto e em algumas ocasiões até os usava no hospital, muito embora, na grande maioria das vezes, usasse calçados de couro ou lona, com solado de borracha branca, parecendo tênis, pois eram mais silenciosos e mais práticos, além de serem, realmente, muito mais confortáveis e apropriados para ficar em pé por muitas horas seguidas, de um lado para o outro da Emergência.

Fazendo uma análise rápida entre os dois tipos de sandália, decidiu pela sem salto. Caso o Castle a chamasse para sair depois do jantar, colocaria as de salto agulha.

Ainda no quarto se preparando para calçar as sandálias, Kate ouviu batidas à porta e isso foi o suficiente para seu coração dar um salto e quase sair pela boca e, com as mãos trêmulas, afivelou as sandálias.

— Calma, Kate! Respira fundo! – ela murmurou para si mesma ao mirar-se pela última vez no espelho do seu quarto e, ao ver sua imagem refletida, fez um rápido exercício de respiração com o intuito de relaxar, mas, infelizmente, não adiantou muito.

Ouviu novamente as batidas à porta e andou rápido para atender.

Assim que abriu a porta Katherine Beckett teve certeza que não era cardíaca, pois não enfartou ao se deparar com o Castle que, na opinião dela, era o homem mais bonito do mundo e naquela noite, em especial, ele extrapolou.

Ele usava calça social grafite escura, camisa social cor de vinho, mais para o tom bordô, e blazer azul marinho. Ele estava magnífico e seus olhos azuis brilhavam muito. O sorriso leve e sedutor que o Castle tinha nos lábios fez Kate se arrepiar.

Para Richard Castle a situação não estava diferente, pois, por mais que achasse Kate linda demais, naquela noite, em especial, ela estava deslumbrante naquele vestido longo. Ele não entendia nada de vestuário de mulheres, mas não era nem necessário ser expert em moda feminina para saber que aquele vestido lhe caía maravilhosamente bem. Aquele vestido era o invólucro ideal para aquele corpo estonteante. Ela estava maravilhosa, dos pés à cabeça. E que rosto!! Belíssimo! — “Acho que não sou cardíaco, senão já estava caído no chão, mortinho!” – ele refletiu silencioso.

Ambos se olhavam e se admiravam e nem percebiam que estavam assim há pelo menos seis segundos até que um barulho de dois vizinhos conversando no hall do elevador tirou-lhes do mundo dos devaneios.

O Castle foi a primeira a falar — Cheguei!

— Oi, Castle! Que bom que você veio. – Kate fez um gesto de cortesia, convidando-o a entrar.

— Eu não faltaria a esse encontro por nada neste mundo.

Castle deu um passo a frente e, com um sorriso sedutor e um olhar penetrante, quase colou seu corpo ao dela, aproximando os rostos.

Naquele momento Kate teve certeza que ele iria beijá-la e a emoção daquela aproximação, juntamente com o aroma másculo delicioso do perfume que ele usava, fez seus ossos derreterem, e se ele não a segurasse pelos ombros, ela cairia. Só que ao invés de beijar os lábios de Kate, ele apenas roçou seus lábios nos lábios dela e depositou um suave beijo na face, bem no cantinho dos lábios dela, de modo provocante.

— Que bom que você me telefonou, Kate. – ele não aprofundou o contato e, ao invés disso, se afastou.

Ao se ver sem o apoio do corpo do Castle, Kate se desequilibrou novamente e precisou se segurar no braço dele para não cair.

Percebendo que ela fora afetada pela proximidade, pelo roçar dos lábios e pelo suave beijo que ele deixou na face dela, Castle tomou a iniciativa de fechar a porta e assim o fez.

— Trouxe outra garrafa de vinho. – Castle anunciou, sorridente, trazendo Kate de volta à realidade.

— Das duas garrafas que você trouxe da outra vez, ainda tem um vinho intacto e ele está geladinho. – Kate avisou.

— Ótimo! Posso deixar esta garrafa de vinho junto da outra para conservar a temperatura baixa? – ele indagou ao mostrar a nova garrafa de vinho.

— Ah, sim, claro! Você já sabe onde fica a geladeira... Fique à vontade, Castle!

Após acondicionar a garrafa de vinho no refrigerador, ele retornou à sala e a olhou novamente com a mesma intensidade.

— Você está belíssima! Ou melhor dizendo... Você é belíssima, Kate e neste momento, está deslumbrante! – Ele se aproximou e ergueu a mão para tocá-la, mas se controlou e recuou, só que ela percebeu isso e ficou trêmula de ansiedade.

— Obrigada! – ela sorriu — Você também não está nada mal, Castle... Você é um homem muito bonito e tem muito bom gosto para se vestir.

— Obrigado.

— Sente-se, Castle. – Ela indicou o sofá e, antes que ele sentasse, ela se acomodou e pegou uma almofada e a colocou no colo, segurando-a como se quisesse se apoiar em algo.

Castle se instalou no sofá e ficou meio de lado para poder ter acesso visual a Kate e ela fez o mesmo.

— Que tipo de refeição vamos pedir hoje, eihm, Kate? Já tem algo em mente?

— Para ser bem franca, ainda não pensei nisso... Mas eu gosto muito de comida tailandesa. Você também gosta?

— Adoro! Principalmente as apimentadas.

— Eu também! Amo a combinação de sabores exóticos com o toque picante.

— Você sabe o nome dos pratos que você gosta?

Castle e Kate começaram a trocar ideias sobre os nomes das iguarias tailandesas, seus ingredientes, suas peculiaridades e, após alguns minutos decidiram-se por alguns.

— Bem, então eu vou agilizar. – Castle avisou e logo pegou seu telefone celular para registrar o pedido no aplicativo de delivery só que Kate tocou levemente no celular dele, o impedindo de iniciar o acesso.

Aquele gesto inesperado de Kate chamou a atenção de Castle, mas ela logo justificou — Acho que podemos deixar o jantar para depois, Castle... Que tal a gente conversar primeiro, eihm?

Ele mirou Kate com bastante atenção e refletiu por alguns segundos, mas logo aquiesceu— Para mim está ótimo!

Kate deu um longo suspiro e ele percebeu que ela estava muito tensa, então achou que uma taça de vinho a deixaria mais à vontade — Que tal tomarmos uma taça de vinho enquanto conversamos, eihm, Kate?

— Boa ideia! Você se lembra onde estão as taças e o...? – Kate perguntou, mas ele logo a interrompeu.

— Sim! Pode deixar que eu ainda lembro onde tem tudo.

 

....................................

 

Após servir o vinho nas duas taças, Castle entregou uma a Kate e ergueu a sua, indicando que queria brindar e, assim, ela encostou a sua taça à dele.

— Saúde! – ela brindou.

— Um brinde a nós dois, Kate! – ele foi direto.

Kate balançou levemente a cabeça de modo afirmativo, concordando com o brinde dele — À nós, Castle.

Beberam um ou dois goles do líquido encorpado e perfumado e Kate acreditou que deveria iniciar o assunto.

— Bem, Castle, eu precisava muito falar com você. Pode até não parecer, já que eu não te telefonei antes.

Castle não falou nada, apenas tinha no rosto uma expressão de que compreendia e aceitava o que ela falava.

— Eu queria muito te telefonar, mas não conseguia. Não sei se foi por medo, tensão... Não sei...

— Não se prenda nestes detalhes, Kate... – Castle demonstrou compreensão — O que importa é que você ligou.

— Pois é. Eu te telefonei... Antes de mais nada, Castle, eu preciso te dizer que te admiro por reconhecer que errou ao pensar que meu amigo fosse meu namorado.

Kate tomou outro gole de vinho e depositou a taça na mesa de centro à sua frente.

— Sabe, Castle, eu refleti muito sobre todo esse mal-entendido e tudo o que ele gerou e depois de organizar minhas ideias, eu te telefonei hoje. E para ser bem franca, como sempre, fui bastante imparcial ao elaborar este raciocínio. Eu não pensei somente em mim. Eu também considerei o seu ponto de vista...

Castle escutava e analisava tudo que Kate falava e demonstrava estar captando suas palavras. Ele não tinha a intenção de interrompê-la.

— Bem, Castle, eu acho que apesar de você ter sumido sem ao menos fazer uma ligação para mim ou mesmo ter me enviado uma simples mensagem cancelando o encontro, você deixou evidente que supôs que eu estava em um relacionamento e por isso respeitou o meu suposto envolvimento amoroso com aquele meu amigo que você viu comigo na cafeteria do hospital, o Samuel, mesmo sem ter certeza se era namoro. E saiba que eu considero louvável esse respeito que você demonstrou.

Kate fez uma pausa na intenção de beber outro gole de vinho, mas preferiu não fazê-lo a fim de evitar que o álcool, mesmo pouquinho, alterasse seu raciocínio.

Sem dar outro gole no vinho, ela continuou sua exposição— E sabe o que é mais interessante, Castle, eu achei muito nobre sua atitude de respeitar o meu suposto namoro com o Samuel, mesmo que não tivesse gostado disso. Eu digo isso porque naquele dia em que você esteve aqui em casa, você me falou que... – Kate ficou a meditar, mas logo voltou a falar— Ah, eu não me recordo exatamente o que você falou, mas lembro que você quis dizer que se sentiu traído e destroçado ao me ver com o Samuel porque você queria estar no lugar dele.

— Verdade, Kate, eu falei isso e repito quantas vezes você quiser. – Castle se aproximou de Kate e tocou-lhe as mãos— Eu estou apaixonado por você, Kate. – ele fez um leve carinho no rosto dela.

Kate adorou receber o carinho e sentiu-se arrepiar. Fechou os olhos, receptiva, mas logo recuou, pois achava necessário continuar a exposição dos seus motivos e, com voz rouca, ela deu-lhe um aviso — Castle eu preciso concluir o meu raciocínio.

Ele a escutou, não falou nada, apenas interrompeu a carícia. No entanto, não se afastou. Permaneceu ao lado dela.

Enquanto revelava o que sentia, Kate fazia gestos com as mãos e expressões no olhar e no rosto de modo a reforçar o que falava— Óbvio que posso estar imaginando coisas, é claro..., mas depois de ponderar muito sobre o seu silêncio, Castle, sabe o que eu concluí?

Castle entendeu que aquela pergunta era apenas para prender a atenção dele.

Ele a olhava e a escutava com atenção cada palavra que ela continuava a falar— Acho que você optou pelo silêncio porque não quis interferir de forma negativa muito menos atrapalhar o meu hipotético namoro.

Castle arqueou as sobrancelhas ao ouvir a opinião de Kate.

— Pelo menos foi isso que eu entendi, Castle. Acredito que por você ser bastante equilibrado e maduro, com certeza não desejava passar a ideia de ser um cara desagradável que fica paquerando uma mulher que já tem namorado. E com isso você provou ser um homem de respeito não só por ter agido assim, mas também por admitir que errou na sua avaliação inicial.

Kate o olhou e o viu balançar levemente a cabeça de modo afirmativo.

— Castle, somente um homem de caráter admite seus erros. E você fez isso. Somete um homem de caráter percebe que precisa pedir desculpas e explicar tudo para a parte afetada, no caso, eu, né... E você se retratou – ela deu um sorriso tímido— Você veio aqui em casa naquele dia e não só admitiu o erro, como também pediu desculpas, mesmo que para isso tivesse que se expor e, claro, se arriscar a me perder de vez. Mesmo que tenhamos dado mais importância do que devido a este episódio, Castle, acho que foi bom a gente refletir e conversar sobre isso... Não interpreto isso como perda de tempo... Acho que usamos esse tempo para ponderar sobre as nossas atitudes.

— Também acho ótimo desfazer um mal-entendido.  Kate, mais uma vez eu peço perdão por ter agido assim e pelo silêncio. Admito que o meu sofrimento foi porque eu me apaixonei por você no instante que eu te vi lá no consultório.

— Será que você não está confuso sobre isso, Castle? Pode ser que você apenas tenha gostado do que viu e também do modo como eu tratei a sua filha e aí pensa que está apaixonado por mim... – Kate argumentava, mas no fundo, o que ela mais queria era que ele estivesse mesmo apaixonado por ela, do mesmo modo que ela estava apaixonada por ele.

— Não tem chance nenhuma de eu estar confundindo esse sentimento, Kate. Tem muita diferença. Uma coisa é eu ter apreciado a beleza física e a competência da Dra. Katherine Beckett, como médica e também a forma gentil de tratar minha filha. E outra coisa é a emoção que Katherine Beckett, a mulher, causou em mim. São sensações completamente diferentes. – Castle ponderou com voz forte, porém doce.

Ele se aproximou um pouco mais de Kate e voltou a acariciar o rosto e os cabelos dela, deixando-a trêmula.

De olhos fechados, amando receber os afagos no rosto, ela sussurrou— Ah, Castle, como eu queria... Aliás, como eu quero que isso seja verdade! – Kate tinha a voz trêmula a baixa e deu um suspiro sonhador.

Sem parar de acaricia-la, ele passou a beijar lentamente o pescoço dela e a mordiscar sua orelha esquerda e neste momento ele murmurou com voz rouca — Pode acreditar que é verdade... Mas... Porque você quer que seja verdade, Kate? – esse sussurrou.

— Porque eu também estou completamente apaixonada por você, Rick... – ela confessou num suspiro e ele quase não a ouviu— Não sei explicar o porquê, mas posso afirmar o momento e o local que isso aconteceu.

Aquela revelação deixou Castle muito comovido e satisfeito e ele afastou seu rosto do dela apenas para olhá-la nos olhos.

— No consultório do hospital? – ele indagou, baixinho.

— Sim...  – Kate respirava com dificuldade, devido a emoção— Quando eu te olhei, vi logo que algo estava acontecendo. Eu me senti estranha... Algo dentro de mim mudou e era como se eu já te conhecesse e já soubesse quem era você... Era como se eu tivesse te esperando e te reencontrando... Parece loucura, mas é a mais pura verdade... Mesmo sem te conhecer, eu já sabia que você existia e que era assim.... – ela fez um gesto com as mãos englobando a pessoa dele— Você! Não somente um homem bonito...  – ela sorriu — ... Mas um homem bom, nobre, cavalheiro, gentil, inteligente e capaz de fazer o bem até para pessoas desconhecidas.

O brilho nos olhos de Kate chamava a atenção do Castle e ele fez questão de completar aquele pensamento dela.

— Você disse que até parece loucura, mas eu sei que não é, Kate, porque o mesmo aconteceu comigo. Quando eu te vi lá no hospital era como se eu tivesse te reencontrando depois de um longo tempo separados. Algo dentro de mim me dizia isso e a minha vontade era de te abraçar e te beijar e nunca mais me separar de você. Nunca mais! – ele acariciava os braços e o pescoço dela, deixando-a arrepiada.

— Acho que um dia vamos nos lembrar... Ou não... Mas apesar de termos a impressão de já termos nos visto antes e eu ter quase certeza disso, pois sua fisionomia me é familiar, Castle, eu não me recordo de jeito nenhum de onde o conheço. E a minha memória é treinada para lembrar de coisas bem remotas. – ela explicou com uma entonação de que queria lembrar, mas não conseguia.

— Eu também não me recordo... E a minha memória também é boa, mas... Mas isso não importa, Kate... O que importa é que nunca mais vou deixar você sumir das minhas vistas. Nunca mais vou me afastar de você. E não estou falando isso somente porque quero passar este momento com você, Kate. Pode parecer loucura, exagero da minha parte, ou até  mentira, mas a minha intenção é passar a minha vida inteira do seu lado.

Ao dizer isso, Castle abraçou Kate e a beijou de modo apaixonado, com fome da presença dela, fome de amor e de prazer, e foi correspondido com a mesma paixão.

Castle acariciava de modo intenso os cabelos e os braços de Kate e ela não o impedia, muito pelo contrário, ela o estimulava a continuar e também afagava os cabelos e o pescoço dele. Ela já estava entregue à paixão e ao romance. Estava apaixonada e queria viver cada segundo daquilo.

Os lábios de ambos não se desgrudavam e quando o faziam, era para beijar o rosto, o pescoço, lamber e mordicar a pele. Os corpos de ambos já escorregavam pelo encosto do sofá e o Castle já estava deitado sobre o corpo da jovem médica e a intensidade e a paixão de ambos era tanta que, de forma idêntica, se movimentavam e se afagavam buscando satisfação.

Quando os corpos já clamavam por mais e Castle já começava a abaixar a alça do vestido dela, ele parou e, com muito esforço, murmurou — Não podemos, Kate... Não era para ser assim...

Com voz trêmula e até um pouco assustada diante da súbita interrupção dele — Claro que podemos, Rick... Eu posso e você pode... Eu sou desimpedida e você também... Somos livres e queremos isso.

— Eu te quero tanto, Kate...

— Eu também de quero, Rick... Te quero muito!

— Eu preciso de você, Kate... – ele anunciou com voz rouca — Agora!

— Eu também, preciso de você, Rick... Agora!

Com agilidade ele a colocou nos braços e, com facilidade, se levantou do sofá como se ela fosse uma folha de papel — Onde é o seu quarto, Kate?

Depois da indicação de Kate, ele se dirigiu até o quarto de Kate e ao parar ao lado da cama dela, antes de deposita-la sobre o colchão, ele deu um selinho e sussurrou — Eu estou completamente apaixonado por você, Kate, e quero te fazer feliz. Não sou hipócrita para dizer que não espero nada em troca. Não nego que se eu for correspondido, serei o homem mais feliz do mundo.

Dito isso, Kate deu um lindo sorriso e ruborizou.

Ele afastou a colcha pesada que cobria a cama e depositou Kate sobre o lençol e ela acomodou a cabeça sobre os travesseiros e o puxou para perto dela.

Rapidamente os sapatos foram tirados, as carícias recomeçaram e Castle começava a retirar o vestido dela.

— Ah, Rick... – Kate gemia de ansiedade— Saiba que você pode, sim, se considerar feliz porque eu estou completamente apaixonada por você. Nunca passei por isso e estou amando essa sensação de estar assim. É uma situação nova para mim.

Ao ouvi-la falar daquela forma, ele parou de despi-la e Kate, novamente, não entendeu o porquê de ele ter parado.

Neste momento ele a olhou nos olhos — O que foi que você disse, Kate? – Castle indagou de modo muito suave, passando o dorso da mão direita sobre o rosto dela, num afago terno.

— Eu disse que estou completamente apaixonada por você, Rick...

— Sim, meu amor... Mas você falou mais alguma coisa...

Kate estava muito tensa e ansiosa para tê-lo e voltou a acariciar o rosto e os cabelos dele e, levantando o rosto, deu um selinho nele — Eu te quero, Rick.

Castle retribuiu o afago e o selinho, mas ele precisava saber mais— Kate, você acabou de me dizer que nunca passou por uma situação como esta... – Voltou a acariciar os cabelos de Kate com muito carinho e distribuir selinhos pelo rosto dela. Sua voz era suave e ele a olhava nos olhos, com muito carinho. — Qual exatamente a situação e a sensação que você nunca vivenciou?

Arrependida por ter tocado naquele assunto tão íntimo, ela ficou tensa, mas percebeu que tinha que responder — Eu nunca fiz amor, Castle... Eu sou virgem. – ela confessou baixinho, num sopro de voz e fechou os olhos, em sinal de timidez— Pronto! Falei!

Aquela informação o pegou desprevenido e ele acariciou a face dela e ela abriu os olhos — Sério? Você me disse que tem vinte e três anos... Kate, você passou pelo ensino médio, pela faculdade e, com certeza, conheceu muitos garotos, rapazes e homens que ficaram loucos por você,... Não tenho dúvidas disso... Lógico que eu sei que não sou o primeiro homem que fica fascinado por você, não só por sua beleza estonteante, mas também por tudo que você é... – com muito cuidado, ele tentava entender — E agora você é uma médica e convive diariamente com muitas pessoas, muitos médicos, muit...

— A minha vida somente foi direcionada aos estudos, Castle. – encabulada, ela se sentou e endireitou a alça do vestido ao começar a explicar — Sim, até tive alguns namorados, mas nunca quis me aprofundar no relacionamento porque não queria perder o foco nos meus estudos. Desde criança eu sempre quis ser médica e sempre soube que medicina é uma carreira que requer muito estudo, então...

— Você nunca se apaixonou? – ele a interrompeu, curioso.

— Não... Quer dizer...Sim.

— Não entendi, Kate... “sim” ou “não”?

— Para dizer a verdade, eu me apaixonei, mas foi uma paixão platônica que começou de uma brincadeira de criança... Melhor dizendo, eu tinha por volta de onze anos e... eu era uma pré-adolescente, mas na época eu nem pensava nestas coisas de romance e amor. Como eu disse, eu só pensava em estudar. Só dei conta dessa minha paixão, aliás, quase uma fixação, somente bem mais tarde. Acho que por isso eu não me apaixonava por ninguém porque eu só queria ele, mas nunca mais o vi e não faço a mínima ideia de onde ele possa estar.

— Ele? Ele, quem, Kate? Quem é ele? Algum rapaz abusou de você de alguma forma? – O rosto do Castle era de preocupação e pegou uma mão dela e a envolveu nas suas, protetor.

— NÃO! – ela negou quase que bruscamente— Jamais! Nunca houve sequer um toque... Apenas sorrisos e palavras de encorajamento! Somente respeito e limites. Ele me salvou e me disse um monte de coisas gentis que me ajudaram a não abaixar a cabeça nos momentos difíceis. O tempo foi passando e acho que eu confundi os conselhos dele e me apaixonei, talvez porque ele, numa brincadeira sem qualquer malícia, disse que eu era linda e que se eu fosse mais velha ele se casaria comigo. – ela riu e ele a acompanhou, dando um lindo sorriso.

— Oh, meu Deus! – ele comentou achando fofo.

— Ah!... Fantasias de criança, Rick... Só isso. Mas, na verdade, o rapaz disse aquilo apenas para eu não chorar e não ficar mais chateada com os garotos que me maltrataram. Eu confundi tudo... Eu não sonhava com príncipes... Eu sonhava com esse moço.

— Mas você namorou...

— Sim, namoros respeitosos, se é que você me entende. – Kate torceu os lábios, em sinal de que ele deveria entender, mesmo se ela não entrasse em detalhes— Só que agora isso já ficou no passado e quando eu te vi, minha vida mudou e só de te olhar, já tenho vontade de ficar do seu lado, de conversar, trocar carícias, te abraçar e te beijar e juro que quase fiquei louca com aquele mal-entendido na cafeteria... Graças a Deus tudo se resolveu, porque você não sai da minha cabeça, Rick. Eu só penso em você, só quero você e quando isso acontece, eu fico assim. – ela mostrou o braço arrepiado e depois tocou no próprio peito e na garganta — Meu coração bate acelerado, parece que vai sair pela boca.

— Então, minha linda, você quer mesmo fazer amor comigo... Você quer que eu seja seu primeiro homem...

— Sim...

— E se Deus quiser, o único, pois, como eu já te disse, Kate, eu não quero te perder... Jamais.

— Eu também não quero te perder, Rick... Jamais!

Ele voltou a acaricia-la de forma mais intensa e ambos continuavam muito excitados.

— Eu me sinto como se estivesse te esperando a vida toda, Rick.

— Eu também, Kate.

Os afagos e os beijos apaixonados se espalhavam. As peças de roupas foram sendo descartadas até que ficaram somente de roupas íntimas e as carícias se tornaram mais ousadas.

Castle acariciava com intensidade os seios de Kate por cima do sutiã. Afastou a alça e o bojo e passou a lamber, sugar e depois a mordiscar o bico do seio dela. Enquanto fazia isso, ele, com habilidade, abriu o colchete do sutiã e o jogou longe, deixando livre os seios dela e os explorou de modo que a fez delirar. Tudo era muito novo para Kate. As carícias ora suaves e ora selvagens lhe tiravam o fôlego.

— Isto é maravilhoso, Rick.

— Você é deliciosa, Kate.... E ainda não viu nada...

Ainda apalpando com volúpia os seios dela, Castle passou a lamber a barriga, passando pelo umbigo até que chegou ao centro do prazer dela, bloqueado pela calcinha. Ele afastou um pouco a parte baixa da peça íntima e passou a massagear ao mesmo tempo que lambia a intimidade dela. Passados alguns minutos, ele retirou a peça de renda negra para aumentar a intensidade das carícias.

Completamente entregue ao prazer, até então desconhecido, Kate adorou e gemeu de prazer quando Castle começou a apalpar suas partes íntimas e isso era divino e ficou ainda melhor quando ele foi, aos poucos, introduzindo parte do dedo nela, movimentando-o sem parar, beijando e sugando sua seiva. Ele usava apenas as pontas dos dedos, estimulando-a com intensidade, quando Kate sentiu uma corrente de energia passar por todo o seu corpo, como se fosse um raio, até que seu corpo tremeu num gozo maravilhoso.

O orgasmo de Kate provocou uma felicidade enorme em Castle e ele queria dar a ela muito mais do que isso. O prazer dela seria também o prazer dele, então fez o caminho de volta, beijando o umbigo, a barriga os seios até encontrar novamente os lábios ofegantes de Kate num beijo molhado e excitante.

Não havia mais como parar. A química entre os dois era algo incontrolável.

— Kate, você é a mulher da minha vida e eu te quero muito.

Trêmula por conta do orgasmo, mas ainda com muito tesão, ela confessou — Isto foi maravilhoso, Rick... E eu também te quero muito.

Caste retirou sua cueca boxer preta e, sentindo-se muito excitado, posicionou-se entre as pernas dela — Está pronta, amor?

— Sim... – ela estava ainda mais trêmula de ansiedade e de desejo.

— Vou tentar ser o mais cuidadoso possível. Se você sentir dor, você me avisa que eu paro, viu, amor?

— Sim...

Castle empurrou seu membro um pouquinho para dentro de Kate, movimentando com cuidado, pois a excitação ajudava na penetração.

Castle não queria machucá-la. A cada movimento que fazia, Kate arfava, mas não desistia, pois aquilo estava excitante e maravilhoso, até que depois de um tempo, ambos os corpos se movimentavam querendo o máximo de prazer, quando, de repente, Castle sentiu que Kate deu um gemido diferente e recuou um pouco e talvez estivesse sentindo dor — Kate, está doendo?

— Está um pouco, mas não está ruim... – Kate murmurava— Está muito bom... Não pare, Rick...

Ele continuou a se movimentar lenta e gradativamente até que sentiu que iria vencer a barreira íntima de Kate. Com um impulso mais vigoroso, ele se aprofundou, consumando o ato, fazendo-a sua mulher e esse movimento causou um grande desconforto em Kate, tanto que ela gritou de dor.

 — Aaaahh! – ela gemeu, mas não o empurrou e, ao invés disso, ela o abraçou forte e trançou suas pernas sobre o tronco dele — Rick... – ela gemeu.

Ele parou os movimentos de penetração.

— Quer que eu pare?

— Não, Rick... – sua voz era trêmula— Pode continuar...

— Amorzinho, vamos continuar e daqui a pouco você não vai mais sentir dor...

Castle parou um pouco, mas voltou a se mover mais lentamente. Em seguida, sentindo reciprocidade por parte de Kate, ele retornou com vigor para dentro de Kate e, como ele previra, ela já sentia prazer ao invés de dor e ambos se movimentavam intensamente.

Era maravilhosa a sensação de se sentir preenchida pelo homem que amava. Os movimentos vigorosos que ele fazia era a melhor coisa do mundo. O som dos corpos se chocando era a melhor música que Kate já ouvira. Uma sensação de prazer antes jamais imaginada tomou conta do corpo e da mente de Kate.

O orgasmo chegou para os dois como um presente.

 

.........................................

 

Após o ato do amor, Castle deu um beijo no rosto dela e a manteve abraçada ao seu peito, como se seus braços fossem uma corrente. Ele não queria perde-la nunca. Ele acreditava que se no passado já se encontraram, não a deixaria escapar novamente. Jamais! Ele faria o possível e o impossível para mantê-la ao seu lado.

 

.........................................

 

Continua...

 

 


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Notas finais do capítulo

Continuo desejando comentários!! ❤



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