Surpresas Aqui e Ali escrita por Wanderer


Capítulo 2
Surpresas Aqui e Ali.Capítulo 2




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   Na sexta feira daquela semana o tempo estava frio, mas também quase não havia nuvens no céu que mostrava uma bonita cor azul claro, indicando que não haveria chuva.

 Kim-li aproveita a chance para convidar Pacífica a fim de irem até a Fenton, a mais antiga sorveteria de Piedmont, fundada em 1894. Várias gerações haviam saboreado os seus deliciosos sorvetes e a jovem descendente de vietnamitas desejava mostrar o local a Pacífica, que ainda não o conhecia.

 Junto com eles estavam os irmãos Pines, Davina e Toroa, não confiava em Kim e queria proteger Pacífica, caso fosse necessário.

  Dipper estava com um casaco madrepérola e calças de veludo azul. Mabel, de suéter verde lima com mostrando um bolinho de morango e uma cereja no topo, com calça abóbora. Pacífica usava um suéter marfim com a gravura de uma lhama (feito por Mabel), e calça púrpura. Davina, casaco turquesa e calças magenta. Toroa, casaco vermelho alaranjado e calças marrons. Kim, suéter magenta e calças pretas. 

 Todos se sentam numa poltrona vermelha estofada semicircular com mesa retangular de mármore. Davina fica numa das extremidades. Kim ao lado dela. A direita de Mabel, Toroa. Ao lado dele, Pacífica e junto a dela, Dipper. Se estivessem sozinhos, os irmãos Pines e Davina poderiam ter passados despercebidos. Mas Toroa era alto e robusto pra um garoto de 14 anos e o cabelo de Kim algo exótico. Só que os óculos de sol pra ciclista e seu cajado bacana eram coisas inéditas.

   Por causa disso o pequeno grupo chama a atenção de todos, sobretudo a de quatro rapazes que estavam sentados em uma mesa próxima.

 - Ei lourinha, de onde você é?  - pergunta um garoto gordo, de cabelos ruivos e olhos castanhos, usando um suéter amarelo.

— Eu estudo na Pallas.

— Uma garota bonita como você não devia estudar naquela escola assustadora.

— Sim, Piedmont tem outras escolas muito melhores como a nossa, a Brixton High! – fala um jovem negro, com casaco púrpura.

 Dipper, Mabel e Davina ficam preocupados. Apesar de ter se tornado um bom rapaz Toroa ainda era agressivo, e não precisaria de muitos motivos para começar uma briga. Kim-li também não e demonstra isso, dizendo:

 - Parem com seus latidos. Estão incomodando a nossa amiga!

 - Fique fora dessa, punk! – retruca um rapaz louro, que usava um casaco azul escuro.

 - Isso mesmo! - diz um rapaz nipo-americano de cabelos negros e olhos verde acinzentados, usando um suéter vermelho.

 - Ei cretinos, que tal irmos até o estacionamento? Eu quero fazer uma demonstração para vocês... De karatê estilo Kenpô – diz Toroa, batendo o punho na palma da mão esquerda.

— E eu, de boxe tailandês. – acrescenta Kim-li, com um sorriso malvado enquanto esticava os braços com dedos entrelaçados, fazendo as articulações estalarem.

 Os quatro garotos sentem um calafrio descendo a espinha, ao perceber que sem querer, haviam despertado a ira de dois artistas marciais. O gerente e os empregados ficam alarmados diante da possibilidade de uma briga, ainda que no lado de fora. Pais que estavam com seus filhos se preocupam. Mas antes que os adultos façam alguma coisa, Pacífica pergunta a colega de escola:

 - Kim, onde estão esses rapazes que estão falando conosco?

— Em uma mesa logo em frente.

— Então, espere aqui junto com Toroa. Dipper, por favor me leve até onde eles estão. O garoto se levanta, segura Pacífica pelo braço, e a ajuda conforme o pedido.

 Os dois jovens lutadores ficam surpresos com aquele pedido, mas obedecem enquanto Pacífica vai ao encontro do grupo de estudantes junto com Dipper. Ninguém ao redor entende o comportamento da jovem cega e ficam observando com curiosidade, enquanto ela para diante da mesa dos quatro rapazes.

 - De fato, vários eventos incomuns ocorrem na Pallas e isso inclui o fantasma de uma garota chamada Alyssa Kennison, que morreu 20 anos atrás após ter sido baleada. – diz Pacífica.

 O problema é que se eu ouvir uma aluna falando para mim que se chama Alyssa sem acrescentar o sobrenome dela, não saberei se estou falando com uma aluna viva ou com aquela que já morreu.

  A propósito, os meus colegas de escola disseram que as chances de um avistamento aumentam muito quando há apenas um ou dois estudantes, andando pelos corredores vazios.

 Agora, qual de vocês quer ir comigo até a Pallas, a fim de ajudar na procura pela etérea senhorita Kennison?

 - Ir até aquele lugar agourento... Caçar uma garota fantasma?— pergunta o louro.

 - De jeito nenhum!— diz o ruivo.

— Eu também tô fora!— diz o jovem afro.

Os rapazes se levantam e correm rumo á saída. uma garçonete de cabelo castanho claro ondulado estava se aproximado, com uma grande bandeja com vários sorvetes em cima que olhe para os rapazes em fuga e diz:

 - Esperem! O pedido de vocês ...

 Os quatro abrem as carteiras e tiram várias cédulas, e sem nem olhar quanto dinheiro eles estavam entregando, põem tudo sobre a bandeja dizendo:

— A grana está aí! Pode dar isso pra qualquer um! O que exceder a nossa conta é a sua gorjeta! E enquanto corre junto com os colegas, ele diz:

 - Aquela loura cega é maluca!

   A saída de Pacífica e seus amigos da Fenton é apoteótica, com muitas pessoas agradecendo e acenando para eles. Enquanto caminham pela rua, Pacífica pergunta aos amigos:

 - Vocês não acham que houve um exagero nos agradecimentos?

 - De modo algum! – responde Davina – As criancinhas adoraram a história assustadora que você contou, enquanto que os pais delas e o gerente ficaram aliviados por uma briga ter sido evitada!

 - Não podemos esquecer a garçonete, que ficou muito feliz por causa da grande gorjeta que aqueles rapazes deixaram pra ela enquanto fugiam! – comenta Mabel.

 - Eles estavam tão assustados assim?

— Sim, os quatro frangotes quase mijaram nas calças! – diz Toroa, rindo muito ao lembrar a cena.

— Kim, eu não acredito que você conseguiu convencer o gerente a nos dar todos aqueles sorvetes!

— Ora Dipper, aqueles rapazes já haviam pagado tudo, além de falar que   pra garçonete que ela podia entregar os sorvetes para qualquer um. Seria um crime desperdiçar tanta coisa gostosa! Sobretudo porque aquela enorme banana split era de mirtilo, morango e creme, os meus sabores favoritos! Com castanhas e biscoitos de cobertura!

— Sim, alimentou você, Pazzy e eu! – lembra Mabel.

— Aquele milk-shake de pêssego estava ótimo! – fala Davina.

— A banana-split de cereja com calda de chocolate também! – diz Toroa.

— Eu digo o mesmo do sundae de framboesa. – comenta Dipper.

— Se encontrar algum daqueles rapazes na rua, eu acho que devo lembrar-me de agradecer a eles pelo sorvete grátis. – diz Mabel.

 - Olha Mabel, acho melhor você não fazer isso! – retruca Dipper.

 - Eu também penso assim. – acrescenta Pacífica.

— Certo, então vou deixar pra lá. – concorda a garota, dando de ombros.

 - Só foi uma pena aqueles quatro cretinos quase terem arruinado a primeira ida de Pacífica ao Fenton! – comenta Dipper, um pouco triste.

— Esqueça Dipper, não foi culpa sua. – responde a garota.

— Além disso, aquele incidente vai dar uma ótima manchete para a próxima edição do jornal da escola! – fala Davina, com entusiasmo.

 - Como assim? – pergunta Toroa.

— Espere pra ver! – responde ela.

  O jornal digital semanal Notícias Rápidas publica uma edição extra no dia seguinte tendo como manchete principal: A Surpreendente Ida De Pacífica Northwest a Fenton!

 Nele, Davina falava em detalhes sobre o que havia ocorrido na sorveteria, e o modo astuto como Pacífica havia resolvido o problema que poderia ter acabado numa grande confusão.

 A reportagem era ilustrada por uma charge mostrando os quatro rapazes em fuga, com cabeças de frango e asas no lugar dos braços. Voando acima e atrás deles estava o fantasma de Alyssa com uma ondulante cauda de vapor fazendo careta, enquanto que Pacífica aparecia de cajado em riste na porta da sorveteria, apontando para o grupo, como se ela tivesse chamado o fantasma da ex-aluna a fim de perseguir os encrenqueiros.

 A imagem faz todo mundo que a vê morrer de rir. Um aluno jurou ter encontrado Wayne Denissov num corredor com um grande sorriso no rosto lendo a notícia junto com Bellerose na versão impressa em tamanho A3, que havia sido posta no quadro de avisos da escola. Mas seu relato é recebido com descrédito pelos seus colegas de classe:

 - O quê? Impossível! Você deve ter sonhado acordado!

 -Sim, todos sabem que o velho buldogue nunca sorri!

 

 Quem não achou graça alguma na reportagem foram Sidney e Rong, após voltarem da suspensão.

— O Toroa e a Kim, os melhores lutadores da Pallas, se tornaram amigos da Pacífica? Mas como ela conseguiu isso? – pergunta Sidney a parceira.

— Eu não sei, mas é melhor ficarmos longe daquela loura. Nós nunca conseguiríamos vencer aqueles dois numa briga!

— E tão cedo eu não quero ser castigada outra vez pelos meus pais! Fiquei duas semanas sem celular ou acesso a Internet!  - conta Sidney. – Além disso, tive de trabalhar seis horas de segunda a sexta na lavanderia de um amigo da minha mãe, pondo roupas sujas nas máquinas e depois pegando tudo ainda quente, com nuvens de vapor na minha cara, para entregar as outras funcionárias, por apenas dois dólares diários!

— Então, você teve sorte!— diz Rong - Eu tive de trabalhar oito horas por dia na loja do meu tio Heng de segunda a sábado, carregando caixas pesadas com mercadorias e fazendo a faxina do lugar todo, inclusive os banheiros! Tudo isso de graça, como uma escrava! No fim do dia, ia dormir sem jantar! Ah, deuses! Como eu odeio aquela loura cega!

 

    No começo de Fevereiro, os colegas de classe dos Pines notaram que Mabel estava mais animada do que o habitual. Quando perguntam qual o motivo, ela responde:

— No dia 6, Pazzy vai fazer 13 anos! Eu mal posso esperar!

  A notícia se espalha depressa e Davina pergunta a Pacífica:

 - A festa vai ser na sua casa ou em outro lugar?

— Bem, antes eu tenho de saber quantas pessoas pretendem ir. Dipper, você pode verificar isso para mim?

 Ele concorda e começa a fazer uma lista de convidados, usando o smartfone que havia ganhado dela no Natal. O número final chega aos 83 e ele fala isso para a garota, que por sua vez conversa com a mãe que opta por usar o salão de festas da escola, porque na casa delas não haveria espaço suficiente para tanta gente. Aí, muitos passam a perguntar a Pacífica que tipo de presentes ela gostaria de receber.

 - Para começar, roupas. Muitas das que eu tenho são inadequadas para o clima da Califórnia. Maquiagem e lingerie. CDs de música porque para apreciá-los, não é preciso enxergar.

 O tamanho das roupas, das peças íntimas e os nomes dos conjuntos musicais são divulgadas no jornal Notícias Rápidas, e alguém logo quis  saber por que ela estava pedindo maquiagem. Com bom humor, Pacífica responde:

— Porque sou uma garota! Minha mãe vai se encarregar de dizer para mim quais as cores de batons e outras coisas do tipo. O mesmo para as roupas.

  A festa é marcada para Sábado à tarde as 16 e 30 horas. Pacífica chega com a mãe ás 15 horas, porque Priscilla queria checar mesas, comida, bebidas e arranjos, para ver se havia algo precisando ser corrigido.

 No salão a empresa contratada para o evento tinha colocado três mesas retangulares juntas cobertas com toalhas para formar o que parecia uma só mesa enorme, para os salgadinhos. Em paralelo, o mesmo arranjo para os doces. Uma mesa redonda para o bolo de aniversário e mais uma mesa retangular destinada á colocação dos presentes. Ao lado, três cadeiras estofadas com encosto vermelho, trazidas pela empresa de festas. Pacífica senta-se numa delas.

 Noutra mesa esta um DJ Nipo-americano com equipamento de som e pilhas de discos.

 Priscilla estava com um mini vestido mel com decote em V e mangas três quartos colar com contas ovais de ouro e sapatos azul marinho de salto alto. Pacífica, um suéter marfim de gole role com a figura de uma lhama ocre (tricotado no verão anterior por Mabel), colar de pérolas cor de rosa, mini-saia violeta e botas brancas de cano curto. Pinãta usava um traje chamado cheongsam: camisa de mangas longas com gola mandarim e calça ocre com tênis esporte azul, sem cadarço.

  As 15 e 22 chegam os primeiros convidados: os irmãos Pines. Dipper com blusa social turquesa e calças marrom, segurava um pequeno pacote vermelho com fita dourada em forma de laço. Mabel de suéter verde lima com a imagem de um bolinho de morango com cereja no topo mini saia amarela, trazia um pequeno embrulho branco com fita vermelha. Ao ver Pacífica ela entrega o pacote que estava segurando pro irmão e corre em direção a amada com os braços erguidos dizendo:

— PAZZZZZZZZYYY! 

 Abraça Pacífica com força e começa a dar tantos beijos que os outros convidados que estavam chegando ficam perplexos. Priscilla e Dipper ficam sem saber como intervir quando alguém diz:

 - Calma aí, Mabel! Ou você ira acabar sufocando a Pacífica antes dela conseguir soprar as velas do bolo!

 A garota olha para trás pra ver quem havia falado. Era Kim-li, pela primeira vez desde que havia entrado na Pallas com um traje diferente do habitual: um vestido longo magenta de mangas compridas e a figura de um dragão oriental azul safira no peito, e sapatos pretos. Dipper pergunta:

— Que roupa é essa? Nunca vi algo igual!

— Um traje vietnamita tradicional, chamado Ao Dai. Eu não queria usar essa coisa, mas os meus pais e os meus avós foram irredutíveis! Tive de ceder, ou não me deixariam vir!

 - Posso tocar em você, Kim? – pergunta Pacífica - Eu estou curiosa para saber como é essa roupa que tanto a incomoda.

 A garota concorda e diante do olhar enciumado de Mabel, Pacífica passa as mãos pela gola e mangas do Ao Dai, se agachando para chegar até os tornozelos. Ao ficar de pé, diz:

— Não devia ficar tão constrangida. Pelo que acabei de perceber, esse vestido é lindo!

— Você acha mesmo? – pergunta a jovem vietnamita, ruborizada.

— Com certeza! – retruca Pacífica, abraçando-a.

   A juventude de Priscilla chamava a atenção dos pais que haviam ido à festa. Para eles, a explicação era clara ("Gravidez na adolescência!"). Por sua vez os rapazes, ao ver a mãe de Pacifica lamentavam não serem mais velhos, a fim de poder marcar um encontro com ela.

As 15 e 40 começa uma chuva que logo se torna uma forte tempestade, com trovões que faziam estremecer as vidraças das janelas. Priscilla olha o salão. Apenas 26 pessoas haviam chegado. Ela comenta:

— Essa festa vai ser um fracasso! Ninguém mais vai querer vir, em meio a essa vendaval!

 Mas para surpresa dela, as pessoas continuaram chegando e aí, aconteceu algo pouco habitual: ao invés de deixarem os filhos ou filhas no local e ir embora pais, mães, tios ou tias acabaram entrando também, para evitar ter de voltar para casa e depois ir até a escola de novo em meio a uma tempestade. Com isso as 16 e 10 já havia 52 alunos, além de 20 parentes.

 Chega uma família de cinco pessoas. O homem tinha um metro e 90 de altura, robusto, ombros largos, cabelos pretos, olhos castanho escuro. Estava com um casaco azul turquesa de gola olímpica, calças marrom escuro. Bastava olhar para ele para perceber que era o pai de Toroa.

 A esposa tinha cabelos castanho avermelhados, olhos verdes, pele morena e peitos grandes. Vestia um vestido vermelho alaranjado de gola rolê com mangas compridas e botas marfim de cano curto. Ao lado dela estava uma menina de dez anos de calos pretos e olhos castanho escuros com um suéter verde lima de gola rolê, saia plissada verde musgo com botinhas brancas.

 Toroa usava um casaco de couro marrom e caças da mesma cor com sapatos pretos. Junto com ele estava um garotinho de sete anos, de cabelos castanho escuros e olhos da mesma cor de casaco marrom café e calças bege. O homem para diante de Pacífica e diz:

 - Sou Tane Banta, o pai de Toroa. O meu filho nos disse como você chamou a atenção de todo mundo desde o primeiro dia de aula.

 - Só apresentei os meus argumentos sobre um problema que eu soube estar acontecendo na escola. Afinal, os irmãos Pines são meus amigos.

 - E que quando ele estava pronto para defende-la de alguns rapazes impertinentes, você resolveu tudo com uma história de fantasma.

 - Bem senhor Banta, se aqueles estudantes da Brixton ficaram apavorados por causa de algo tão pueril, eles eram oponentes desprezíveis demais para merecer a atenção do seu filho e de Kim-Le.

 Tane pensa um pouco e diz:

 - Eu concordo, senhorita Northwest. A propósito, minha esposa Graciela e nossa filha Lorita compraram roupas intimas para você. Eu optei por trazer um CD com músicas do povo maori.

 - Fico contente em ter a oportunidade de conhecer uma nova cultura. Agradeço a sua iniciativa, senhor Banta.

 Enquanto Mabel pega os presentes para colocar sobre a mesa, Tane diz:

 - Posso tirar-lhe os óculos para ver os seus olhos, senhorita Northwest?

 O pedido era inesperado, mas apesar disso Pacífica responde:

 - Sem problemas, senhor Banta.

 Ele olha para ela e comenta:

 - Isso não me parece algo natural.

— Foi em consequência de uma tentativa de assassinato.

 Priscilla e os irmãos Pines percebem o espanto que aquela revelação causava entre as pessoas próximas.

— Eu espero que o culpado por essa barbárie esteja atrás das grades.

— O homem que fez isso comigo está morto.

 - Então, ele recebeu o castigo apropriado. – comenta Tane, enquanto repõe os óculos no rosto de Pacífica.

 Nesse momento chega um grupo de 15 pessoas entre adultos, crianças e idosos adentra no salão. Priscilla vai falar com eles e ao voltar pergunta para a filha:

— Você conhece uma garotinha chamada Lien Hua Cheng? Ela acaba de chegar e parece que trouxe toda a família junto!

— Sim mãe, eu sei quem é. Por favor, traga-os até aqui.

 Todo mundo estava curioso com aquilo. Mabel e várias outras garotas ficam encantadas com a beleza do mini vestido vermelho da menina, sem mangas de gola mandarim com um estreito decote em U, bordas douradas em torno do decote e nas laterais.

 Quando chegam mais perto, Dipper fala para a amiga:

— Eles estão diante de você, Pacífica.  

— A minha mãe disse que você está com toda a sua família. Isso é algo inusitado.

— Eu sei. Mas todos quiseram vê-la, para agradecer pelo que fez por mim.

— E o que Pacífica fez? – pergunta Mabel, curiosa.

— Duas semanas atrás, duas valentonas tentaram me roubar quando ao fui ao banheiro feminino. Elas disseram para Pacífica não se intrometer e ir embora. Quando ela disse que não faria isso foi atacada e se defendeu, salvando a nós duas.

 Aquela declaração surpreendente atrai a atenção das pessoas ao redor, que começam a se aproximar para ouvir melhor.

 - Porque não me falou disso? – pergunta para Priscilla a filha, que dá de ombros e responde:

— Foi apenas um incidente banal, mãe.

 Priscilla olha para Lien e pede:

— Poderia nos dizer como eram as duas garotas? Não precisa dizer os nomes, apenas como era a aparência delas.

 - Uma delas era atlética, doze centímetros mais alta e duas vezes maior do que a sua filha. A outra, dez centímetros mais alta, com ombros quinze centímetros mais largos e quadris duas vezes maiores.

 - Ah, então foi por isso que eu senti o meu joelho atingir algo que parecia uma grande almofada!— comenta Pacífica.

  Todo mundo no salão ri ao ouvir aquelas palavras, inclusive Tane. A família dele fica surpresa, porque ele era um homem muito sisudo.

 - Como foi a briga? – pergunta Priscilla. 

 - Muito rápida! As duas valentonas nem conseguiram tocar em Pacífica, que as derrotou em apenas 20 segundos. Talvez menos.

 A perplexidade de todos é enorme.


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